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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências Agrárias


Curso: Engenharia Agro-pecuária

CADEIRA: Culturas arvenses

TEMA: Resumo de trabalho de pimentão (paprika)

Discente: Docente:

183052071048 Quisito Raiva

Ulónguè, Abril de 2020


Cultivo do Pimentão (páprika)

O pimentão, Capsicum annuum (Solanaceae), é uma hortaliça de grande importância


socioeconômica no Brazil.

De acordo com NASCIMENTO & BOITEUX (1992), a cultura situa-se entre as dez
hortaliças mais importantes do Brasil sendo comercializado como fruto verde, vermelho,
amarelo, laranja, creme e roxo. A cor do fruto influencia no seu sabor e aroma.

Atualmente, verifica-se que tem crescido o interesse comercial pelas cultivares de frutos
vermelhos. Seus frutos possuem alto teor de vitamina C e são utilizados na fabricação de
condimentos, conservas e molhos(CARVALHO et al., 2011).

O cultivo do pimentão em ambiente protegido é muito difundido e o manejo da irrigação


nessas condições, pode basear-se em fatores do solo, do clima e da planta. O emprego isolado de
sensores de solo, tanto para indicar o momento quanto para quantificar o volume de água a
aplicar, surge como uma alternativa viável, com baixo custo e relativa praticidade
(FIGUEIRÊDO, 1998).

A propagação do pimentão (Capsicum annuum L.) é realizada unicamente através de


sementes pelo que a sua qualidade e os fatores de germinação devem ser os mais favoráveis para
se obter um máximo de percentagem de germinação e determinar a faculdade germinativa. A
germinação e a emergência das sementes de pimentão normalmente é lenta a temperatura
ambiente e ainda mais demorada a baixa temperatura. A 25ºC, a radícula requer três dias para
emergir, enquanto a 15ºC necessita de nove dias (Pádua et al., 1984).

Origem

Com a chegada dos navegadores portugueses e espanhóis ao continente americano,


muitas espécies de plantas foram descobertas, entre elas as pimentas. As pimentas do género
Capsicum já eram utilizadas pelos índios americanos (nativos) e mostravam-se mais picantes que
a pimenta-do-reino (Piper nigrum), cuja busca foi, possivelmente, uma das razões das viagens
que culminaram com o descobrimento do Novo Mundo.
Então, o centro de origem do pimentão, assim como das pimentas cultivadas e silvestres é
o continente americano. Depois do descobrimento das Américas, as pimentas foram introduzidas
em diferentes áreas e hoje encontram-se dispersas pelo mundo. No entanto, há de se esclarecer
que, depois de seleccionadas nas áreas originais (centros primários), estas plantas podem (e
muitas vezes o foram) ser introduzidas em áreas diferentes, onde, pelo processo de selecção,
continuam gerando novos tipos morfológicos. Por esse motivo, as novas áreas são consideradas
centros secundários.

Assim, o centro primário de diversidade de C. annuum var. Annuum (a forma


domesticada mais variável e largamente cultivada, a qual pertence o pimentão) inclui México e
América Central; centros secundários existem no sudeste e centro da Europa, África, Ásia e
partes da América Latina.

Foi substancial a contribuição histórica brasileira na dispersão destas plantas pelo mundo,
eficientemente feita pelos portugueses e pelos povos que eram transportados em suas
embarcações. As rotas de navegação no período de 1492-1600 permitiram que as espécies
picantes e doces de pimentas viajassem o mundo. As pimentas foram então, introduzidas na
África, Europa e posteriormente na Ásia.

Importância Económica

O cultivo de pimentões é uma actividade significativa para o sector agrícola


Moçambique, sendo responsável anualmente por cerca de 10.000 ha de área cultivada, com a
produção de aproximadamente 200.000 toneladas de frutos. O pimentão figura entre as dez
hortaliças mais importantes de Moçambique.

A cultura também exerce significativa importância na agricultura familiar, pois a integra


à
agroindústria, devido a sua elevada capacidade de geração de emprego e renda e por seu custo de
produção por hectare ser relativamente baixo, se comparado aos custos de outras hortaliças,
fazendo com que o pimentão esteja posicionado como uma hortaliça de grande valor
socioeconômico para a agricultura familiar no Brasil (COSTA & HENZ, 2007).

