Você está na página 1de 57

MÓDULO 1

UM PANORAMA HISTÓRICO DAS


TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO

METODOLOGIA DA PESQUISA E TCC


por
Prof. George Camargo dos Santos
Engenheiro Eletricista da Eletrobras desde 2003
Mestre em Engenharia Elétrica (UFRJ)
Mestre em Engenharia de Energia (UNIFEI)

PETRÓPOLIS - RJ
2023
INTRODUÇÃO
APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA:

Do que se trata a disciplina


de METODOLOGIA DA PESQUISA
CIENTÍFICA?
1 FILOSOFIA DO CONHECIMENTO (Epistemologia)

2 FILOSOFIA DA CIÊNCIA

3 HISTÓRIA DA CIÊNCIA
FILOSOFIA DO CONHECIMENTO
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DO CONHECIMENTO

TRÊS QUESTÕES PRINCIPAIS:

P1
O que é conhecimento?

P2
O que podemos conhecer?

P3 Como conhecemos o que


conhecemos?
(GRECO; SOSA, 2008)
The Blackwell guide to epistemology
[GRECO; SOSA, 1997]
INTRODUÇÃO
O QUE É O CONHECIMENTO?

P1
O que é conhecimento?

PARTE I
Problemas Tradicionais de Epistemologia
CAPÍTULO 1 – Ceticismo

CAPÍTULO 2 – Realismo, Objetividade e Ceticismo

CAPÍTULO 3 – O que é conhecimento?

CAPÍTULO 4 – A dialética do fundacionalismo e


coerentismo

(GRECO; SOSA, 2008)


INTRODUÇÃO
O QUE É O CONHECIMENTO?

P1
O que é conhecimento?

PARTE I
Problemas Tradicionais de Epistemologia
CAPÍTULO 1 - Ceticismo
Uma das questões centrais da teoria do conhecimento é
“O que podemos conhecer?”. Uma pessoa que dá uma
resposta pessimista a essa pergunta é chamada cética.
O ceticismo corrente e inteiramente pessimista nega
que de fato possamos conhecer algo. Entretanto, o
cético nega que tenhamos conhecimento de algum tipo
particular, como por exemplo conhecimento moral
sobre certo e errado, ou conhecimento religioso sobre
Deus.
(GRECO; SOSA, 2008)
INTRODUÇÃO
O QUE É O CONHECIMENTO?

P1
O que é conhecimento?

PARTE I
Problemas Tradicionais de Epistemologia
CAPÍTULO 2 – Realismo e objetividade
A discussão gira em torno do realismo ontológico, que
é uma tese sobre a natureza do objeto conhecido.
Segue a questão: [1] “Podemos conhecer o mundo
como ele realmente é?” ou [2] “Estamos restritos ao
conhecimento do mundo como se ele fosse modelado e
colorido por nossos próprios pensamentos e
experiências?”. Outra forma de questionar: “se nosso
conhecimento pode ou não se objetivo ou se, por sua
vez, nosso conhecimento é ou não restrito à nossa
(GRECO; SOSA, 2008)
própria e subjetiva perspectiva das coisas”.
INTRODUÇÃO
O QUE É O CONHECIMENTO?

P1
O que é conhecimento?

PARTE I
Problemas Tradicionais de Epistemologia
CAPÍTULO 3 – O que é conhecimento?
A questão é “O que é conhecimento?”. Apresenta-se a
distinção entre o conhecimento e a opinião, utilizando o
Teeteto de Platão. Segundo esta obra, o conhecimento é
uma crença verdadeira justificada. Todavia, Gettier
apresentou o chamado “contra-exemplos de Gettier”,
mas, neste capítulo, há uma defesa do conhecimento
como crença verdadeira justificada.

(GRECO; SOSA, 2008)


INTRODUÇÃO
O QUE É O CONHECIMENTO?

P1
O que é conhecimento?

