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Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)


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Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): Uma Instituição de


Referência no Atendimento à Saúde Mental
Jhennipher Tortola Ferreira1
Nathalia Nayra Mota Mesquita1
Tatiani Aires da Silva1
Vanessa Freire da Silva1
Welliton José Lucas1
Eraldo Carlos Batista2

RESUMO: O objetivo desse artigo é discorrer sobre a criação e evolução do Centro de


Atenção Psicossocial (CAPS) no Brasil. Como metodologia utilizou-se da pesquisa
bibliográfica de natureza exploratória a partir de livros, artigos científicos e legislações
vigentes que abordam a temática. Os resultados mostraram que desde a sua criação o CAPS
revelou um novo paradigma para com os cuidados aos pacientes com transtornos mentais
onde a vida dos mesmos foram sendo cada vez mais estudadas e melhor cuidadas através
dessas descobertas. Também notou-se uma maior abrangência por uma grande parte da
sociedade. Conclui-se que a atuação do CAPS no Brasil vai ao encontro da principal proposta
da Reforma Psiquiátrica, que é a humanização do atendimento à pessoa em sofrimento
psíquico.

PALAVRAS-CHAVE: CAPS. Saúde mental. Reforma Psiquiátrica.

The Care Centers Psychosocial (Caps): a Reference Institution on


Call to Mental Health

ABSTRACT: The aim of this paper is to discuss the creation and evolution of the Center for
Psychosocial Care (CAPS) in Brazil. The methodology used is the literature of exploratory
nature from books, scientific papers and existing laws that address the issue. The results
showed that since its inception the CAPS revealed a new paradigm for with care to patients
with mental disorders where the lives of these were being increasingly studied and best cared
for by these findings. Also noticed a greater scope for a large part of society. It is concluded
that the CAPS activities in Brazil meets the main proposal of the Psychiatric Reform, which is
the humanization of care to the person in psychological distress.

KEYWORDS: CAPS. Mental health. Psychiatric Reform.

INTRODUÇÃO

Para compreensão da atuação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) é de suma

1
Acadêmicas do segundo período de Enfermagem da Faculdade São Paulo – FSP
2
Professor Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Docente do Departamento de
Enfermagem da Faculdade São Paulo – FSP, e-mail: eraldo.cb@hotmail.com
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importância conhecer a trajetória histórica e a evolução do tratamento no campo da saúde


mental. O conceito de loucura sofreu mudanças no decorrer dos tempos de acordo com as
crenças, a política e costumes de cada época. Da mesma forma, essa trajetória foi marcada por
muitas lutas contra os descasos do poder público à essas pessoas que teve como consequência
grandes mudanças e descobertas que foram determinantes para o avanço no atendimento na
saúde mental.
Se na idade média a loucura era sinônimo de possessão demoníaca e os loucos eram
queimados em fogueira, na idade moderna, dá-se o primeiro passo para o tratamento do
sofrimento psíquico, a loucura ganha status de doença e o ocidente testemunha o nascimento
do Hospital Psiquiátrico. Contudo, o tratamento desumano nessas instituições provocou a
revolta da sociedade que exigia mudanças no paradigma de atendimentos à essa população.
Tais anseios culminaram com o movimento da Reforma Psiquiátrica que propôs novas formas
de tratamentos.
No Brasil, a Reforma Psiquiátrica que iniciou na década de 70 teve como maior
conquista a criação do CAPS. O CAPS refere-se a um serviço aberto e comunitário de saúde
do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses serviços se dão em um ambiente referencial de
tratamentos para pacientes que sofre com transtornos mentais, neuroses graves, psicoses
demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num
dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida.
(L'ABBATE, 2003).
Atualmente considera-se o CAPS um dispositivo como modelo e paradigma de
atenção à saúde mental que tornou-se componente central para determinada política no campo
da saúde mental. O CAPS conquistou um lugar de existência prevista em lei, sendo designado
como serviço de “[...] atendimento de pacientes com transtornos mentais severos e
persistentes em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, semi-intensivo e não
intensivo [...]” ou ainda, “[...] serviço ambulatorial de atenção diária que funciona segundo
lógica do território.” (BRASIL, 2004, p. 31).
Desse modo, o presente artigo tem por objetivo fazer uma breve apresentação da
criação do CAPS bem como os serviços prestados à comunidade por essa instituição. Para
tanto, buscou-se num primeiro momento abordar a história da saúde mental ao longo do
tempo, discorrer, mesmo que suscintamente sobre a o nascimento da Psiquiatria e o
movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Em seguida, as discussões terá como foco os
Centros de Atenção Psicossocial onde será apresentado sua evolução histórica bem como sua
funcionalidade.