Valor Nutricional
Os frutos de Capsicum são fontes importantes de três antioxidantes naturais: a vitamina
C, os carotenóides e a vitamina E. Há evidências de que os antioxidantes previnem doenças
degenerativas como o câncer, doenças cardiovasculares, catarata, mal-de-Parkinson e mal-
deAlzheimer, por sequestrarem radicais livres.

As pimentas doces e os pimentões possuem alto teor de vitamina C; algumas variedades


de pimentão possuem até 340 miligramas por 100 gramas (ver tabela 1). Um fruto de pimentão
vermelho possui quantidade de vitamina C (180 miligramas por 100 gramas) suficiente para
suprir as necessidades diárias de até seis pessoas. É importante ressaltar que, na secagem, os
frutos perdem praticamente toda a vitamina C, e no cozimento a perda é de cerca de 60%.

As pimentas doces são amplamente usadas como corantes naturais, na forma de extractos
concentrados (oleorresinas) e de pó (colorau ou páprica). A pimenta vermelha é uma das
hortaliças mais ricas em betacaroteno e betacriptoxantina, carotenóides com importante valor
nutricional devido à provitamina A.

Os frutos de Capsicum são, ainda, fontes importantes de fibras, elementos essenciais no


processo de digestão e que previnem problemas intestinais e reduzem o desenvolvimento de
divertículos e de câncer do intestino grosso.

Clima

O desenvolvimento da planta de pimentão, assim como o florescimento e a frutificação,


são influenciados pela temperatura. As variedades de pimentão cultivado (cultivares) são de
origem tropical e não toleram frio e geadas, preferindo temperaturas mais altas. Assim, em
regiões de clima temperado, o cultivo é feito na época em que não há riscos de ocorrência de
geadas.

Maiores taxa e velocidade de germinação são obtidas entre 25o e 30oC. A emergência
das plântulas também é beneficiada em temperaturas elevadas. A faixa de temperatura ideal para
o florescimento fica entre 21o e 27oC. Em temperaturas abaixo de 15oC ocorre queda de flores.
Tanto o pegamento de fruto quanto o seu crescimento, são favorecidos por temperaturas amenas
(19 a 21oC). O mesmo não se observa em temperaturas acima de 35oC. Temperaturas altas
acompanhadas de humidade relativa do ar baixa, também provocam queda de flores e de frutos
recém-formados. Há maior tolerância até 40oC quando a humidade relativa do ar é elevada.
Durante a floração e desenvolvimento dos frutos, é fundamental que humidade relativa do ar
oscile entre 50-70%.

O pimentão é uma espécie exigente em luminosidade durante todo o seu ciclo vegetativo,
e a falta de luz provoca o estiolamento da planta, alongando os entrenós e tornando os galhos
frágeis.

BOTÂNICA E CULTIVARES

Subarbusto ramificado anual ou bienal; caule lenhoso com ramos eretos, angulosos e
pubescentes; folhas simples, inteiras.

Em termos industriais a sua utilização vai desde o fabrico de produtos congelados ou


desidratados e condimentos, bem como é uma matéria-prima para a extração de corantes
alimentares e oleorresinas. Esta polivalência de utilizações faz do pimento uma espécie
altamente valorizada e com potencialidades para o desenvolvimento económico dos agricultores
de culturas de regadio.

Segundo AMARO et al. (2007), as hortaliças, incluindo o pimentão, destacam-se, dentro


da diversidade cultivada pela agricultura familiar, pois além de complementar as dietas,
possibilitam retorno econômico rápido, servindo de suporte a outras explorações com retorno de
médio a longo prazo. Além disso, são produzidas em pequenas áreas e em consórcio com outras
lavouras o que propicia a minimização e substituição de insumos externos, fator que facilita a
conversão produtiva.

CLIMA E ÉPOCA DE PLANTIO

As pimenteiras são plantas originárias de regiões latinoamericanas de clima tipicamente


tropical, sendo mais exigentes que o pimentão, em calor. A época de semeadura fica então
condicionada às peculiaridades climáticas locais. Em regiões serranas de temperatura amena, o
cultivo de pimenta pode ser feito de agosto a fevereiro. Entretanto, a época mais conveniente
para absemeadura da pimenta ocorre nos meses de setembro a novembro em razão da sua maior
exigência em calor. Em regiões de inverno quente, pode-se plantar o ano todo.
Produção de Mudas

O cultivo de pimentão é feito através do transplante de mudas, que normalmente são


produzidas em bandejas de isopor. Na produção de mudas, é fundamental que as sementes sejam
de boa qualidade e de procedência conhecida. O solo ou substrato utilizado deve ser
desinfestado, para evitar a ocorrência de doenças, como o tombamento (causado por diversos
fungos de solo).

