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Neste resumo compreendido como a vontade humana curiosa, que visa fazer ciência.
tidos como imortalizados – a razão multiplica objeções, dissocia e religa noções
fundamentais, propondo abstrações mais audaciosas, processo primordial para o
início do processo de abstração das experiências empíricas.
Vale ressaltar que o autor aponta que, apesar da mente lúcida apresentar restos da antiga
psique científica, o retorno a esses estágios não se caracteriza como prova da permanência da
razão humana, todavia, uma representação da sonolência do saber e da avareza do erudito – a
reconstrução do saber aqui se mostra, novamente, como etapa fundamental da abstração da
razão. Vale notar aqui que a ciência é posta como que em contradição a experiência comum, isto
é, a experiência sensível imediata – consiste na retificação de erros passados para enfim
construir-se a abstração, único meio que a torna verificável. Tal noção implica que, devido ao
caráter constante da reconstrução do conhecimento epistemológico, tais demonstrações tendem a
se beneficiar da desconsideração da ordem histórico e foco no âmbito de questões individuais ou
particulares, sempre passando de uma imagem pitoresca – correspondente a fenomenologia
primeira – para a formulação geométrica adequada, e, enfim a abstração. Bachelard aponta então
os três estados da passagem de uma imagem pitoresca para o estado final (a abstração):
Tais estados seriam guiados pelos diferentes interesses da alma, que formam a base
afetiva do espírito, e torna a paciência científica não sofrimento, mas sim vida espiritual:
O autor conclui enfim, dizendo que não há verdade sem erro retificado – “A psicologia
da atitude objetiva é a história de nossos erros pessoais. ” O objeto não deve ser designado como
objetivo imediato, e deve haver uma ruptura entre o conhecimento sensível/empírico e o
conhecimento científico – as tendências normais do conhecimento empírico vêm carregadas de
pragmatismo e realismo imediatos, envolvendo o espírito de satisfação íntima e não evidência
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Dentro deste contexto mencionada como em lógica, onde se parte de uma teoria geral para deduzir conclusões
sobre questões particulares.
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Como em lógica, parte-se de elementos particulares para se chegar a uma lei ou teoria geral.
racional. O inicial estímulo psicológico fornecido pela necessidade de sentir o objeto não é um
estado de espírito científico, mostrando-se apenas como valor de convicção, que não chega
sistematicamente ao controle objetivo. Para atingi-lo, são necessários o freio e a repreensão do
estímulo, através do fracasso, já que sem o tal, tornar-se-ia o estímulo puro valor e, portanto,
embriaguez. Entretanto, não se admite que o conhecimento pode ter como ponto de partida o
conhecimento sensível freado e corrigido pelo comportamento – a impureza original do estímulo
não foi corrigida por repreensões do objeto e valores continuarão ligados aos objetos permitidos,
permanecendo, portanto, um compromisso falho.
A única forma de se ter certeza de que o estímulo deixa de ser a base da objetivação é a
reforma, ou o controle social – a objetividade deve ser fundada no comportamento do outro, ou
seja, deve-se escolher os olhos do outro para que se veja a forma abstrata. A dúvida e o controle
social deve ser prévia e atingir o fato, suas ligações – a experiência e a lógica. Utilizando o
exemplo da dificuldade em deslocar um objeto um milímetro de uma mesa, o autor aponta que
para tanto é necessário um aparelho, e, portanto, um corpo de técnicos, e ainda, uma academia de
ciências – o esforço do conhecimento científico dá-se, portanto, através da precisão social,
destruidora de insuficiências intuitivas e pessoais. A dualidade aparelho-teoria já não é mais
oposição, mas sim, reciprocidade.
Vale dizer ainda que é mister a caracterização do erro não como distração da mente
cansada, e sim, algo positivo e potencialmente útil – a partir do momento em que se considera
erro mera distração, exalta-se o orgulho e impede-se que a teoria seja adaptada ao erro,
favorecendo a adaptação do erro a teoria. O objeto ensina tanto quanto o espírito, da mesma
maneira que quem é ensinado, ensina – e deve ensinar, já que a não transmissão favorece a
formação do espírito sem dinamismo e autocrítica, enrijecido por dogmatismo. Sem o exercício
social de convicção racional, a razão age na alma como rancor. Uma lição recebida é,
psicologicamente, um empirismo – eu o escuto: sou todo ouvidos – e uma lição dada é,
psicologicamente, um racionalismo – eu lhe falo: sou todo espírito. Mesmo que a mesma coisa
seja dita, o que é ouvido sempre é um pouco irracional, e o que é falado, sempre é um pouco
racional – a atitude psicológica consiste, em um lado, resistência e incompreensão, e de outro,
impulso e autoridade, tornando-se elemento decisivo no ensino real. O dinamismo psíquico entre
racionalismo e empirismo é fundamental para tal.