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De acordo com NASCIMENTO & BOITEUX (1992), a cultura situa-se entre as dez
hortaliças mais importantes do Brasil sendo comercializado como fruto verde, vermelho,
amarelo, laranja, creme e roxo. A cor do fruto influencia no seu sabor e aroma.
Atualmente, verifica-se que tem crescido o interesse comercial pelas cultivares de frutos
vermelhos. Seus frutos possuem alto teor de vitamina C e são utilizados na fabricação de
condimentos, conservas e molhos(CARVALHO et al., 2011).
Origem
Foi substancial a contribuição histórica brasileira na dispersão destas plantas pelo mundo,
eficientemente feita pelos portugueses e pelos povos que eram transportados em suas
embarcações. As rotas de navegação no período de 1492-1600 permitiram que as espécies
picantes e doces de pimentas viajassem o mundo. As pimentas foram então, introduzidas na
África, Europa e posteriormente na Ásia.
Importância Económica
Valor Nutricional
Os frutos de Capsicum são fontes importantes de três antioxidantes naturais: a vitamina
C, os carotenóides e a vitamina E. Há evidências de que os antioxidantes previnem doenças
degenerativas como o câncer, doenças cardiovasculares, catarata, mal-de-Parkinson e mal-
deAlzheimer, por sequestrarem radicais livres.
As pimentas doces são amplamente usadas como corantes naturais, na forma de extractos
concentrados (oleorresinas) e de pó (colorau ou páprica). A pimenta vermelha é uma das
hortaliças mais ricas em betacaroteno e betacriptoxantina, carotenóides com importante valor
nutricional devido à provitamina A.
Clima
Maiores taxa e velocidade de germinação são obtidas entre 25o e 30oC. A emergência
das plântulas também é beneficiada em temperaturas elevadas. A faixa de temperatura ideal para
o florescimento fica entre 21o e 27oC. Em temperaturas abaixo de 15oC ocorre queda de flores.
Tanto o pegamento de fruto quanto o seu crescimento, são favorecidos por temperaturas amenas
(19 a 21oC). O mesmo não se observa em temperaturas acima de 35oC. Temperaturas altas
acompanhadas de humidade relativa do ar baixa, também provocam queda de flores e de frutos
recém-formados. Há maior tolerância até 40oC quando a humidade relativa do ar é elevada.
Durante a floração e desenvolvimento dos frutos, é fundamental que humidade relativa do ar
oscile entre 50-70%.
O pimentão é uma espécie exigente em luminosidade durante todo o seu ciclo vegetativo,
e a falta de luz provoca o estiolamento da planta, alongando os entrenós e tornando os galhos
frágeis.
BOTÂNICA E CULTIVARES
Subarbusto ramificado anual ou bienal; caule lenhoso com ramos eretos, angulosos e
pubescentes; folhas simples, inteiras.
Aos dez dias após a germinação, aplicar adubo foliar, como o produto “Ouro Verde 3H”
ou equivalente, na dose de 3 gramas por litro de água.
Preparo do Solo
Os solos utilizados para o cultivo de pimentão devem ser profundos, leves, drenados
(com bom escoamento de água, não sujeitos a encharcamento), preferencialmente férteis, com
pH entre 5,5 a 7,0. Devem ser evitados solos salinos ou com elevada salinidade, uma vez que o
pimentão é moderadamente sensível. Altas concentrações de sais no solo podem ser de origem
natural, ou resultantes do uso excessivo de fertilizantes, localização inadequada de fertilizantes
ou ainda do uso de água de irrigação com altas concentrações de sais. A salinidade do solo,
medida por meio da condutividade eléctrica produzida por sais solúveis do solo a 25oC, deve
estar abaixo de 3,5 cS/m de condutividade eléctrica, pois a partir deste valor a produtividade do
pimentão começa a diminuir.
Do ponto de vista sanitário, recomenda-se que sejam evitadas áreas com cultivos nos
últimos 4-5 anos com Solanáceas (batata, tomate, berinjela, pimenta, jiló, tabaco, Physalis) ou
Cucurbitáceas. Áreas com cultivos anteriores de cereais ou leguminosas, são as mais indicadas.
Adubação de Plantio
A quantidade de adubo a ser aplicada é determinada com base na análise química do solo
e nos boletins-aproximação de cada região. A quantidade de fertilizantes indicada deverá ser
distribuída uniformemente no sulco ou no canteiro. Para que ocorra uma boa incorporação do
adubo, deve ser revolvido bem o solo a uma profundidade de aproximadamente 30 centímetros.