As bandejas de isopor devem ser as mais altas, cerca de 10 cm de altura. Encher a


bandeja (ou vaso) sem apertar o substrato ou solo. São semeadas 1 a 2 sementes por célula, e as
bandejas devem ser colocadas, de preferência, em ambiente protegido, com lateral telada, para
evitar entrada de insectos. São gastos cerca de 300 g de sementes para o plantio de 1 hectare. As
bandejas devem ser mantidas acima do solo, a uma altura que facilite a rega diária, e,
principalmente, sobre um estrado telado de arame que possibilite claridade na superfície inferior,
a fim de que as raízes não se exponham e não sejam danificadas por ocasião do transplante. A
rega deve ser diária, evitando as horas mais quentes do dia. Colocar sempre água em excesso,
cerca de 10 a 15% a mais. Medir periodicamente o pH da água de irrigação, que deve estar em
torno de 5,5 a 6,0.

Aos dez dias após a germinação, aplicar adubo foliar, como o produto “Ouro Verde 3H”
ou equivalente, na dose de 3 gramas por litro de água.

Preparo do Solo

Os solos utilizados para o cultivo de pimentão devem ser profundos, leves, drenados
(com bom escoamento de água, não sujeitos a encharcamento), preferencialmente férteis, com
pH entre 5,5 a 7,0. Devem ser evitados solos salinos ou com elevada salinidade, uma vez que o
pimentão é moderadamente sensível. Altas concentrações de sais no solo podem ser de origem
natural, ou resultantes do uso excessivo de fertilizantes, localização inadequada de fertilizantes
ou ainda do uso de água de irrigação com altas concentrações de sais. A salinidade do solo,
medida por meio da condutividade eléctrica produzida por sais solúveis do solo a 25oC, deve
estar abaixo de 3,5 cS/m de condutividade eléctrica, pois a partir deste valor a produtividade do
pimentão começa a diminuir.
Do ponto de vista sanitário, recomenda-se que sejam evitadas áreas com cultivos nos
últimos 4-5 anos com Solanáceas (batata, tomate, berinjela, pimenta, jiló, tabaco, Physalis) ou
Cucurbitáceas. Áreas com cultivos anteriores de cereais ou leguminosas, são as mais indicadas.

O preparo consiste de limpeza da área, aração a uma profundidade de 30 cm, seguida de


gradagem de nivelamento. Logo após a primeira gradagem faz-se a calagem de acordo com a
análise de solo. Uma segunda gradagem é feita para incorporar o calcário ao solo e adequá-lo a
sulcagem. O plantio do pimentão pode ser feito em canteiros, mas o mais comum é o plantio em
sulcos. Os sulcos devem ter 30 a 40 cm de largura e 20 a 25 cm de profundidade. A distância
entre os sulcos é de 80 cm. Fazer a abertura dos sulcos com declividade de 0,2% a 0,5%, para
facilitar o escoamento da água sem causar erosão. Após a incorporação de matéria orgânica (1
semana antes do plantio) e dos fertilizantes (um dia antes do plantio), o sulco ficará com a forma
de U.

Em épocas chuvosas, recomenda-se a construção de canteiros com 20-25 cm de altura e


50-60 cm de largura, para facilitar a drenagem e reduzir riscos de contaminação com murcha-de-
fitóftora (Phytophhtora capsici). Se o plantio for feito em uma área pequena, os canteiros podem
ser levantados com o auxílio de uma enxada.

Adubação de Plantio

A quantidade de adubo a ser aplicada é determinada com base na análise química do solo
e nos boletins-aproximação de cada região. A quantidade de fertilizantes indicada deverá ser
distribuída uniformemente no sulco ou no canteiro. Para que ocorra uma boa incorporação do
adubo, deve ser revolvido bem o solo a uma profundidade de aproximadamente 30 centímetros.