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MÉTODO

Trata-se de um estudo bibliográfico do tipo exploratório que, segundo Gil (2008),


constitui-se da releitura de um determinado tema a partir de livros e artigos científicos. Foram
utilizados textos publicados por vários profissionais especialistas em saúde mental e família.
As publicações estudadas são oriundas de dissertações de mestrado, artigos de revistas
científicas, livros, assim como da legislação norteadora da atual política de saúde mental.

1 SAÚDE MENTAL NA HISTÓRIA

Na Grécia antiga, os loucos eram pessoas valorizadas pela sociedade, haja vista que os
médicos e filósofos os consideravam de tal modo que os templos e hospitais eram construídos
de maneira a permitir que, quando institucionalizados, desfrutassem de ar fresco, água pura,
luz solar. A expressão da sua fala e comportamentos diferentes eram considerados um grande
atributo de se comunicar com as divindades e isso conferiu ao louco uma valorização de
ocupar o lugar no Olimpo, que era destinado aos deuses (MIRANDA, 1994; FOUCAULT,
2002).
Na idade média, os loucos eram vistos como indivíduos, porém passaram a ser vistos
como pessoas pobres de espírito e doentes da alma (FOUCAULT, 2002). No final da Idade
Média se inicia uma nova visão de sujeito, a pessoa com transtorno mental começa, pouco a
pouco, a perder sua autonomia e seus direitos, e a sociedade passa a incorporar a imagem que
a igreja construiu, submetendo esse indivíduo a rituais religiosos de exorcismo ou adorcismo 3.
Nesse contexto religioso o médico Johan Weyer já tentava desmitificar a crença de possessão
sobrenatural como causa dos problemas mentais, e arriscou demonstrar que o comportamento
que caracterizava o louco era oriundo de uma doença (WAIDMAN, 1998).
Já na Idade Moderna, ocorreu uma grande mudança no conceito de loucura, e os que
não trabalhavam e não produziam riquezas, eram considerados marginais e improdutivos, não
podendo compartilhar o espaço nessa nova sociedade. A Revolução Francesa, ao difundir
novas ideias relativas à defesa do ser humano, permitiu a Philippe Pinel, médico pioneiro no
tratamento das pessoas com transtornos mentais, lançar as bases da moderna assistência
psiquiátrica (TUDIS; COSTA, 2000).

3
O adorcismo de possessão refere-se às manifestações diabólicas, as irrupções involuntárias do mal.

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Contudo, é só na Idade Contemporânea, que a loucura passa a ser objeto de uma


ciência médica, a psiquiatria, e é contemplada pelas instituições (FIGUEIREDO, 1988). A
loucura passa então, para o âmbito da medicina e traz com isso um sujeito com novo status
jurídico, social e civil, que passa a ser encarado como alienado, juridicamente incapaz e
relegado à condição de minoridade (CASTEL, 1978).
No início do século XX, Freud com o advento da psicanálise faz críticas ao sistema
utilizado e traz uma nova concepção de sujeito. Ele subverte a noção de loucura da época,
dizendo que o delírio é uma forma de dar sentido à uma experiência psíquica. Sendo assim:

[...] não há o que ser corrigido. Há o que ser escutado. Não há o que ser abolido. Há
o que ser recuperado. Há o que ser construído”. Freud estimula a pensar que: “não
somos iguais, há muitos diferentes. Há muitas diferenças. É preciso tratar do
sofrimento decorrente da diferença, quando é o caso, sem, no entanto, aboli-la”
(CARREIRO et al., 2005).

