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1.2.Eu gostaria de abrir o debate partindo de dois apontamentos feitos por Edmund
Husserl em seu Prolegômenos à Lógica Pura:
1° A definição de uma ciência interfere diretamente em seu desenvolvimento:
- A definição de uma ciência expressa seus objetivos;
- A definição de uma ciência reflete em seu desenvolvimento;
o Fenomenologia é a ciência das essências;
o Psicologia é a ciência da consciência de indivíduos psíquicos;
Ciência: Ciência:
Fenomenologia Psicologia
Domínio: Domínio:
Idealidades Investigação: Empírico
Consciência
Ciência: Ciência:
Lógica Física
Unidades
objetivas
Domínio:
Empírico
Relativismo
Ciência: cético
Psicologia
Impossibilidade
das ciências
➔ Este elemento mediador, que faz com que eu tenha um ato subjetivo e mesmo
assim ao expressar algo eu consiga fazer com que vocês entendam, se chama
idealidade ou significações ideais, que são elementos objetivos e transcendentes
a minha subjetividade.
Com este exemplo, eu quis mostrar a vocês que reduzir elementos essenciais da
compreensão como se fossem subjetivos, inviabiliza a própria experiência humana.
1.4.1. O que é o psicologismo?
Pegando o fio condutor do naturalismo de que tudo que há possui uma existência real-
natural, a psicologia empírica cuida dos dados psíquicos reais.
Diz-se psicologismo a tentativa de investigar elementos que não são da ordem do
psicológico, ou seja, que não são reais-naturais, como se fossem explicáveis ou redutíveis
ao psicológico.
Psicologismo lógico é um procedimento teórico que encarrega à psicologia fundamentar
a arte lógica1. Isto é, é na psicologia que se encontra as fontes de onde brotam os conceitos
lógicos e matemáticos, pois estes são redutíveis a nossa atividade psíquica.
1.1.1.1. As raízes do psicologismo: o naturalismo
1.1.1.2. O que é o naturalismo?
Naturalismo é um modo de atitude perante o conhecimento: toma-se os objetos
do mundo como existências espaço-temporais e que são dotados de leis no qual
estão disponíveis a serem descobertas. Desta maneira, tudo o que há deve ser
explicado segundo leis que fazem parte do fluxo natural da realidade. Tudo que é
natural é real, e possui uma existência em algum lugar no tempo e no espaço.
1
SANTOS, J.H. Do empirismo à fenomenologia. Crítica do psicologismo
nas Investigações Lógicas de Husserl. P. 38. São Paulo: Loyola, 2010.
➢ O que dá legitimidade à filosofia quando as ciências experimentais
tomam para si o objeto que antes era o dela? O que “resta” à filosofia?
Qual sua razão de ser?
2. O nascimento da fenomenologia
Para que tanto a ciência, tanto a experiência humana ganhe fundo seguro, eu preciso
de uma disciplina que escape das contradições que tanto o naturalismo, tanto o
psicologismo deixaram como legado.
Em primeiro lugar, eu preciso de uma ciência que investigue os conteúdos de
pensamento, como transcendentes ao pensamentos (como idealidades e não como
entidades reais-empíricas), são eles: leis lógicas, significações ideais. A esta ciência
é dado o nome de: Lógica pura.
Em segundo lugar, precisa-se de uma disciplina que descreva as vivências de
pensamento no qual os conceitos da lógica pura são apreendidos: são elas vivências
de pensamento e de conhecimento.
Ciência:
Ciência que investiga fatos psíquicos.
Psicologia
Conclusão
A fenomenologia tem como objeto de estudo a essência da consciência,
assim como as condições de possibilidade para a constituição da experiência
de objetos e de conhecimento.
Deste modo prepõe-se que a ela cabe o estudo de universais, que são
unidades transcendentes a própria consciência, ao passo que as ciências
empíricas, cabe os fatos particulares.
Este modo de fazer filosofia é uma opção entre outras? O que resta à filosofia
se não o universal, visto que as ciências particulares possuem método
legítimo para seus objetos? Sem o universal ainda há filosofia? De que
maneira e com que base legítima?
Bibliografia