Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2019/2020
17/09/2019
Teoria do facto jurídico- em princípio os factos jurídicos naturais não são relevantes
Factos jurídicos- a partir do momento que temos um facto jurídico eme4rgente de uma
relação jurídica temos um direito obrigacional e não exto obrigacional.
Direitos potestativos
Mediático. Fluxo de direitos e obrigações que liga os sujeitos naquela teia comunicante
entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. As presunções de culpa recaem no sujeito passivo,
mas podemos ter uma teia complexa que tem 2 sujeitos ativos e 2 passivos. C e v- SOU
Devedora do preço, mas credora da entrega da coisa.
Sistema do modo- existência de uma condição factual ou legal que só na sua verificação
se transmite um direito real- contrato mútuo empresto 10 mil euros e me devolve com juros.
Só no momento da transferência com a posse do dinheiro é que se cumpre o contrato de
mútuo. Registo da hipoteca- documento autêntico ou autenticado e não for registado ou ficar
definitivo só naquele momento é que fica transferida a garantia sobre o direito e propriedade
sobre o cotrato celebrado de hipoteca.
1
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
24/09/2019 OT
483º
Ação - humana
- Voluntária
Ilícitas – há fontes gerais e fontes especiais. Há situações em que a ilicitude pode ser
justificada, ou seja, apagada do caso concreto mediante uma justificação especial do facto. Ex:
legitima defesa.
Culpa- para aferir a culpa temos que concluir que o agente é imputável. A
imputabilidade é a partir dos 7 anos da criança perceber o comportamento que praticou. Só
um imputável é suscetível de um juízo de culpa.
- Doloso
- Negligente
- Exclusão da culpa – tal qual como na ilicitude pode haver situações em que o
requisito da ilicitude está verificado, mas tem um requisito negativo e se tivermos uma
justificação ou exclusão da ilicitude e o facto ou o dano vão afastar o requisito que lhe deu
causa.
Dano: - Patrimoniais
2
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
- Dano
O facto apesar de tudo é um conceito normativo não material. Ex: alguém base com a
mão na mesa, alguém se assusta e morre. Há uma ligação natural, pois se não fosse bater na
mesa ninguém morria, apesar de existir nexo de ligação.
Temos os requisitos todos verificados, mas há uma situação em concreto em que não
temos o dever jurídico de indemnizar- prática de factos jurídicos lícitos danosos. Se usarmos
uma determinada justificação apesar do comportamento ser considerado lícito naquelas
circunstâncias continua a haver o dever jurídico de indemnizar.
Art.499º e ss
3
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Quando o legislador prescinde na culpa faz sentido aplicar o critério da equidade para
definir a indeminização? Não está excecionada nas regras da extensão, logo aparentemente o
legislador quer parecer que a indeminização pode ser medida de acordo com a equidade. A
grande divergência entre doutrinas é a natureza da responsabilidade.
4
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
30/09/2019
CASO PRATICO
O animal morreu e Benedita esteve em coma durante mais de 15 dias com múltiplas
fraturas.
Quid Iuris?
VERIFICAR:
Os subtipos da mesma
Comportamento do agente
RESPOSTA:
Responsabilidade civil extra contratual por factos ilícitos. Noa há nenhuma relação
jurídica previamente constituída portanto ainda que não seja propriamente uma máxima que
esgote toda a realidade, pelo menos a responsabilidade civil obrigacional é aquela que
depende tendencialmente de um princípio da relatividade, a situação em que determinadas
pessoas se vinculam à prática de um determinado facto positivo ou negativo permite satisfazer
a pretensão do interesse do sujeito ativo, temos uma situação de responsabilidade
obrigacional. (exceto gestão de negócios, etc..).
Responsabilidade civil extra obrigacional é excecional pois não depende desta situação
jurídica propriamente dita, ou seja, na situação que alguém se coloque no caso concreto de
satisfazer a outra pessoa.
5
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Responsabilidade civil: factos ilícitos (não prescinde de uma juízo de censura pro parte
do agente/ não prescinde de culpa). Temos uma responsabilidade objetiva ou pelo risco
(principio de tipicidade ou taxatividade em relação as outras em que a verificação dos
requisitos resulta de uma indeminização do lesante face ao lesado). O legislador decidiu fazer a
sociabilização do risco. O risco é alguém nos termos da lei se considerar responsável ainda que
sem culpa ser condenado pelo pagamento do valor indemnizatório que é calculado nos termos
da responsabilidade.
Art.483º e seguintes
Requisitos:
- Facto (voluntario) – tem que ser uma ação humana e objetivamente controlável pela
vontade humana, ou seja, é a ação doa gente mas aferível através de que critério? É
objetivamente controlável. O agente não domina pois está em estado de embriaguez. O ato
idóneo de alguém colher outra pessoa porque o carro bate no corpo da pessoa e do cão é
diferente doa to de beber. Isto é relevante porque nos dá uma linha temporal que neste tipo
de situação não se pode desconsiderar. Neste caso, apesar de ele não dominar o ato é
dominável. Ele não domina porquê? Art.488º/1 última parte. O ato não está a ser dominado
pelo agente, isto não afasta a ação pois temos de saber se o ato é dominável. Neste caso é.
Logo, este caso não é dominado, mas é dominável se ele não tivesse bebido até ficar num
estado de imputabilidade. No âmbito da responsabilidade civil as linhas temporais
denominam-se por ações livres na causa. Os requisitos da responsabilidade civil a partir deste
momento incluindo para a culpa do agente. Este é o ato idóneo a causar o dano mas
imaginemos que o agente bebeu agua toda a noite mas alguém pôs substancias psicotrópicas
na sua bebida. Neste caso, o agente não tem culpa.
Ele tornou-se inimputável pois está a dormir, não percebeu o facto que perceciona. No
primeiro caso censura-se o comportamento do sujeito pois no caso do homem médio nunca
beberia até cair e nunca conduziria em caso de embriaguez
. No segundo caso temos que aumentar a linha temporal de análise da situação, neste
caso não haveria juízo de censura pois ao gente não tem culpa de não controlar o
comportamento ativo que deu origem ao resultado.
6
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
- Ilicitude
- Culpa
-dano
7
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
07/10/2019
CASO PRATICO
Quid Iuris?
RESPOSTA:
Quais são as obrigações das partes? Celebrar do futuro um contrato dentro das
cláusulas e celebrar o contrato definitivo e este contrato é que vai produzir efeitos
obrigacionais.
8
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Porque só móveis ou imoveis sujeitos a registo? Porque se estes direitos são relativos
não existe nenhum dever geral de abstenção das outras partes. São os únicos que preveem a
publicitação do direito.
E para a Carlota?
Art.334º-
Queremos dizer que eventualmente a carlota tem que indemnizar o promitente fiel.
Responsabilidade extracontratual.
A haver qualquer tipo de indeminização neste caso teríamos de nos socorrer das duas
figuras de o fazer responsabilidade obrigacional ou extra obrigacional, neste caso vamos pela
extra obrigacional.
Neste caso a carlota é um 3º neste NJ. O único que e capaz de violar o direito de outrem
é a contraparte do negocio. Ninguém o consegue cumprir por ele por isso ninguém o consegue
violar por ele.
Temos aqui a conduta de um terceiro que pode ser censurável o suficiente para haver
indeminização.
9
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
obrigações e os direitos relativos são aqueles criados ao nível dos NJ. Só o devedor daquela RJ
é que pode ou não satisfazer o credor da RJ.