No pós-guerra quando os remanescentes da experiência anglo-saxônica da


comunidade terapêutica surgiu, os seus heróis de guerra, voltavam chocados com os horrores
dessa experiência. Estes não podiam, certamente, ir para os manicômios, heróis de guerra que
eram. Portanto, surgiram dessa experiência de Comunidade terapêutica lugares não opressivos
onde se desenvolvia uma horizontalidade das relações, uma democratização nas relações, que
buscava transformar as relações de poder (MARINHO, 2009).
Outra experiência importante foi a Francesa de setor. Ainda que mantendo o hospital
psiquiátrico, se desenvolveu no território uma série de serviços que consideravam a
importância do lugar, do bairro, dos lugares onde as pessoas viviam e onde a doença se
desenvolveu, e de serviços ligados a estes (AMARANTE, 2008). O manicômio tinha a função
de acolher e conter tudo o que era expulso ou que se auto excluía.
Aqui se vê a necessidade de um ambiente mais estruturado e adequado para a
recepção, por exemplo, desses heróis de guerra, onde esse lugar visa à integração, à inclusão
no grupo, na cultura e na sociedade.

2 A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL

A reforma psiquiátrica no Brasil é um movimento histórico de caráter social


econômico e político, influenciado pela ideologia de grupos dominantes. A prática ou ação da
reforma psiquiátrica faz parte do cotidiano de um bom número de profissionais de saúde
mental (GONÇALVES; SENA, 2001).
Nesse sentido, Mello (2007) acrescenta que o início do processo da Reforma

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Psiquiátrica nos anos 70, eclodiu em favor das mudanças de modelo de atenção e gestão de
atuação em saúde, em busca de produção de tecnologias de cuidado. O autor supracitado
ainda afirma, que tendo uma história própria, num contexto internacional de mudanças e
resultado de esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos,
compreendeu-se num conjunto de transformações de práticas, saberes e valores sociais e
culturais num processo marcado por impasses conflitos e desafios.
Como indicação de momentos práticos de reversão do modelo manicomial, podemos
citar a intervenção na Casa de Saúde Anchieta, em Santos, o Centro de Atenção Psicossocial
Dr. Luís da Rocha Cerqueira, ambos localizados em São Paulo, e o Centro Comunitário de
Saúde Mental de São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul, conhecido como “Nossa Casa”. A
Casa de Saúde Anchieta, é considerada um marco na história da psiquiatria brasileira, por se
tratar de uma experiência inovadora, em que ocorreu uma intervenção médico legal num asilo.
Esta pode ser considerada a primeira experiência concreta de desconstrução do aparato
manicomial no Brasil, e de construção de estruturas substitutivas (HIRDES, 2007).
Dessa forma, milhares de leitos foram, após muitas lutas fechados e está sendo
implantado uma significativa rede de serviços e dispositivos de saúde mental em todo
território nacional, com destaque especial para os CAPS que hoje são uma referência
importante para o acolhimento das pessoas em sofrimento psíquico onde foi aprovada a Lei
10,216/01, a Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Assim, as iniciativas de natureza cultural
demarcam um novo contexto histórico da reforma psiquiátrica no qual a cultura se torna meio
e fim da transformação do lugar social da loucura (BRASIL, 2001).
De acordo com Amarante (2008), a história da saúde mental no Brasil, assim como a
saúde em geral foi marcada por muitas lutas e desafios. Com o advento da Reforma
Psiquiátrica Brasileira evidenciada nos anos 70, pelo Movimento dos Trabalhadores em Saúde
Mental com o lema “Por uma sociedade sem Manicômios”, surgem avanços e processos de
intervenção depois de uma era marcada por mitos, maus-tratos e muitas mortes.
Diante dessa realidade cruel, era de extrema necessidade o surgimento de um novo
modelo de contribuição, que viabilizasse uma rede que substituísse o modelo
“hospitalocêntrico”, sendo que no ano de 1986 é criado o primeiro CAPS no Brasil, amparado
pela lei 10.216/02, resultado de uma luta social que durou doze anos, atualmente, existem
cerca de 1.981 Centros espalhados pelo país como mostra o gráfico a seguir.
No próximo tópico será abordado de forma mais abrangente a criação e evolução do
CAPS no que concerne o seu surgimento, sua forma de atendimento, suas funções,

