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LINS/SP
2018
GISLAINE APARECIDA DOS SANTOS RODRIGUES
LINS/SP
2018
Rodrigues, Gislaine Aparecida dos Santos
R613d Dupla paternidade no Registro Civil / Gislaine Aparecida dos
NOME
Santos Rodrigues – – Lins, DO(A) ALUNO(A)
2018.
68p. il. 31cm.
Lins, maio,2018.
Em segundo lugar, agradeço à minha família que sempre esteve ao meu lado
me dando forças e incentivando pelo amor e apoio incondicional. Agradeço a minha
mãe (que também exerce a função de pai) Joselaine, minha heroína que nunca me
abandonou sempre me deu apoio, incentivo nas horas difíceis, de desânimo e
cansaço. Agradeço ao meu pai Aguinaldo, que apesar de tudo também me
fortaleceu.
Agradeço a Deus pela vida do meu filho Pedro Henrique, que após o seu
nascimento minha vida mudou completamente, e hoje todas as vitórias e conquistas
são dedicadas a você, e que apesar de tão pequenino sempre compreendeu que a
mamãe precisava estudar para que tivéssemos um futuro melhor.
Obrigada minha irmã Silvia, minha metade, sangue do meu sangue, por tudo,
tudo mesmo, por todas as vezes que esteve do meu lado, que me apoiou que cuidou
do meu filho para que eu pudesse frequentar a faculdade, como se fosse teu próprio
filho, a você e a nossa mãe minha eterna gratidão.
Agradeço ao meu esposo João Vitor pelo companheirismo, por estar sempre
ao meu lado, apesar das dificuldades, me incentivando e apoiando, cuidando do
nosso filho todas as noites que deixo a nossa casa para estudar.
Agradeço também aos meus primos, tias e tios pela contribuição valiosa que
tiveram com a minha formação, não me atreverei a pôr os nomes, pois posso
esquecer-me de alguém, obrigada de coração a todos vocês.
Meus sinceros agradecimentos aos meus amigos Adriana, Cristina e Gentil,
companheiros de trabalho, que sempre me apoiaram e entenderam as minhas crises
e desespero, vocês são maravilhosos.
Por último, mas com certeza não menos importante, quero agradecer
imensamente minha orientadora Meire Cristina Queiroz Sato, que com toda sua
paciência, apoio e ajuda consegui terminar este trabalho com êxito, e adquirindo
novos conhecimentos.
Renato Russo
RESUMO
The present work aims to analyze the concept of family, its changes over the years
and the new forms of membership, especially the recognition of paternity / socio-
affective motherhood. Its main research is the possibility of recognition of dual
paternity in the civil registry, a situation that arises as a consequence of the affective
bond between parents and socio-affective children of families formed by couples that
bring to the new relationship children of previous relationships, considering that a a
woman who already has children to marry again with a companion who also already
has children, besides taking to her family a new companion she will also take a new
family. With the various transformations in the family concept over time, the socio-
affective criterion has increasingly prevailed with great importance in the family, so
the socio-affective paternity is more adequate due to the relevance of the relation of
affection and to embrace the principle of the best interest of the child and the
adolescent. By means of bibliographical and documentary research, with a survey of
doctrinal books, articles in scientific journals and published on the internet,
jurisprudence and legislation, we sought to demonstrate through this study the
importance of recognizing the relationship between parents and socio-affective
children, not only for the value legal, as the possible effects that will arise, but mainly
for the affective value, for the importance of the child or adolescent feel loved by this
father who will care and create as if it were really his child, because many times the
biological leaves the smallest simple fact of this already having "a new father"
through the new conjugal bond of the mother. Finally, we analyzed the formalities
and requirements that should be followed for the legal configuration of socio-affective
paternity in the civil registry of the socio-affective child. In addition, it seeks to
demonstrate the recognition of multiparentality as a consequence of the recognition
of dual paternity / maternity in the civil registry, listing the most variable effects
coming from this institute.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 62
9
1 INTRODUÇÃO
Na maior parte de sua história, ou em quase toda ela, a família foi regida e
organizada na forma patriarcal. Diferentemente da família contemporânea, no Direito
Romano a família se organizava em torno da figura masculina e quem detinha todo o
poder era o pai, sobre os seus filhos, netos, sua esposa, a esposa de seus filhos, e
também era o responsável pelas finanças, pois não existia o patrimônio da família,
mas sim o patrimônio do pater famílias.