C para ter feito alguma coisa tem que estar em abuso de direito. A ilicitude decorre de
um abuso ilícito de um direito próprio.
Qual é o direito? Direito geral a contratar. C tem que exceder manifestamente. O direito
a contratar é fazer um bom negócio, lucrativo.
C não excede manifestamente nada. Não é destruir negócios alheios que implica o
abuso de direito, temos de olhar para a utilização do direito e ver que nas circunstâncias
normais o negócio não se fazia.
Ainda que concluamos que alguém abusa o direito ele tem que ser manifesto.
Noa tem que haver culpa relativamente a negócios alheios, o abuso de direito não
implica dolo ou negligencia. 334º- Alguém que tem um direito usa-o de forma abusiva e a
utilização é escandalosa.
10
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
08/10/2019
CASO PRÁTICO 1
Manuela, é mãe de Maria, uma criança de 5 anos de idade, que foi deixada aos cuidados
de uma ama, Benedita quando, perante o período em que a criança estava com a ama, aquela
saiu de casa e inadvertidamente incendiou parte da quinta do vizinho Manuel provocando-lhe
a destruição das suas árvores de frutos, bem como, a própria criança teve ferimentos numa
das mãos decorrentes uma queimadura de segundo grau.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
Temos 3 intervenientes.
Maria – criança
Manuela – mãe
Benedita – ama
Manuel - Vizinho
Quem está mais próximo do facto danoso é a Maria, teve um comportamento suscetível
de causar danos. A maria é insuscetível de um juízo de censurabilidade. Estamos a tratar de
responsabilidade civil por factos ilícitos 483º e ss. Isto depende de conseguirmos aplicar um
juízo de censurabilidade que é um pressuposto da culpa.
Para conseguirmos produzir um juízo de censura sobre alguém ela tem que
compreender que fez. É impossível colocar um homem médio no lugar da criança porque o
homem médio compreende que a criança cometeu um crime. Não e possível substituir o
agente por um homem medio porque a este agente falta-lhe a imputabilidade (compreensão
do facto que se está a praticar).
Afastamos a responsabilidade civil da criança. Não significa que não haja dever jurídico
de indemnizar o lesado - 483º
11
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Temos uma situação excecional em que alguém pode ser responsável pela vigilância da
criança.
A responsabilidade civil extracontratual implica que haja (ação, ilicitude, culpa, dano,
nexo de causalidade).
Neste caso concreto é a relevância do nada fazer nos termos da responsabilidade civil
extracontratual, omissão de Manuela.
Temos de ter alguém que consiga reatar um vínculo quebrado porque não conseguimos
imputar a responsabilidade porque ela é inimputável. As pessoas mais afastadas desde facto e
que não participaram nele mas é necessário saber se a omissão delas gera algum tipo de
responsabilidade. Elas não impediram a Maria de o fazer. Neste caso estamos a falar de uma
omissão pura, conforme é omisso o dever jurídico de atuar.
Art.486º do CC. Neste caso o quê que elas deveriam ter feito? Dever geral de vigilância.
Ex: alguém se está a afogar, ligamos para o 112 não estamos em omissão, mas 1 dessas
pessoas tem um barco- Monopólio de meios
A mãe tem ou não um dever jurídico onde possamos incluir que a maria não prática este
ato? Art.1879º dever geral de vigilância. Os pais têm obrigação de garantir a vigilância da
criança. Se a mãe tem este dever, ela considerando o contrato garantiu que outra pessoa
vigiasse a criança por si.
2 Omissões – 486º pois o dever jurídico de impedir o facto está por lei na Manuela e pro
contrato celebrado pela titular de um dever jurídico de cuidado Benedita.
Quando alguém assume o encargo de vigiar outra pessoa por razão da sua incapacidade
natural precisa de ser vigiado – Art.491º do CC. Mas, a pessoa não precisa de ser inimputável.
Ainda que imputável, a partir dos 7 anos há alguém que se responsabilizada por ela e pela sua
12
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
13
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
CASO PRATICO 2
José Carreras tem marcada uma digressão mundial tendo já agendados vários concertos
pelo mundo incluindo Portugal. Aquando da deslocação ao nosso país o tenor é confrontado
com um fã que após ter recusado um autógrafo este não se conforma com a recursa do seu
ídolo e agride-o violentamente partindo-lhe entre mais 2 costelas, que o impede de dar o
concerto marcado para o nosso País acabando por ser cancelado com sérios prejuízos para a
promotora do evento e sala de espetáculos.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
No que tange à agressão temos responsabilidade civil extra obrigacional. Temos por
parte do fã requisitos:
Ação (ato humano de dominar controlar os movimentos musculares que faz com que
braços e pernas batam em pessoas alheias e provoquem danos);
Culpa: imputável porque não se presume inimputável e a culpa é aferida pelo critério do
homem médio. No limite levava uns palavrões por não assinar, mas não aconteceria com um
homem medio. Pois através do critério objetivo da culpa o HM não teria de todo aquele
comportamento. No âmbito da responsabilidade civil há dolo (elemento cognitivo e o
elemento volitivo = conhecimento + vontade) na negligência (limite elemento cognitivo=
conhecimento).
A promotora e a sala de espetáculos têm um direito absoluto. A ação não viola o direito
absoluto ao património, é uma consequência do dano, não da ação.
14
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
A única hipótese neste caso era se existissem normas de proteção. Ainda que não se
viole um direito absoluto (direito ao património) temos de proteger juridicamente – 483. Mas
não há.
15
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
CASO PRÁTICO 3
O proprietário (A) de um terreno agrícola tem, dentro dos limites o seu prédio uma
nascente de água que considerando a quota em que o imóvel se encontra, as águas vertem
para 2 dos terrenos vizinhos que estão em quotas inferiores, terrenos do senhor B e C.
Acontece que o proprietário, D, de um outro terreno decidiu destruir a nascente do seu
vizinho por forma a que as culturas agrícolas deste ficassem comprometidas devido à seca.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
Ação: sim
É ilícito? Não. Ele não violou os seus direitos, pois a agua não era deles, eles só
aproveitavam a água do vizinho A. Art.1391º esta norma só é oponível a terceiros e não ao
proprietário da nascente. O que este artigo diz é que B e C podem aproveitar o que vem de
cima e o dono da nascente se quiser dar um uso diferente da nascente, B e C não têm nenhum
tipo de violação na sua esfera jurídica se for o proprietário a fazer essa violação. Se forem 3º a
fazer essa violação? Verdadeira norma de proteção. Esta norma garante que salvas as
situações em que o proprietário da agua quer impedir que as pessoas a usem porque ele pode,
só não podem terreiros.
16
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
14/10/2019
CASO PRÁTICO
Manuel passava à pressa pela Avenida Fernão Magalhães durante a madrugada, quando
se apercebeu que um automóvel circulava em excesso de excesso de velocidade e a avenida
deserta passava todos os semáforos vermelhos até que acabou por atropelar Joaquim que
atravessa uma passadeira com sinal verde.
Perante este cenário, arromba o primeiro carro que encontra, coloca Joaquim dentro do
automóvel, faz uma ligação direta e transporta-o para o hospital, o que acaba por se relevar
essencial para a sobrevivência do acidentado.
