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Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj


Diretoria de Formação Profissional e Inovação - Difor
Escola de Inovação e Políticas Públicas - Eipp
Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Museus, Identidades e Comunidades - Cemic

ELINILDO MARINHO DE LIMA

A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA MUSEAL PARA A PERMANÊNCIA DA


HERANÇA CULTURAL: Intervenção Museológica no Processo de Criação do
Museu Cavalo Marinha do Boi Pintado

Recife, 06 de dezembro de 2019


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Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj


Diretoria de Formação Profissional e Inovação - Difor
Escola de Inovação e Políticas Públicas - Eipp
Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Museus, Identidades e Comunidades - Cemic

ELINILDO MARINHO DE LIMA

A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA MUSEAL PARA A PERMANÊNCIA DA


HERANÇA CULTURAL: Intervenção Museológica no Processo de Criação do
Museu Cavalo Marinha do Boi Pintado

Trabalho final apresentado a Profo. Henrique de Vasconcelos Cruz Ribeiro


como requisito parcial das atividades do componente curricular História do
Pensamento Museológico Sociocomunitário da Pós Graduação Lato Sensu
em Museus, Identidades e Comunidades da Escola de Inovação e Políticas
Públicas.

Recife, 06 de dezembro de 2019


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A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA MUSEAL PARA A PERMANÊNCIA DA


HERANÇA CULTURAL: Intervenção Museológica no Processo de Criação do
Museu Cavalo Marinho Boi Pintado

Elinildo Marinho de Lima1


elinildo.marinho@gmail.com

Resumo

Objetiva-se realizar uma intervenção museológica (musealização) durante o processo de


criação do Museu Cavalo Marinho Boi Pintado, considerando a importância deste novo
espaço para a cultura popular, a comunidade local, o estado de Pernambuco e também
para o Brasil. Assim serão desenvolvidas ações tais como: arrolamento, marcação,
documentação, classificação, inventariação de todo o acervo do referido museu, bem
como a musealização de seu acervo considerando o ciclo que envolve tal procedimento
(seleção, aquisição, comunicação, conservação e pesquisa). A pesquisa tem natureza
documental e bibliográfica e se caracteriza como estudo de caso. Quanto aos primeiros
resultados encontrou-se que o museu não possui nenhum tratamento museológico e que
este contém um número considerável de objetos que representam o brinquedo popular
que por sua vez, é realizado pelos moradores da comunidade, além deste acervo
representar os personagens do Cavalo Marinho Boi Pintado da cidade de Aliança em
Pernambuco. Os procedimentos metodológicos utilizarão o modelo multidimensional, a
parir do modelo de Bufrem (2013). A dinâmica investigativa utilizará o modelo
ampliado de análise que focado nas seis (6) dimensões seguir: epistemológica, teórica,
técnica, morfológica, política e ética.

THE IMPORTANCE OF MUSEAL PRACTICE FOR THE PERMANENCE OF


CULTURAL HERITAGE: Museological Intervention in the Creation Process of
the Cavalo Marinho Boi Pintado Museum

Abstract

The objective is to carry out a museological intervention (musealization) during the


creation process of the Boi Painted Marine Horse Museum, considering the importance
of this new space for popular culture, the local community, the state of Pernambuco and
also for the Brazil. Thus, actions such as: winding, marking, documentation,
classification, inventory of the entire collection of that museum will be developed, as
well as the musealization of its collection considering the cycle involving such
procedure (selection, acquisition, communication, conservation and research). The
research has a documentary and bibliographic nature and is characterized as a case
study. As for the first results it was found that the museum has no museological

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Mestre em Ciência da Informação, aluno da primeira turma do Curso de Pós-graduação Lato
Sensu em Museus, Identidades e Comunidades – CEMIC na Fundação Joaquim Nabuco –
FUNDAJ, Diretoria de Formação Profissional e Inovação – DIFOR, Escola de Inovação e Políticas
Públicas – EIPP. Este trabalho foi desenvolvido como atividade do componente curricular,
História do Pensamento Museológico Sociocomunitário, ministardo pelo Profo. Msc. Henrique de
Vasconcelos Cruz Ribeiro, no período de maio a julho de 2019.
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treatment and that it contains a considerable number of objects representing the popular
toy that in turn is carried out by the residents of the community, in addition to this
collection represent the characters of the Boi Painted Seahorse of the city of Aliança in
Pernambuco. Methodological procedures will use the multidimensional model, to give
birth to the Bufrem (2013) model. The investigative dynamics will use the expanded
model of analysis that focused on the six (6) following dimensions: epistemological,
theoretical, technical, morphological, political and ethics.

