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Curso Preparatório para Auditores Fiscais, Técnicos, Analistas e Carreiras Afins. www.cursoparaconcursos.com.br
CAPÍTULO 07 – ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Introdução
Vimos, no capítulo 02, os princípios fundamentais organizadores do Estado brasileiro. O
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princípio que mais importa agora é o federativo , pelo qual se estrutura a forma de Estado, isto é, a maneira como o
poder se distribui territorialmente. A federação se caracteriza, basicamente, pela coexistência de ordens jurídicas
autônomas. Nesse sentido, para que exista uma federação são necessários alguns requisitos: a) repartição
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constitucional de competências; b) indissolubilidade ; c) participação de vontade dos centros regionais na formação
da vontade do centro principal; d) autonomia estadual, caracterizada pela tríplice capacidade de auto-organização e
normatização próprias, autogoverno e auto-administração.
Soberania e Autonomia
A soberania é um atributo do Estado federal. No caso brasileiro, da República Federativa do
Brasil. Pode ser definida como “poder de autodeterminação plena, não condicionado a nenhum outro poder,
externo ou interno”. Autonomia, por sua, vez, é um atributo dos entes que compõem a federação. No caso do
Brasil: União, Estados, Distrito federal e Municípios. “Significa capacidade de autodeterminação dentro do círculo de
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competências traçado pelo poder soberano” e previsto na Constituição Federal .
União
“A União é fruto da junção dos Estados entre si, é a aliança indissolúvel destes. É quem age
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em nome da Federação” . A Constituição reserva alguns bens à União, vejamos:
Estados-membros
A capacidade de auto-organização dos Estados, expressa-se pela possibilidade de
elaborarem suas próprias Constituições (poder constituinte derivado decorrente), observados os princípios da
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Constituição Federal . Desempenham sua capacidade de autolegislação quando, com fundamento nas Constituições
Estadual e Federal, elaboram sua legislação interna, inovando na ordem jurídica, de acordo com as competências
delineadas na Constituição Federal. O autogoverno ocorre pela eleição, por parte dos eleitores dos Estados, de seus
representantes nos Poderes Executivo e Legislativo, sem qualquer espécie de subordinação à União ou a qualquer
outro ente federativo. Finalmente, auto-administração, que se dá pela execução dos serviços a eles designados pelo
texto constitucional.
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“O federalismo tem suas primeiras origens nos Estados Unidos. Surgiu como resposta à necessidade de
um governo eficiente em vasto território, que, ao mesmo tempo, assegurasse os ideais republicanos que
vingaram com a revolução de 1776. Para garantir a independência então conquistada, as antigas colônias
britânicas firmaram um tratado de direito internacional, criando uma confederação, que tinha como
objetivo básico preservar a soberania de cada antigo território colonial. (...) A confederação estava
debilitada e não atendia às necessidades de governo comum do vasto território recém-liberado. O
propósito de aprimorar a união redundou na original fórmula federativa (...) Os antigos Estados
soberanos confederados deixaram se ser soberanos, mas conservaram a sua autonomia, entregando a
uma nova entidade, a União, poderes bastantes para exercer tarefas necessárias ao bem comum de todos
os estados reunidos”. MENDES, Gilmar Ferreira et al. Curso de direito constitucional. Op. cit. p. 753.
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Uma das características que diferenciam a federação da confederação é, justamente, a inexistência do
direito de secessão na forma federativa de Estado. Isto é o que se denomina indissolubilidade, princípio
previsto no artigo 1º de nossa Constituição.
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As definições de soberania e autonomia foram extraídas de Gilmar Mendes e outros, com adaptações.
MENDES, Gilmar Ferreira et al. Op. cit. p.754.
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Idem, ibidem. p.758.
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A respeito, confira o artigo 11, do ADCT: “Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes
constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta”.
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Os Estados possuem Pode Executivo (chefiado pelo Governador), Legislativo (exercido pela
Assembléia Estadual) e Judiciário (cujo órgão máximo é o Tribunal de Justiça).
Municípios
Os Municípios se auto-organizam pela elaboração das leis orgânicas que, segundo o texto
constitucional, devem atender aos princípios estabelecidos nas Constituições estaduais e federal. As leis orgânicas
devem ser aprovadas pelas Câmaras Municipais, que constituem o Poder Legislativo em âmbito municipal. Além do
Legislativo, os Municípios detém Poder Executivo (chefiado pelo Prefeito), porém, não possuem Poder Judiciário.
