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LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Direito das Execuções Penais – Pena de Multa e medidas


Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

DIREITO DAS EXECUÇÕES PENAIS – PENA DE MULTA E MEDIDAS

REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA

CP, Art. 81. A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
I – é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;

 Obs.: percebe-se que as hipóteses se repetem, pois há previsões semelhan-


tes ao que dispõe o inciso I (acima) tanto para o regime aberto quanto
para o livramento condicional e para a suspensão condicional do proces-
so. Assim, é importante lembrar que, se durante os procedimentos para
a concessão dos benefícios houver uma condenação por crime doloso,
então esses benefícios serão revogados.

II – frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem


motivo justificado, a reparação do dano;
III – descumpre a condição de, no primeiro ano do prazo, deverá o condenado
prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de se-
mana (art. 48).

REVOGAÇÃO FACULTATIVA

CP, Art. 81. (...)


§ 1º A suspensão condicional da pena poderá ser revogada se o condenado des-
cumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por
crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de
direitos.

Direto do concurso
1. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do Código Pe-
nal, a suspensão condicional da pena poderá ser revogada se o condenado
descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condena-
do, por crime ou contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de
direitos.
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Comentário
Atenção ao que dispõe o Art. 81, § 1º do Código Penal.

PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA

CP, Art. 81. (...)


§ 2º Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção,
considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11/07/1984)

Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorro-


gar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.

Lei de Execução Penal


Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação do perí-
odo de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código
Penal.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspensão em
livro especial do Juízo a que couber a execução da pena.
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à margem
do registro.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informações
requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo
penal.

DA PENA DE MULTA
CAPÍTULO IV – ARTS. 164 A 170

Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado,


que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em au-
tos apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o
valor da multa ou nomear bens à penhora.
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 Obs.: em um processo penal, o juiz fixará um valor, ainda que mínimo, para fins
de reparação dos prejuízos suportados pela vítima. Assim, a sentença
que for proferida pelo juiz já serve como título executivo judicial para que
a vítima solicite a execução na instância cível. O mesmo vale em relação
à pena de multa quando fixada na sentença, a diferença é que a multa é
devida para o Estado, logo inicia-se um procedimento de execução fiscal.

§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectiva


importância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garan-
tir a execução.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dis-
puser a lei processual civil.
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão remetidos
ao Juízo Cível para prosseguimento.

 Obs.: é importante perceber que, no caso da pena de multa, os autos apartados


só são encaminhados ao juízo cível no caso de penhora de bens imóveis.

Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento nos ter-
mos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao con-
denado doença mental (artigo 52 do Código Penal).

 Obs.: suspensão da execução da multa – Art. 52, CP – “É suspensa a execução


da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental”.

Direto do concurso
2. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) A execução da pena de mul-
ta será suspensa quando sobrevier ao condenado doença mental.

Comentário
A questão dispõe a letra da Lei de Execução Penal em seu Art. 167.
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TÍTULO VI
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

ESPÉCIES DE MEDIDAS DE SEGURANÇA

Durante o andamento do processo, é possível que uma das partes solicite


um incidente de insanidade mental, que suspende o processo até que seja emi-
tido o laudo. Se nesse laudo for demonstrado que o agente, quando praticou a
infração, possuía condições de entender o caráter ilícito do fato, mas depois lhe
sobreveio alguma doença mental, então o processo penal continuará suspenso
até que o sujeito se reestabeleça de sua doença mental. Já se o laudo atestar
que o sujeito, já na época dos fatos, não possua condições de entender o cará-
ter ilícito de sua conduta (era inimputável), então o processo penal seguirá. Con-
tudo, se o agente era inimputável, o juiz absolverá o réu ao final do processo
(sentença absolutória imprópria) e aplicará uma medida de segurança.

Quais são as medidas de segurança?


I – Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta,
em outro estabelecimento adequado;
II – sujeição a tratamento ambulatorial.
Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a
que tenha sido imposta. (Art. 96, CP)

Imposição da medida de segurança para inimputável


Se o agente for inimputável, o que ocorre quando, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de deter-
minar-se de acordo com esse entendimento, o juiz determinará sua internação.
Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o
juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. (Art. 97 do CP)
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Prazo
A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado,
perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação
de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) até 3 (três) anos. (Art.
97, § 1º do CP)

Súmula n. 527 do STJ: O tempo de duração da medida de segurança não


deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao
delito praticado.

STJ – HABEAS CORPUS HC 99649 MG 2008/0021722-4 (STJ)


Data de publicação: 02/08/2010
Ementa: PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO TENTADO.
INIMPUTABILIDADE. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA E SUBMISSÃO À MEDIDA DE
SEGURANÇA. ALEGAÇÃO DE CAUSA EXCLUDENTE DE ILICITUDE. LEGÍ-
TIMA DEFESA. COMPETÊNCIA DO CONSELHO DE SENTENÇA. CONSTRAN-
GIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. ORDEM CONCEDIDA.
1. A absolvição sumária por inimputabilidade do acusado constitui sentença
absolutória imprópria, a qual impõe a aplicação de medida de segurança, razão
por que ao magistrado incumbe proceder à análise da pretensão executiva, apu-
rando-se a materialidade e autoria delitiva, de forma a justificar a imposição da
medida preventiva. 2. Reconhecida a existência do crime e a inimputabilidade
do autor, tem-se presente causa excludente de culpabilidade, incumbindo ao
juízo sumariante, em regra, a aplicação da medida de segurança. 3. "Em regra,
o meritum causae nos processos de competência do júri é examinado pelo juízo
leigo. Excepciona-se tal postulado, por exemplo, quando da absolvição sumária,
ocasião em que o juiz togado não leva a conhecimento do júri ação penal em
que, desde logo, se identifica a necessidade de absolvição. Precluindo a pro-
núncia, deve a matéria da inimputabilidade ser examinada pelo conselho de sen-
tença, mormente, se existe tese defensiva diversa, como a da legítima defesa"
(HC 73.201/DF). 4. Havendo tese defensiva relativa à excludente de ilicitude pre-
vista no art. 23 do Código Penal (legítima defesa), não deve subsistir a sentença
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que absolveu sumariamente o paciente e aplicou-lhe medida de segurança, em


face de sua inimputabilidade, por ser esta tese mais gravosa que aquela outra.
5. Ordem concedida para anular o processo a partir da sentença que absolveu
sumariamente o paciente para que outra seja proferida, a fim de que seja anali-
sada a tese da legítima defesa exposta nas alegações finais.

GABARITO

1. E
2. C

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Gladson Miranda.
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