1 Introdução
No tocante ao desejo de criação de um museu voltado ao Cavalo Marinho, o
projeto de pesquisa proposto como trabalho de conclusão do curso de Especialização em
Museus, Identidades e Comunidades, este trabalho objetiva-se em tecer relacionar a
bibliografia utilizada na disciplina História do Pensamento Museológico
Sociocomunitário, ministrada pelo professor Henrique Cruz, no período de maio a
julho de 2019, no curso de Especialização em Museus, Identidades e Comunidades da
Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj e a Escola de Inovação e Políticas Públicas. O
referido componente curricular teve como premissa básica, conduzir os discentes a
trilhar um caminho por um conjunto de leituras que coadunaram em resposta a
movimentos e demandas por inclusão nas políticas de memória advindas da sociedade e
também aos avanços na teoria museológica e reverberações no campo a partir das
experiências da museologia social.
A disciplina História do Pensamento Museológico Sociocomunitário
possibilitou a reflexão sobre como as instituições tem tentado novas formas de atuação
para lidar com as expectativas de grupos sociais, bem como por maior protagonismo nas
representações de si ou ao menos por representação mais equânime nos espaços
expositivos institucionalizados, além de leituras teóricas que contextualizaram as
discussões suscitadas durante os encontros em sala de aula, o componente explorou
relatos de experiências museológicas de pesquisadores que desenvolveram práticas
colaborativas em processos de responsabilidade compartilhada, que resultaram em
mudança na forma de musealizar coleções provenientes de povos e populações nos
territórios. A disciplina teve como objetivo principal, aprofundar os conhecimentos dos
discentes a partir das leituras propostas, a fim de fundamentar a reflexão crítica sobre o
papel atual das instituições museais ditas tradicionais, num contexto de ampliação das
demandas sociais por espaços de representação mais equânimes e abertos à pluralidade
de identidades e urgências sociais.
Com a ideia de promover uma intervenção museológica, ou seja, a musealização
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do acervo do Cavalo Marinho Boi Pintado, localizado em Chã do Esconsio no


município de Condado, que por sua vez, trata-se de um acervo do brinquedo popular
denominado de Cavalo Marinho, brincadeira que envolve personagens, fantasias e
máscaras feitas em papel marche. O grupo Boi Pintado é um dos mais expressivos desta
manifestação se somando a mais dezoito (18) outros grupos de cavalos marinhos
mapeados em Pernambuco por meio do Inventário Nacional de Referências Culturais -
INRC, desenvolvido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -
IPHAN, considerando sua riqueza cultural e importância para a cultura popular, a
comunidade local, o estado de Pernambuco e também o Brasil, evidencia-se a pouca
quantidade de grupos desta manifestação, bem como a existência de um único espaço
museal dedicado ao brinquedo que se trata do Museu do Mestre Zé de Bibi, construído
em 2010, na cidade de Glória do Goitá, localizado no Sítio Malícia. Zé de Bibi é mestre
de cavalo marinho e Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2018, o mestre conduz três
(3) brinquedos do qual destacamos o Cavalo Marinho Boi Tira Teima, brinquedo
popular com quarenta e dois (42) personagens.
Diante do exposto, evidencia-se a importância da criação de mais um espaço
memorialístico dedicado ao cavalo marinho, bem como para a comunidade local que em
seu território cultural abriga o referido brinquedo popular, como também suas memórias
coletivas e individuais. È neste contexto que o contato com os aportes teóricos e as
discussões promovidas pela disciplina História do Pensamento Museológico
Sociocomunitário, tornam-se fundamentais as formuçaões e arranjos da pesquisa em
questão, desta forma apresentamos como parte dessa contribuição o trabalho realizado
por Alexandre Gomes intitulado “Aquilo e uma coisa de índio – sistemas de
classificação dos objetos no Museu dos Kaninde/CE” o texto constitui uma versão
condensada da dissertação de mestrado apresentada em março de 2012 ao Programa de
Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco, intitulada
“Aquilo é uma coisa de índio: objetos, memória e etnicidade entre os Kanindé do
Ceará”, sob a orientação do prof. Renato Athias e com banca examinadora composta
pelo prof. Antônio Carlos Motta de Lima (UFPE) e pela profa. Antonella Tassinari
(UFSC) (Gomes, 2012). Esta dissertação foi vencedora do Concurso Brasileiro da
ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais) de
Obras Científicas e Teses Universitárias em Ciências Sociais - Edição 2013, na
categoria Menção Honrosa.
O trabalho desenvolvido por Gomes (2016) constitui-se em uma importante
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contribuição para o entendimento dos processos de musealização que serão desbravados