Distrito Federal
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“Para abrigar a sede da União, o constituinte criou o Distrito Federal” . A primeira
observação importante a fazer refere-se ao fato de que o Distrito Federal não se confunde com os Estados-
membros, nem com os Municípios. Trata-se de ente federativo autônomo, pessoa jurídica de direito público interno,
que detém competências próprias, estabelecidas diretamente pela Constituição Federal.
A Constituição proíbe que o Distrito Federal divida-se em Municípios. Ele abriga Brasília, que
é a capital federal, mas não é Município. O Distrito Federal se organiza por meio de lei orgânica, elaborada pela
Câmara Legislativa (Poder Legislativo distrital), atendidos os princípios da Constituição Federal. Além do Legislativo,
o Distrito Federal possui Poder Executivo (chefiado pelo Governador). O Poder Judiciário atua em seu território,
entretanto, possui uma característica importante, uma vez que é organizado e mantido pela União (conferir o artigo
21, inciso XIII, da CF).
Territórios federais
Os territórios subordinam-se à União. Atualmente não existem, mas podem ser criados, nos
termos do artigo 18, §2º, da Constituição. A doutrina titubeia com relação à natureza jurídica dos territórios, mas
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pode-se afirmar, com alguma segurança, que se tratam de descentralizações administrativo-territoriais ,
aproximando-se das autarquias (seriam “autarquias territoriais”), integrantes da União. Poderão ser divididos em
Municípios (ao contrário do Distrito Federal, em que essa possibilidade inexiste). Nos territórios com mais de cem
mil habitantes haverá Governador nomeado, Câmara Territorial (Poder Legislativo) e Poder Judiciário, este
organizado e mantido pela União, nos termos do art. 21, inciso XIII.
Brasília
Brasília é a capital federal. Não é Município! Tem como função servir de Capital da União,
Capital Federal, Capital da República Federativa do Brasil e também sede do governo do Distrito Federal, conforme
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dispõe o artigo 6º da respectiva Lei Orgânica .
Repartição de competências
Sabemos que os entes federativos, União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios
são todos autônomos. Mas, o que significa esta autonomia? Valladão ensina: “A parcela de autonomia de cada ente
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federativo é o conjunto de competências que lhe são atribuídas como suas diretamente pela Constituição” . Ou seja,
a autonomia dos entes federativos relaciona-se com suas competências, com as faculdades juridicamente atribuídas
aos entes federativos pela Constituição. Mas, qual teria sido o critério utilizado pela Constituição para efetuar essa
repartição?
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MENDES, Gilmar Ferreira et al. Curso ... Op. cit. p.770.
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“Esses territórios são descentralizações administrativas da União, carecendo de autonomia”. MENDES et
al. Curso ... Op. cit. p.772.
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Lição de José Afonso da Silva. Comentário ... Op. cit. p. 248.
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VALLADÃO. Op. cit. p. 261.
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Note que o Distrito Federal acumula, em regra, as competências dos Estados-membros e dos
Municípios.
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Estados-membros devem ter o máximo de competências que possam reter, entregando-se à União apenas aquelas
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que sejam imprescindíveis à manutenção do próprio Estado federal” .
Introdução
Quando analisamos o princípio da separação de poderes, vimos que, na verdade, o poder é
uno e indivisível. O que se divide são as funções. Estas são distribuídas entre três órgãos, chamados pela
Constituição de “Poderes” (Poder Executivo, Legislativo e Judiciário). Que funções seriam essas? Funções de legislar,
fiscalizar, administrar e julgar. São exercidas por estes diferentes órgãos de maneira predominante (quando são
designadas funções típicas) ou de maneira excepcional (quando são designadas funções atípicas). Assim, podemos
esquematizar da seguinte maneira:
1. Poder Legislativo – a) funções típicas: legislar e fiscalizar; b) funções atípicas: administrar e julgar;
2. Poder Executivo – a) função típica: administrar; b) funções atípicas: legislar e julgar;
3. Poder Judiciário – a) função típica: julgar; b) funções atípicas: administrar e legislar.
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VALLADÃO. Op. cit. p.262.
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Cuidado! Os municípios não estão incluídos neste rol.
