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Barbárie

A História Sagrada do Mundo


Antes do Surgimento dos Homens
Quando ainda não existia nem a terra, nem
o mar e nem o ar, quando só existia o
Sebayeth, o vácuo da escuridão infinita, já
estava lá o "Pai"...
Do sonho do pai surgiu o ankh, a energia
mágica e primordial da criação.
No ankh o “Pai” plantou uma semente da
qual nasceu Laerd’meidr, a Árvore da Vida, o
Pilar da Criação.
Em torno de Laerd’meidr erigiu o Mundo.
Quatro estações alternavam-se no mundo,
mas Laerd’meidr estava além do tempo, era
o que gerava o tempo.
Quando o mundo estava pronto
Laerd’meidr exerceu a vontade do “Pai” e
“semeou” a Vida, em sua miríade de formas e
belezas, como as mais variadas vegetações e
as mais diversas espécies de animais, que
povoavam a terra, a água e mesmo os céus.
Dos primeiros “Frutos” de Laerd’meidr
nasceu o “Primeiro Povo”, Soyeth.
Laerd’meidr falou aos Soyeth e eles
ouviram, e aprenderam. Entre os muitos
ensinamentos nenhum foi tão importante
quanto a avra ked’byrah as “runas” da
magia, com as quais canalizariam o poder do
ankh.
Então Laerd’meidr silenciou e secou.
Os Soyeth cresceram em cultura e poder e
ergueram para si duas grandes cidades;
Izidakh a Nordeste e Azurath a Sudoeste.
Dividiram-se em Quatro Castas funcionais
para melhor se administrarem. Os líderes
políticos se tornaram uma nobreza hereditária
e se chamaram Soyeth’yuhr.
Decidiram que a avra ked’byrah era um
conhecimento poderoso demais para ser
amplamente divulgado e o restringiram a um
único circulo de eruditos, os Soyeth’sokh.
Aos mais fortes e leais às tradições coube o
papel de manter a ordem e as leis de seu
povo, ficaram conhecidos por Soyeth’ayrth,
guerreiros e magistrados inigualáveis.
Aos demais cujas funções menos nobres
como a agricultura e o artesanato foram
relegadas, deu-se o nome Soyeth’numear.
O uso freqüente da Magia chamou a
atenção de obscuras criaturas nascidas do
Sebayeth a partir dos pesadelos do “Pai”,
monstros famintos e desumanos, que abriram
caminho pelo ankh e adentraram o Mundo.
Por terem se embrenhado no ankh, Os
Sebayeth’na tornaram-se poderosos na
Magia e quando se mostraram aos Soyeth
assumiram belas formas e se chamaram
Ninra Fartakh, os “Mestres da Criação”,
foram feitos então Deuses e adorados, devido
ao seu vasto poder.
Por quatro gerações dos Soyeth os
“deuses” usaram seu poder em “favor” de
seus adoradores em troca de sacrifícios e
obediência. Templos foram erguidos em
homenagem a eles.
Astutos e manipulativos os Ninra Fartakh
bajularam o ego dos Soyeth’yuhr dizendo
que eram os favoritos do “Pai”, e que todos os
seres deveriam render-lhes homenagens e
obediência; Conquistaram os corações do
Soyeth’sokh ao ensinar- lhes que as runas
também detinham o poder de sua antítese,
avdra ked’byrah, destruindo além de criar,
tornando-os temidos pelo seu poder;
Ensinaram aos Soyeth’ayrth a arte de
fabricar armas e armaduras imbuídas de
poder mágico, o que os tornou quase
imbatíveis em campo de batalha, e eles foram
gratos por isso; Os Soyeth’numear
intimidados pelo poder das demais castas
foram subjugados e explorados, muitas vezes
sendo sacrificados em nome desses “deuses”.
A ruína dos Ninra Fartakh teve início com
a chegada da nova “Primavera” de
Laerd’meidr.
Pesarosa com a forma como os Soyeth
foram dominados, Ela rogou ao “Pai” e foi
inspirada.
Alimentou com seus “Frutos” os animais
que viviam próximos a si, e chamou pelos
Soyeth’yuhr, mas eles a ignoraram.