pela pesquisa sobre a musealização do acervo do Cavalo Marinho Boi Pintado de
Aliança.
(Gomes, 2016, p. 89) apud (Oliveira, 2011, p. 12), aponta que torna-se
necessário analisar como movimentos indigenas reinterpretam o passado a partir da
construção de sentidos sobre o tempo, “regimes de memoria” especificos que associam
“acoes, narrativas e personagens, prescrevendo-lhes formas de construir significados”
Diante dessa premissa, infere-se que para a construção do museu do cavalo
Marinho Boi Pintado, ou seja, a musealização de seus objetos é necessário perceber
quais os regimes de memória dessa comunidade já que este brinquedo popular tem
raízes e ligações na cultura africana, cultura que assim como a indígena passou por
processos de colonização entre outras mazelas sociais, destaca-se ainda, e que ambas
culturas sofrem as estigmatizações e estereótipos que tentam diminuir sua força e
importância cultural.
Assim como realizado na pesquisa de Gomes (2016) ir a campo para conhecer
de perto o terreiro do cavalo marinho e seus atores se faz crucial para que a
musealização se faça de forma a contemplar a memória que o coletivo do grupo deseja
preservar e legar para as gerações futuras.
Para a realização do processo de musealização serão desenvolvidas as seguintes
ações: seleção, classificação, documentação, comunicação e a definição dos critérios de
cada ação. O exercício aqui proposto se concentrará na musealização de um objeto do
acervo do Cavalo Marinho Boi Pintado.
No reforço a justificativa da importância da manifestação cultural aqui tratada,
afirmamos que o Cavalo Marinho é um Bem Cultural Nacional registrado pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, em 03 de dezembro de 2014, no
Livro de Registro das Formas de Expressão. De acordo com a website do IPHAN O
Cavalo Marinho:
É uma manifestação cultural realizada durante o ciclo natalino e seus
brincadores são, em geral, trabalhadores da zona rural, concentrados
principalmente na Zona da Mata do norte de Pernambuco e no sul da Paraíba.
Contudo, sua prática não ficou restrita a essas áreas e ecoa também na Região
Metropolitana de Recife e de João Pessoa, além de vários outros locais do
País. No passado, o Cavalo-Marinho era realizado nos engenhos de cana-de-
açúcar, onde seus participantes trabalhavam. Os conhecimentos relacionados
a essa manifestação são passados entre as gerações de forma oral e,
especialmente, durante a realização da brincadeira. Pode ser entendido como
um grande teatro popular no qual são representadas as cenas do cotidiano (da
vida presente e passada) dos seus participantes, do mundo do trabalho rural
por meio de variado repertório musical, poesia, rituais, danças, linguagem
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corporal, personagens mascarados e bichos, como o boi e o cavalo (que dá


nome à brincadeira).

Ainda segundo o IPHAN:

O Cavalo Marinho se realiza em um terreiro de chão plano e, geralmente, ao


ar livre. A formação da brincadeira é em semicírculo com espaço para a
plateia. Existe um grande número de elementos artístico-culturais e sócio-
históricos que estão presentes na manifestação cultural, como, por exemplo, a
presença de mestres e de personagens e os elementos da vivência do trabalho
rural. Na brincadeira, constantemente são construídas novas identidades em
cima da tradição. Mudança e continuidade não se excluem. Este bem cultural
está em constante transformação a partir dos variados diálogos com
brincadores e com o contexto em que se realiza, ou seja, o valor patrimonial
do Cavalo Marinho reside na sua capacidade de comunicar temporalidades,
espacialidades, identidades e elementos da cultura brasileira tão diversa.
Variante do Bumba meu boi, o Cavalo Marinho reúne 76 personagens
divididos em três categorias: animais, humanos e fantásticos. A música e o
canto conduzem a trama e são executadas pelo banco, ou seja, o conjunto
formado por rabeca, pandeiro, reco-recos e ganzá. As apresentações
começam em junho e seguem até 6 de janeiro, quando a Igreja Católica
celebra o dia de Reis.

Sabendo que o Cavalo Marinho é uma manifestação da cultura popular,


brinquedo que integra dança, música e dramatização, este tece uma trama poética que
envolve igualmente muita ironia falando do cotidiano dos brincantes, essa brincadeira
popular tem uma rica nuance cultural e também uma complexa dinâmica que é
estabelecida com o público que o aprecia.
Diante dos documentos esparsos sobre o Cavalo Marinho Boi Pintado,
identificou-se que o grupo é um exímio representante desta brincadeira popular no
estado de Pernambuco, sendo um dos mais representativos e que contribui com a
difusão e salvaguarda deste brinquedo.

2. Contextualização Histórica do Cavalo Marinho Boi Pintado


Fundado em 1993 o Cavalo Marinho Boi Pintado é remanescente do Cavalo
Marinho do Mestre Batista, com vinte e cinco (25) anos de existência o Boi Pintado vem
desenvolvendo ações, apresentações e projetos para manter vivo o cavalo marinho desta
forma contribuem diretamente para a sua salvaguarda. O Cavalo Marinho Boi Pintado
tem como seu fundador o Mestre Grimário que atualmente é o mais jovem entre os
mestres de Cavalo Marinho no estado de Pernambuco, destaca-se também que a
tradição do referido brinquedo cultural se perpetua na família do Mestre Grimário, já
que seus filhos são participantes/brincantes ativos da brincadeira, evidencia-se ainda
que este grupo de cavalo marinho tem CD próprio com as toadas, loas e falas das
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figuras/personagens que fazem parte da brincadeira.