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Poder Executivo
Princípios e funções
A Constituição adotou o sistema presidencialista, que detém algumas características
importantes:
1. irresponsabilidade política do presidente em face do legislativo – não significa que o Chefe do Executivo
possa atuar da maneira que bem entender, sem cumprir nenhuma regra. Muito pelo contrário, pode
perder o cargo, por exemplo, em caso de crime de responsabilidade. Tal princípio significa, na verdade, que
as opções políticas do Presidente não dependem da aquiescência do Legislativo; que suas ações políticas
não ficam na dependência da aprovação dos membros do parlamento. Isso ocorre porque o Presidente é
eleito diretamente pelos cidadãos, ou seja, não é alçado ao poder pelo Poder Legislativo – como ocorre no
parlamentarismo;
2. unipessoalidade da chefia do Poder Executivo – o Presidente acumula as funções de chefe de governo e
de chefe de estado. Pela primeira, o chefe do executivo atua administrando e implementando seu projeto
político para o Estado. Pela segunda, o Presidente atua no exterior, representando o país na comunidade
internacional.
Estrutura e atribuições
Como ensina José Afonso da Silva, no artigo 76, a expressão “Poder Executivo” significa
“função executiva”, ou seja, o conjunto de atribuições, faculdades e prerrogativas que a Constituição confere ao
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Presidente da República . Note, então, que o titular do exercício da função executiva é apenas o Presidente da
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República, que é auxiliado pelos Ministros de Estado .
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Os Poderes Legislativos dos Estados-membros, Distrito Federal e Municípios são unicamerais.
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SILVA, José Afonso da. Comentário ... Op. cit. p.474.
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CF: “Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos
e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta
Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na
área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;
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O artigo 84 enumera as atribuições do Presidente da República . Dentre as atribuições
assinaladas pelo dispositivo, uma das mais importantes é a que vem consignada no inciso IV: “sancionar, promulgar
e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”. Na primeira parte, o
dispositivo trata da participação do Chefe do Poder Executivo no exercício de função legislativa. Assinala parte de
suas atribuições no processo legislativo, dentre as quais: a sanção, a promulgação e a publicação das leis. O inciso
tem relação com o sistema de frios e contrapesos, posto que a sanção do Presidente significa sua aquiescência com
o projeto de lei elaborado pelo Poder Legislativo.
A última parte do dispositivo trata do poder regulamentar do Presidente da República.
Quer “poder” seria esse? O de expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das leis. Vimos que as leis são
atos normativos primários, porque inovam no ordenamento jurídico. Muito bem, em razão do caráter genérico e
abstrato das leis, muitas vezes é necessário especificá-las, para que possam ser aplicadas. Esta “especificação”, esse
“detalhamento”, é feito por decreto do Poder Executivo que, nesse caso, denomina-se decreto regulamentar ou
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executivo . Tal decreto não pode inovar na ordem jurídica. É ato normativo secundário porque se limita a conferir
executoriedade à lei.
Tratando ainda do artigo 84, grande parte dos examinadores tem predileção por questões
sobre o parágrafo único. O dispositivo trata das atribuições do Presidente da República que podem ser delegadas,
ou seja, ter o exercício transferido a outras autoridades. Para compreender bem a questão, devemos responder a
duas questões: 1. Quais atribuições podem ser delegadas? i) Inciso VI: dispor, mediante decreto, sobre: a)
organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda
Constitucional nº. 32, de 2001); ii) Inciso XII: conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos
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órgãos instituídos em lei; iii) Inciso XXV, PRIMEIRA PARTE: prover os cargos públicos federais, na forma da lei. 2.
Quais autoridades podem receber tal delegação? i) Ministros de Estado; ii) Procurador Geral da República; iii)
Advogado-Geral da União. Finalmente, tais autoridades não têm legitimidade para atuar da maneira que quiserem,
pelo contrário, devem observar “os limites traçados nas respectivas delegações”.
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Mas o que ocorre se, além do Presidente, também o Vice, estiver afastado? Nesse caso
chama-se ao exercício interino e provisório: a) o Presidente da Câmara dos Deputados; b) o Presidente do Senado
Federal; c) o Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Mas, pense em uma situação mais drástica. O que aconteceria se tanto o Presidente como o
Vice se afastassem definitivamente do cargo, por qualquer razão? Resposta: novas eleições. Essa nova eleição deve
ser realizada da seguinte maneira: 1) caso a vacância ocorra nos dois primeiros anos do período presidencial,
convoca-se eleição direta, após noventa dias de aberta a última vaga; 2) caso a vacância ocorra nos dois últimos
anos, realiza-se eleição indireta, pelo Congresso Nacional, até trinta dias depois de aberta a última vaga. Em
qualquer caso, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Poder Judiciário
Garantias
Quando analisamos o princípio da separação de poderes, vimos que os mesmos são
“independentes” e harmônicos. Essa independência, na verdade, significa autonomia. Ou seja, cada um desses
órgãos tem suas prerrogativas assinaladas na Constituição e devem exercê-las sem que um interfira na atividade do
outro (a não ser, é claro, dentro dos limites estabelecidos pelo próprio texto constitucional).
