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DILÚVIO

Recentemente um grupo de cientistas está estudando a possibilidade de ter havido


um dilúvio global na superfície do planeta Marte. Esta teoria afirma que o planeta teria sido
destruído em um cataclismo causado por uma enorme inundação que teria extinguido toda a
vida. Muitos são os cientistas e universidades que já abraçaram esta “possibilidade” e muitos já
defendem esta tese com afinco, gastando centenas de dólares para comprovarem esta suposta
“verdade”. Podemos afirmar que os principais fatos que fazem com que muitos rejeitem a idéia
de um Dilúvio global ter realmente acontecido, são as questões que este acontecimento
levanta. Muitos se prendem a perguntas sobre como teria acontecido, e não se esforçam em
querer saber quais provas temos de que isso realmente ocorreu. Dilúvio foi algo tão espantoso
que se torna quase impossível listar todos os relatos sobre este acontecimento que estão
registrados em documentos e lendas antigas espalhados até nos mais remotos recantos do
mundo. Trata -se de um enorme registro global tal como se deveria esperar de um
acontecimento tão grande.
Este acontecimento pode ser encontrado documentado em Cerimônias religiosas
ligadas a ele, e ser visto em tradições milenares da Índia, China, Egito e México. Tribos
africanas e índios americanos também demonstram conhecer o fato de que um dia o mundo
esteve submerso nas águas. Superficialmente podemos listar cerca de 250 lendas e narrativas
do mesmo Dilúvio, todas em contextos culturais diferentes com enormes similaridades entre
elas.

Dilúvio no Brasil
 No Brasil, o historiador Henrrera, especialista em tradição indígena latino-
americana, documentou narrativas de alguns grupos indígenas que contam a história de um
velho homem que sabendo que haveria uma grande inundação sobre a terra, construiu um
grande barco colocou nele vários animais e sua família e acabou sendo o patriarca de uma
nova raça humana.
 

Dilúvio no México
 No México os índios Tamanaques possuem uma antiga lenda que conta a historia
de um casal com alguns animais que teriam sido avisados sobre um grande dilúvio e subiram
até o alto de uma grande montanha chamada Tannacu que era protegida pelos Deuses e
assim sobreviveu. Após cessarem as chuvas este casal deveria por ordem divina repovoar a
terra.
 

Dilúvio nos Estados Unidos


 A tribo Athapascen, da costa oeste dos Estados Unidos, também conta de uma
incessante chuva que inundou toda a Terra. Apenas um semideus chamado Nagaitche
sobreviveu e recriou a humanidade.
 

Dilúvio na Fenícia
 Na Fenícia podemos encontrar a lenda de Demeroon que teria vencido a
destruição causada pelo deus Ponto.
 

Dilúvio no Arizona
 Os índios que vivem em reservas no Estado do Arizona e são conhecidos como
Hopi, afirmam que são descendentes daqueles que sobreviveram a uma grande inundação que
fora causada segundo afirmam pelo Grande Espírito para destruir todo o mundo dos antigos.
 

Dilúvio na Grécia
 Na Mitologia grega também encontramos o relato de um dilúvio causado por
Poseidon que por ordem de Zeus havia decidido pôr fim à existência humana. Deucalion que
juntamente com sua mulher Pirra, puderam salvar-se desta catástrofe construindo uma Arca e
colocando dentro dela um casal de cada espécie de animal existente.
 

Dilúvio no Egito
 Em 1816, Belzoni, um arqueólogo italiano, encontrou o túmulo do faraó Seti I, da
19a dinastia egípcia. Junto de sua múmia havia antigos hieróglifos que contavam a história de
um dilúvio muito parecida com a narrativa bíblica. O faraó Seti I morreu em 1581 a.C., o que
demonstra a antiguidade dessa tradição.
 

Dilúvio na Índia
 Nas escrituras védicas da Índia encontramos um rei chamado Svayambhuva
Manu, que foi avisado sobre o dilúvio por uma encarnação de Vishnu(Matsya Avatar). Matsya
arrastou o barco de Manu e lhe salvou da destruição.
 

Dilúvio mapuche
 Na história do povo mapuche existe uma lenda que fala das serpentes Tentem
Vilu e Caicai Vilu que também menciona um dilúvio destruindo todo o mundo antigo.
 

Dilúvio dos povos da Ilha de Páscoa


 O povo da ilha de páscoa também conta uma curiosa lenda que afirma que seus
ancestrais teriam chegado lá após terem escapado de um grande dilúvio que teria destruído o
lugar onde viviam chamado Hiva.
 

Dilúvio dos antigos Maias


 Os relatos dos antigos Maias também mencionam um dilúvio, que teria ocorrido
por obra dos deuses que estavam insatisfeitos com os homens que haviam criado, pois os
mesmos não os temiam e haviam se tornado extremamente maus, por isso veio um dilúvio e
matou a todos. Diferente de outras narrativas, nesta ninguém foi poupado, todos morreram. Os
deuses então recriaram os homens novamente.
 

Dilúvio dos Astecas


 No manuscrito asteca conhecido como Código borgia, Temos a história do mundo
dividido em idades e eras, das quais a última terminou com um grande dilúvio causado pela
deusa Chalchitlicue.
 Os Incas são um povo extremamente comprometido na propagação da tradição
oral, onde os relatos lendários são tidos como religião, por isso as lendas são validas como
historia deste povo e devem ser propagadas com total veracidade. Na mitologia Inca
encontramos a lenda onde Viracocha destruiu os gigantes com uma grande inundação, e duas
pessoas repovoaram a Terra (Manco Capac e Mama Ocllo mais dois irmãos que
sobreviveram).
 