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populações atendidas, as atividades e oficinas que são oferecidas, tipos de CAPS e por fim os
profissionais que podem atuar nesses Centros de Atendimento Psicossociais.

3 A CRIAÇÃO DOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAIS (CAPS)

O primeiro CAPS a surgir no Brasil, denominado Professor Luís da Rocha Cerqueira,


surgiu em 1986, na cidade de São Paulo, a partir da utilização do espaço da então extinta
Divisão de Ambulatório (instância técnica e administrativa da Coordenadoria de Saúde
Mental, responsável pela assistência psiquiátrica extra-hospitalar) da Secretaria Estadual de
Saúde. Este local foi transformado em um serviço que se propunha a evitar internações,
acolher os egressos dos hospitais psiquiátricos e poder oferecer um atendimento intensivo
para portadores de doença mental, dentro da nova filosofia do atendimento em saúde mental
desse período (BRASIL, 2004).
O CAPS é um serviço substitutivo de atenção de saúde mental que tem demonstrado
efetividade na substituição da internação de longos períodos, por um tratamento que não isola
os pacientes de suas famílias e da comunidade, mas que envolve os familiares no atendimento
com a devida atenção necessária, ajudando na recuperação e na reintegração social do
indivíduo com sofrimento psíquico (SCHRANK; OLSCHOWSKY, 2008).
Uma das mudanças proporcionadas com a reestruturação da assistência psiquiátrica foi
a de possibilitar que o doente mental permaneça com sua família, mas para que este convívio
seja saudável e positivo, é preciso que o serviço esteja inserido numa rede articulada de apoio
e de organizações que se propunham a oferecer um continuum de cuidados (AMARANTE,
2003).
As inspirações para o CAPS Luis Cerqueira e demais partiram em geral, das
experiências vivenciadas fora do país, basicamente de algumas comunidades terapêuticas
italianas. O ponto mais forte inspirativo foi, segundo Pitta (1994) dos centros de atenções
psicossociais que surgiram em Manágua (Nicarágua), por volta do ano de 1986, em plena
revolução do país. Mesmo com todas as crises, econômicas, sociais e políticas, os centros
dispunham de maneiras criativas para cuidar responsavelmente de pessoas com transtornos
mentais (RIBEIRO, 2004).
Essas pessoas eram excluídas da sociedade por serem “diferentes”, então foram
formadas equipes para reabilita-los, eram interdisciplinares e tinham a proposta de ação
interligada entre tratamento, prevenção e reabilitação; utilizava-se de líderes comunitários,
profissionais, materiais improvisados e sucatas; seu marco foi o compromisso ético em que