O Poder Judiciário, muitas vezes, vê-se na situação de decidir conflitos nos quais o próprio
Estado (geralmente o Estado-Administração) é diretamente interessado. Por isso, a manutenção de sua autonomia
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ganha especial relevo. Para tanto, são estabelecidas algumas garantias. Alexandre de Moraes divide as garantias
do Poder Judiciário em: a) garantias institucionais; b) garantias dos membros. Vejamos cada qual:
1) garantias institucionais – respeitam à instituição como um todo. Dividem-se em:
a) autonomia funcional, administrativa e financeira do Poder Judiciário:
b) modo de escolha dos dirigentes dos tribunais – eleição do órgão diretivo sem a interferência dos
demais Poderes:
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“O princípio da proteção judicial efetiva configura pedra angular do sistema de proteção de direitos.
(...) Destaca-se que, diferentemente do Legislativo e do Executivo, que se encontram em relação de certo
entrelaçamento, o Poder Judiciário, ou a Jurisdição, é aquele que de forma mais inequívoca se singulariza
com referência aos demais Poderes. Konrad Hesse observa que não é o fato de o Judiciário aplicar o
direito que o distingue, uma vez que se cuida de afazer que, de formais mais ou menos intensa, é levado a
efeito pelos demais órgãos estatais, especialmente pela Administração. Todavia, o que caracteriza a
atividade jurisdicional é a prolação de decisão autônoma, de forma autorizada e, por isso, vinculante, em
casos de direitos contestados ou lesados”. MENDES, Gilmar Ferreira et al. Op. cit. p.883/884.
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SILVA, José Afonso da. Comentário ... Op. cit. p.505.
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MORAES. Op. cit. p.466.
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Estatuto da Magistratura - art. 93
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Na análise do artigo 93, importante para seu concurso, você deve privilegiar o estudo dos incisos
alterados pela Emenda Constitucional nº. 45/2004, bastante solicitados pelos examinadores.
Comentaremos inciso por inciso, para facilitar o estudo.
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SILVA, José Afonso da. Comentário ... Op. cit. p.508.
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promover a aceleração dos processos. O último inciso (XV) determina, justamente, a distribuição imediata dos
processos, em todos os graus de jurisdição, ou seja, inclusive junto aos Tribunais.
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Idem, ibidem. p.513.
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i) 03 dentre advogados de notório saber jurídico, conduta ilibada e com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional;
ii) 02, por escolha paritária, entre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.
Os ministros militares devem ser da ativa e do posto mais elevado da carreira. Além do
mais, devem ser brasileiros natos. Os ministros civis devem ser brasileiros natos ou naturalizados e ter idade
superior a 35 anos.
Definição
Segundo Alexandre de Moraes, “a administração pública pode ser definida objetivamente
como atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses coletivos e
subjetivamente como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício de função
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administrativa do Estado” .
Princípios
A administração pública direta e indireta, de qualquer do poderes, da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, rege-se pelos seguintes princípios:
1. Legalidade – diferentemente do que foi visto por ocasião da análise do artigo 5º, inciso II, da Constituição,
aqui a legalidade constitui vetor de atuação para a Administração Pública; ou seja, enquanto ao particular é
dado fazer tudo o quanto não seja proibido, a Administração apenas pode fazer o que a lei determina;
2. Impessoalidade – veicula a idéia de que as realizações do Administrador não se vinculam à sua pessoa, mas
sim à instituição a que pertence; há um dispositivo constitucional que abriga expressamente esse princípio:
3. Moralidade – a moralidade passou a ser fundamento de validade dos atos administrativos (assim como
concordância dos mesmos com a lei). Nesse sentido, se é dado ao juiz anular um ato administrativo porque
é ilegal, também é dado ao mesmo anulá-lo por ser imoral;
4. Publicidade – os atos administrativos devem ser controlados por toda a sociedade, razão pela qual a
publicidade é uma exigência constitucional; a publicidade também se relaciona ao início da produção dos
efeitos do ato e, portanto, é importante no que refere à exigibilidade das condutas com relação aos
particulares;
5. Eficiência – “Assim, princípio da eficiência é aquele que impõe à Administração Pública direta e indireta e a
seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma
imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade,
primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos
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recursos públicos de maneira a evitar-se desperdícios e garantir-se uma maior rentabilidade social” . A
eficiência passou a ser, por exemplo, condição para a aquisição, pelo servidor, de sua estabilidade – art. 41,
§4º. Exemplo do princípio da eficiência constitucionalizado pela Emenda Constitucional nº. 19/98, reside no
§3º, do art. 37:
O §2º, do artigo 39, também veicula o princípio da eficiência, quando determina a criação de “escolas de
governo”, para a formação e aperfeiçoamento dos servidores públicos:
25
MORAES. Op. cit. p.313.