No ramo do Direito de Família um dos temas que mais sofreu influência dos
valores consagrados pela Constituição Federal de 1988 foi o da filiação, pois o
ordenamento jurídico consagrava tratamento diferente entre os filhos legítimos e
ilegítimos, que hoje não são mais aceitos. O princípio mais importante que traz a
Constituição Federal de 1988 é o princípio da igualdade, e quando se trata de
filiação o referencial norteador será o princípio da igualdade dos filhos, que é
contemplado no artigo 227, § 6.º, da Constituição Federal de 1988, nos seguintes
termos:
[...]
15
Neste sentido, não há mais distinção entre filhos legítimos e ilegítimos, isso
porque a filiação é um fato da vida. Portanto, ser filho de alguém, dentro da família
contemporânea, independe de vínculo conjugal válido, devendo todos os filhos ser
tratados da mesma forma. Nesta linha estabelece o art. 1.596 do Código Civil: “Art.
1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias
relativas à filiação”.
O direito de família está diretamente ligado aos direitos humanos, que tem
como base o princípio da dignidade da pessoa humana, que tem como objetivo o
tratamento igualitário para todas as entidades familiares, sendo indigno tratamento
diferenciado às várias formas de filiação ou aos vários tipos de constituição de
família.
17
Princípio da igualdade
Determina o art. 227, § 6.º, da Constituição Federal de 1988 que “os filhos,
havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.
O art. 1.596 do Código Civil tem a mesma redação, consagrando ambos os
dispositivos o princípio da igualdade entre filhos. Esses comandos legais
regulamentam especificamente na ordem familiar a isonomia constitucional, ou
igualdade em sentido amplo, constante do art. 5.º, caput, da CF/1988, um dos
princípios do Direito Civil Constitucional (TARTUCE, 2014, p. 62).
Princípio da Afetividade
Uma família que tenha uma boa estrutura familiar é capaz de agregar bons
valores a seus filhos. Os progressos que a criança vai tendo são incentivados pelos
pais, que fornecem um modelo de conduta que a criança possa seguir. Assim, a
convivência familiar entra como um importante vetor para fornecer à criança toda a
base de que necessita para se desenvolver de forma plena. É no meio familiar que é
formada a personalidade e caráter das pessoas.
Com base na legislação, fica claro que o livre planejamento não será tão
somente quanto à forma de procriação, mas também quanto à escolha pela forma
de união entre as pessoas, sendo livre constituir o modelo de familiar que desejar,
com quem irá se casar e o regime de bens que irá adotar. Portanto não há que se
discutir a forma da família, seja ela matrimonial, por união estável, homossexual
entre tantas outras, cabendo às instituições públicas somente preservar pela família
existente.
Contudo nem sempre a família formada pelos laços afetivos foi respeitada e
aceita como entidade familiar pelo ordenamento jurídico pátrio, que antes era uma
legislação preconceituosa, com a extrema proteção da união matrimonial, renegando
qualquer formação familiar diferente do casamento. Neste sentido dispõe Dias
(2015, p. 386)
O valor do afeto está cada vez mais em evidência quando se fala na família,
tornando-se base para o estado de filiação. O reconhecimento do valor jurídico do
afeto, como sendo essencial para a determinação da filiação, já está consolidado por
grande parte da jurisprudência. Nessa perspectiva, o afeto passou a fator relevante
nas soluções dos conflitos familiares e em consequência passou a ser a essência da
filiação, já que o amor não exerce valor jurídico. Hoje neste cenário de conflitos
constantes nas famílias, preferem-se os pais sociológicos aos pais biológicos ou
naturais. Conforme leciona Lôbo (2011, p. 27)
[...]
provém do afeto, mas não qualquer afeto, mas um afeto especial, representado pelo
sentimento de duas pessoas que se afeiçoam pelo convívio. Neste sentido várias
são as modalidades de filiação advindas da relação afetiva, e algumas delas serão
analisadas pelo presente trabalho.
novo casamento dos pais não importa em restrições aos direitos e deveres com
relação aos filhos.