PARTE I
Problemas Tradicionais de Epistemologia
CAPÍTULO 4 – Fundacionalismo e coerentismo
A questão correlata está associada a pergunta: “O que é
conhecimento?”. No entanto, a questão principal é:
“Como deve ser estruturado nosso sistema total de
crenças para que qualquer de nossas crenças se
qualifique como conhecimento [e não boas razões]?”.
Essa é uma resposta para o trilema de Agripa, o cético.
De acordo com o Trilema, parece ter três opções: (1) as
razões continuam indefinidamente; (2) as razões
terminam no ponto em que não há mais razões
(GRECO; SOSA, 2008)
disponíveis para apoiar as últimas e (3) as razões
circulam em torno de si mesma.
INTRODUÇÃO
O QUE PODEMOS CONHECER?

P2
O que podemos conhecer?

PARTE II
A Natureza da Avaliação
CAPÍTULO 5 – Ceticismo e a divisão interior/exterior

CAPÍTULO 6 – Em defesa de uma epistemologia natu-


ralizada

CAPÍTULO 7 – Naturalismo metodológico na epistemo-


logia

CAPÍTULO 8 – Contextualização: Explanação e defesa

(GRECO; SOSA, 2008) CAPÍTULO 9 – Racionalidade


INTRODUÇÃO
O QUE PODEMOS CONHECER?

P3 Como conhecemos o que


conhecemos?

PARTE III
Variedades de Conhecimento
CAPÍTULO 10 – Conhecimento perceptivo

CAPÍTULO 11 – O a prioiri

CAPÍTULO 12 – Conhecimento moral e pluralismo ético

CAPÍTULO 13 – Epistemologia da religião


(GRECO; SOSA, 2008)
INTRODUÇÃO
O QUE PODEMOS CONHECER?

P4
Novos Estudos em Epistemologia

PARTE IV
Novas Direções
CAPÍTULO 14 – Epistemologia feminista

CAPÍTULO 15 – Epistemologia social

CAPÍTULO 16 – Epistemologia procedimental – na in-


terface de filosofia e Inteligência Artificial

CAPÍTULO 17 – A hermenêutica enquanto epistemo-


(GRECO; SOSA, 2008)
logia
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS

RESUMO DESTA OBRA

O livro trata de uma introdução à filosofia das


A ciências e está principalmente interessado pelo
desenvolvimento das ciências da natureza.

(NOUVEL, 2013)
Philosophie des sciences
[NOUVEL, 1997]
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS

RESUMO DESTA OBRA

O livro trata de uma introdução à filosofia das


A ciências e está principalmente interessado pelo
desenvolvimento das ciências da natureza.

Os problemas associados às ciências humanas


B estão apenas esboçados.

(NOUVEL, 2013)
Philosophie des sciences
[NOUVEL, 1997]
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS

RESUMO DESTA OBRA

O livro trata de uma introdução à filosofia das


A ciências e está principalmente interessado pelo
desenvolvimento das ciências da natureza.

Os problemas associados às ciências humanas


B estão apenas esboçados.

As ciências da natureza são ‘tradicionalmente’


C divididas em dois grandes grupos: as ciências da
matéria e as ciências da vida.

(NOUVEL, 2013) ALERTA: Classificação das Ciências


Philosophie des sciences
[NOUVEL, 1997]
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS DE AUGUSTE COMTE

CLASSIFICAÇÃO DE COMTE

AUGUSTE COMTE
(1798-1857)

FONTE: MARCONI, Marina A.; LAKATOS, Eva M. – Metodologia Científica. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2004, p. 26.
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS DE MARIO BUNGE

CLASSIFICAÇÃO DE BUNGE

MARIO BUNGE
(1919-2020)

FONTE: MARCONI, Marina A.; LAKATOS, Eva M. – Metodologia Científica. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2004, p. 27.
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS DE WILHELM WUNDT

CLASSIFICAÇÃO DE WUNDT

WILHELM WUNDT
(1798-1857)

FONTE: MARCONI, Marina A.; LAKATOS, Eva M. – Metodologia Científica. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2004, p. 27.
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS DE PASCAL NOUVEL

RESUMO DESTA OBRA

O livro trata de uma introdução à filosofia das


A ciências e está principalmente interessado pelo
desenvolvimento das ciências da natureza.

Os problemas associados às ciências humanas


B estão apenas esboçados.