26
Idem, ibidem. p.320.
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Não deixe de conferir o artigo 12, §3º, que reserva alguns cargos apenas aos brasileiros natos.
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O prazo de validade do concurso é de ATÉ dois anos, conforme preceitua o inciso III,
podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período, ou seja, por mais dois anos. Durante este prazo, o
aprovado tem prioridade na convocação. Nesse ponto, é necessário ressaltar importante alteração no
posicionamento jurisprudencial do STJ. O tribunal passou a entender que o candidato aprovado em concurso,
classificado dentro do número de vagas previsto pelo edital, não tem mera expectativa de direito à nomeação, mas,
ao contrário, direito adquirido à mesma e à posse.
O inciso VIII vai no sentido de implementar o princípio da isonomia. Ou seja, determina um
tratamento especial às pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Lembre-se sempre dos requisitos de
razoabilidade exigidos para esses tratamentos. O §2º, estabelece as conseqüências relativas à inobservância das
regras previstas nos incisos II e III: a) nulidade do ato; b) punição da autoridade responsável.
O inciso V se refere ao exercício de atribuições de direção, chefia e assessoramento,
especificando dois expedientes:
a) funções de confiança – exercidas por servidores ocupantes de cargos públicos efetivos;
b) cargos em comissão – a serem preenchidos por servidores de carreira, nos casos especificados em lei.
Os incisos VI e VII asseguram aos servidores públicos os direitos de: a) associação sindical; b)
greve, nos termos e limites estabelecidos em lei específica. O que significa que o inciso VIII é norma constitucional
de eficácia limitada. Cabe mencionar que o STF julgou procedente pedido efetuado em Mandado de Injunção,
possibilitando aos servidores públicos o pleno exercício do direito de greve, nos termos da decisão, enquanto não
houver regulamentação legal.
O inciso IX trata de hipótese em que não há a necessidade de realização de concurso
público. Isso não significa que não haja qualquer espécie de processo seletivo. A lei nº. 8.745/93, que regulamenta o
dispositivo em âmbito federal, estabelece a necessidade de um processo seletivo simplificado. Ademais, enumera
exemplos do que se entende por “necessidade temporária” e “excepcional interesse público” e reafirma que a
contratação deve ocorrer “por tempo determinado”.
O inciso XII determina uma equalização entre os vencimentos relativos à Administração dos
três poderes. “Ele significa que a aplicação da isonomia tem por referência os cargos do Executivo. Isto é, os
servidores dos três Poderes têm direito à paridade isonômica dos vencimentos, mas a parificação se faz com cargos
iguais ou assemelhados do Poder Executivo. Essa isonomia entre servidores de Poderes diversos é o que se chama
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‘paridade de vencimentos’, que toma por base os fixados para os servidores do Poder Executivo”. O inciso XIII visa
a evitar o “efeito cascata”, quando alguma categoria é agraciada com aumento de remuneração. José Afonso da
Silva aponta a “redação defeituosa” do dispositivo e explica: “De fato, o dispositivo veda a vinculação ou
equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para efeito de remuneração de pessoal do serviço público,
quando, na verdade, o que se veda é a vinculação ou equiparação de cargos, empregos ou funções para efeitos de
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remuneração. E assim é que deve entender-se o dispositivo”. Da mesma forma, o inciso XIV visa a impedir que a
concessão de um aumento em relação a algum componente remuneratório do servidor público possa produzir,
também, aumento “em cascata”. “O que é importante destacar é que a interpretação do dispositivo reconhece que
ele admite vantagens pecuniárias, entre as quais os adicionais por tempo de serviço, deixando à discrição dos entes
federativos sua instituição ou não, assim como os critérios para sua percepção pelos servidores, mas veda (a) sua
incidência cumulativa, ou seja, umas vantagens pecuniárias sobre outras; (b) seu cômputo para fins de acréscimos
ulteriores, ou seja, o percentual da vantagem não pode ser somado ao padrão de vencimento para o efeito de
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constitui a base para a incidência da vantagem sucessiva” .
