APRESENTAÇÃO

DE APOIO

MITO, FILOSOFIA E
CIÊNCIA
 Ementa da disciplina
Estudo das narrativas míticas greco-romanas. Análise dos mitos em perspectiva filosófica,
antropológica, psicológica e cultural. Compreensão das diferenças e relações entre mito,
filosofia e ciência. Comparação entre diferentes concepções filosóficas. Detalhamento de
temas e disciplinas da Filosofia.
 Professores
MARCELO GLEISER
Professor Convidado
O carioca Marcelo Gleiser é um cientista de renome internacional,
professor titular de física e astronomia no Dartmouth College, com doutorado
pelo King’s College de Londres. É autor de mais de 100 artigos especializados
e centenas de ensaios, publicados nos mais diferentes meios, passando por
New York Times e revistas infantis. Também é membro e ex-conselheiro geral
da American Physical Society. Detentor do Presidential Faculty Fellows
Award, dado pelo então presidente Bill Clinton, conselheiro da Sociedade
Americana de Física, presença em diversos documentários e séries de TV no
Brasil e no mundo, colunista da Folha de São Paulo por mais de 20 anos e
diretor do recém-criado Instituto de Engajamento Interdisciplinar
Dartmouth College. Gleiser é um dos intelectuais públicos de maior impacto
no pensamento contemporâneo brasileiro e mundial. Possui uma obra extensa
e é vencedor de três prêmios Jabuti, autor de 14 livros com traduções em 15
línguas. Em sua obra se destacam títulos como “Retalhos cósmicos”, “Micro
Macro”, “Cartas a um jovem cientista”, “Poeira das estrelas” e “Mundos
invisíveis”.
LUCIANO MARQUES DE JESUS
Professor PUCRS
Filósofo, professor e palestrante, Luciano Marques de Jesus tem
experiência na área de Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas:
Introdução à Filosofia, Ética e Cidadania, Antropologia Filosófica, Descartes e
Filosofia Moderna, Viktor Frankl, Logoterapia e Sentido da Vida. O professor
Luciano é famoso por suas aulas a respeito da vida e obra de Viktor Frankl, na
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Ele é autor dos
livros “Qual é o sentido? Reflexões sobre o sentido da vida a partir de Viktor
Frankl” e “A questão de Deus na Filosofia de Descartes”, além de diversos
capítulos de livros, artigos e textos em jornais e revistas.
do
 Encontros e resumo da disciplina
AULA 1 AULA 2 AULA 3

Não importa se as respostas vem dos mitos, da

filosofia ou da ciência, as perguntas sobre a origem
Todo modelo teórico é uma representação
do universo e o sentido da vida ainda são as
incompleta da realidade.
mesmas.
O mito nos faz pensar nas grandes questões da
humanidade, pois tem uma racionalidade
diferente da racionalidade científica e filosófica.

Todo o conhecimento O conhecimento filosófico é um

A experiência do real é parte fundante do
verdadeiro é contextual e conhecer pelo sentido mais
conhecimento que produzimos.
temporário. profundo.

É a natureza que dá a palavra final

O avanço do conhecimento
sobre a verdade do conhecimento, só É papel da filosofia exercer
científico deve estar subordinado
precisamos ser honestos com os dados uma função humanizadora.
a ética.
que obtemos.

MARCELO GLEISER MARCELO GLEISER LUCIANO MARQUES DE JESUS

Professor Convidado Professor Convidado Professor PUCRS
MITOS, FILOSOFIA, CIÊNCIA
AULA 1
Origens da Ciência
Origens na Natureza
Voltando ao passado...: Curiosidade e Medo
como Inspiração
A Natureza cria e destrói
A Natureza tem Padrões Regulares e Fenômenos
Inesperados
Padrões Regulares: Fases da Lua; Estações do
Ano; Nascer e Pôr do Sol; Órbitas Planetárias
O “Inesperado”: Tempestades, Terremotos,
Vulcões, Ciclones, Eclipses, Cometas
ORIGENS NA RELIGIÃO:

• Comunicação com as Forças da Natureza

• A Linguagem do Ritual
• O Xamã como “Intérprete”

• Desenvolvimento de Código Moral

• Valores do grupo → Tribo
• Explicar o “inexplicável” através
do compreensível:
Histórias, Mitos

SOMOS CONTADORES DE HISTÓRIAS!!

Origens na Grécia
Antiga

Transição do Sobrenatural à Razão

Pré-Socráticos: Explicar fenômenos naturais

através de causas naturais

A composição das coisas: Do que o mundo é

feito?

O Ser e o Devir

A noção da dialética
Platão, Aristóteles e seus
Legados

A Caverna de Platão: O que é Realidade?

Tensão entre Razão e Percepção

Onde encontramos a "Verdade"?

O Círculo perfeito existe apenas na mente!