As ciências da natureza são ‘tradicionalmente’


C divididas em dois grandes grupos: as ciências da
matéria e as ciências da vida.

Nesta obra, a escolha foi percorrer alguns


D grandes conceitos da filosofia das ciências
(NOUVEL, 2013) (indução, positivismo, determinismo entre
Philosophie des sciences outros), tanto por meio das ciências da matéria
[NOUVEL, 1997] quanto das ciências da vida.
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS DE PASCAL NOUVEL

1 2 3 4 5 6 7

1. O NASCIMENTO DA FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS


1.1. A distinção entre filosofia das ciências e filosofia do
conhecimento
1.2. A filosofia do conhecimento
1.3. A filosofia das ciências
1.4. A classificação das ciências
1.5. Os physiologoí
1.6. O julgamento de Bacon
1.7. Aristóteles e a ciência
1.8. A escolástica: Aliança da teologia e de Aristóteles
1.9. A classificação das ciências de Francis Bacon
1.10. Sugestão de Leitura
(NOUVEL, 2013) 1.11. Bibliografia
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS DE PASCAL NOUVEL

1 2 3 4 5 6 7

2. A CIÊNCIA MODERNA
2.1. Matematização e experimentação
2.2. O termômetro de Boyle
2.3. Nicolau Copérnico: A inversão do mundo
2.4. Galileu Galilei: As bolas de madeira e o livro do mundo
2.5. Isaac Newton: Uma filosofia matemática
2.6. A ciência moderna
2.7. Sugestões de leitura
2.8. Bibliografia

(NOUVEL, 2013)
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS DE PASCAL NOUVEL

1 2 3 4 5 6 7

3. A INDUÇÃO TORNA-SE PROBLEMA


3.1. Problemática da indução
3.2. Origens da noção de indução
3.3. Hume e a indução
3.4. Retomada do problema por Bertrand Russell
3.5. Axioma e postulado
3.6. Nelson Goodman: O novo enigma da indução
3.7. Análise do argumento de Goodman
3.8. O pragmatismo de Hume
3.9. Depois da indução
3.10. Sugestões de leitura
3.11. Bibliografia
(NOUVEL, 2013)
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS DE PASCAL NOUVEL

1 2 3 4 5 6 7

4. O DETERMINISMO
4.1. Introdução: A origem do termo “determinismo”
4.2. Relação entre indução e determinismo
4.3. O método experimental
4.4. As ciências da vida
4.5. Vitalismos e animismo
4.6. O determinismo de Laplace
4.7. Duas noções de indeterminismo
4.8. Genealogia da noção de determinismo
4.9. Sugestões de leitura
4.10. Bibliografia
(NOUVEL, 2013)
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS DE PASCAL NOUVEL

1 2 3 4 5 6 7

5. O POSITIVISMO
5.1. A filosofia das ciências
5.2. A classificação de Ampère e de Comte
5.3. Ampère: Classificação racional
5.4. A classificação de Comte
5.5. O positivismo de Auguste Comte
5.6. Sugestões de leitura
5.7. Bibliografia

(NOUVEL, 2013)
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS DE PASCAL NOUVEL

1 2 3 4 5 6 7

6. MATERIALISMO E ATOMISMO
6.1. O materialismo
6.2. O atomismo científico
6.3. A noção de átomo
6.4. Eficácia irracional
6.5. Modelo de um gás
6.6. Críticas da teoria atômica
6.7. Sugestões de leitura
6.8. Bibliografia

(NOUVEL, 2013)
INTRODUÇÃO
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS DE PASCAL NOUVEL

1 2 3 4 5 6 7

7. CORRENTES CONTEMPORÂNEAS
7.1. Filosofia analítica e fenomenologia
7.2. O Círculo de Viena
7.3. Karl Popper
7.4. Thomas Kuhn: A história retorna
7.5. A escola francesa de filosofia das ciências
7.6. A sociologia das ciências
7.7. A ciência não pensa
7.8. Sugestões de leitura
7.9. Bibliografia