Mediante visita in loco realizada em julho de 2019, identificou-se que o Grupo
Cavalo Marinho Boi Pintado reúne um rico acervo que remonta e conta sua histórica
trajetória cultural, emergindo-se também a memória coletiva do grupo, seus brincantes e
sua relação com a comunidade.
Identificou-se também que a referida sede passou por um processo de reforma,
construção de banheiros e da cisterna, adequações necessárias para garantir e assegurar
as atividades do Cavalo Marinho Boi Pintado. Na sede do Boi Pintado acontecem as
terreiradas, as ações educativas na modalidade de aula espetáculo, oficinas formativas
nos ideais da economina criativa e da cultura em que a população local, bricantes e
público geral podem aprender a fazer confecções entre outros materais que são parte
integrante dos fazeres e saberes ligados ao universo do cavalo marinho. O Cavalo
Marinho Boi Pintado, ainda aportuniza aos seus visitantes uma imersão no mundo do
cavalo marinho, mas este grupo singular ainda não possui um espaço expográfico sobre
si mesmo, assim o desafio a ser traçado com a pesquisa será em possibilitar
conjuntamente com a comunidade e os detentores do saber popular a criação de um
museu de si que envolvam saberes, valores, significados e resignificações.
Outro ponto verificado na visita trata-se de uma invasão ao terreno da sede que
segundo a direção do espaço já está sob trâmite judicial, salienta-se também que a
edificação onde está localizada a sede do Cavalo Marinho Boi Pintado não possui
documental referente à planta baixa, bem como, a delimitação total do lote.
Quanto ao acervo encontrado na sede do Cavalo Marinho Boi Pintado,
salientamos que existe um volume considerável de objetos de diferentes classificações e
materiais passíveis de musealização, entretanto, reforçamos que os objetos necessitam
de um tratamento e organização que envolve os seguintes procedimentos e técnicas:
arrolamento, catalogação, inventariação, higienização, guarda em local apropriado
(reserva técnica), armazenamento em invólucro adequado preferencialmente livre de
material químico, ou seja, deve ser alcalino, por fim, os objetos devem ser
acondicionados em espaço adequado respeitando suas dimensões, volume, peso e
composição.
Considerando que o Cavalo Marinho Boi Pintado não possui ainda um museu,
mas almeja constituir tal espaço para preservar e salvaguardar os objetos que lhes são
significativos e representativos (roupas, fantasias, máscaras, acessórios, bonecos, entre
outros) a musealização enquanto procedimento museológico firma-se como medida
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capaz de garantir a proteção e salvaguarda destes objetos já que estes serão mantidos no
futuro museu para fins de comunicação e perpetuação da evidência física, ou seja, dos
documentos objetos, acrescentamos que no universo da cultura, o museu assume
funções das mais diversas podendo ser uma ferramenta para além da ambiência cultural,
assumindo características educativas, pedagógicas, sociais, criativas, de lazer e de
sociabilidade. O espaço museal requer uma vontade de memória, uma vontade de
lembrar para não esquecer. O museu com sua narrativa e teatralização/performance
seduz e encanta as pessoas e as conduz à procura de registros da sociedade, da cultura e
do fazer humano.

3. Sobre Museus e Musealização


O museu é o espaço em que se encontra a museália, a informação, o
conhecimento, a pesquisa e a salvaguarda. É no espaço museológico que a ponte entre o
ser e o museu ocorre a partir da abertura de suas portas tecendo dessa forma um diálogo
com a sociedade e a comunidade que o cerca. Os especialistas do campo museal
afirmam que a museologia, enquanto campo do saber é hoje compartilhada como uma
prática a serviço da vida, a serviço do ser humano.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Museu – IBRAM um museu é assim
definido:
O museu é o lugar em que sensações, ideias e imagens de pronto
irradiadas por objetos e referenciais ali reunidos iluminam valores
essenciais para o ser humano. Espaço fascinante onde se descobre e se
aprende, nele se amplia o conhecimento e se aprofunda a consciência
da identidade, da solidariedade e da partilha. Por meio dos museus, a
vida social recupera a dimensão humana que se esvai na pressa da
hora. As cidades encontram o espelho que lhes revele a face apagada
no turbilhão do cotidiano. E cada pessoa acolhida por um museu acaba
por saber mais de si mesma.