Chamou outra vez, agora a todos os
Soyeth, mas eles prontamente a ignoraram.
Foi quando caiu sobre o Mundo uma praga
como nunca fora vista antes. Nenhum ser
vivente sobrevivia a ela, nenhuma “Arte de
Cura” ou Magia podia curar seus efeitos ou
parar seu avanço. Os “deuses” se mostraram
tão incapazes quanto os Soyeth.
Os líderes dos Soyeth’yuhr partiram
então em busca de Laerd’meidr. Quando
regressaram, dirigiram-se diretamente a
Azurath, onde reuniram toda a sua casta.
Convocaram também todos os Soyeth’ayrth
e a alta liderança dos Soyeth’sokh, mas não
antes de enviar todo o restante da população
da cidade para Izidakh e outras cidades
menores.
Nunca mais, um único membro desta casta
foi vista sobre a face do Mundo, pois naquele
dia foram sepultados sob as fundações da
cidade e os Soyeth’ayrth se tornaram seus
guardiões, sendo os únicos a poder viver na
cidade desde então. A praga deixou o Mundo
graças a este grande sacrifício.
Os Ninra Fartakh temeram Laerd’meidr
e o odiaram. Tramaram então a sua
destruição. Conjuraram uma vasta gama de
Sebayeth’na menos poderosos e os
induziram a se mesclar aos seres vivos do
Mundo, ou a assumir formas monstruosas,
ambas para atacar e aterrorizar aos Soyeth.
Habilidosos enganadores convenceram aos
Soyeth’sokh, os novos e inquestionáveis
líderes de seu povo, de que Laerd’meidr os
havia traído e era responsável pelas
monstruosidades que os assolavam.
Os Soyeth’sokh por sua vez, convocaram
todo o seu povo para a Guerra que travariam
contra a “Árvore da Vida”, que agora
chamavam “Soturna Árvore da Morte”. Todos
atenderam ao seu chamado à única exceção
das mais nobres casas dos Soyeth’ayrth,
que permaneceriam a zelar por sua missão.
Os animais que se alimentaram dos
“frutos” de Laerd’meidr se transformaram
nos Bechz, os “Povos Fera”. “Gyshar’taur
ou apenas “Tauryus”, o grande “Povo Búfalo”;
Luhal’sathyr, ou apenas “Sathyrus” ou ainda
“Faunus” o vivaz “Povo Caprino”;
Asah’Sekhmet, ou apenas “Sekhmet” ou
ainda “Kuruth” como suas armas são
chamadas, o valente “Povo Felino”.
São os Bechz que detêm o avanço das
tropas Soyeth e garantem a Laerd’meidr o
tempo que precisava para concluir o plano
que terçara, libertando então os seis
Sebayeth’na que capturou e alimentou com
seus “frutos” e coroou cada um com uma runa
de Poder Mágico Elemental, a essas criaturas
chamou Farsul Cahalith, “Reis Dragões”.
Tamanho poder liberado simultaneamente
levou os Ninra Fartakh, a fugirem
aterrorizados de volta para as profundezas se
Sebayeth, atravessando o tecido da
realidade de forma tão avassaladora que
alterou drasticamente as formas do Mundo.
Azurath foi engolida pela terra. Izidakh
foi erguida para entre as nuvens. Rios
secaram enquanto outros nasciam. Mares
foram rachados ao meio enquanto fogo e gelo
caiam do céu. A quinta parte de tudo que era
vivo padeceu naquele dia.
Os Soyeth’sokh que sobreviveram, logo
partiram para tentar encontrar Izidakh sua
cidade desaparecida.
Pelo que é contado, nenhum Soyeth’ayrth
sobreviveu à catástrofe.
Apenas algumas famílias dos
Soyeth’numear prevaleceram para continuar
sua história, porém agora seriam chamados
apenas por seu segundo nome Numear.
Os poucos Bechz que restaram partram
em busca de um lugar pra si neste novo
mundo que se abria pra eles.
Por fim, Laerd’meidr falou aos Numear e
eles o atenderam.
No chão onde tanto sangue fora
derramado, eles plantaram os últimos “frutos”
de Laerd’meidr. Desses “frutos” nasceram as
“Doze Árvores”.

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