Maria dona do automóvel ficou com danos consideráveis no veículo, já que para além
do vidro partido, o sistema de segurança do carro ficou destruído e o motor terá que ser
substituído já que em virtude da ligação direta um curto-circuito destruiu o motor.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
O que requer neste caso ser ressarcido de danos é Maria, a dona do automóvel.
AÇAO: O Manuel que partiu o vidro de um carro, fez ligação direta do veículo da Maria e
conduziu com o Joaquim lá dentro até ao hospital.
17
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
ILICITUDE: danificar ou destruir o direito de propriedade de outra pessoa sem para qual
estar autorizado.
Art.335º justificações.
Estado de necessidade- não é o ato que é ilícito que está justificado mas é um ato licito.
Mover um perigo atual- o perigo é atual pois ele tem que ser imediatamente
transportado
Como os requisitos são cumulativos neste caso não desencadeia responsabilidade por
factos ilícitos.
O agente teve um comportamento que a ordem jurídica considera lícita, mas porque é
danoso a ordem jurídica vai fazer distribuir aquela indeminização que será suportada por
alguém. Em principio pelo lesante, mas, considerando que este comportamento é licito o
Manuel é um terceiro e não é de todo o autor do perigo que dá origem à destruição.
Relativamente ao facto alusivo ao dano vamos desvincular a ação e vamos chamar o agente,
todos os que tiraram proveito e contribuíram para o estado de necessidade. Logo, todos eles
estão a concurso. São chamados todos, só depois é que vamos ver quem deu origem ao
perigo. Esta indemnização pode ser fixada com juízos de equidade.
18
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
A primeira parte está excluída (não foi sua culpa exclusiva). Na segunda parte manda
chamar os que deram origem e fixar a indemnização equidade. Neste caso chamada o
automobilista e Joaquim e juntava-os com Manuel.
Nestes casos de fugir a seguradora passa a ter direito de regresso sob o pagamento do
preço
19
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
15/10/2019
Teste:
O agente tem sempre que destruir ou danificar algo de outrem, significa que se for algo
que é seu (atirar o carro contra o muro para não atropelar alguém) não é estado de
necessidade. Se é do próprio não faz sentido ser ilícita. Gestão de negócios - responsabilidade
obrigacional (responsabilidade contratual). Noa pode ser extra obrigacional porque não
depende de um facto jurídico prévio.
CASO PRÁTICO
Perante este cenário Manuel percebe que todo o seu pinhal ficará destruído e pede
ajuda ao único vizinho com uma habitação naquela área para que o deixe usar as mangueiras
de casa e dessa forma tentar controlar o incendio para evitar a destruição total do pinhal.
O vizinho Joaquim percebe a situação de Manuel mas recurso qualquer ajuda alegando
que face ao período de seca corre o risco de ficar sem água essencial para o seu jardim e para
utilização domestica.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
20
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Temos uma relação entre Manuel e Joaquim e aquilo que estamos a avaliar é a conduta
de um deles. Conduta do Manuel face ao Joaquim ou Joaquim face ao Manuel?
É preciso perceber quem começa o feito relacional e que danos estão aqui em causa.
Aqui a história começou quando Joaquim disse que não deixava Manuel usar as suas
mangueiras.
Monopólio de meios - o caso prático não tem informação suficiente para concluirmos
isto.
Ingerência - todas as situações que o agente pelo seu comportamento tem o dever
jurídico de evitar certos comportamentos- todas as omissões situações do dever de cuidado.
A verdade é que ele tem um meio mas não sabemos se é único ou se é possível.
Logo, não é possível concluir que a omissão de Joaquim não produz efeitos face à
responsabilidade civil.
AÇAO DE MANUEL
Ação - após o recurso de Joaquim, proibido ele usou a mangueira e a água do vizinho e
invadiu a sua propriedade, pondo uma resistência. É humana e controlável pela vontade
humana.
21
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Requisito negativo face à ilicitude- temos a ação direta (336). É lícito o recurso à força
através da apropriação das coisas de outra pessoa com fim de assegurar um direito próprio
pode ser alheio, quando for indispensável (principio da necessidade) para evitar a inutilização
desse direito para evitar o prejuízo. Tem que haver ponderação dos interesses, estamos a falar
de propriedade contra propriedade. Ambos direitos patrimoniais. Manuel faz isto para que o
pinhal não arda todo. O caso pratico não tem realidade suficiente para concluir que o recurso à
força é insuscetível de evitar a inutilização do direito alheio. A ação direta só é lícita se o
recurso à força for essencial para o direito. Como sabemos se evita ou não a inutilização do
direito? O que o Manuel quer é usar a maneira para evitar que o pinhal arda. Ele põem em
causa o direito de propriedade de Joaquim para evitar que o seu direito se inutilize. Se o pinhal
já estivesse completamente ardido o direito já estava inutilizável.
Como é que se analisa isto? Para evitar a utilização pratica deste direito. Como sabemos
se Manuel cumpre ou não este requisito? Como se aferem os requisitos? Comparação com o
Homem Médio. Em princípio um homem medio nestas circunstâncias alguma água sobre o
pinhal haverá de fazer, q junto mais não seja atrasar.
Ex: No caso de o pinhal já estar ardido (ação direta putativa). A ação é ilícita mas é
desculpável pelo 338.
FILHO DE MANUEL
Se ele está em frente à torneira, ele estará em propriedade privada sem ter autorização
para isso para evitar que o outro lá vá. Se o outro foi ou não, não sabemos.
Qual é a ação do filho? Foi co autor do pai na ação direta. Os dois invadem propriedade
alheia, cada um tem uma parte deste fecho relacional. O filho faz parte do fecho relacional do
conjunto. Esta ação direta só funciona porque estão lá os dois. Poderia era acontecer o
Joaquim não se aproximar do filho do Manuel ou impediu-o mesmo - medo - direito absoluto -
violação da integridade moral. Imaginemos que o Manuel e o filho estejam em licitude sobre
ação direta e o Joaquim chega lá e bate ao filho de Manuel, entoa o seu comportamento é
considerado ilícito.
22
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Eles são co autores da ação direta, ambos por ação, um por pegar na mangueira e outro
por evitar que Joaquim desligue a mangueira.
23
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
CASO PRÁTICO
Numa madrugada depois de um dia de trabalho Manuel chega a casa e depara-se com a
mulher morta no meio da sala com sinais de extrema violência, ouve gritos do quarto da filha e
correndo em seu auxílio depara-se com Joaquim a esfaquear a filha de 9 anos no quarto.
Desesperado Manuel socorreu-se de um jarrão para bater em Joaquim e evitar que ele
continuasse a esfaquear a filha, mas, cego de raiva ao invés de lhe bater com o jarrão, quebra-
o e com um dos cacos ataca-o na jugular vindo Joaquim a morrer.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
Ação - perante aquele cenário quebrar o jarrão, pegar num dos cacos e por na jugular do
Joaquim. Esta ação é humana, voluntária e absolutamente controlável pela vontade humana.
Há algo que justifique a ilicitude? Legitima defesa e porque não ação direta? Porque não
é nenhum direito próprio. Ação direta - exercício de ataque. Legitima defesa- reação de
ataque.
Agressão é atual? Sim. Contraria à lei? Sim, ou seja, o aproprio Joaquim estaria a violar
um direito de outrem. Contra uma pessoa ou terceiro? Sim, sobre a filha. (principio da
necessidade). Não é possível recorrer aos meios normais. O prejuízo causado é superior ao que
resulta da agressão? Está-se a matar para evitar que se mate. O prejuízo da morte do Joaquim
é superior ao prejuízo da morte da Clara? Não, são iguais.