Já para o Conselho Internacional de Museus – ICOM define museu como:

Um museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da


sociedade e do seu desenvolvimento, aberto ao público, e que adquire,
conserva, estuda, comunica e expõe testemunhos materiais do homem e do
seu meio ambiente, tendo em vista o estudo, a educação e a fruição.

Conforme a Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009, que institui o Estatuto de


Museus, assinala em seu Art. 1º que:
Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins
lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem,
para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e
turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico
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ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a serviço da


sociedade e de seu desenvolvimento. Parágrafo único. Enquadrar-se-ão nesta
Lei as instituições e os processos museológicos voltados para o trabalho com
o patrimônio cultural e o território visando ao desenvolvimento cultural e
socioeconômico e à participação das comunidades.

Na tentativa de ampliar a compreensão do universo sobre museu, diante dos


aportes apontados, faz-se necessário sinalizar os tipos de museus que aparecem no
cenário brasileiro que são: Casas Museus; Pontos de Memória; Museus de arte; Museus
de história; Museus de culturas militares; Museus Temáticos; Museus de ciências e
tecnologia; Museus etnográficos; Museus Biográficos; Museus arqueológicos; Museus
Comunitários; Ecomuseus; Museus da imagem e do som e de novas tecnologias;
Arquivos e bibliotecas de museus; Museus de Território; Metamusues e os Museus
Virtuais e Digitais.
Complementarmente (Scheiner, 2012, p.18), afirma que Hoje, o Museu é
percebido pelos teóricos como um:
Hoje, o Museu é percebido pelos teóricos como um fenômeno, identificável
por meio de uma relação muito especial entre o humano, o espaço, o tempo e
a memória, relação esta a que denominaremos ‘musealidade’. A musealidade
é um valor atribuído a certas ‘dobras’ do Real, a partir da percepção dos
diferentes grupos humanos sobre a relação que estabelecem com o espaço, o
tempo e a memória, em sintonia com os sistemas de pensamento e os valores
de suas próprias culturas. E, portanto, a percepção (e o conceito) de
musealidade poderá mudar, no tempo e no espaço, de acordo com os sistemas
de pensamento das diferentes sociedades, em seu processo evolutivo. Assim,
o que cada sociedade percebe e define como Museu’ poderá também mudar,
no tempo e no espaço.

Considerando as definições e conceitos sobre museu aqui apresentados,


sinalizamos como direcionamento técnico e adequado à interface que a sede do Cavalo
Marinho Boi Pintado apresenta a constituição de um espaço museológico voltado a uma
tipologia de Museu Comunitário ou Ecomuseu que de acordo com o Plano Nacional
Setorial de Museus – PNSM 2010/2020, que preconiza a seguinte nota em suas
propostas de diretrizes por tema transversal, em relação aos Eixos Setoriais, “os Museus
Comunitários e Ecomuseus devem ser desenvolvidos desenvolvimento por meio da
participação das comunidades locais na gestão museal”.
Somam-se, também ao conjunto de formulações neste apresentado a
compreensão de Museus Comunitários/Ecomuseus que tem o intuito de preservar a
região em que se encontra o ambiente cultural, social e espacial, mais voltado para a
comunidade de onde se encontra dando enfoque sobre a história e a cultura da
localidade, perfazendo a construção e reconstrução da memória.
Nesse contexto, para Tereza Scheiner (2012) “abordar o tema Museu como
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fenômeno é possível estabelecer algumas convergências e divergências entre as matrizes


teóricas que fundamentam os conceitos de ‘museu integral’, ‘museu comunitário’ e
‘ecomuseu’, e as propostas e realizações de uma prática museológica voltada para o
social”, desse modo é importante inferir que a prática museológica aponta para aquilo
que é chamado de sociomuseologia ou museologia social, termo iniciado por Mário
Moutinho, (2007), e amplamente difundido por Mário Chagas (2008). As ideias
fecundadas pela da sociomuseologia estão engajadas no desenvolvimento sustentável e
na inclusão socioeconômica.
Considerando a criação do espaço museal dedicado ao cavalo marinho com a
configuração de museu comunitário, Bruno Brulon (2012), sugere que do ponto de vista
da relação de um museu com a identidade a categoria mais acionada é o museus de Si,
pois este expõe os tesouros de um grupo local, de uma comunidade, o autor ainda
considera que este tipo de museu é destinado a responder à questão “quem somos nós?”,
se dirigem simultaneamente ao visitante exterior e à própria ‘comunidade’.
Acompanhando este pensamento, é possível compreender os museus ditos atualmente
como comunitários enquadrando-os nesta categoria. Sendo assim, o museu comunitário
está voltado para a afirmação de uma identidade coletiva enraizada em um passado
comum e são proclamados por seus criadores como “espelhos” das comunidades que
são elas mesmas, responsáveis por seu desenvolvimento e gestão.
De acordo com Bruno Brulon (2012), deve-se considerar também, que “os
museus comunitários, estão voltados para um grupo e enfocados em um território
limitado, em muitos dos casos percebidos atualmente como museus da margem ou
museus de resistência à ordem hegemônica, evidenciam, ao colocar em foco a análise de
alguns grupos excluídos ou marginalizados, e priorizando o uso da história oral, a
importância, já apontada por Pollak, de memórias subterrâneas”.
Infere-se ainda conforme André Desvallés (1986) que o museu comunitário, é o
museu no qual a comunidade não é apenas tema ou público, mas é também ator.
Apontamos que um museu comunitário tem a constituição do seu patrimônio fundada na
premissa daquilo que tem valor e significado para os detentores os saber envolvidos
diretamente no brinquedo cultural.
No que tange a musealização dos objetos culturais existentes no Cavalo Marinho
Boi Pintado, destacamos que para a construção de um espaço museal se faz necessária a
musealização que, por sua vez, é um processo que abarca a museália e os princípios da
musealidade apontados por Stransky (1970). Sendo assim a musealização faz: A
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seleção, a classificação, a documentação museológica e por fim a comunicação. Diante