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todos tem o direito a uma vida digna a respeito de doença mental ou outras limitações, sejam
sociais e econômicas (PITTA, 1994).
A criação do Núcleo de Atenção Psicossocial (NAPS) em Santos, e do CAPS, em São
Paulo, demonstrou a indiscutível influência direta dessas experiências na política nacional em
saúde mental. A publicação da Portaria do MS nº 224/92, em vigor desde janeiro de 1992, que
estabeleceu diretrizes e normas para a assistência em saúde mental, foi um exemplo. Ela
reafirmou os princípios do SUS, instituiu e regulamentou a estrutura de novos serviços em
saúde mental, orientados nas experiências do CAPS e do NAPS (L’ABBATE S.; LUZIO C.
A.; 2006).
Os novos serviços, denominados pela portaria como CAPS/NAPS, foram definidos
como unidades de saúde locais e regionalizadas, a partir de uma população segundo a sua
localização, e que deveriam oferecer cuidados intermediários entre o regime ambulatorial e a
internação hospitalar (BRASIL, 1997).
Os CAPS/NAPS podiam constituir-se, ainda, em porta de entrada da rede de serviços
para as ações relativas à saúde mental, considerando sua característica de unidade de saúde
local e regionalizada. Atendiam, também, a pacientes referenciados de outros serviços de
saúde, dos serviços de urgência psiquiátrica ou egressos de internação hospitalar. Deveriam
estar integrados a uma rede descentralizada e hierarquizada de cuidados em saúde mental
(CRIVES, 2003).
Dessa maneira, observa-se que a Reforma Psiquiátrica não foi uma simples reforma de
serviços prestados para indivíduos que têm problemas de saúde mental, mas sim, trata-se de
uma desinstitucionalização, como proposto por Franco Basaglia. Para Amarante (2008),
alguns setores, entendem a desinstitucionalização como desospitalização, ou, ainda, como
desassistência – abandonar os doentes à própria sorte. O autor considera que neste rol estão
incluídos determinados segmentos atavicamente conservadores, resistentes a qualquer ideia
sobre direitos de grupos minoritários.
Para Amarante (1996), há, ainda, um grupo que tem interesses econômicos em jogo e
opõe se à desinstitucionalização em virtude dos interesses constituídos. Coloca que a
tendência contra-desinstitucionalizante assume maior magnitude após o Projeto de Lei Paulo
Delgado - 3.657/89, que propõe a substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos por
outras modalidades de assistência.
Dadas essas grande mudanças periódicas, veio a se levantar grandes problemas no que
diz respeito aos custos e a reaprendizagem dos psiquiátricas que cuidavam daqueles leitos
hospitalares. Contudo, foi estabelecido caminhos para se construir percursos e trajetórias a

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fim de formar profissionais de saúde mental embasado na formação teórica e prática


(FOCAULT, 2002).
Dessa forma, os CAPS se estruturam como serviços de atendimento diário. Os Centros
se constituíram, então, numa ampliação tanto na intensidade dos cuidados aos portadores de
transtornos mentais quanto de sua diversidade, incluindo as especificidades de sua clientela e
da cidade ou local onde estão inseridos (RIBEIRO, 2004).
Os CAPS são instituições:

[...] a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e
familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes
atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a
um ambiente social e cultural concreto, designado como seu “território”, o espaço da
cidade onde se desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares. Os CAPS
constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica (BRASIL,
2004).

Como instituição que objetiva o atendimento multidisciplinar o CAPS tem como


modelo de atendimento o trabalho em rede, que é a comunicação ativa entre os outros
componentes que compõe a rede de atendimento em saúde mental como: a atenção básica,
Estratégias de saúde da Família (ESF), a própria família o sujeito. Desse modo, o objetivo dos
CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o
acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer,
exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às
internações em hospitais psiquiátricos que visam no que diz respeito aos atendimentos
primários e secundários: a) Prestar atendimento em regime de atenção diária; b) Gerenciar os
projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e personalizado; e c) Promover a
inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, trabalho,
esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas
(GOLDBERG, 1972).
Os CAPS também têm a responsabilidade de organizar a rede de serviços de saúde
mental de seu território:

a) Dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF


(Programa de Saúde da Família), PACS (Programa de Agentes Comunitários de
Saúde);
b) Regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área;
c) Coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades
hospitalares psiquiátricas que atuem no seu território;
d) Manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam
medicamentos para a saúde mental (BRASIL, 2004).