(NOUVEL, 2013)
HISTÓRIA DA CIÊNCIA
INTRODUÇÃO
HISTÓRIA DA CIÊNCIA E SEUS TEMAS

1. Aspectos do desenvolvimento da história da ciência


2. História da ciência
3. Objectivos e justificação
4. Elementos de teoria da história
5. Objectividade em história
6. Explicações
7. História hipotética
8. Estrutura e organizações
9. História da ciência anacrônica e diacrônica
10. Ideologia e mitos na história da ciência
11. Fontes
12. Avaliação das fontes
13. Histórias de cientistas
14. História experimental da ciência
15. A abordagem biográfica
16. Prosopografia
17. Historiografia cientométrica
(KRAGH, [1987], 2001)
An Introduction to the Historiography of Science
Um panorama histórico das teorias
do método científico
REFERENCIAL TEÓRICO
REFERENCIAL TEÓRICO
TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO

FONTE: LAUDAN, Larry – “Teorias do Método Científico de Platão a Mach: Resenha Bibliográfica”. Trad. Balthazar Barbosa
Filho. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul-dez 2000.
REFERENCIAL TEÓRICO
TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO

1 Qual é o site do paper?

2 Onde baixar o paper?

3 Onde está o resumo?

4 Cadê este volume?

FONTE: LAUDAN, Larry – “Teorias do Método Científico de Platão a Mach: Resenha Bibliográfica”. Trad. Balthazar Barbosa
Filho. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul-dez 2000.
LARRY LAUDAN (1941-2022)
FORMAÇÃO E ENSINO ACADÊMICOS
FORMAÇÃO ACADÊMICA
• Bacharel em Física – University of Kanzas (1960);
• Doutorado em Filosofia – Princeton University (1965)

ÁREA DE ENSINO
HISTÓRIA E DE FILOSOFIA DA CIÊNCIA
PROFESSOR (1965-1997)
• University College London;
• University of Pittsburgh;
• Viriginia Polytechnic Institute & State University;
LARRY LAUDAN • University of Hawaii.
(1941-2022) PESQUISADOR
• National Autonomous University of Mexico
LARRY LAUDAN (1941-2022)
OBRAS DE LAUDAN
1977 - Progress and Its Problems: Towards a Theory of Scientific Growth;
1981 - Science and Hypothesis;
1983 – The Demise of the Demarcation Problem;
1984 – Science and Values: The Aims of Science and Their Role in Scientific Debate;
1990 – Science and Relativism: Dialogues on the Philosophy of Science;
1995 – The Book of Risks;
1996 – Beyond Positivism and Relativism;
1997 – Danger Ahead;
2006 – Truth, Error and Criminal Law: An Essay in Legal Epistemology;
2016 – The Law's Flaws: Rethinking Trials and Errors?
RESUMO DA EPISTEMOLOGIA DE LAUDAN
Questões básicas
Qual é o objetivo da
DOMÍNIO CONCEITUAL ciência?
DOMÍNIO METODOLÓGICO
Como progride o
conhecimento científico?

FILOSOFIA TEORIAS
Por trás das teorias há visões mais São tentativas de resolver problemas empíricos específicos acerca
fundamentais sobre o mundo, sistemas de do mundo natural, de resolver a ambiguidade, de mostrar que o
crenças, que constituem tradições de pesquisa. que ocorre é de certo modo inteligível e previsível.

CONCEITOS-CHAVES PRINCÍPIOS
(1) Problema empírico; • Teorias não são rechaçadas simplesmente porque apresentam
(2) Problema conceitual; anomalias;
(3) Tradição de pesquisa; • Teorias não são aceitas simplesmente porque são confirmadas
(4) Teoria; empiricamente;
(5) Problema anômalo (anomalia); • A coexistência de teorias rivais é a regra, não a exceção;
(6) Problema potencial; • A troca de teorias e não acumulativa; teorias anteriores não
(7) Problema resolvido. estão contidas não posteriores.