do exposto apresenta-se a cadeia operativa ou ciclo da musealização.

CICLO DA MUSEALIZAÇÃO

SELEÇÃO

PESQUISA AQUISIÇÃO

COMUNICAÇÃO CONSERVAÇÃO

Importa reforçar que o processo de musealização aqui destacado leva em


consideração a tipologia do museu a ser pensado e constituído, neste caso apontamos
que para a implementação de um espaço museológico configurado na estruturação de
museu comunitário/ecomuseu já que este tipo de espaço museológico traduz com mais
realidade e força de potência as características de uma expressão da cultura popular.
Importa ainda, salientar que de acordo com Desvallées (2013) a musealização
designa o tornar-se museu ou, de maneira mais geral, a transformação de um centro de
vida, que pode ser um centro de atividade humana ou um sítio natural, em algum tipo de
museu, dito isto, o objeto de museu ou museália designa as coisas que passam pela
operação de musealização e que podem, assim, possuir o estatuto de objetos de museu.
Por fim, sinaliza-se que a constituição de um museu demanda tempo, esforço e
recursos matérias, financeiros e humanos, mas é importante também, salientar como
medida orientativa que um museu deve estar composto pelas prerrogativas do Estatuto
Nacional de Museus e conforme as recomendações do IBRAM, tendo em sua
estruturação: Acervo, Setor de pesquisa, Educativo, Espaço expográfico, Reserva
técnica, Museólogo, Direção do espaço, Setor de comunicação, Política de aquisição e
descarte de acervo, Exposição permanente, Definição de sua natureza e Plano
Museológico.
No que tange ao exercício da musealização proposto neste ensaio apresentamos
o quadro a seguir:
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Quadro 1 - Critérios Utilizados para o processo de musealização


Critérios Utilizados

Selecionar Para selecionar os objetos a serem musealizados para compor o acervo


museológico do Museu do Cavalo Marinho Boi Pintado o critério de escolha
adotado se dará por meio da escolha que os próprios dententores farão, por se
tratar de um museu de território que tem como tema a salvaguarda de uma
manifestação popular é importante que os brincantes escolham quais os objetos
devem estar dentro deste museu, pois este espaço deve representar seus desejos,
anseios e vontades. É imprescindível que aqueles que fazem o cavalo marinho
acontecer estejam envolvidos em todo o processo de musealização, pois esta
ação deve traduzir suas vivências, saberes, crenças, as articulações e os arranjos
que são necessários para criar e brincar esta manifestação cultural ou seja deve
representa-los.
Classificar O processo de classificação utilizará como critério basilar e consultivo o tesauro
de acervos museológicos, mas sem perder de vista a negociação entre os
detentores. Após a seleção, ou seja, escolha daquilo que os detentores querem
que esteja no espaço museal, se classificará o tipo de objeto considerando o
material, a especificidade, composição, técnica, estado do objeto e sua
qualidade, entretanto este arranjo será apresentado e discutido com a
comunidade detentora do bem cultural em questão.
Documentar O processo de documentação se dará a partir da confecção do arrolamento para
se saber a totalidade de objetos que o museu possui, a inventariação do acervo
contento informações sobre o objeto tais como: dimensões, ano de criação,
identificação de quem confeccionou o objeto, descrição minuciosa dos matérias
presentes no objeto, numeração, etiqueta de localização, histórico do objeto
para saber sua origem, identificação de doação se a questão se aplicar,
informações de como este objeto deve ser conservado (controle de temperatura,
umidade, etc) ficha museológica contendo fotografias do objeto e informações
sobre seu estado de conservação a produção de documentação será física e
digital. Entendemos que a documentação de um objeto deve conter o máximo
de informações sobre este para que se possam subsidiar pesquisas e que o
mesmo possa ser pesquisado esta medida amplia o universo de conhecimento
sobre o acervo documentado bem como sua proteção e salvaguarda.
Comunicar O critério de comunicação do acervo museal será amplamente discutido com os
detentores, entretanto a exposição é a escolha inicial. Por se tratar de um museu
comunitário os arranjos de sua gestão também serão de modo participativo
entre os profissionais e os detentores do saber, mas os objetos do acervos não
estarão em uso nas apresentações do cavalo marinho, estes estarão na
expografia do museu para contar a história do brinquedo e do grupo, outros
critérios de comunicação podem ser implementados, porém a exposição já é
uma demanda do grupo.
Quadro 1 - Critérios Utilizados para o processo de musealização
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

