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Entidade também divulgou relatório anual de saúde no mundo nesta quarta-feira (13), que
mostra que as pessoas estão vivendo mais e de forma mais saudável, mas a pandemia ameaça
cumprimento de objetivos de saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reforçou, nesta quarta-feira (13), que ainda há um
"longo caminho" até o fim da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A
entidade foi questionada sobre o protocolo para "desfazer" o alarme de pandemia ao redor do
mundo, declarado no dia 11 de março.
"É muito difícil prever quando vamos prevalecer sobre o vírus", disse o diretor de emergências
da OMS, Michael Ryan. "E pode ser que nunca aconteça. Pode ser que nunca desapareça, que
se torne endêmico, como outros vírus. O HIV não desapareceu", lembrou.
"Não acho que ninguém pode prever quando ou se essa doença vai desaparecer. Nós temos
uma grande esperança: se acharmos uma vacina altamente eficaz, que possamos distribuir
para todos os que precisam no mundo, podemos ter uma chance de eliminar o vírus", declarou
Ryan.
Mas a implementação da vacina terá que passar por algumas etapas, explicou. Além de eficaz
e disponível a todos, as pessoas terão que usá-la.
"Antes de começarmos a responder a essa pandemia no dia 31 de dezembro, tínhamos
equipes no Pacífico Ocidental trabalhando com sarampo. Eu acho que havia 14 ventiladores
[mecânicos] na Samoa Ocidental naquela época. E todos os 14 estavam ocupados por crianças
pequenas. E estavam ocupados por crianças pequenas que tinham uma doença devastadora:
se chamava sarampo. E elas não eram vacinadas contra essa doença." – Michael Ryan, diretor
de emergências da OMS
(Em fevereiro deste ano, um bebê morreu de sarampo no Rio de Janeiro, depois de 20 anos
sem uma morte pela doença no estado. No mesmo mês, o Brasil perdeu o certificado de
erradicação da doença).
"Desculpem-me se sou cínico", continuou Ryan. "Mas temos vacinas perfeitamente eficazes
neste planeta que não usamos de forma eficiente. Para doenças que poderíamos eliminar e
erradicar – e nós não fizemos isso. Nós não tivemos vontade, a determinação para investir em
sistemas de saúde para fornecer isso. Nós não tivemos a capacidade de sustentar cuidados de
saúde na linha de frente", disse.
"Dessa forma", afirmou, "a ciência pode achar uma vacina. Mas alguém tem que fabricá-la em
quantidade suficiente para todos receberem uma dose, temos que ser capazes de entregá-la e
as pessoas têm que querer tomar essa vacina", lembrou.
"Todos esses passos são cheios de desafios. É uma oportunidade imensa para o mundo. A ideia
de que uma nova doença pode surgir, causar uma pandemia e nós podemos, com uma
ambição enorme, achar uma vacina e dá-la a todos que precisam e parar a doença pode
tornar, talvez, o que tem sido uma pandemia trágica em uma luz de esperança para o futuro
do nosso planeta na forma com que cuidamos de nossos cidadãos e trabalhamos juntos para
resolver nossos problemas, por meio de solidariedade, confiança, trabalho conjunto e um
sistema multilateral que possa beneficiar a humanidade", declarou.
"Não há promessas nisso, e não há datas", disse Ryan. "Essa doença pode se tornar um
problema de longo prazo, e pode não ser. De algumas formas, nós temos controle sobre esse
futuro. Mas vai ser necessário um esforço imenso para fazer isso."
A OMS já havia alertado, há cerca de 20 dias, que o novo coronavírus (Sars-CoV-2) ainda
demoraria para ser vencido. O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus,
reforçou, ainda, que a doença foi declarada uma "emergência de saúde internacional", o nível
mais alto de alerta da OMS, no dia 30 de janeiro.