Ex: se fosse um cão a morder uma criança, e batesse no cão para afastar da criança? Era
legitimada defesa? O cão não pratica atos contrários à lei/ilícitos. Quem pode violar a lei são
as pessoas titulares de direitos e obrigações, o cão não tem personalidade jurídica. Neste caso
estaríamos em estado de necessidade. Coisa diferente seria o cão estar a agredir alguém
porque alguém deu o comando ao cão para ele morder a criança.
24
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Problema: tem que haver uma adequação de meio. O agente não pode estar em excesso
nem quanto à agressão nem quanto ao meio. Com menos conseguiríamos repelir esta
agressão.
O 337º diz que o excesso da ação se justifica com medo ou perturbação não culposo doa
gente. Neste caso, estará perturbado. Um homem médio não espeta nada na jugular de
ninguém, mas o nº2 diz que não censura a perturbação ou medo. Um homem medio
ponderado a reação, os meios e os fins.
25
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
28/10/2019
CASO PRATICO
Manuel tem 5 anos e é uma criança hiperativa que aproveitando o facto de a mãe ter
adormecido no sofá depois de um longo dia de trabalho saiu de casa e incendiou o carro do
vizinho estacionado em frente à habitação.
Momentos depois um grupo de jovens que haviam assaltado uma loja de conveniência e
furtado um automóvel despistam-se e embatem no carro do vizinho projetando contra uma
parede e destruíram-no.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
Ação – realidade factual - Manuel incendeia o carro do vizinho que sai de casa quando a
mãe está a dormir a sesta depois de um dia de trabalho. Humana- é humana. Voluntária –
(dominada ou dominável pelo ser humano) Sim
491º - Diz que pode haver um terceiro que eventualmente vai ressarcir danos praticados
pelo Manuel.
Este artigo depende de alguém ligado à vigilância, neste caso a mãe. No entanto, ela só
indemniza se houver danos indemnizáveis para efeitos de responsabilidade civil
extracontratual.
26
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Podemos ter um imputável que não tenha capacidade natural – criança de 16 anos.
Esta obrigação de atuar é lhe imputável neste caso concreto? Como ela é mãe está
obrigada por lei ao dever de cuidado, legalmente estabelecido 1879º.
491º - Faz a inversão ao ónus da prova, ou seja, a culpa já está verificada por presunção
legal. Art.487º para o lesante demonstrar que não tem culpa, colocando um homem medio
naquelas circunstâncias. Se o homem medio diz teria feito a mesma coisa afasta-se a
presunção de culpa se não faria a mesma coisa presume-se a culpa.
“Os danos se teriam verificado ainda que o tivessem cumprido”- causa virtual
491º + 492º + 493º: Só funciona com relevância negativa: Temos de concluir que não só
os danos se verificariam mas como o lesado os suportaria, ou seja, não havia mais ninguém a
ser responsável por eles.
Raio caiu em cima do carro a seguir aos bombeiros apagarem o incendio – normalmente
aplica-se nas causas naturais.
27
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
29/10/2019
CASO PRÁTICO
Bento entusiasmado com a ideia com o golpe certeiro de uma faca de talhante que
costumava usar nos seus jogos sexuais. Mais tarde, Manuel arrependendo-se solenemente do
que tinha feito quer ser indemnizado por Bento pela ofensa à integridade física.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
Ação juridicamente relevante- Bento que a pedido do Manuel lhe cortou a mão direita
na sequência do dono da mão ter consentido o feito.
Humana – sim
Ilicitude- sim, viola um direito absoluto (direito à integridade física), ilicitude na causa
geral 483º do CC.
É relevante quando não seja atentório aos bons costumes e seja um direito disponível.
A ofensa à integridade física consegue ter 2 vertentes: uma parte disponível e outra
indisponível. A ofensa à integridade física simples ou moral é disponível dali para a frente a
ofensa à integridade física grave o consentimento é indisponível.
28
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
No caso concreto era difícil irmos pelos bons costumes pois o que se faz dentro de casa
não temos nada a ver com isso.
Negligencia: consciente (perceciona o resultado mas acha que ele não se vai verificar.
Excesso de velocidade numa autoestrada, está um dia de sol, reta grande e com visibilidade e
achamos que não vai acontecer nada).
Dano- temos danos eventuais e de viver o resto da vida sem a mão. E danos
patrimoniais.
Está verificado.
29
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
CASO PRATICO
Manuel sofreu um aparatoso acidente tendo dado entrada nas urgências do hospital de
São João numa situação de perigo de vida. Carla a médica de serviço dá instruções à
enfermeira para que faça imediatamente uma transfusão de sangue. Manuel salva-se mas
quer ser indemnizado por Carla e pela enfermeira por não ter autorizado a transfusão de
sangue o que no seu caso é especialmente grave uma vez que sendo testemunha de jeová
qualquer transfusão vai contra os seus princípios.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
Ilícita - viola a integridade física de alguém. Espetar agulhas no corpo de alguém sem
autorização.
Exclusão da ilicitude –
Art.340º/3 - O lesado não prestou o seu consentimento mas considera-se existente se: 2
requisitos: se deu-se no seu próprio interesse e de acordo com a sua vontade presumível.
A vontade presumível leva-nos para a vontade do lesado e no caso concreto não seria
esta a expressão de vontade que ele teria.
Vontade presumível- é aferida de acordo com o agente e não do homem medio mas se
for razoável ao agente conhecer a vontade do lesado. Só conseguimos extrair a vontade do
lesado se conhecermos o lesado. Se o agente não o conhece não tem forma nenhuma de saber
qual seria a sua vontade em concreto, então, nestas situações deve-se usar o padrão do
homem medio.
Relativamente as testemunhas de jeová o que tem acontecido é que ainda que o agente
saiba que o lesado é testemunha de jeová através de um colar ou etc., os médicos não sabem
30
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
se aquela seria a sua vontade (a pessoa mesmo sendo testemunha de jeová pode naquele
momento “arrepender-se” e mandar “lixar” a religião pois nunca se deparou com uma
situação de vida ou de morte). Se a pessoa está minimamente consciente e consegue
manifestar a sua vontade de recusar o tratamento medico não faz mal nenhum, mas in dubio
faz-se a transfusão de sangue.
31
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
CASO PRATICO
Manuel passeava pela baixa do Porto quando subitamente e sem qualquer aviso parte
da fachada de um prédio devoluto e em mau estado de conservação ruiu tendo os destroços
atingido Manuel, este foi levado inconsciente para o hospital. O prédio é propriedade de Bento
e tem deixado em mau estado de conservação para que o inclino, que não aceitou uma
indemnização para abandonar o imóvel, se sentisse compelido a faze-lo face ao estado de
detioração.
A mulher de Manuel quer ser indemnizada pela morte do marido e quer que se inclua na
indemnização danos próprios que esta suporta nomeadamente todo o sofrimento que a perda
do marido lhe causou e causa.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
Para ter uma omissão precisamos de ter o dever jurídico de atuar para evitar este
resultado.
Culpa- Art.492º
A técnica que existe 493 493 não são situações que afastam a regra geral da prova da
culpa, são situações que em benefício do lesado devem ser usadas se elas no caso concreto
não derem origem a afastar o dever de indeminização. Noa é indiferente ir à presunção de
culpa ou aplicar a regra geral. As exceções da presunção de culpa não afastam a presunção
32
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
geral de utilizarmos a prova da culpa. Podemos ter uma presunção de culpa e explicar porque
não a usamos e passar para a prova da culpa.