A adubação nitrogenada deve ser feita na base de 150 kg/ha de N. A adubação orgânica
de solo deve ser usada neste tipo de solo na razão de 30 t/ha de esterco de curral ou 10 t/ha de
esterco de galinha. Além de NPK, fontes de B e Zn devem ser aplicadas no solo antes do plantio
na base de 15-20 kg/ha. Os nutrientes mais absorvidos pela planta de pimentão são, em ordem
decrescente, potássio, nitrogénio, cálcio e magnésio, entre os macronutrientes, e manganês, ferro,
zinco e boro, entre o micronutriente.
Transplante

A transferência das mudas para o local definitivo de plantio deve ocorrer quando elas
tiverem de 4-6 folhas definitivas ou 10-15 centímetros de altura, que corresponde a
aproximadamente 40 dias depois da germinação. Ao serem transplantadas, as mudas não devem
ser enterradas no canteiro ou sulco, mas colocadas na mesma profundidade em que estavam
antes, em relação à superfície do solo. O transplante deve ser feito preferencialmente em dias
nublados ou nas horas mais frescas do dia, no final da tarde. O local onde as mudas serão
plantadas deve ser bem irrigado previamente.

O espaçamento normalmente adoptado é de 0,8-1,0 m entre linhas e de 0,4-0,5 m entre


plantas, dependendo do porte da cultivar ou híbrido a ser plantada e das condições climáticas
predominantes no local de plantio, o que dá uma densidade de 20.000-31.250 plantas/ha.

O espaçamento utilizado para as pimentas é maior - 1,2 a 1,5 m entre linhas e 0,80 a 1,0
m entre plantas, pois apresentam porte maior e ficam por mais tempo no campo.

PLANTIO E TRATOS CULTURAIS

Espaçamento de 80 X 40 cm entre linhas e plantas, respectivamente. Adapta-se bem em


regiões de clima quente. Solos de textura média, podendo ser arenosos mas com bom teor de
matéria orgânica, bem drenados e pouco ácidos. Recomenda-se uma adubação com esterco de
gado bem curtido, esterco de galinha ou composto orgânico, quando necessário.

O transplante geralmente é feito quando as mudas apresentam de seis a oito folhas


definitivas, cerca de 10 a 15cm de altura, o que acontece aproximadamente num período de 50 a
60 dias, na maioria das espécies de pimenta.

O terreno definitivo deve ser arado, gradeado, sulcado e adubado. Na véspera do


transplante, faz-se uma irrigação. As mudas são colocadas em covas ou em sulcos a uma
profundidade tal que possam ser cobertas com terra apenas até a uma altura do colo da planta,
tendo o cuidado de não utilizar profundidade superior àquela que a muda estava no leito da
sementeira ou viveiro, pois, além de não haver emissão de raízes adventícias, como ocorre com o
tomateiro, mudas plantadas muito profundas podem permitir condições para que a podridão do
colo se manifeste mais intensamente. Logo após o transplante, irriga-se abundantemente.

Recomenda-se irrigação com 20- 25mm, aplicada a cada 5 dias, preferencialmente pelo
sistema de infiltração, embora o sistema de aspersão possa ser usado com restrição em virtude do
agravamento de problemas fitossanitários (doenças).

Quanto ao controle de plantas invasoras, o espaçamento usado para o estabelecimento das


culturas no campo permite o uso de cultivadores mecanizados ou de tração animal entre as linhas
e o complemento manual com enxada entre as plantas. Por isso, o uso de herbicida ainda é
pequeno.

Principais Doenças

De acordo com PEREIRA et al. (2013), em áreas onde o cultivo de hortaliças é realizado
de forma intensiva, as doenças podem reduzir em até 100% a produção. Logo, as principais
doenças do pimentão são:

O oídio (Oidiopsis taurica) crescimento branco pulverulento característico na face inferior das
folhas mais velhas, que com o progresso da doença afeta as folhas jovens;

A murchade-fitóftora (Phytophthora capsici) ataca mudas ainda em sementeira, causando o


tombamento, assim como as plantas adultas no campo;

A murcha-bacteriana (Ralstonia solanacearum) causa a murcha das folhas progredindo para a


morte da planta, sem alteração na coloração;

A antracnose(Colletotrichum spp.) afeta toda a parte aérea da planta, porém, os danos mis
significativos ocorremnos frutos, sendo observados pela presença de lesões circulares,
deprimidas e de diferentes tamanhos.

Simultâneo às doenças estão as populações indesejadas de insetos, entre eles:


O tripes (Frankliniella shultzei) (Tribom, 1920), responsável pela sucção de seiva de plantas
doentes, contaminando-se com o vírus do “vira cabeça” e expansão da doença para plantas
sadias;

O pulgão (Myzus persicae) (Sulzer, 1776) que ataca folhas e ramos novos, sugando a seiva,
causando o enrolamento das folhas, além de serem vetores de outras doenças;

A moscabranca (Bemisia tabaci) (Gennadius, 1889) sugadora de seiva, favorecendo o


aparecimento da fumagina que provoca o amadurecimento irregular dos frutos;

A traça (Tuta absoluta) (Meirick, 1917), que ataca toda a planta em qualquer estádio de
desenvolvimento através da formação de galerias; e

O ácaro (Tetranychus urticae) (Koch, 1836) responsável por ataques intensos que resultam no
secamento das folhas (GALLO et al., 2002).

