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Gastronomia aplicada à nutrição clínica

GASTRONOMIA APLICADA À NUTRIÇÃO CLÍNICA


Aula 12: Implementação de cardápios na gastronomia
regional para dietas restritivas

AULA 8: CEREAIS EXÓTICOS E OLEAGIONOSAS


Gastronomia aplicada à nutrição clínica
Objetivos da aula

1. Elaborar cardápios com a inserção de preparações da gastronomia regional para dietas restritivas;

2. Garantir a aceitação de refeições diferenciadas por pacientes.

AULA 8: CEREAIS EXÓTICOS E OLEAGIONOSAS


Gastronomia aplicada à nutrição clínica
Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

 A garantia de uma boa prestação de serviço baseia-se na elaboração de um cardápio com


preparações culinárias adequadas às patologias dos pacientes, sem comprometer os pratos,
preservando sabor e qualidade;

 Quando se trata de dietas muito restritivas, o desafio para melhorar a apresentação da refeição é
primordial a fim de garantir a manutenção do estado nutricional do paciente.

BEZERRA (2003)

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Gastronomia aplicada à nutrição clínica
Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Para diabetes:

 Restrição de carboidratos simples e a introdução de carboidratos complexos;

 Auxílio no controle glicêmico;

 Objetivo de corrigir as anomalias metabólicas características do diabetes, manter o peso ideal


e prevenir complicações associadas ao diabetes;

 Hipocalórica, hipoglicídica, normoproteica e normolipídica;

 Geleias dietéticas (à base de frutas, somente), arroz com vegetais e aveia.

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Gastronomia aplicada à nutrição clínica
Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Hipossódica

 Prevenção ou controle de edemas e hipertensão ou hipernatremia;

 Indicada para pacientes renais, cardíacos, que apresentam hipertensão, com ou sem edema;

 Não são permitidos alimentos enlatados, industrializados ou embutidos;

 Todas as preparações são isentas de sal, no preparo, inclusive os pães e os queijos;

 Preparações sem o acréscimo de sal (apenas com temperos naturais), sendo encaminhado,
no almoço e jantar, um sachê de sal (1g) para acréscimo.

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Assódica

 Preparações sem adição de sódio;

 Indicada para pacientes com problemas renais ou hepáticos, principalmente nos casos
mais avançados da doença;

 Não é permitida nenhuma adição de sal na dieta oferecida;

 Não são permitidos alimentos enlatados, industrializados ou embutidos;

 A dieta é preparada sem o acréscimo de sal (apenas com temperos naturais).

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Hipolipídica

 Dieta isenta da adição de gorduras e restrita em alimentos ricos em lipídios;

 Deve conter, aproximadamente, 20% ou menos do valor calórico total proveniente dos lipídios;

 A restrição de gorduras implica tanto na limitação de gorduras visíveis como de gordura incorporada
ao alimento;

 Todos os alimentos são preparados sem a adição de qualquer tipo de gordura.

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Hipoproteica

 Dieta restrita em proteínas;

 Objetiva diminuir o trabalho renal e hepático, dependendo do grau de evolução da doença;

 É indicada para pacientes com problemas renais ou hepáticos;

 Restringir a quantidade de PAVB (proteína de alto valor biológico) nas refeições.

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Principais dietas restritivas

 Hipocalórica

 Dieta com restrição de carboidratos simples e açúcares;

 Excluir da dieta alimentos gordurosos;

 Introdução de alimentos isentos de açúcares;

 Indicada para pacientes com distúrbios alimentares e obesidade.

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Hiperproteica e Hipercalórica

 Pacientes que necessitam de reposição de proteínas e calorias, devido a perda de massa corpórea,
hipercatabolismo, queimaduras ou pacientes que estejam com o estado imunológico diminuído;

 Aumento da oferta de alimentos fontes de proteínas, principalmente as PAVB (proteína de alto


valor biológico).

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Laxativa

 Dieta rica em alimentos formadores de resíduos intestinais, inclui alimentos ricos em fibras
insolúveis, uma vez que estas não são digeridas, e agem aumentando o volume fecal e estimulando
o peristaltismo intestinal;

 Indicada em caso de obstipação intestinal, hiperglicemia, hiperlipidemia e hipercolesterolemia;

 Preparações contendo alimentos integrais como pães, biscoitos, farinhas, frutas como ameixa,
mamão, verduras, arroz, massas;

 Estimular o consumo de água (águas aromatizadas).

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Principais dietas restritivas

 Com resíduos mínimos (alta absorção ou sem resíduos)

 Dieta pobre em alimentos formadores de resíduos intestinais, a fim de poupar o trato gastrointestinal;

 Indicada para casos de preparos cirúrgicos, diarreia aguda, doença de Crohn, síndrome do cólon irritável,
diverticulite, colite ulcerativa e em quadros crônicos onde seja necessário repouso intestinal, ou
moderação do trânsito intestinal, controlando o peristaltismo;

 Deverão ser excluídas: especiarias e condimentos fortes; bebidas gaseificadas; hortaliças e legumes crus;
leite e derivados; frutas ricas em fibras; doces e açúcar; as frutas deverão ser consumidas sem casca.