Face à omissão:
Morte- não é previsível pois o facto que a leva à morte é a incompetência da médica e
não o facto de as pedras lhe caírem em cima – interrupção ao nexo causal.
É previsível que ele tivesse morrido por causa da derrocada mas não morreu disso
morreu de outra coisa. Temos uma quebra do processo causal pois aquilo que o teria levado à
morte afinal não levou. Temos um novo processo causal entre a médica e o Manuel.
A única coisa que conseguiríamos imputar são os ferimentos até ao momento em que
ele chega a mesa de operações e a Carla em vez de diminuir o risco aumenta e acaba por o
matar de acordo com a violação da legis artis.
Ex: A atira B da ponte para o matar. A pensava que ele ia bater na água e partir a cabeça.
B entrou de cabeça e morreu afogado. É um desvio irrelevante ao processo causal.
A atira B da ponte para o matar. Enquanto B está a cair C dá-lhe um tiro e mata-o. Neste
caso há um desvio relevante ao processo causal, não se pode imputar a morte a A.
Voltamos ao 492º pois temos o bento a indemnizar o Manuel pelos danos patrimoniais
que os ferimentos lhe causaram.
O que é que o Bento pode fazer? Afasta a presunção de culpa- não consegue porque
omitiu de propósito o dever de cuidado.
33
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Conseguimos usar a causa virtual? Não. Pois o processo causal que dá origem ao dano
morte é sequencial não é paralelo. Ele só foi para o hospital porque o Bento não cumpriu com
o seu dever de conservação e daí resultou a violação da legis artis da médica.
Habitualmente:
Neste caso não há relação jurídica previa entre ambos pois ele entrou numa urgência.
Ação- omissão dos deveres da legis artis que está adstrita no âmbito do seu próprio
dever profissional.
Ilicitude- Omissão é ilícita pois ela não cuidou dos deveres que cuidados relativos a
prática medica.
Nexo de causalidade- há, foi a violação da legis artis que deu origem à morte do Manuel.
O Manuel já não está cá, morreu com ele o direito à indemnização ou não?
O que se tem entendido é que quando está em causa o dano morte o direito à
indeminização não nasce na esfera jurídica do lesado mas sim na categoria de sucessíveis do
Art.486º do CC. Se concluíssemos que o direito de indeminização estava da esfera jurídica do
lesado não faria sentido o Art.496º do CC pois seria um direito de crédito que ele passaria de
forma hereditária.
No Art.496º do CC temos uma categoria de pessoas nas quais vai nascer o direito à
indeminização por causa de outra pessoa. O direito de indeminização apesar de o Manuel ser o
lesado nunca nasceu na esfera jurídica dele.
34
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
04/11/2019
CASO PRATICO
Não ficaram apuradas as causas do acidente mas ficou demonstrado que naquela via
não existia nas imediações qualquer passadeira mas Joaquim passou-a sem ter o cuidado de
olhar para os lados e avaliar a segurança da sua passagem.
No acidente Joaquim ficou com uma fratura exposta que face à gravidade implicou que
o membro inferior esquerdo tivesse que ser amputado por baixo do joelho impedindo agora
de exercer a sua atividade profissional.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
Manuel – lesante
Joaquim – lesado
Humano- sim
ILICITUDE – causa geral de ilicitude – 483º - Violação dos direitos de outrem – direitos de
personalidade ou tendencialmente absolutos e portanto ilícita.
CULPA – pressupõem que o agente seja imutável nos termos o 488º. Sob o qual pode
aferir o juízo de censura 487º vemos o critério do homem medio.
Prova da culpa – não a conseguimos fazer pois o homem medio pergunta “quais foram
as circunstancias? O Manuel conseguiria travar? Ia em excesso de velocidade? Conseguia
35
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
desviar-se ou não?”. Como não temos informação nenhuma para dar ao homem medio não
conseguimos fazer a prova da culpa.
Temos uma vicissitude- 503º/3 CC 1ª parte- neste caso Manuel tem contra si uma
presunção de culpa nos termos deste artigo, ou seja aqui não há causa virtual (só há causa
virtual no 491, 492 e 493). Há falta de presunção em contrário esta presunção é ilidível.
Cabe ao lesante Manuel demonstrar que não teve culpa pelo 487º. Agora é o Joaquim
que tem o ónus de demonstrar que o facto não se verifica, mas o homem medio contínua sem
saber pois os factos não foram provados, logo Manuel não consegue afastar a presunção de
culpa.
DANOS
Não patrimoniais
Temos de apurar que a conduta do Joaquim não foi a mais linear de gestão de deveres
de cuidado, pois ele passou a estrada sem olhar para os lados.
Nº1- usamos sempre que tenhamos concluído pela prova da culpa do lesante, o tribunal
ou mantem, reduz ou até exclui.
Nº2- usa-se sempre que por conta do lesado ative-se uma presunção de culpa.
Neste caso, o lesado contribuiu ou não? Um homem medio naquelas circunstâncias faria
o mesmo? Até poderia passar fora da passadeira mas não teria atuado da forma descuidada
que o lesado atua, neste caso faríamos recair sobre o lesado uma censura.
36
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
05/11/2019
Há outro lesante nesta história. Manuel não responde pelos danos pois a culpa exclui-se
nos termos do Art.570º/2 CC. O comissário não tem o deve de indeminização.
Bento é responsável não porque é entidade empregadora mas sim porque é o dono do
veículo automóvel. A mera qualidade de proprietário de um veículo automóvel é suficiente
para a responsabilidade nessa qualidade. Responsabilidade do detentor do veículo automóvel
nos termos do Art.503º/1, veiculo esse que esteve no âmbito de uma responsabilidade civil
que pode não ser do próprio.
Neste caso nunca passaríamos pelo 483º pois o bento não tem qualquer
comportamento ilícito. A única hipótese é desencadear o Art.503º/1 do CC. Este artigo tem
requisitos próprios: 1- “aquele que tiver a direção efetiva de qualquer veículo de circulação
terrestre”- direção efetiva material- alguém que domina o controlo da condução (quem estiver
a conduzir), não é o caso pois estava a ser conduzido por pessoa diferente do dono do
automóvel; e ainda que não esteja a conduzir o veículo tem sobre ele domínio, não o domínio
de facto mas um domínio formal, ou seja, concluímos isto avaliando quem ou sobre quem
recai o ónus de controlar o destino da máquina e ter sobre ela o dever de respetiva
manutenção, significa que não basta ter o domínio factual, pode também ter direção efetiva
do veículo quem controla a direção e tem obrigação de fazer a respetiva manutenção. No caso
concreto, Bento é que controla a direção efetiva do veículo e o dever de fazer a respetiva
manutenção. O Manuel independentemente de ser comissario é detentor também, um tem o
domínio formal e outro tem o domínio material.
2- “O veiculo seja usado no seu próprio interesse, ainda que por intermedio do
comissario”- conduzida no interesse do detentor. Quando aquele que tem a direção efetiva do
veículo é um comissario nessa qualidade a viatura é conduzida não no seu interesse mas no
interesse do comitente. Neste caso, Manuel tem a direção efetiva mas não tem o interesse na
37
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
condução na mesma, Manuel não tem os 2 requisitos cumulativos por isso não tem
responsabilidade. Bento nos termos do Art.503º/1 é o detentor do veículo automóvel.