FONTE: MOREIRA, Marco A.; MASSONI, Neusa T. – Epistemologias do Século XX: Popper, Kuhn, Lakatos, Laudan, Bachelard,
Toulmin, Feyerabend, Maturana, Bohm, Bunge, Prigogine, Mayr. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 2011, p. 64.
RESUMO DA EPISTEMOLOGIA DE LAUDAN
Questões básicas
Qual é o objetivo da
DOMÍNIO CONCEITUAL ciência?
DOMÍNIO METODOLÓGICO
Como progride o
conhecimento científico?

ASSERÇÃO DE VALOR
METODOLOGIA
A epistemologia de Laudan é mais objetiva, mais programática, com
significados mais fáceis de captar. Análise histórica e filosófica da produção
do conhecimento científico e análise
crítica das epistemologias de Popper,
ASSERÇÕES DE CONHECIMENTO Kuhn, Lakatos e Feyerabend.
O objetivo da ciência é o de obter teorias com elevada efetividade
na resolução de problemas. O conhecimento científico progride por
meio de teorias (respostas) para problemas empíricos (perguntas
REGISTROS
sobre o mundo físico) ou conceituais (perguntas características das Conhecimento científicos produzidos pelo
próprias teorias). A ciência progride somente se teorias sucessivas homem, ao longo de tempo, em contextos
resolvem mais problemas que suas predecessoras. As disciplinas socioculturais, visões epistemológicas de
chamadas “ciências” são simplesmente mais progressivas que as outros filósofos da ciência.
“não-ciências”.

FONTE: MOREIRA, Marco A.; MASSONI, Neusa T. – Epistemologias do Século XX: Popper, Kuhn, Lakatos, Laudan, Bachelard,
Toulmin, Feyerabend, Maturana, Bohm, Bunge, Prigogine, Mayr. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 2011, p. 64.
KARL POPPER THOMAS KUHN IMRE LAKATOS LARRY LAUDAN
(1902-1994) (1922-1996) (1922-1974) (1941-2022)

GASTON BACHELARD STEPHEN TOULMIN PAUL FEYERABEND HUMBERTO MATURANA


(1884-1962) (1922-2009) (1924-1994) (1928-2021)

DAVID BOHM MARIO BUNGE ILYA PRIGOGINE ERNST MAYR


(1917-1992) (1919-1996) (1917-2003) (1904-2005)
AGENDA

A Considerações iniciais

B As teorias do método na Antiguidade e na Idade Média

C Os aspectos metodológicos da Revolução Científica

D A teorias do método de Bacon e de Newton

E As teorias do método no século XVIII

F A metodologia no século XIX

FONTE: LAUDAN, Larry – “Teorias do Método Científico de Platão a Mach: Resenha Bibliográfica”. Trad. Balthazar Barbosa
Filho. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul-dez 2000.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
ENTRE A HISTÓRIA DA CIÊNCIA E A FILOSOFIA DA CIÊNCIA

HISTÓRIA DA CIÊNCIA FILOSOFIA DA CIÊNCIA

Qual é a contribuição efetiva da filosofia da ciência


para a história da ciência?
“É difícil imaginar, por exemplo, como e por que o historiador que escreve sobre a
evolução da teoria da valência ou sobre a ciência na França revolucionária, extrairia
mais benefícios do estudo da filosofia da ciência do que, por exemplo, do estudo da
história política ou da sociologia” (LAUDAN, 2000, p. 4).
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
ENTRE A HISTÓRIA DA CIÊNCIA E A FILOSOFIA DA CIÊNCIA

HISTÓRIA DA CIÊNCIA FILOSOFIA DA CIÊNCIA

Qual é a contribuição efetiva da história da ciência


para a filosofia da ciência?
“Da maneira análoga, é pouco provável que o filósofo da ciência interessado nos
paradoxos da confirmação ou no estudo existencial das entidades teóricas obtenha
grandes esclarecimentos de um exame demorado da história da alquimia ou da
botânica sistemática” (LAUDAN, 2000, p. 4).
HISTÓRIA DAS TEORIAS DO MÉTODO
ENTRE A HISTÓRIA DA CIÊNCIA E A FILOSOFIA DA CIÊNCIA

HISTÓRIA DA CIÊNCIA FILOSOFIA DA CIÊNCIA

Ponto comum segundo Laudan entre a filosofia da ciência e a história da ciência?