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Antifermentativa

 Dieta com exclusão de todos alimentos fermentativos;

 Indicada para pacientes com desvio de microbiota intestinal ou distensão abdominal causada por gases;

 Recomenda-se a utilização de adoçante no lugar de açúcar;

 Alimentos que podem ser excluídos da dieta: especiarias e condimentos fortes; bebidas gaseificadas;
leguminosas; leite e derivados; vegetais crucíferos: brócolis, couve-flor, couve etc.

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Sem irritantes gástricos

 Isenta de alimentos que estimulam a secreção ácida gástrica e isenta de irritantes gástricos;

 Alimentos que podem ser excluídos da dieta: frituras de imersão; bebidas alcoólicas; café e
chás escuros; refrigerantes; pimenta; doces concentrados; frutas ácidas.

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Pobre em vitamina K

 Recomendada para pacientes em uso de medicamento, cujo princípio ativo é a varfarina (antiocoagulante);

 Alimentos excluídos da dieta, por inativar os efeitos dos anticoagulantes:

 Verduras e alimentos verde-escuros;

 Lentilha;

 Gema de ovo;

 Azeite de oliva.

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Rica em Ferro

 Inclusão de alimentos ricos em ferro, como carne vermelha, fígado, vegetais verde-escuros etc.;

 Alguns dos fatores que prejudicam a absorção de ferro são: taninos, encontrados nos chás; polifenóis,
café e chocolate; fosforoproteína e conoalbumina, gema de ovo;

 Alimentos que auxiliam na absorção de ferro: ácido ascórbico, frutas cítricas; proteínas tissulares, carne
vermelha, frango e peixe.

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Principais dietas restritivas

 Pobre em Potássio

 Indicada para pacientes com insuficiência renal com presença de edema ou hipertensão arterial, além da
elevação da concentração sérica de potássio ou quando houver perda significativa da função renal
(TFG<15 ml/min);

 Ingestão de potássio deve ser inferior a 70 mEq/dia;

 O cozimento em água das hortaliças e frutas promove perda significativa de potássio (cerca de 60%),
contudo não é necessário que o paciente consuma somente alimentos cozidos, pode-se orientar o uso
de frutas e hortaliças com pequena e média quantidade de potássio como: laranja-lima, banana-maçã,
maçã, caqui, abacaxi, pera, pêssego, alface, agrião, repolho e escarola.

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Principais dietas restritivas

 Dieta Isenta de Glúten

 Indicada para pacientes com alergia à proteína do glúten, presente no trigo, no centeio, na aveia
e na cevada;

 Preparação regional indicada: tapioca (à base de mandioca e sem glúten).

 Dieta Isenta de Lactose

 Indicada para pacientes com intolerância à lactose;

 Alimentos restritos: leites e derivados, pães, bolos, sobremesas à base de leite e queijos.

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Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Alimentos naturais regionais

 Baratos e nutritivos (melhor biodisponibilidade);

 Disponíveis para uso na gastronomia hospitalar (estímulo ao produtor local);

 O Guia Alimentar apresenta diferentes tipos de alimentos regionais que podem servir de ingredientes
para várias preparações de dietas restritivas:

 Mandioca como ingrediente rico em carboidrato e substituto de alimentos com glúten;

 Combinação de arroz e feijão como preparação rica em proteínas de origem vegetal, mas de alto
valor biológico.

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Gastronomia aplicada à nutrição clínica
Principais dietas restritivas e preparações regionais de possível utilização

Alimentos naturais regionais

 Estímulo ao consumo de alimentos mais naturais em detrimento aos industrializados;

 Vantagem: menor consumo de sódio, pela redução dos alimentos processados e ultraprocessados;
menor consumo de aditivos químicos;

 Indicado para dietas restritas em sódio (para hipertensos e pacientes com insuficiência renal);

 Indicado para dietas isentas de compostos alergênicos;

 Frutas e hortaliças regionais, com utilização do alimento integral, com cascas, talos e sementes:

 Indicado para dietas laxativas e dietas para dislipidemia.

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Gastronomia aplicada à nutrição clínica
Referências bibliográficas utilizadas nesta aula

CARUSO, L; SIMONY R; SILVA A. Dietas hospitalares uma abordagem na prática clínica. São Paulo: Atheneu, 2004.

CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. São Paulo: Manole, 2002.

MAHAN, L; ESCOTT-STUMP S. Alimentos nutrição e dietoterapia. 10. ed. São Paulo: Roca, 2002.

SÃO PAULO. Coleção Protocolos HMEC. Departamento Técnico do Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr.
Mário de Moraes Altenfelder Silva, 2012.

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Assuntos da próxima aula:

Gastronomia internacional em
nutrição clínica.

AVANCE PARA FINALIZAR


A APRESENTAÇÃO.
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