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Os CAPS têm seus próprios espaços adequados, que são: consultórios para atividades
individuais (consultas, entrevistas, terapias), salas para atividades grupais, espaço de
convivência, oficinas, refeitório, sanitários e área externa para oficinas, recreação e esportes.
As pessoas atendidas nos CAPS são aquelas que apresentam intenso sofrimento psíquico,
preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes (BRASIL,
2005). Cada usuário de CAPS tem seu projeto terapêutico individual, durante a permanência
diária no serviço, segundo suas necessidades; conforme as determinações da Portaria GM
336/02:
a) Atendimento Intensivo: trata-se de atendimento diário, oferecido quando a pessoa se
encontra com grave sofrimento psíquico. Esse atendimento pode ser domiciliar, se
necessário;
b) Atendimento Semi-Intensivo: o usuário pode ser atendido até 12 dias no mês. Essa
modalidade é oferecida quando o sofrimento e a desestruturação psíquica da pessoa
diminuíram; pode ser domiciliar, se necessário;
c) Atendimento Não intensivo: à pessoa que não precisa de suporte contínuo da equipe
para viver em seu território; também pode ser domiciliar.
Os CAPS oferecem diversos tipos de atividades terapêuticas como mostra o quadro 1.
As atividades podem ser desenvolvidas fora do serviço, como parte de uma estratégia
terapêutica de reabilitação psicossocial, que poderá iniciar-se ou ser articulada pelo CAPS,
mas que se realizará na comunidade, no trabalho e na vida social.

Quadro 1 – Atividades desenvolvidas no CAPS.

Atividades desenvolvidas no CAPS


Atendimento Prescrição de medicamentos, psicoterapia, orientação
individual
Atendimento em Oficinas terapêuticas, oficinas expressivas, oficinas geradoras de renda, oficinas de
grupo alfabetização, oficinas culturais, grupos terapêuticos, atividades esportivas, atividades
de suporte social, grupos de leitura e debate, grupos de confecção de jornal
Atendimento para a Atendimento nuclear e a grupo de familiares, atendimento individualizado a
família familiares, visitas domiciliares, atividades de ensino, atividades de lazer com
familiares
Atividades Atividades desenvolvidas em conjunto com associações de bairro e outras instituições
comunitárias existentes na comunidade, que têm como objetivo as trocas sociais, a integração do
serviço e do usuário com a família, a comunidade e a sociedade em geral. Essas
atividades podem ser: festas comunitárias, caminhadas com grupos da comunidade,
participação em eventos e grupos dos centros comunitários
Assembleias ou A Assembleia é um instrumento importante para o efetivo funcionamento dos CAPS
Reuniões de como um lugar de convivência. É uma atividade, preferencialmente semanal, que
Organização do reúne técnicos, usuários, familiares e outros convidados, que juntos discutem, avaliam

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Serviço e propõem encaminhamentos para o serviço. Discutem-se os problemas e sugestões


sobre a convivência, as atividades e a organização do CAPS, ajudando a melhorar o
atendimento oferecido
Fonte: BRASIL, 2004.

O CAPS oferece várias atividades a seus usuários, dentre esses encontram-se as


oficinas terapêuticas. De um modo geral, as oficinas terapêuticas podem ser:

• Oficinas expressivas: espaços de expressão plástica (pintura, argila, desenho etc.),


expressão corporal (dança, ginástica e técnicas teatrais), expressão verbal (poesia,
contos, leitura e redação de textos, de peças teatrais e de letras de música), expressão
musical (atividades musicais), fotografia, teatro.
• Oficinas geradoras de renda: servem como instrumento de geração de renda através
do aprendizado de uma atividade específica, que pode ser igual ou diferente da
profissão do usuário. As oficinas geradoras de renda podem ser de: culinária,
marcenaria, costura, fotocópias, venda de livros, fabricação de velas, artesanato em
geral, cerâmica, bijuterias, brechó, etc.
• Oficinas de alfabetização: esse tipo de oficina contribui para que os usuários que não
tiveram acesso ou que não puderam permanecer na escola possam exercitar a escrita
e a leitura, como um recurso importante na (re)construção da cidadania.
(BRASIL,2004).