Bento responde pelos danos dos riscos próprios do veículo: diz respeito ao próprio
veículo (a maquina falha e ninguém percebe porque), vias de circulação (choveu muito e o
carro entrou em aquaplanagem, folhas, buraco rebentou um pneu) ou então condutor do
veículo automóvel (condutor teve uma doença súbita e morreu). Dentro destas inclui-se todas
as situações em que há um acidente e ninguém entende o que acontece. Pela existência do
veículo se potencia a existência de um risco que não se consegue imputar responsabilidade
mas os danos existem pela circulação do veículo, não significa que ele esteja em andamento
pode estar parado (veiculo parado e explode).
Temos riscos próprios do veículo- acidente que ninguém entende o que aconteceu
Art.505º é a forma de incluir alguma justiça- neste caso não sabemos qual é a causa do
acidente. Sabemos que o lesado tem culpa, mas não sabemos a causa, não obstante sem
prejuízo do Art.570º.
Art.570º -
O Art.570º/2 – não havendo culpa do lesado a indeminização não é a mesma use ou não
uma presunção de culpa? Sim.
O lesado ou não quer ou não consegue fazer a prova da culpa. Usa-se a presunção de
culpa. O lesante também não quis ou não conseguiu. Usa-se a presunção de culpa.
38
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Diabolica provacios – situações em que quem está melhor posicionado para saber se há
culpa ou noa não é o lesado mas sim o lesante. Seria difícil ao lesado fazer a prova na culpa
naquelas circunstâncias.
Na culpa presumida é muito difícil fazer a prova da culpa, também é difícil ilidir a culpa.
Para o legislador não é indiferente. Sobre quem recai uma censura provada há-de recair
sobre si um ónus negativo ou seja o dever de indeminização. O choque entre quem tem culpa
provada e quem não tem culpa será pelo menos o que está no Art.570º/2.
39
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
11/11/2019
CASO PRÁTICO
B o médico indicado realizou todas as ecografias não tendo detetado qualquer patologia
à criança tendo, de acordo com os procedimentos da legis artis realizado todos os exames sem
que em qualquer um desses tenha feito alguma reserva no que tange a qualquer dificuldade
de observação e avaliação.
No dia do parto a criança nasceu com vida, sem nariz, olhos e parte do crânio e massa
encefálica.
Os pais da criança propõem contra o médico uma ação de responsabilidade civil em seu
nome pessoal e em representação do filho que nasceu com vida mas que face à patologia
descrita tem uma curta esperança média de vida para além de ser totalmente dependente e
sem qualquer possibilidade de alteração deste quadro. Ficou demonstrado que as patologias
da criança se devem a uma má formação congénita e, portanto não imputável ao medico, mas
fica ainda demonstrado que os exames morfológicos realizados, quando em conformidade
com a legis artis apresentam um grau de certeza equivalente a 99,99%.
Quid Iuris?
RESPOSTA:
18/11/2019
Matéria toda até responsabilidade civil por factos ilícitos: incluindo causas de exclusão e
de justificação.
Não sai responsabilidade civil por factos lícitos nem pelo risco.
Responsabilidade civil
Senhora contrato com o hospital, com o médico e etc. Quem dá origem aos danos? O
médico.
40
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Normalmente a função pública tem sido levada para o sistema contratual, quanto ao
paciente há uma prova difícil de fazer que é a violação da legis artis. Ainda que estejamos no
SNS temos sempre o pagamento de uma quantia, no caso de dúvida devemos sempre optar
por uma relação jurídica contratual porque o lesado beneficia sempre de uma presunção de
culpa.
Na pureza dos conceitos: se for um sistema privado (relação jurídica é contratual) se for
pulico (considerando que a taxa moderadora é simbólica deve ser apurada a responsabilidade
civil extracontratual apesar de em algumas hipóteses ser admitido a responsabilidade
contratual por causa da presunção de culpa). Nos hospitais públicos o estado é demandado
nesta ação. Nas entidades privadas temos uma relação de comitente comissario, Art.500º CC
responsabilização do médico mediante pagamento de uma indemnização.
Neste caso não conseguimos identificar o contrato de prestação de serviços. Por isso
vamos concluir que a responsabilidade civil extracontratual.
1º Requisito – FACTO
Lesante- médico
Lesado – criança
Facto é
NOTA: Estas ações são comumente conhecidas como: wrongful life, wrongful birth.
Os danos que daqui recorrem são todos os danos patrimoniais e não patrimoniais de
não ter sido dado à mãe a oportunidade de ela não ter nascido.
A partir do momento em que ela nasce não se pode fazer recair sobre a criança qualquer
tipo de danos causados pelo médico. A vida da criança é Hípsis verbis igual a qualquer outra.
41
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
FACTO: Omissão de não ter feito o diagnóstico que lhe permite a interrupção voluntaria
e lícita da gravidez.
ILICITUDE: ilícito
Colocamos o homem médio (homem medio médico) nesta situação e ou esta patologia
era de acordo com os exames que devem ser efetuados diagnosticável (aí concluímos que há
culpa) ou não são diagnosticáveis (não há culpa).
De acordo com a legis artis médica e de acordo com as ecografias morfológicas não ser
detetável nenhum tipo de mal formação. O médico pode dizer que não consegue medir.
Quando o feto é visualizável o grau de precisão das ecografias é de 99,9 por cento. Logo 99,9
são obrigações de resultado, ou seja, pela caracterização desta obrigação no caso concreto o
médico teria de as identificar. Obrigação de diagnosticar é meramente uma obrigação de
meios a não ser que a lei tipifique que é uma obrigação de resultado
No nosso caso não conseguimos fazer a prova da culpa ou seja cessa a responsabilidade
civil de acordo com esta questão.
Se fosse uma das situações em que conseguimos identificar uma obrigação de resultado
concluímos que o médico atuou com culpa. Imaginemos que a omissão legal impõe ao médico
uma obrigação de resultado.
DANOS – todos os danos de a esta mulher não ter sido dada a possibilidade da
interrupção da gravidez.
42
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Esta é chamada a ação de wrongful birth- não ter sido dada a oportunidade de a mãe
não ter podido interromper a gravidez.
RELATIVAMENTE A CRIANÇA
RESPONSABILIDADE CIVIL
Ressarcir os danos importa passar por este critério. Por causa desta ação temos danos.
Temos que comparar como ela está e como ela estaria. Ela estaria morta.
Este nexo sufraga um exercício ultrativo do direito à eutanásia e isso não é concebível
face à nossa constituição e então não é suscetível de responsabilidade.
INCONSTITUCIONALIDADE
O que aqui está em causa é o não diagnóstico que desse origem à possibilidade destes
pais decidissem se queriam ou não interromper a gravidez.
43
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
26/11/2019
Responsabilidade do J
Ilícita- ele pega na barra de ferro quando o outro também ofende a sua consideração o
seu bom nome e a sua reputação, ele nunca estaria numa situação de legítima defesa.
Para todo o processo causal que ele desencadeia o ato está verificado? Não. Parte do
processo causa desencadeado ultrapassa um dos elementos relativamente aos meios e ao
resultado obtido. Como é que uso esses meios e que resultado devo ter? Todo o processo está
no âmbito da legítima defesa ou temos algo que deveríamos ponderar? Tiro que desencadeia a
morte.