O inciso XV assegura a irredutibilidade de vencimentos do servidores públicos. Isto significa
que nem o padrão, nem os adicionais ou outras vantagens fixas poderão ser reduzidos. O dispositivo ressalta,
contudo, a incidência do imposto de renda, nos termos do art. 150, inc. II (princípio da isonomia tributária) e 153, III,
c.c. §2º, I.
O inciso XVI veda a acumulação remunerada de cargos. Insistimos na palavra
“remunerada”. Ou seja, o que a Constituição veda não é acumulação de cargos, mas a acumulação remunerada dos
mesmos. Assim, a regra é a vedação da acumulação de cargos remunerados. Há exceções? Sim. Quando houver
compatibilidade de horários, pode-se acumular remuneradamente: a) dois cargos de professor; b) um cargo de
professor com outro, técnico ou científico; c)dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, com
profissões regulamentadas. Tal vedação estende-se a: a) empregos e funções; b) autarquias, fundações, empresas
28
SILVA, José Afonso da. Comentário ... Op. cit. p.342.
29
Idem, ibidem. p.342.
30
Id., ibid. p.343.
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Direito Constitucional
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públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias, sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
Poder Público.
As administrações fazendária e tributária recebem um tratamento especial por parte da
Constituição nos incisos XVIII e XXII, que asseguram: a) à primeira, precedência com relação aos demais setores da
Administração; b) à segunda, recursos prioritários para a realização de suas atividades.
o
O §4 , do artigo 37, trata dos atos de improbidade administrativa. “Comparando
moralidade e probidade, pode-se afirmar que, como princípios, significam praticamente a mesma coisa, embora
algumas leis façam referência às duas separadamente, do mesmo modo que há referência aos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade como princípios diversos, quando este último é apenas um aspecto do
primeiro. (...) No entanto, quando se fala em improbidade como ato ilícito, como infração sancionada pelo
ordenamento jurídico, deixa de haver sinonímia entre as expressões improbidade e imoralidade, porque aquela tem
um sentido muito mais amplo e muito mais preciso, que abrange não só os atos desonestos ou imorais, mas
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também e principalmente atos ilegais” .
Na verdade, os atos de improbidade administrativa podem ser compreendidos como atos
de imoralidade, qualificados. Os atos de improbidade, nos termos da Constituição Federal, podem redundar em: 1)
suspensão dos direitos políticos – “suspensão” e não “perda”; 2) perda da função pública; 3) indisponibilidade dos
bens; 4) ressarcimento ao erário; 5) sem prejuízo da ação penal cabível.
o
O §5 trata prescrição dos ilícitos administrativos. Prescritibilidade pode ser compreendida
como perda da exigibilidade de um direito, pela inércia de seu titular. Isto pode ocorrer nas relações em que as
pretensões se dirigem dos administrados para a Administração, ou vice-versa. O dispositivo acima trata da
prescritibilidade dos ilícitos administrativos. Ou seja, a LEI estabelecerá o período de tempo após o qual a
Administração não pode mais exercer seu jus persequendi relativamente ao agente que praticou um ilícito
administrativo. Há, entretanto, uma ressalva. Nem tudo prescreve. As ações de ressarcimento não prescreverão,
nos termos do parágrafo acima citado.
o
O §6 prescreve a responsabilidade objetiva do Estado. “É chamada teoria da
responsabilidade objetiva, precisamente por prescindir da apreciação dos elementos subjetivos (culpa ou dolo); é
também chamada teoria do risco), porque parte da idéia de que a atuação estatal envolve um risco de dano, que
lhe é inerente. Causado o dano, o Estado responde como se fosse uma empresa de seguro em que os segurados
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seriam os contribuintes que, pagando os tributos, contribuem para a formação de um patrimônio coletivo” .
Segundo o dispositivo em comento, os requisitos exigidos para que se configure a
responsabilidade objetiva do Estado são:
a) que o ato lesivo seja praticado por pessoa jurídica de direito público ou pessoa jurídica de direito privado
prestadora de serviço público;
b) ocorrência de dano a terceiros;
c) que o dano seja causado por agente que aja nessa qualidade específica;
d) existência de nexo causal entre o dano e a ação ou omissão administrativa;
e) ausência de causa excludente da responsabilidade estatal.
Estabilidade
A estabilidade é um direito que a Constituição assegura ao servidor público. É garantia do
servidor, não atributo do cargo. Constitui o direito que o servidor tem de não ser desligado do cargo, a não ser:
31
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 765.