“Em vez de adotar a tese de que os estudos históricos em geral são de grande valia
para o filósofo da ciência e vice-e-versa, creio que deveríamos sublinhar que tanto a
história quanto a filosofia da ciência têm, ambas, uma preocupação comum e um
interesse específico numa questão particular: a história das teorias do método
científico” (LAUDAN, 2000, p. 5).
HISTÓRIA DO MÉTODO CIENTÍFICO
O PONTO DE CONVERGÊNCIA

“[...] a história do método científico é


uma das áreas em que inegavelmente
convergem os interesses do historiador
da ciência e do filósofo da ciência. Por
essa razão, à parte o seu interesse
intrínseco, ela merece cuidadosa
atenção e cultivo, na medida em que
constitui a ponte mais importante,
talvez, entre a história da ciência e a sua
filosofia” (LAUDAN, 2000, p. 11).

FONTE: LAUDAN, Larry – “Teorias do Método Científico de Platão a Mach: Resenha Bibliográfica”. Trad. Balthazar Barbosa
Filho. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Série 3, v. 10, n. 2, p. 9-140, jul-dez 2000.
TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO
OBJETIVOS DO ARTIGO

Neste artigo, gostaria de examinar rapidamente aqueles que me


parecem ser alguns dos principais problemas com que se defronta o
historiador do método científico, de chamar a atenção para alguns
textos e problemas esquecidos e, finalmente, de apresentar uma
resenha panorâmica, ainda que esquemática e inadequada, de parte do
trabalho histórico recente efetuado nesse domínio. No que se refere a
textos primários, escolhi arbitrariamente Mach como ponto final de
minha análise.

TRÊS OBJETIVOS

1 Principais problemas do historiador do método científico

2 Chamar a atenção de textos e problemas esquecidos

3 Apresentar uma resenha panorâmica até Mach (1836-1916)


TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO
RESUMO CRÍTICO (RESENHA) DE QUATRO LIVROS

1860

“[...] É preciso remontar a mais de um século para encontrar algo próximo a uma história geral do método
científico que seja conceitualmente estimulante: trata-se da Philosophy of Discovery (1860), de Whewell.
Como era de esperar, Whewell leva os seus predecessores a sério, tendo importantes coisas a dizer sobre
eles. Do nosso ponto de vista, no entanto, a sua exposição ainda permanece inadequada, pois deixa de
lado (o que é compreensível) alguns textos e questões cuja importância foi demonstrada por estudos
especializados posteriores. Por outro lado, o trabalho é tingido, mais do que seria necessário, pela visão
que o próprio Whewell tem do método científico e pela sua tendência a só levar a sério os metodológicos
que participavam das suas simpatias e interesses” (LAUDAN, 2000, p. 13).
TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO
RESUMO CRÍTICO (RESENHA) DE QUATRO LIVROS
L’ origine et le
développement de la
méthode
expérimentale

Chi-Kai Lin

1931

1860 1931

“L’origine et le développement de la méthode expérimentale (1931), de C.-K. Lin, parece sofrer


de inúmeras limitações desse gênero, embora o autor tenha pelo menos consciência do
alcance restrito da sua exposição” (LAUDAN, 2000, p. 13).
TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO
RESUMO CRÍTICO (RESENHA) DE QUATRO LIVROS
L’ origine et le
développement de la
méthode
expérimentale

Chi-Kai Lin

1931

1860 1931 1960

“[...] A principal desvantagem de Leclercq está em que o domínio que pretende cobrir é muito ambicioso; ele se
propõe a examinar, em menos de 130 páginas, o desenvolvimento do seu tema desde Tales até Norbert Wiener.
Além disso, sua pretensão é enciclopédia, pelo menos no sentido de registrar os nomes da maioria dos principais
metodólogos. Platão, nesse esquema, recebe um parágrafo, enquanto Mill consegue três frases. Whewell é
abordado numa única frase, enquanto Peirce e Pearson não merecem sequer uma nota de rodapé. Infelizmente, o
livro não tem nem mesmo a graça redentora de uma narração bem encadeada. O leitor é levado bruscamente de
uma caricatura a outra, com raríssimas indicações de que os metodólogos em exame foram personagens
históricos que eventualmente trocaram idéias entre si, e não homens trabalhando em virtual isolamento”
(LAUDAN, 2000, p. 12-13).
TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO
RESUMO CRÍTICO (RESENHA) DE QUATRO LIVROS
L’ origine et le
développement de la
méthode
expérimentale