A filiação por coparentalidade, não será somente formada por parentes, mas
também aquelas advindas das famílias constituídas por pessoas hetero ou
homoafetiva, que não necessariamente estabeleceram um vínculo amoroso conjugal
ou sexual. Elas apenas se encontram movidas pelo desejo e interesse em fazer uma
parceria de paternidade/maternidade, e na maioria das vezes o processo de geração
de filhos é feito por técnicas de reprodução assistida.
Filiação natural
O legislador pátrio se referiu à filiação legítima como sendo aquela que surge
do casamento, tornando a filiação existente presumidamente verdadeira Nesse
sentido, o artigo 1.597 do Código Civil dispõe:
Filiação adotiva
Sabe-se que a filiação nem sempre resulta da união sexual, pois o Estatuto
da Criança e do Adolescente e o Código Civil reconhece a filiação sociológica ou
também chamada adoção. A adoção corresponde ao ato jurídico pelo qual uma
pessoa recebe outra como filho, independentemente de existir entre elas qualquer
relação de parentesco consanguíneo ou afim.
A adoção, que está normatizada no Código Civil do artigo 1618 e 1619, bem
como no Estatuto da Criança e do Adolescente do artigo 39 ao 52, não deixa de ser
uma forma de filiação socioafetiva, necessitando de afeto, com o intuito de
integralizar um indivíduo a um lar, cercando-o de cuidados físicos e emocionais.
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Com a adoção a criança perde o vínculo com a família biológica, mesmo nos
casos em que os pais adotivos vierem a falecer esse vínculo não é
restabelecido,pelo fato de que a adoção é ato irrevogável.
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Princípio da afetividade
[...].
[...]
interferir no modo de ser, nos hábitos, nas atividades, no trabalho ou na cultura que
decidiu adotar a família. Adquirida esta autonomia, os pais passam a ser dotados do
poder de decisão quanto à prole, não havendo limitação quanto à filiação, mesmo
havendo falta de condições materiais e até mesmo pessoal.
[...] o filho socioafetivo poderá pleitear alimentos dos seus avós, bisavós,
irmãos, tios, sobrinhos, primos, e assim por diante, como também poderá
ser demandado por isso, haja vista que a parentalidade não traz apenas
bônus, mas também o ônus da responsabilidade alimentar.
II - os pais;
Observa-se que a lei é clara e não deixa dúvidas quanto quem são os
dependentes do segurado. Porém, haverá casos em que o contribuinte deixará mais
de um dependente, devendo então a pensão ser dividida igualmente entre todos,
conforme o art. 77 da Lei nº 8.213/1991 que destaca “A pensão por morte, havendo
mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte iguais”. Tem-se, ainda,
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5 CONCLUSÃO
Por meio do texto da Constituição Federal no artigo 226, fica evidente que
independentemente do formato familiar que seus membros escolhem, seja
homoafetiva, adotiva, parental, monoparental, recomposta, é do Estado a obrigação
de amparar e colaborar com toda a proteção que lhe couber.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei dos Registro Públicos (Lei n.º 6.015/1973). Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br> Acesso em: 25 fev. 2018.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil. Família, Sucessões. Vol 5. 5ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2012.
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 11ª ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2016.
FARIAS, Cristiano Chaves de; Rosenvald, Nelson. Direito das famílias. 2. ed. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2015
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil –
Direito de família: as famílias em perspectiva Constitucional. 2 ed. São Paulo:
Editora Saraiva, 2012.
LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 4ª ed. São Paulo. Editora Saraiva, 2010.
64
TARTUCE, Flávio. Direito Civil: direito de família. vol. 5. 9 ed. São Paulo:
MÉTODO, 2014.