Os CAPS são diferentes quanto ao tamanho do equipamento, estrutura física,


profissionais e diversidade nas atividades terapêuticas; e à especificidade da demanda, isto é,
para crianças e adolescentes, usuários de álcool e outras drogas ou para transtornos psicóticos
e neuróticos graves (BRASIL, 2005).
Os diferentes tipos de CAPS são:

Quadro 2 – Tipos de CAPS.

TIPO DE CAPS FUNÇÃO DESEMPENHADA


CAPS I e CAPS São CAPS para atendimento diário de adultos, em sua população de abrangência, com
II transtornos mentais severos e persistentes
CAPS III CAPS para atendimento diário e noturno de adultos, durante sete dias da semana,
atendendo à população de referência com transtornos mentais severos e persistentes.
CAPSi CAPS para infância e adolescência, para atendimento diário a crianças e adolescentes com
transtornos mentais.
CAPSad CAPS para usuários de álcool e drogas, para atendimento diário à população com
transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, como álcool e
outras drogas. Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com a finalidade exclusiva de
tratamento de desintoxicação.
Fonte: BRASIL, 2004.

3.1 Profissionais Atuantes nos CAPS

Os profissionais que trabalham nos CAPS possuem diversas formações e integram


uma equipe multiprofissional. É um grupo de diferentes técnicos de nível superior e de nível

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médio. Os profissionais de nível superior são: enfermeiros, médicos, psicólogos, assistentes


sociais, terapeutas ocupacionais, pedagogos, professores de educação física ou outros
necessários para as atividades oferecidas nos CAPS. Os profissionais de nível médio podem
ser: técnicos e/ou auxiliares de enfermagem, técnicos administrativos, educadores e artesãos.
Os CAPS contam ainda com equipes de limpeza e de cozinha.
Todos os CAPS devem obedecer à exigência da diversidade profissional e cada tipo de
CAPS (CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad) tem suas próprias características
quanto aos tipos e à quantidade de profissionais.

Quadro 3 – Tipos de profissionais que trabalham nos CAPS.

CAPS PROFISSIONAL
CAPS I 1 médico psiquiatra ou médico com formação em saúde mental;
1 enfermeiro;
3 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social,
terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico;
4 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo,
técnico educacional e artesão.
CAPS II 1 médico psiquiatra;
1 enfermeiro com formação em saúde mental;
4 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social,
terapeuta ocupacional, pedagogo, professor de educação física ou outro profissional necessário ao
projeto terapêutico;
6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo,
técnico educacional e artesão.
CAPS III 2 médicos psiquiatras;
1 enfermeiro com formação em saúde mental;
5 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social,
terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário de nível superior;
8 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo,
técnico educacional e Artesão.
CAPSi 1 médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde mental;
1 enfermeiro;
4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente
social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo ou outro profissional
necessário ao projeto terapêutico;
5 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo,
técnico educacional e artesão.
CAPSad 1 médico psiquiatra;
1 enfermeiro com formação em saúde mental;
1 médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das intercorrências
clínicas;
4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente
social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto
terapêutico;
6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo,
técnico educacional e Artesão.
Fonte: BRASIL, 2004.

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Considerando os critérios para implantação do CAPS, entre esses está o número de


habitantes no município, observa-se que regiões com baixa densidade demográfica
encontrarão dificuldade para implantar alguns tipos de CAPS, como por exemplo o CAPSad e
CAPSi que é muito importante para a sociedade na atualidade.

Gráfico 1 – Distribuição de CAPS por região.

6% 6% Centro-Oeste
34% 36% Nordeste
Sul
18%
Sudeste
Norte

Fonte: <http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2013/05/saude-mental-em-numeros-cerca-de-23-milhoes-de-
brasileiros-passam-por>.