Poema de Gilgamés
A versão do Dilúvio que se acha no poema de Gilgamés diz o mesmo: “toda a
humanidade virou barro” (XI:133). Utnapishtim, o herói do dilúvio, abriu a janela de sua arca e
contemplou a terra seca. É também interessante notar que não foi a subida dos rios por causa
da fusão da neve na Anatólia que causou o dilúvio. Segundo Utnapishtim, foi a tempestade que
causou o dilúvio; uma tempestade vinda das nuvens, acompanhada de relâmpagos no céu.
Quando prestes a testar as possibilidades de abandonar a arca, ele também soltou aves, como
Noé. Os primeiros dois pássaros, uma pomba e uma andorinha, voltaram à arca porque
“nenhum lugar de pouso era visível” (XI:148, 151). Não há dúvida aqui sobre a extensão vasta
do dilúvio.
A semelhança entre a narrativa dos textos de Gilgamés e a escrita de Gênesis são incríveis e
tais semelhanças de narrativas podem ser encontradas em outros textos antigos como no testo
sumério de Eridu e do épico de Atra-hasis.
O desenvolvimento da humanidade diante dos nossos olhos não tem sido sem
problemas: o aumento da desgraça, seja na natureza ou na humanidade, demonstra que a vida
distante de Deus não pode produzir Vida com Deus, ainda que possa ser cercada de avanços
tecnológicos, científicos, educacionais, artísticos etc. A narrativa da descendência de Caim
deixou isso evidente, do mesmo modo que demonstrou que os descendentes de Sete não
foram grandes homens de negócio, ou de referência na história da humanidade: o legado que
deixaram foi o da santidade, vida com Deus e esperança em Deus. Esse legado não foi um
grande legado para a humanidade, do ponto de vista da humanidade, mas certamente foi a
razão pela qual esse mundo não fora destruído antes.
Por outro lado, que terrível mal poderia acometer a humanidade se os descendentes
de Sete se misturassem com os de Caim? O que aconteceria se os filhos de Deus se
juntassem com as filhas dos homens? O que aconteceria se aqueles que prezavam por Deus e
o adoravam passassem a se envolver com as coisas do mundo? E se seus casamentos
passassem a demonstrar que tipo de preferência eles tinham: apreço ao prazer pessoal em
detrimento de uma vida centrada em Deus? Bom, em Gênesis 6 vemos que em função desse
tipo de postura, o desenvolvimento da maldade da humanidade se desenvolveu a tal ponto que
Deus resolveu dar cabo da humanidade. Essa história é um claro lembrete de quem Deus é e o
que espera de seus filhos. Vamos ao texto.
A.     DESGRAÇA DO HOMEM:
O que temos percebido na narrativa de Gênesis é que o desenvolvimento da
humanidade é seguido do crescimento e expansão da maldade do homem. Em Adão vimos a
mentira, a terceirização da culpa, mas em Caim vemos o desgosto (inveja), a ira, o
assassinato, a indiferença e o egoísmo. Entre seus descendentes ainda vemos a poligamia, o
assassinato por retribuição desnecessária e a soberba e o auto-louvor por ser assim. Por isso,
não é de surpreender o relato de Moisés na seqüência da história: a medida que o homem se
multiplica a maldade cresce com ele. Esse aprendizado logo foi inserido na cultura e
mentalidade judaica: “Quando os perversos se multiplicam, multiplicam-se as transgressões”
(Pv.29.16).
1.         MULTIPLICAÇÃO:
O texto de Gênesis aqui é bem específico ao contar o desenvolvimento da humanidade, e o
modo como retrata esse fato pode muito nos instruir sobre o modo como Deus permite o
avanço do homem: Embora o rumo primário da humanidade caída foque a distância de Deus,
Ele pacientemente trata com suas criaturas. Contudo, quando a perversão se torna
insuportável, Ele graciosamente exerce Seu Justo Juízo, em destruição e devastação.
…se foram multiplicando os homens: O primeiro destaque a ser feito nessa
sentença é o uso do termo hebraico adam, que já fora usado por Moisés em descrição de Adão
o primeiro representante da humanidade. Nesse caso, o substantivo vem com o artigo
prefixado o que sugere o uso genérico do termo: humanidade. As versões mais
contemporâneas e em alguns casos mais parafraseadas já adotam esse uso aqui reforçando a
extensão do crescimento numérico e imoral dos seres humanos. Portanto, desde seu início se
percebe o foco abrangente que o texto apresenta os fatos narrados aqui: O pecado havia
tomado toda a humanidade, exceto um homem identificado pouco a frente na narrativa – Noé
(Gn.6.8).
…naquele tempo havia gigantes na terra: Embora nenhuma referência específica
de tempo tenha sido oferecida na narrativa mosaica, temos por certo que trata-se de um tempo
em que já existiam gigantes na terra (hb. nephilim). O termo é de significado incerto, muito
embora quase todas as versões em português sigam a Vulgata na sua preferência
por Gigantes. A LXX também traz um termo interessante aqui “gigantes”, usado para descrever
na literatura clássica, homens valentes e poderosos que foram destruídos pelos deuses.
Algumas versões inglesas optam por apenas transliterar o termo para tentar transmitir uma
proximidade mais acurada do texto. Entretanto, a transliteração nesse sentido em nada ajuda,
pois não conhecemos nenhum paralelo em inglês ou em nosso luso idioma.

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