4. Considerações finais
Como parte de agumas considerações sobre aproposta aqui apresentada,
recorremos ao texto “Memória e Poder: dois movimentos” de Mário Chagas que afirma
o seguinte:
As instituições que tratam da preservação e difusão do patrimônio cultural,
sejam elas arquivos, bibliotecas, museus, galerias de arte ou centros culturais,
apresentam um determinado discurso sobre a realidade. Compreender esse
discurso, composto de som e silêncio, de cheio e vazio, de presença e
ausência, de lembrança e esquecimento, implica a operação não apenas com o
enunciado da fala e suas lacunas, mas também a compreensão daquilo que faz
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falar, de quem fala e do lugar de onde se fala.

Dito isto, entendemos que a preservação, a destruição, a memória, a lembrança,


o esquecimento, a conservação, a perda, caminham de mãos dadas pelas artérias da
vida, pois estão presentes na condição e na natureza humana tais situações, toda a
criação perpassa pelo jogo político que emerge a disputa, os arranjos, as negociações,
disputas e as lutas, assim criar um espaço coletivo que represente a memória de um
grupo é no minimo desafiador e mais ainda quando se deseja dar evidencia e projeção a
culturas marginalizadas e fadadas ao esquecimento e desaparecimento.
Ao tratar sobre ecomuseus especificamente o caso do Museu Creusot (Brulon,
2015, p. 262) diz que o ecomuseu é responsavel por prolongar as novas experimetações
da atividade museal. Assim os primeros ecomuseus são percebidos como laboratórios
para levar as coletividades a se conhecerem melhor e a se reconhecerem por meio da
apropriação de um patrimônio, tanto quanto pela negociação de um passado.
È nesta corrente de pensamento que a pesquisa ora apresentada aporta suas
ideias em buscar consilidar a musealização dos objetos do brinquedo cultural popular
cavalo marinho que no contexto atual conta somente com um unico museu dedicado ao
referido brinquedo que além de ser um bem cultural estadual é também um bem
nacional. A criação do museu irá se somar as ações de salvagurda do cavalo marinho
preconizadas no dossiê que o patrimonializou a partir do IPHAN, na intenção em
ampliar a visibilidade e possibilitar a salvaguarda deste bem cultural que a pesquisa
percebe sua importânca, sobretudo por acreditar que se somarão as ações de salvaguadar
e legar a permanência do cavalo marinho na comunidade do Boi Pintado e na região de
Aliançã/PE.

5. Da Metodologia
A presente pesquisa configura-se como qualitativa, com natureza documental e
bibliográfica. Tendo como Universo a intervenção museológica no Museu do Cavalo
Marinho Boi Pintado, o Corpus concentra-se em refletir sobre a importância da prática
museal (musealização), quanto ao tipo de pesquisa e quanto aos objetivos é um estudo
de caso, sobre as fontes de dados a pesquisa é bibliográfica, documental com coleta de
informações em dossiês entre outras fontes pertinentes a pesquisa.
Para abordar o problema de pesquisa tratado, este estudo servira-se do modelo
ampliado de análise dimensional de Bufrem (2013), desenvolvido a partir do modelo
15

quadripolar (BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEEETE, 1977). Adicionalmente


salienta-se que este método nasceu como proposta alternativa ao positivismo e a
dicotomia redutora entre quantitativo e qualitativo, Armando Malheiro (2006).
De acordo com (SILVA; RIBEIRO, 2002). O modelo foi proposto em 1974
pelos autores acima citados para ser um instrumento operativo de uma dinâmica de
investigação instauradora de novo paradigma nas Ciências Humanas e Sociais, com
destaque para a interdisciplina das Ciências da educação, foi, em 2002, adaptado e
sugerido como dispositivo metodológico global para a Ciência da Informação.
A dinâmica investigativa quadripolar é resultante da interação entre os pólos:
epistemológico, teórico, técnico e morfológico. Para esta investigação utilizar-se-á a
dinâmica de pesquisa do modelo ampliado de análise dimensional que foca-se em seis
dimensões seguir: epistemológica, teórica, técnica, morfológica, política e ética, sendo
as dimensões ética e política complementares de Bufrem (2013).
Bufrem (2013) entende que o modelo quadripolar é reducionista e pressupõe
uma contraposição quando adotados os “polos”, propondo uma ampliação dessa
perspectiva para as “dimensões” e incorporando a dimensão ética e a política as quatro
previamente estabelecidas: epistemológica, com os enfoques; a morfológica, com o
quadro de análise; a teórica, com o quadro de referências; e a técnica com o modelo de
investigação.