Atualmente, existem cerca de 1.670 Centros de Atenção Psicossociais no país,


distribuídos em 788 unidades de CAPS I, que é o Serviço de atenção a saúde mental em
municípios em população entre 20 e 70 mil habitantes; 424 unidades de CAPS II, para
atendimento a população entre 70 e 200 mil habitantes; 56 unidades de CAPS III, para
atendimento de população com 200 mil habitantes; 268 unidades de CAPS ad, que dispõe de
serviço especializado para usuários de álcool e drogas, para população entre 70 e 200 mil
habitantes; e 135 unidades de CAPS i, que fornece serviço especializado para crianças,
adolescentes e jovens (até 25 anos), numa população acima de 200 mil habitantes
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
É possível observar o aumento da cobertura CAPS para as regiões Sudeste e Nordeste.
A região Norte, mesmo com os grandes serviços em 2011 e 2012 ainda se nota como a
menor cobertura no que diz respeito ao CAPS. Entende-se que o problema é a tentativa de
ajustar o indicador CAPS/100.000 habitantes, que não é fácil, devido a região, envolver
grandes distâncias, barreiras geográficas e tecnológica e uma considerável diversidade étnica.
Desse modo, podemos notar que as regiões centro oeste e norte estão com menor
número de distribuição dos Centros de Atenção Psicossociais, onde acredita-se que seja pelo
baixo número de pessoas com transtornos mentais.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Grande proposta que toda essa revolução/evolução - no que diz respeito à história da
saúde mental - se deu através de muitas lutas e desafios com vários nomes de relevância
social envolvidos e fazendo a diferença para conseguir a adaptação dos pacientes em lugares
que realmente sejam propícios para lhes promover um melhor tratamento e mantê-los em
constante vínculo familiar. Dessa forma nasceu o CAPS.
Com a criação dos CAPS no Brasil, e com suas sucessivas adaptações, foi
desenvolvido um ambiente onde um os portadores de doenças mentais pudessem ser ajudados
corretamente, sem serem desassociados da sociedade, possibilitando que o mesmo permaneça
ao lado de sua família durante o tratamento.
Desse modo, podemos dizer que a reforma psiquiátrica construiu ao longo de um
período, onde não se imaginava que era possível, um novo paradigma de instituição para
pessoas com transtornos mentais graves ou não, e, dessa forma, também veio proporcionando
grande avanço à população em geral com a forma de olhar para tais indivíduos, onde durante
séculos foram jogados à margem da sociedade.
Entende-se que o objetivo maior se encontra onde os Centros de Atenção Psicossociais
são imprescindíveis à vida de sofredores de problemas mentais, de forma que visam interagir
com o paciente reabilitando-o para a vida social, reintegrando-o ao meio, proporcionando
tratamento adequado - uma vez que os dispositivos fornecem atividades diversas como
estratégia aleatória para a reabilitação psicossocial do individuo, articulada nos Centros, mas
desenvolvidas na comunidade e em sua vida, sendo que existe cinco tipos diferentes de
Centros para melhor cuidar do necessitado.
No CAPS são vistos diversos tipos de tratamentos, de acordo com a necessidade de
cada paciente, como o atendimento intensivo, semi-intensivo e não intensivo, e também o
atendimento individual, familiar, comunitário e etc., onde proporcionam maior controle e
cuidado com os mesmos.
Assim retomamos que a participação dos profissionais em conjunto com as práticas de
reinserção social do CAPS pode tornar-se uma ferramenta adicional à vida adequada e digna
merecida por tais indivíduos, e que também existe a necessidade de maiores investimentos
aos Centros de Atenção Psicossociais, de modo estrutural, medicamentos e materiais.
Todavia, nota-se ainda a necessidade de novos estudos onde possa estar concedendo
melhorias e maior difusão em sentido especial à quem ainda não sabe do que se trata o CAPS

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e necessita de seus tratamentos aplicados com urgência.

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Recebido em: 14/04/2016


Aceito em: 30/06/2016

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