Platão, Aristóteles e seus
Legados
Aristóteles divide o
Cosmo em dois 5 Elementos: Água,
domínios: Celeste e Terra, Ar, Fogo, “Éter”
Terrestre → 2 físicas (quintessência)
(Ser e Devir)

Explicar o mundo da Causalidade: Universo

PERCEPÇÃO e não das Mecânico, Ordem,
ideias Primeira Causa

Mas…ainda sem
experimentação:
argumentos lógicos
Platão, Aristóteles e seus
Legados

Existe ORDEM na Natureza

A razão humana PODE entender o Cosmo

A matemática descreve o mundo

Tensão entre o mundo das Ideias - geometria - e o

mundo dos sentidos

Mas modelos são apenas ferramentas e não a

Verdade

Aula 2: O Nascimento do Método Científico na Renascença

MITOS, FILOSOFIA, CIÊNCIA

AULA 2: Origens do Método Científico

Francis Bacon e o
“Método”
Francis Bacon (1561-1626): considerado o “pai” do
Empiricismo
NOVUM ORGANUM (1620)
Conhecimento científico baseado na observação cuidadosa de fenômenos
naturais e no Método Indutivo: obter resultados gerais (por exemplo,
uma lei da Natureza) a partir de algumas evidências. Por exemplo, a lei da
gravidade obtida a partir de órbitas planetárias tem muitos outros usos!

A importância essencial do CETICISMO: descubra por si mesmo - não

aceite passivamente o que outros dizem. Só assim evitará ser
ENGANADO e ser independente. (E se enganar também.)

Porém, temos que ter cuidado: exemplo “todos os cisnes são brancos” – mas
essa conclusão é baseada nos cisnes da Europa. Na Austrália existem cisnes
pretos e a “lei geral” é violada! David Hume – portanto NUNCA podemos
ter certeza absoluta de que uma afirmação geral é sempre aplicável!

A questão da VERDADE...limitada em suas generalizações.

 Foto: Saffron Blaze
Galileu e as Leis de
Movimento

Galileu Galilei (1564-1642): primeiras leis Empíricas

Modelos e matemática
Física:
INÉRCIA/ Queda Livre/ Projéteis/ Pêndulo
“ A matemática é a língua da Natureza”

Astronomia:
Lua imperfeita Luas de Júpiter Anéis de Saturno; Manchas solares

OBSERVAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO!
 Johannes Kepler Primeiras leis
(1571-1630): matemáticas dos
Geometria celeste céus!

A Natureza
Kepler e as Leis da Dados de Tico
Brahe
decide o que
está certo ou
Astronomia errado!
O MÉTODO ESTRUTURA DAS TEORIAS
CIENTÍFICAS
FENÔMENO OBSERVADO

PROPOR TEORIA: MODELAGEM

NOVOS FENÔMENOS
OBSERVADOS

NÃ
SIM TEORIA EXPLICA?
O

ACEITA REJEITA
R R
TEORIA TEORIA
© Marcelo Gleiser
MITOS, FILOSOFIA, CIÊNCIA
Aula 3: O Mapa e o Território
 2 Tipos de
Ciência:
©ES
O

1. Laboratório: manipulação e
controle
Ciências físicas e biológicas
2. Observação: manipulação não é
possível
Ciências históricas olham p/ o passado

Astronomia, paleontologia, arqueologia,

geologia
©CERN
 AMPLIFICADORES DA REALIDADE

©ESO

©CERN Atlas
©NASA
TODO INSTRUMENTO CONTA UMA HISTÓRIA!
 ©NASA

•Dados são coletados e usados para construir modelos: descrição e

previsão: Certezas e incertezas
•Instrumentos têm limites de alcance e de precisão: visões de mundo
mudam
O Que Podemos
Afirmar Sobre
a
REALIDADE?
O MÉTODO ESTRUTURA DAS TEORIAS CIENTÍFICAS

REVISITADO FENÔMENO OBSERVADO

PROPOR TEORIA: MODELAGEM

NOVOS FENÔMENOS OBSERVADOS

SIM TEORIA EXPLICA? NÃO

ACEITA REJEITA
R R
TEORIA TEORIA
© Marcelo Gleiser
A FORÇA DO MÉTODO:

• Resultados podem/devem ser duplicados – experimentos e observações podem ser

revistas (nem sempre...) – “ver para crer” — ceticismo construtivo!
• Linguagem universal: independente (em princípio) de preconceitos ou culturas —abertura
• Democrático: todos têm direito à crítica, contanto que bem fundamentada — inclusividade
• “Verdade” não é baseada em autoridade — anti-dogmatismo
• Capacidade de se auto-corrigir – dados novos, modelos novos — renovação
• Hipóteses devem ser testadas — conhecimento é gerado e não inventado
• Teoria: um sistema de ideias que explica algo, especialmente se baseado em princípios
gerais, independentes do que está sendo explicado: Teoria da gravidade universal; teoria
da evolução
• Teoria não significa suposição!!! Confirmada por experimentos/observações – mas pode
(deve!) mudar