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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO


CAMPUS DE JACAREZINHO

PEDAGOGIA

BIANCA ROBERTA COUTO N° 09


CAROLINE DE OLIVEIRA MATTOZINHO N° 12
ISABELLA SANTIAGO NOGUEIRA N° 18

TRABALHO DE HISTÓRIA

JACAREZINHO – PR
2017
Explique o que é o Ratio Studiorum.

Ratio Studiorum é o código de ensino dos jesuítas que surgiu pela


necessidade de organização de uma lei que uniformizasse a crescente
atividade educativa da Companhia de Jesus. Dentre as diversas influencias do
Ratio Studiorum está a universidade de Paris pois era considerada “mais
eficiente para levar ao conhecimento rápido e perfeito da língua latina”
(FERRARI, 2006, p. 225) e por ser uma universidade com fortes influencias do
tomismo.

O código é composto por várias regras que dizem respeito a todas as


práticas de ensino, que partem de regras dos professores até regras de
matérias e provas. O processo didático era baseado em preleção, erudição,
memorização, repetição, composição e emulação seguida de prêmios. A
escolástica, a Suma teológica de S. Tomás e a obra de Aristóteles formam a
base do Ratio Studiorum.

Diferenciar as casas e os colégios jesuíticos.

As casas jesuíticas ofereciam serviços de primeiras letras aos povos


indígenas como complemento da catequese, já os colégios possuíam o ensino
secundário e superior. A principal diferença entre casas e colégios jesuíticos
era de fator econômico. Enquanto os colégios tinham que se manter
independentes, as casas podiam depender de um colégio. Outra diferença é a
de que os colégios necessitavam da permissão da Coroa portuguesa para seu
exercício, diferentemente das casas jesuíticas.

Destacar o propósito da companhia de jesus ao fundar colégios.

O proposito, ao fundar colégios, era impulsionar missões. O objetivo era a


catequese, e antes de ensinarem dogmas era preciso ensinar a língua
portuguesa, pois um dos motivos da vinda dos jesuítas ao brasil era a de
formar novos cristãos.

Leia as regras dos jesuítas e analise o legado para a educação brasileira.

As regras dos jesuítas ainda são presentes nos ideais escolares de hoje e
possuem relação com a formação e consolidação da pedagogia tradicional no
Brasil. Se observa grande valorização da pratica do estudo e importância dada
aos conteúdos, assim como a prática de exercícios escolares como reforço. A
ordem também era importante e presente nos ideias jesuítas, uma vez que não
se tolerava agressão, correrias e gritos no ambiente escolar. Na questão do
conteúdo, a escola mantinha o ensinamento dos clássicos, não muito receptiva
a novos autores ou teorias. Em suma, as influências das regras jesuíticas
promoveram e propagaram a pedagogia tradicional de forma que conseguimos
identificá-las hoje em nossos mais variados tipos de escolas, tanto nos diversos
sistemas de ensino e de gestão escolar.

Século XVII - Comênio

Século XVIII – Rousseau

O século XVIII contribuiu com diversos avanços científicos e


humanísticos, porém não da mesma forma que o século XVII. O racionalismo
de Descartes marca a época que também é caracterizada pelo iluminismo e
pelo espírito revolucionário. Dentro desse contexto, surge a crítica ao
racionalismo feita por Rousseau e sua grande influência no âmbito
educacional.

Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra na Suíça e não chegou a


conhecer sua mãe. Seu pai, relojoeiro calvinista, teve influência em sua
educação através da exposição de seu filho à vastas leituras. Frequentou uma
escola religiosa e rigorosa, porém, aos 16 anos entregou-se aos hábitos de
vadiagem. Mais tarde, ganhou reconhecimento por várias de suas obras, em
especial: Emílio ou da Educação e O Contrato Social, servindo este último de
inspiração à revolução francesa, além de ter sido líder do movimento
denominado Naturalismo.

Em seu livro, Emílio ou da Educação, Rousseau descreve, de forma


fictícia como deveria ser uma educação ideal com base em seu pensamento
filosófico. Acreditava na bondade humana e na importância de uma vida
próxima a natureza. Há em seu pensamento também uma visão utilitarista e a
identificação de aspectos negativos de determinadas matérias. Por fim, além
de traçar consepções educacionais para Emilio, ele descreve também para
Sofia, sua esposa. Outro aspecto importante de seu pensamento é:

Mas, talvez sua contribuição mais importante se refira ao conceito de


socialização da criança, com o qual Rousseau compreende o
processo de formação da criança não simplesmente como uma
assimilação adaptativa das ideias dos adultos e, portanto, como se
sua mente fosse simplesmente um espelho refletindo o mundo adulto,
mas como uma instância que tem suas singularidades apropriativas e
construtivas. (DALBOSCO, 2007, p. 319).

Na descrição feita por Rousseau das peculiaridades da educação infantil, ele


traça as necessidades do aprendizado em uma perspectiva mais próxima das
crianças em comparação com as outras visões de educação de sua época, que
consideravam as crianças como pequenos adultos, possíveis das mesmas
exigências e cobranças. A esse respeito, declara:
Enganamo-nos, ainda ao querermos torna-las atentas a
considerações que não as tocam de maneira nenhuma, como as de
seu interesse futuro, de seu destino quando adultas; palavras que,
ditas a seres desprovidos de toda previsão, não significam
absolutamente nada. (ROUSSEAU, p. 203)

Dessa forma, fica claro que muitas das percepções do autor, de dois séculos
atrás, reverberam até hoje e possuem grande importância no âmbito filosófico
educacional. Rousseau, embora de forma intuitiva e com alguns conceitos não
levados mais em conta na atualidade, tem grande relevância e necessidade de
ser lido e estudado nas vastas áreas da educação.

Referências bibliográficas
DALBOSCO, Claudio. Primeira infância e educação natural em Rousseau:
as necessidades da criança. Porto alegre/RS. n. 2 (62), p. 313-336, maio/ago.
2007.
Desde cedo a criança começa a desenvolver progressivamente sua
própria moralidade e o faz baseando-se em noções de justiça e
injustiça que já traz em seu coração ao nascer. O choro, enquanto a
forma mais natural e específica da primeira socialização da criança,
não só é revelador de seu mundo particular, como também o é da
estrutura social e, por exemplo, a reação violenta e autoritária contra
ele significa também a destruição de facetas importantes e
constitutivas da ordem que lhe está próxima. [...] No modo como o
adulto trata o choro da criança está contido a exigência moral que
deve integrar, de modo irredutível, o conteúdo da educação natural
dirigido à primeira infância: o respeito pela integralidade da pessoa
humana personificado no respeito pelo choro da criança.
(DALBOSCO,2007, p.324).

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