44
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Como é que ele utiliza o meio? Neste caso o prejuízo causado é manifestamente
superior. Ele poderia usar a arma e nunca chegando à morte do lesado. Poderia ter dado um
tiro para o ar, um tiro para a perna, etc..
A questão que se colocaria era se podemos ou noa usar o Art.337º/2 CC – concluir que
temos uma situação de legítima defesa em excesso e tem que haver medo ou perturbação não
culposo do agente. Neste caso não acreditamos que o lesante estaria com medo ou
perturbação.
CULPA – o homem médio faria a mesma coisa? Não há nenhuma causa de exclusão da
culpa.
45
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
02/12/2019
CASO PRÁTICO
Manuel emprestou a Maria o seu automóvel para que esta, durante o fim-de-semana
fizesse as mudanças para a sua casa nova. Durante um dos percursos Maria despista-se, sem
que fossem apuradas as causas do acidente e acaba por embater em João que se encontrava à
porta de casa.
RESPOSTA:
ILICITUDE
CULPA
Regra- primeiro temos que ver nos termos do Art.488º se o agente é ou não imputável.
Neste caso é, só se presume imputabilidade nos menores de 7 anos.
A regra é que não há presunções de culpa. Nos termos do Art.487º é o critério da pessoa
humana média. Ou seja, colocamos uma pessoa media na situação do agente. Neste caso não
conseguimos fazer a prova da culpa porque não sabemos a razão pelo qual ocorreu este
acidente.
46
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
A funcionar algum será o do Art.503º/3 primeira parte. Para aplicarmos este artigo
temos que verificar o requisito (alguém que conduz o veiculo no interesse de outrem – não é o
caso).
Requisitos:
- Responde pelos riscos próprios do veículo – riscos são de 3 espécies (condutor, vias de
circulação e a insusceptibilidade de controlar a própria maquina). Como não conseguimos
apurar as causas do acidente temos uma situação inerente à condução do automóvel.
Verificam-se os requisitos do Art.503º/1 CC, por isso ela responde pelos danos causados
ao João, responsabilidade meramente objetiva. Responde também pelo facto de ele ficar com
uma incapacidade.
Requisitos:
47
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
meramente formal do veículo porque apesar de não ser ele a conduzi-lo durante aquele ato
temporal ele mantem na sua esfera jurídica todas as obrigações ao veículo automóvel. Longa
duração – o vínculo relativamente ao proprietário perde-se e ele perde a direção efetiva
também, por isso se for longa duração tem que se segurar o condutor habitual do veículo
automóvel. Neste caos obriga-se a que o segurado não seja o proprietário mas sim o
comodatário, significa que para pagamento de fundo automóvel ele passa do proprietário para
o comodatário. Curta duração – 3 a 6 meses. Longa duração – superior a 6 meses.
Neste caso concreto temos um dano feito pelo veículo automóvel, pelo preenchimento
destes requisitos o comodante também tem responsabilidade.
48
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
03/12/2019
CASO PRÁTICO
Já no percurso para casa para deixar a criança aos cuidados da avó, Manuel despistou-se
sem que fossem apuradas as causas do acidente acabando por embater no carro de Maria que
se encontrava estacionado.
RESPOSTA:
RESPONSABILIDADE DO MANUEL
Facto jurídico-
Temos aqui um segundo elemento: não basta conduzir o veículo por conta de outrem
tem que ser no exercício das funções, este acidente dá-se fora do exercício das funções, o que
49
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
significa que não temos presunção de culpa nos termos do Art.503º/3, 1ª parte não recai sobre
ele uma presunção de culpa por falta da verificação do segundo requisito.
JOAQUIM
Art.503º/1
50
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
09/12/2019
CASO PRATICO
Manuel emprestou o carro a Bento para que este fosse levantar uma encomenda de
livros que Manuel havia feito na Almedina que se encontrava nas instalações da rua de Ceuta
em depósito. Naquele percurso Bento sem que nada o consiga explicar despista-se e acaba por
embater em Mário que atravessava a rua numa passadeira tendo acabado por falecer ainda no
local.
RESPOSTA:
FACTO:
Humana
ILICTUDE:
CULPA:
Art.488º - concluímos que este agente é imputável. Só não seria se fosse menor de 7
anos ou sem culpa não conseguisse entender o facto ilícito que praticou.
51
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
E presunção de culpa tem? Art.503º/3. 1ª parte CC. Neste caso concreto estabelecemos
uma relação de comissão entre Manuel e Bento. Relativamente ao Bento fazemos recair uma
presunção de culpa nos termos deste artigo.
Para já BENTO tem culpa presumida. Usamos o critério do Art.487º CC. O homem medio
não consegue ilidir esta presunção de culpa porque não sabemos como ocorreu o acidente.
Por isso Bento tem culpa presumida nos termos do Art.503º/3, 1ª parte CC.
DANO:
NEXO DE CAUSALIDADE:
Danos não patrimoniais que não decorrem diretamente do dano morte. Art.496º/4 CC,
portanto é possível fixar danos não patrimoniais aos titulares do direito à indeminização.
52
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
RESPONSABILDIADE COMITENTE
Qual é a culpa que pode ser imputada ao comitente? Art.500º/3 CC. Que culpa é esta?
Culpa na escolha, culpa no controlo da ação ou nas instruções que se dá.
Não conseguimos fazer prova da culpa por isso não conseguimos imputar nenhum tipo
de censura ao comitente, por isso se ele pagar o direito de regresso sobre o todo é total.
Responde pelos riscos próprios do veículo, ou seja, neste caso o Manuel responde na
qualidade de comitente e de detentor do veículo automóvel.
53
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Nas relações externas são todos solidariamente responsáveis haja culpa ou não.
Se for uma responsabilidade pelo risco de todos reparte-se com interesse, se houver
culpa de alguém só aquele que responde subjetivamente é que suporta o valor total da
indeminização. Remete-se para o Art.497º CC. Pagando qualquer um deles há direito de
regresso sobre o que responde subjetivamente.
54
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
10/12/2019
CASO PRATICO
Manuel é o feliz tutor de Concha uma amorosa cadelinha Caniche, durante as férias,
Manuel deixou o animal aos cuidados do hospital veterinário do Porto que têm serviços de
hotel para estes animais.
Num dos dias em que o funcionário Bento levava a Concha a passear apercebeu-se que
o animal, sem que nada o consiga justificar muito nervoso quando se aproximava crianças. O
funcionário divertia-se com a reação do animal e não só deixava que crianças se aproximassem
como as instigava a faze-lo.
Carlos um menino com 5 anos aproximou-se do animal , apos a mãe ter perguntado ao
funcionário se era seguro fazê-lo, o que este confirmou, e a cadela, já visivelmente nervosa
acaba por morder o menino numa mão o que levou à amputação do indicador da mão
esquerda.
RESPOSTA:
Responsabilidade civil extra obrigacional, pois noa há nenhum negócio jurídico prévio e
ainda que haja estamos a analisar nesta relação concreta.
AÇÃO
Omissão do dever de cuidado. Ele está obrigado? Sim, por força do contrato com
Manuel, ainda que não tenha sido com ele, ele é o executor desse contrato.
Temos uma omissão relevante nos termos do Art.486ºCC que obriga esta pessoa a atuar
com zelo de forma a evitar os danos causados pelo animal.
Humano- sim
55
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Voluntario – sim
ILICITUDE – sim.