Chi-Kai Lin

1931

1860 1931 1960 1962

“[...] Mesmo à mais caridosa leitura, o livro se revela superficial e incompleto, o autor se contentando
simplesmente em repetir alguns dos velhos truísmos que obstruíram, durante décadas, um conhecimento sólido.
Lemos, assim, que o método de Descartes foi, segundo o autor, puramente a priori e não-científico. A
metodologia de Newton é examinada nos limites de dois parágrafos e não há nenhum indício de que Fowler
tenha se beneficiando dos estudos especializados acerca de figuras individuais, os quais teriam conferido
substância e significação a um tratamento geral do tipo por ele empreendido. [...] O ‘ponto’ a que Fowler se refere
dificilmente poderia ser considerado um ponto, pois se trata, na realidade, de um período de quase 500 anos. Por
outro lado, é igualmente errônea a aparente sugestão de que Hume se situa no período que vais de Bacon a
Newton” (LAUDAN, 2000, p. 12)
TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO
QUAL É A CRÍTICA PRINCIPAL DE LARRY LAUDAN?

L’ origine et le
développement de la
méthode
expérimentale

Chi-Kai Lin

1931

A CRÍTICA PRINCIPAL DE LAUDAN


Não há a distinção entre método científico e teorias do método
científico. Segundo Laudan a distinção é essa ...
[1] Método Científico → Técnicas e procedimentos para
construir teorias ou realizar experimentos.
[2] Teorias do Método Científico → Opiniões metafísicas
LARRY LAUDAN
(1941-2022) explícitas para examinar a lógica da inferência científica.
TEORIAS DO MÉTODO CIENTÍFICO
HÁ DUAS HISTÓRIAS?

DUAS HISTÓRIAS ou DOIS DESENVOLVIMENTOS?

DESENVOLVIMENTO DA ARTE DE EXPERIMENTAR


A história do método científico é, na realidade, a história de
uma arte ou técnica largamente intuitiva, que tem muito
LARRY LAUDAN
(1941-2022)
pouco a ver, provavelmente, com o discernimento
metacientífico. Há inúmeros exemplos de cientistas que,
embora tenham raramente dado um passo em falso no
laboratório, sabiam relativamente pouco acerca de conceitos
como indução, hipóteses ou explicitação científica.

DESENVOLVIMENTO DA FILOSOFIA DA CIÊNCIA


Por outro lado, contudo, a história das teorias do método
científico é necessariamente uma história das ideias e dos
conceitos. Algumas vezes, é claro, ocorre que o método de um
cientista fornece uma ilustração viva da sua própria teoria do
método, e é também verdade que podemos muitas vezes
examinar o método a fim de iluminar e clarificar a teoria do
método e vice-e-versa.
([1968]; 2000)
UM POUCO DE HISTÓRIA ...
ÓRGANON
COLETÂNEA DE OBRAS DE LÓGICA DE ARISTÓTELES

ÓRGANON (INSTRUMENTO)
CATEGORIAS

DA INTERPRETAÇÃO

PRIMEIROS ANALÍTICOS

SEGUNDOS ANALÍTICOS

TÓPICOS

REFUTAÇÕES SOFÍSTICAS
NOVUM ORGANUN
FRANCIS BACON

Novum Organum Scientiarum


A LÓGICA DA PESQUISA CIENTÍFICA
KARL POPPER

KARL POPPER
(1902-1994)
OBRIGADO!
PROF. GEORGE CAMARGO DOS SANTOS
Engenheiro Eletricista da Eletrobras desde 2003
Mestre em Engenharia Elétrica (UFRJ)
Mestre em Engenharia de Energia (UNIFEI)

E-MAIL: prof.george.camargo@gmail.com

Você também pode gostar