A adubação nitrogenada deve ser feita na base de 150 kg/ha de N. A adubação orgânica
de solo deve ser usada neste tipo de solo na razão de 30 t/ha de esterco de curral ou 10 t/ha de
esterco de galinha. Além de NPK, fontes de B e Zn devem ser aplicadas no solo antes do plantio
na base de 15-20 kg/ha. Os nutrientes mais absorvidos pela planta de pimentão são, em ordem
decrescente, potássio, nitrogénio, cálcio e magnésio, entre os macronutrientes, e manganês, ferro,
zinco e boro, entre o micronutriente.
Transplante
A transferência das mudas para o local definitivo de plantio deve ocorrer quando elas
tiverem de 4-6 folhas definitivas ou 10-15 centímetros de altura, que corresponde a
aproximadamente 40 dias depois da germinação. Ao serem transplantadas, as mudas não devem
ser enterradas no canteiro ou sulco, mas colocadas na mesma profundidade em que estavam
antes, em relação à superfície do solo. O transplante deve ser feito preferencialmente em dias
nublados ou nas horas mais frescas do dia, no final da tarde. O local onde as mudas serão
plantadas deve ser bem irrigado previamente.
O espaçamento utilizado para as pimentas é maior - 1,2 a 1,5 m entre linhas e 0,80 a 1,0
m entre plantas, pois apresentam porte maior e ficam por mais tempo no campo.
Recomenda-se irrigação com 20- 25mm, aplicada a cada 5 dias, preferencialmente pelo
sistema de infiltração, embora o sistema de aspersão possa ser usado com restrição em virtude do
agravamento de problemas fitossanitários (doenças).
Principais Doenças
De acordo com PEREIRA et al. (2013), em áreas onde o cultivo de hortaliças é realizado
de forma intensiva, as doenças podem reduzir em até 100% a produção. Logo, as principais
doenças do pimentão são:
O oídio (Oidiopsis taurica) crescimento branco pulverulento característico na face inferior das
folhas mais velhas, que com o progresso da doença afeta as folhas jovens;
A antracnose(Colletotrichum spp.) afeta toda a parte aérea da planta, porém, os danos mis
significativos ocorremnos frutos, sendo observados pela presença de lesões circulares,
deprimidas e de diferentes tamanhos.
O pulgão (Myzus persicae) (Sulzer, 1776) que ataca folhas e ramos novos, sugando a seiva,
causando o enrolamento das folhas, além de serem vetores de outras doenças;
A traça (Tuta absoluta) (Meirick, 1917), que ataca toda a planta em qualquer estádio de
desenvolvimento através da formação de galerias; e
O ácaro (Tetranychus urticae) (Koch, 1836) responsável por ataques intensos que resultam no
secamento das folhas (GALLO et al., 2002).
Embora sendo muitas vezes insuficientes quando aplicadas isoladamente, abaixo são
relacionadas algumas medidas que devem ser tomadas para reduzir as perdas com as doenças de
plantas:
2. Evitar o plantio durante o verão chuvoso, em especial se o solo é argiloso e acumula muita
água;
4. Plantar sementes ou mudas de boa qualidade, adquiridas de firma idónea. Muitas doenças se
iniciam a partir de sementes ou mudas contaminadas;
5. Adubar correctamente as plantas, com base em análise do solo. Plantas bem nutridas resistem
melhor às doenças;
6. Em plantios irrigados, fornecer água somente em quantidade suficiente, evitando excesso de
humidade no solo;
7. Durante os tratos culturais (capinas, amarrio, desbrota etc.), as plantas não podem sofrer
ferimentos, que facilitam a entrada de patógenos;
8. Manter o terreno e os arredores limpos de plantas daninhas, que servem como hospedeiras de
patógenos e de insectos vectores;
9. Usar espaçamento correcto entre as plantas. Cultivos muito adensados favorecem a ocorrência
e a disseminação de patógenos de plantas doentes para as sadias;
10. Logo após a colheita, os restos culturais devem ser eliminados, para evitar que se constitua
em foco de doença.
Colheita e Acondicionamento
O rendimento médio das pimenteiras varia de uma espécie para outra. A malagueta
produz cerca de 6.000kg/ha, a dedo de moça 8.500kg/ha e a pimenta doce (Agronômico 11), em
torno de 16.000kg/ha. Tradicionalmente utilizam-se caixas tipo "K" para as pimentas maiores, de
coloração vermelha ou verde, de saborpicante ou doce. O peso líquido de embalagem cheia é de
12 a15kg.