6. Referências

ATHIAS. Renato, GOMES. Alexandre. Coleções etnográficas, museus indígenas e


processos museológicos. Recife: Editora UFPE, 2016. 164 p.: il., figs. – (Coleção
Étnico-racial).

BRULON, Bruno. Passagens da Museologia: a musealização como caminho.


Museologia e Patrimônio, vol. 11, n. 2, 2018. pp. 189-210.

________ O objetode museu, daclassificaçãoao devir. Informação &Sociedade, João


Pessoa, vol. 25, n.1, jan./abr.2015.pp.25-37.

________ A invenção e a reinvenção da Nova Museologia. Anais do Museu Histórico


Nacional, v. 47, p. 255-278, 2015.
16

BRULON SOARES, B. C. & SCHEINER, T. C. A ascensão dos museus comunitários


e os patrimônios ‘comuns’: um ensaio sobre a casa. In: FREIRE, Gustavo Henrique
de Araújo (org.) E - b o o k d o E n c o n t r o N a c i o n a l d a A s s o c i a ç ã o N a c i
o n a l d e P e s q u i s a e m C i ê n c i a d a I n f o r m a ç ã o . A responsabilidade
social da ciência da Informação. João Pessoa: Idéia/Editora, 2009. pp. 2469-2489.

CHAGAS. Mario. Memória e Poder, dois movimentos (Cadernos de Sociomusologia,


n. 19).

DESVALLÉES, André; MAIRESSE, François. Conceitos-chave de Museologia.


Tradução: Bruno Brulon Soares, Marília Xavier Cury. ICOM: São Paulo, 2013.

IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,


<http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/872>

Ministério da Cultura, Instituto Brasileiro de Museus (MINC/IBRAM). Plano Nacional


Setorial de Museus - 2010/2020 (2010: Brasília – DF). – Brasília, DF, 2010.
Disponível em: <http://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2012/03/PSNM-
Versao-Web.pdf>.

Presidência da República Casa - Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 11.904,
de 14 de janeiro de 2009 - Institui o Estatuto de Museus.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2009/Lei/L11904.htm>.

SCHEINER, Tereza Cristina. Repensando o Museu Integral: do conceito às práticas.


Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 7, n. 1, p. 15-30, jan.
abr. 2012.
17

ANEXO I – Avervo Fotográfico de Objetos do Cavalo Marinho Boi Pintado

Fotos do acervo do Cavalo Marinho Boi Pintado

Máscara de personagem do Cavalo


Marinho Boi Pintado

Máscara de personagem do Cavalo


Marinho Boi Pintado
12

ANEXO II - Modelo Proposto de Ficha de Inventário Acervo Museológico do Museu do Cavalo Marinho Boi Pintado

MUSEU DO CAVALO MARINHO BOI PINTADO

1. Nº Inventário: 2. Classificação/ coleção: 3. Autoria/fabricante: 4. Nome do objeto / título:

5. Época datação: 6. Técnica/material: 7. Dimensões:


Origem (local):

8. Modo de aquisição/ procedência: 9. Estado de conservação 10. Localização: 11. Observações:

1. Nº Inventário 2. Classificação/ coleção 3. Autoria/fabricante: 4. Nome do objeto / título:

5. Época datação: 6. Técnica/material: 7. Dimensões:


Origem (local):

8. Modo de aquisição/ procedência: 9. Estado de conservação 10. Localização: 11. Observações:

1. Nº Inventário 2. Classificação/ coleção 3. Autoria/fabricante: 4. Nome do objeto / título:

5. Época datação: 6. Técnica/material: 7. Dimensões:


Origem (local):

8. Modo de aquisição/ procedência: 9. Estado de conservação 10. Localização: 11. Observações:


13

Nº Inventário: 12. Informações adicionais do objeto

13. Relevância histórica e cultural do objeto

14. História e contexto histórico do objeto

Nº Inventário: 12. Informações adicionais do objeto

13. Relevância histórica e cultural do objeto

14. História e contexto histórico do objeto

Nº Inventário: 12. Informações adicionais do objeto

13. Relevância histórica e cultural do objeto

14. História e contexto histórico do objeto

Quadro 2 - Modelo Proposto de Ficha de Inventário Acervo Museológico do Museu do Cavalo Marinho Boi Pintado
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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