32
Idem, ibidem. p.610/611.
33
VALLADÃO. Op. cit. p.336.
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a) em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
b) processo administrativo, assegurada a ampla defesa;
c) procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada, também a
ampla defesa;
“A exoneração de servidor público efetivo durante o estágio probatório independe de
processo administrativo, sendo imprescindível, outrossim, o exercício do direito à ampla defesa como espécie de
34
procedimento sumário” . São condições para a aquisição da estabilidade: a) ocupantes de cargo efetivo; b) ingresso
em virtude de concurso público; c) três anos de efetivo exercício (estágio probatório); d) aprovação em avaliação
especial de desempenho efetuada por comissão instituída especialmente para essa finalidade - §4º;
É possível que a demissão do servidor estável seja invalidada por sentença judicial? Sim. O
que acontece, então? Vejamos: a) o servidor será reintegrado aos quadros do serviço público; b) o eventual
ocupante da vaga, se estável será: i) reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização; ii) aproveitado em
outro cargo; iii) posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
É possível que o cargo do servidor estável seja declarado extinto ou desnecessário? Sim.
Conseqüência: o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço,
até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Introdução
“Na teoria jurídica a palavra ‘segurança’ assume o sentido geral de garantia, proteção,
estabilidade de situação ou pessoas em vários campos, dependente do adjetivo que a qualifica. ‘Segurança pública’
35
é manutenção da ordem pública” . O artigo 144 da Constituição estabelece que as atividades relacionadas à
segurança pública são dever do Estado e direito e responsabilidade de todos. Ademais, as finalidades a orientar o
exercício destas atividades são: 1) preservação da ordem pública; 2) incolumidade das pessoas; 3) incolumidade do
patrimônio.
36
Polícia
É importante compreender que a palavra “polícia”, no contexto do artigo 144, pode
significar “função” ou “órgão”. Ou seja, existe uma determina “função” exercida pelas autoridades do Estado, que se
caracteriza como sendo de “polícia”. Essas mesmas autoridades, como órgãos, podem receber a designação de
“polícia” ou não, dependendo da opção feita pelo Poder Constituinte Originário. De qualquer modo, a segurança
pública (ou seja, as atividades relacionadas à preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do
patrimônio), é uma função de polícia.
A função policial, ou, atividade de polícia, realiza-se de várias maneiras. Assim, pode-se
pensar em polícia administrativa e polícia de segurança. Esta última, pode ser compreendida como polícia
ostensiva ou polícia judiciária. Assim, temos: Polícia (Função): a) administrativa; b) segurança: i) ostensiva; ii)
judiciária.
A função policial administrativa tem por objeto limitações impostas a bens jurídicos
individuais, como liberdade e propriedade. A função policial de segurança, pode ser compreendida sob dois
aspectos. Primeiro, como atividade ostensiva, que tem como objeto a preservação da ordem pública, podendo
utilizar-se das medidas necessárias (e autorizadas legalmente) para evitar o dano ou o perigo às pessoas. Segundo,
como atividade judiciária, significando as ações necessárias para reprimir o crime, depois que este ocorreu (como,
por exemplo, a instauração do inquérito policial, a oitiva de testemunhas, os exames periciais, etc).
O artigo 144 enumera os órgãos encarregados do exercício da função policial. Ou seja, nos
incisos deste artigo, constam as autoridades encarregadas do exercício da função policial, a saber: 01 - polícia
federal; 02 - polícia rodoviária federal; 03 - polícia ferroviária federal; 04 - polícias civis; 05 - polícias militares e
corpos de bombeiros militares.
Responsabilidade
34
VALLADÃO. Op. cit. p.340.
35
SILVA, José Afonso da. Comentário ... Op. cit. p.635.
36
Passo a expor, sucintamente, a lição de José Afonso da Silva, constante de seu Comentário contextual
à Constituição. Op. cit. p.635/640.
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Uma pergunta impõe-se desde logo: qual dos entes federativos é responsável pelas
atividades relacionadas à segurança pública. Resposta: todos, uma vez que o caput do artigo 144 evidencia que a
segurança pública é dever do Estado. Entretanto, pelo desenho constitucional das competências, pode-se afirmar
que a responsabilidade primária pertence aos Estado-federados.