Medidas gerais para o controle das doenças

Embora sendo muitas vezes insuficientes quando aplicadas isoladamente, abaixo são
relacionadas algumas medidas que devem ser tomadas para reduzir as perdas com as doenças de
plantas:

1. Evitar o plantio em terrenos contaminados por cultivos anteriores;

2. Evitar o plantio durante o verão chuvoso, em especial se o solo é argiloso e acumula muita
água;

3. Plantar cultivares resistentes às doenças;

4. Plantar sementes ou mudas de boa qualidade, adquiridas de firma idónea. Muitas doenças se
iniciam a partir de sementes ou mudas contaminadas;

5. Adubar correctamente as plantas, com base em análise do solo. Plantas bem nutridas resistem
melhor às doenças;
6. Em plantios irrigados, fornecer água somente em quantidade suficiente, evitando excesso de
humidade no solo;

7. Durante os tratos culturais (capinas, amarrio, desbrota etc.), as plantas não podem sofrer
ferimentos, que facilitam a entrada de patógenos;

8. Manter o terreno e os arredores limpos de plantas daninhas, que servem como hospedeiras de
patógenos e de insectos vectores;

9. Usar espaçamento correcto entre as plantas. Cultivos muito adensados favorecem a ocorrência
e a disseminação de patógenos de plantas doentes para as sadias;

10. Logo após a colheita, os restos culturais devem ser eliminados, para evitar que se constitua
em foco de doença.

Medidas gerais para o controle de pragas

A aplicação de insecticidas e acaricidas, na maioria das vezes é desnecessária,


antieconómica e danosa aos homens, animais domésticos e meio-ambiente. A obediência às
recomendações abaixo tornaria mais racional e eficiente o controle de pragas em Capsicum:

1. Erradicar plantas hospedeiras nativas, solanáceas silvestres e solanáceas cultivadas


voluntárias; evitar plantios novos em área adjacente a plantios mais antigos; proceder à
incorporação ou queima dos restos culturais;

2. Insecticidas e acaricidas jamais devem ser aplicados preventivamente, mas somente ao se


notar a presença de danos na cultura ou aumento das populações das pragas;

3. Familiaridade com os equipamentos de pulverização, que devem ser de boa qualidade e


sujeitos à manutenção periódica;

4. Produção de mudas em viveiros construídos em local afastado dos campos de produção e


protegido por telas que evitem a entrada dos tripes;
5. Se registando o produto, recomenda-se o uso de insecticida de solo somente na fase de
sementeira, além de pulverizações periódicas com produtos de acção sistémica ou de contacto,
na sementeira e na fase inicial da cultura;

6. Intensificar as pulverizações durante os períodos imediatamente anterior e posterior ao


transplante, quando as plantas são mais susceptíveis a viroses.

Colheita e Acondicionamento

A colheita de pimentões é muito variável, depende da cultivar, das condições de cultivo e


ambiental, e inicia-se por volta dos 110 dias após o transplante, podendo estender-se por cerca de
4 meses, para pimentão no campo, e por 8-9 meses para pimentões em estufas. Pimentões
coloridos cultivados em estufa, são colhidos por cerca de 6 meses, por ficarem mais tempo na
planta ocorre uma redução da produtividade e também da qualidade do fruto. Na colheita, corta-
se o pedúnculo do fruto com canivete ou tesoura de poda bem afiada, evitando danos aos frutos e
às plantas.

A produtividade do pimentão cultivado em campo fica em torno de 25-40 t/ha, enquanto


a produtividade em cultivo protegido chega a 180 t/ha.

O rendimento médio das pimenteiras varia de uma espécie para outra. A malagueta
produz cerca de 6.000kg/ha, a dedo de moça 8.500kg/ha e a pimenta doce (Agronômico 11), em
torno de 16.000kg/ha. Tradicionalmente utilizam-se caixas tipo "K" para as pimentas maiores, de
coloração vermelha ou verde, de saborpicante ou doce. O peso líquido de embalagem cheia é de
12 a15kg.

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