CULPA
Não sendo menor de 7 anos e não estando em situação de incapacidade, ou seja, numa
situação de não conseguir entender e querer o bento é imputável nos termos do Art.4
CULPA
Art.487º CC
Art.493º/1 CC
O Art.493º é para o Bento, para Manuel ou para ambos? Neste caso é o bento porque é
o responsável temporário ocasional, ou seja, aquele que não tem um poder de facto efetivo de
vigiar, este artigo não se desencadeia para os proprietários.
Nota: nada no caso prático diz que ele previa que a cadela pudesse morder a criança, a
questão é que ele achava graça ao ver a cadela nervosa, ou seja, o seu comportamento deveria
ser diferente. No limite a ação não é omitir o dever de cuidado, ele instigava as crianças a
aproximar-se. A cadela é a arma nas mãos do Bento. Não se denota que ele queira que a
cadela morda a criança. O comportamento dele é censurável.
Temos uma presunção de culpa que é exceção à regra da prova da culpa. Neste caso
usamos a presunção ou não devemos usar?
Culpa do lesado.
56
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Não estamos a aferir a culpa do lesado porque o lesado não é suscetível de um juízo de
censurabilidade. A conduta da mãe contribui ou não para os danos? Colocando um homem
medio na situação da mãe. Ela perguntou se era perigoso ou não. Neste caso concreto a
senhora junto de um tratador de um animal, animal pequenino. A senhora ultrapassa o seu
dever de cuidado perguntando se se pode aproximar e se é seguro.
Não havendo contribuição culposa do lesado, neste caso o lesado pode socorrer-se à
presunção de culpa do Art.493º/1 CC.
O lesante consegue inverter o ónus de prova? Um tratador medio teria feito o que ele
fez? Não.
DANO
Temos danos que é a desfiguração da mão desde logo, dano físico, a dor, o dano
estético de ter sido cortado um dos dedos.
NEXO DE CAUSALIDADE
Art.563º CC
Há nexo de causalidade.
MAE DA CRIANÇA
É ilícita.
CULPA
57
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Podemos recorrer à presunção do Art.491º CC? Pra a própria da criança tem que ser a
regra do Art.497º CC. Um homem médio faria o mesmo por isso não há juízo de
censurabilidade.
HOSPITAL
Como não há culpa da sua parte nso termos do Art.500º tudo aquilo que a clinica pagar
em nome de bento tem direito de regresso da totalidade.
RESPONSABILIDADE DE MANUEL
Tem um dever de cuidado por lei na qualidade de tutor da concha que omitiu.
Ele não tem culpa, portanto não há nenhum tipo de responsabilidade subjetiva.
Mas temos o problema do Art.502º, os proprietários não têm presunção de culpa, têm
desde logo uma responsabilidade abrangente, independentemente de culpa eles respondem
pela relação dos animais que têm.
Concurso de responsabilidades.
Bento – subjetiva
Clinica – de garantia
58
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Manuel - ….
59
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
CASO PRATICO
Durante as férias Manuel deixou o seu gato o Tico aos cuidados da vizinha Maria para
que esta tomasse conta do animal naquele período de tempo. Durante uma noite o animal
sentiu-se mal e Maria levou-o ao veterinário que diagnosticou um severo problema no
estomago que implicava uma cirurgia imediata sob pena de, sem esta, o animal não ter
qualquer hipótese de sobrevivência.
Maria aceitou realizar a cirurgia que, com o demais tratamento implicou um custo de
1500€. Quando regressou Manuel foi confrontado por Maria para a devolução daquele
montante, foi recusado prontamente por Manuel que alega que nada tem a pagar que tal
como custo deve ser suportado por Maria já que a decisão foi sua.
RESPOSTA:
Que tipo de facto jurídico prévio temos? Temos um negócio jurídico entre o Manuel e a
Maria, apesar de termos um negócio jurídico a discussão seria se de um negócio jurídico a
Maria tinha obrigação de providenciar este tipo de socorro ao animal. Na normalidade
dificilmente se consegue estabelecer um efeito que eles os dois estabeleceram …. Estaríamos
perto da gestão de negócios.
60
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
O devedor constitui-se em mora quando for interpelado pelo credor para cumprir, pelo
Art.805º/1 o Manuel constitui-se em mora quando foi interpelado por maria.
61
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
CASO PRATICO
RESPOSTA:
Por mais cuidado que se tenha com o automóvel é uma falha que ninguém conseguia
prever.
Não sendo uma compra e venda de bens futuros ou bens alheios como alheios não
implica a transmissão do direito de propriedade.
62
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Art.796º
A regra é que o risco acompanha o direito real, ou seja o risco do perecimento da coisa
corre por conta do proprietário a não ser que se inverta a regra relativamente a este efeito
aleatório quando a coisa se tiver mantido na posse do alienante por termos constituído a seu
próprio favor.
Se assim é o que acontece quanto aos efeitos obrigacionais? Que o preço tem que ser
pago na mesma. Ou seja, o Manuel vai ter que pagar o 75 000€ não podendo excecionar o não
cumprimento.
63
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
17/12/2019
CASO PRÁTICO
Manuel vendeu a Bento um automóvel tendo ficado convencionado que o veiculo seria
entregue com a celebração do contrato de compra e venda, mas seria reservada a propriedade
do mesmo até que fosse pago o preço acordado dali a 3 meses.
Bento alega que o risco corre por conta do vendedor e recusa-se a proceder ao
pagamento do preço acordado.
RESPOSTA:
Foi fixado um prazo certo – Art.805º/2, a) foi fixado um tempo certo. Eram obrigações
comtemporâneas entre si.
É possível ou não as partes estabelecerem clausulas negociias para estes efeitos? Nada
diz em contrario, a regra é a autonomia da vontade.
Relativamente a um dos efeitos há uma regra especial que se tem que considerar.
Propriedade- Art.409º CC. Em que também é possível quanto ao efeito real as partes
ludibriarem-se da propriedade reservando-a.
64
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Porquê que aqui a propriedade o legislador admite que é um verdadeiro efeito jurídico
valido?
Pelo art.934º para se conseguir resolver o contrato ou o vendedor fica com a coisa ou
reserva a propriedade. Se não o fizer no limite há perda do benefício do prazo mais nada.
Na pendencia desta clausula por um facto absolutamente inerente, sem que ninguém
consiga explicar porque o carro entrou em curto-circuito.
Art.796º/1 – contrato com efeito real e/ou efeito obrigacional da entrega da coisa o
risco corre por conta do adquirente.
Art.796º/2 – só assim não é se o alienante quiser ficar na posse da coisa durante algum
tempo
Art.796º/3, 1ª parte – o risco corre por conta do adquirente, o adquirente tem a posse e
a propriedade salvos se a coisa lhe tiver sido entregue
Art.796º/3, 2ª parte – mas se for uma condição suspensiva o risco corre por conta do
alienante, que neste caso concreto ele tem a propriedade mas já não tem a posse.
65
Marisa Silva - 21517017
Professora Marisa Araújo
2019/2020
Neste caso concreto é suspensiva a condição e o risco corre por conta do alienante
exceto se tiver entregado a coisa, porque se tiver entregado a coisa o risco corre por conta do
adquirente. É o risco a acompanhar quem tem a posse efetiva.
Significa que neste caso, com esta interpretação o Bento tem que pagar o carro, sob
pena de o risco correr por sua conta.
66
Marisa Silva - 21517017