Estrutura orgânica
1) Polícias federais
A Constituição menciona três polícias federais:
a) Polícia Federal propriamente dita – é instituída por LEI como órgão permanente. Organizada, mantida pela União
e estruturada em carreira, destina-se a:
i) apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços
e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
ii) prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
áreas de competência;
iii) exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
iv) exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
b) Polícia Rodoviária Federal – órgão permanente, organizado e mantido pela União, além de ser estruturado em
carreira. Destina-se, na forma da lei, ao: i) patrulhamento ostensivo das rodovias federais (e não das estaduais).
c) Polícia Ferroviária Federal – órgão permanente, organizado e mantido pela União, além de ser estruturado em
carreira. Tem como atribuições, na forma da lei: i) o patrulhamento ostensivo das ferrovias federais (e não das
estaduais).
2) Polícias estaduais
a) Polícia Civil – Dirigidas por delegados de polícia de carreira, subordinam-se ao Governador do Estado, DF ou
Território. Seus integrantes são servidores estaduais. Incumbe à polícia civil exercer: i) a função de polícia judiciária
e a apuração das infrações penais, EXCETO: a) as de competência da polícia federal; b) as militares.
b) Polícia Militar – os membros da polícia militar são servidores militares. Além disso, a polícia militar é uma força
auxiliar e reserva do Exército e subordina-se aos Governadores dos Estados, DF e territórios. Destina-se a exercer a
função de polícia ostensiva e preservação da ordem pública.
c) Copos de Bombeiros Militares – trata-se de força auxiliar do exército. Subordina-se ao governador do Estado, DF
ou Território. Seus membros são servidores militares. Aos corpos de bombeiros incumbe: i) as atribuições
estabelecidas em lei; ii) execução das atividades de defesa civil.
Guardas municipais
Os Municípios não detém qualquer responsabilidade específica no que tange à segurança
pública. Não exercem função policial típica, nem possuem órgãos policiais. As guardas municipais destinam-se à
proteção dos bens, serviços e instalações do Município, conforme dispuser a lei. José Afonso ensina que as guardas
municipais estão autorizadas a exercer função policial ostensiva auxiliar e estática (por exemplo, atendimento e
orientação em postos policiais da Polícia Militar e sob orientação desta).
37
Conferir item 7.7.
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GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988. 5ª ed. São Paulo: Malheiros
Editores, 2000. p.52/53.
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trabalhador, para atender aos riscos de doença, velhice, invalidez, morte e desemprego” . Previdência social é uma
espécie de seguro. Um seguro social. E como em todo seguro, está implícita a idéia de prévio financiamento. Por
isso, os trabalhadores apenas têm acesso aos benefícios previdenciários, relativos aos riscos sociais, se efetuarem
prévio recolhimento aos cofres governamentais.
39
SILVA, José Afonso da. Comentário ... Op. cit. p. 773.
40
Idem, ibidem. p.781.
41
Id., ibid. p.804.
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brasileiro; II – produção, promoção e difusão de bens culturais; III – formação de pessoal qualificado para a gestão
da cultura em suas múltiplas dimensões; IV – democratização do acesso aos bens de cultura; V – valorização da
diversidade étnica e regional.
42
Id., ibid. p.823.
43
Id, ibid. p.833.
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própria natureza ou pela lei, ao uso coletivo. O meio ambiente considerado como bem de uso comum, significa que
seus atributos não podem ser de apropriação privada, ainda quando pertençam a particulares.
Além do mais, a Constituição determina que todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida. Por isso, impõe ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo, para as presentes e futuras gerações. Dentre as obrigações do Poder Público,
encontram-se: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; II - definir, em todas as unidades da Federação, espaços
territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a
produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da
lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade.
A Constituição finaliza o capítulo estipulando que: 1) a floresta amazônica, a mata atlântica,
44
a serra do mar e o pantanal mato-grossense são considerados patrimônio nacional; 2) as terras devolutas ou
arrecadas pelo Estado são indisponíveis; 3) as usinas que operem que reator nuclear só poderão ser instaladas se
houver lei federal especificando suas possíveis localizações.
44
“Terras devolutas” são terras do patrimônio público não aplicadas a algum uso público.
45
Estado “laico” significa dizer que não há religião oficial, nos termos do artigo 19, inciso I, da
Constituição: “Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I -
estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter
com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público”;
46
Conferir item 3.2.4., a respeito da isonomia entre homens e mulheres.
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Como ocorre com a criança e adolescente, a proteção ao idoso é responsabilidade da
família e do Estado. Devem assegurar a participação da pessoa idosa na comunidade, defender sua dignidade, seu
bem-estar e garantir seu direito à vida.
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