Você está na página 1de 100

Psicologia Jurídica

Introdução à Psicologia

Prof. Sergio Luis dos Santos Lima


Introdução à Psicologia Jurídica 2

Objetivo da Apresentação

Conceituar a Psicologia e Identificar seus Principais


Campos de Atuação
Introdução à Psicologia Jurídica 3

A Psicologia e o Direito

Psicologia Cognitiva

Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia

Psicologia Social

Agenda
Introdução à Psicologia Jurídica 4

A Psicologia e o Direito

Psicologia Cognitiva

Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia

Psicologia Social

Agenda
Introdução à Psicologia Jurídica 5

A Psicologia e o Direito

Psicologia Direito

Prevê e regula
determinados tipos de
Busca compreender e comportamento com o
explicar a conduta humana objetivo de estabelecer um
contrato social de
convivência

A Psicologia Jurídica deve restringir-se aos conteúdos da norma, sem


procurar explicar se ela é ou não é justa, nem pretender argumentar sobre
seus fins
Introdução à Psicologia Jurídica 6

Psicologia Jurídica

Consttitui-se de um campo de investigação psicológico


especializado, cuja a finalidade é o estudo do
comportamento dos atores jurídicos no âmbito do Direito,
da lei e da justiça

Fonte: Jesus (2006)


Introdução à Psicologia Jurídica 7

Diferenciação

Profissionais da Lei requisitam a


atuação dos Psicólogos.
Psicologia na Lei
Trata-se de uma Psicologia
aplicada à resolução de problemas

A Psicologia analisa componentes


psicológicos no Direito,
Psicologia e Lei
desenvolvendo investigação e
teoria

Representa uma aproximação


abstrata da lei como determinante
Psicologia da Lei
do comportamento. Como a lei
afeta a conduta humana

Fonte: Jesus (2006)


Introdução à Psicologia Jurídica 8

Diversas podem ser as especialidades da


Psicologia Jurídica:
Psicologia da Delinquência

Psicologia Judicial (Juízes, Jurados e Testemunhos)

Psicologia Policial e das Forças Armadas

Psicologia Penitenciária

Mediação Familiar

Técnicas de Entrevista e Interrogatório

Psicopatologia

Etc…
Introdução à Psicologia Jurídica 9

Funções do Psicólogo Jurídico

Avaliar e
As condutas psicológicas dos atores jurídicos
Diagnosticar

Como perito, visando trazer para os autos informações


Assessorar
psicológicas essenciais para a tomada de decisão

Planejar e organizar programas de prevenção, tratamento


Intervir
de reabilitação e de integração de atores jurídicos

Educar Treinar e selecionar profissionais

Fonte: Jesus (2006)


Introdução à Psicologia Jurídica 10

Funções do Psicólogo Jurídico

Colaborar com campanhas de prevenção social contra a


Conscientizar
criminalidade em meios de comunicação

Pesquisar Problemas da Psicologia Jurídica

Contribuir para a melhoria da situação da vítima e para a


Ajudar a vítima
sua interação com o sistema legal

Apresentar soluções negociadas aos conflitos jurídicos


Mediar
por meio da intervenção mediodora

Fonte: Jesus (2006)


Introdução à Psicologia Jurídica 11

Conclusão

As técnicas e os procedimentos empregados pela Psicologia


moderna necessitam de um marco conceitual, que não
poderia ser reduzido a uma inocente utilização de uma teoria
psicológica, mas deveria consistir em uma teoria dentro do
mundo legal, de maneira que possa haver uma integração
entre campos psicológico e legal

O desafio para a Psicologia Jurídica brasileira está lançado


Jesus (2006)

Fonte: Jesus (2006)


Introdução à Psicologia Jurídica 12

A Psicologia e o Direito

Psicologia Cognitiva

Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia

Psicologia Social

Agenda
Introdução à Psicologia Jurídica 13

Sensação – Percepção – Cognição


Introdução à Psicologia Jurídica 14

Sensação – Percepção – Cognição

Sensação Percepção

Processo de detecção e de Os processos perceptivos são


decodificação da energia de um inconscientes
estímulo do mundo exterior
A percepção é direta ou imediata
A sensação se refere às informações
A percepção é discriminativa e
que são apresentadas aos órgãos
constante (ou altamente
dos sentidos
condicionada)
A visão mais aceita é que os
Atenção
processos cognitivos são tão
complexos que é muito difícil
estabelecer uma nítida diferença
entre sensação e percepção
Introdução à Psicologia Jurídica 15

Sensação – Percepção – Cognição


Introdução à Psicologia Jurídica 16

Cognição

Conjunto de atividades e processos pelos quais um organismo


adquire informação e desenvolve conhecimentos

Mecanismos mentais que agem Processos Cognitivos: memória,


sobre a informação sensorial, categorização, atenção, resolução
buscando a sua interpretação, de problemas, tomadas de decisão,
classificação e organização tipos de raciocínio, linguagem

Cognição é o processo de conhecer


Introdução à Psicologia Jurídica 17

Sensação – Percepção – Cognição

Processo Informação
Cognitivo recebida (BIT/seg)
Recepção sensorial 1.000.000.000

Conexões nervosas 3.000.000

Consciência 16

Armazenamento permanente 0,7

Fonte: Velásquez, Losano e Escalante (1995)


Introdução à Psicologia Jurídica 18

Sensação – Percepção – Cognição


Interpretação e
Objeto
Integração das
Cérebro características R
Captação do objeto aos E
conhecimentos S
Estruturas P
pelo do sujeito
corticais
O
Sistema Memória S
Sistema Categorização T
Características: Sensorial Cognitivo Atenção A
- cor Resolução de S
- textura Problemas: tipos
- tamanho de raciocínio
- formato Linguagem
- profundidade

Processo Perceptivo Processos Cognitivos

Fonte: ABRAHÃO (2003)


Introdução à Psicologia Jurídica 19

Representação Mental do Conhecimento

Representações são como estados mentais que


promovem um elo entre o organismo e um determinado
contexto. Têm como característica trazer em si mesmas
os objetos aos quais se referem, independentemente de
os mesmos estarem ou não em sua presença

Fonte: TEIXEIRA (1993)


Introdução à Psicologia Jurídica 20

Representação Mental
do Conhecimento
Introdução à Psicologia Jurídica 21

Representação Mental do Conhecimento

A noção de representação pode ser entendida tanto num sentido


técnico, quanto num sentido psicológico e num semiológico

representação é como um conjunto


Sentido Psicológico de propriedades, relações e valores
ligados a um objeto do pensamento

Sentido Técnico é a expressão de um conhecimento


por meio de um sistema de signos

a representação é a relação entre o


Sentido Semiológico significante de um signo e seu
objeto
Fonte: LE-NY (1994)
Introdução à Psicologia Jurídica 22

Representação Mental do Conhecimento

Sua elaboração e desenvolvimento supõe pelo menos


três tipos de processos cognitivos

Memorização e Evocação

Esquematização (Categorização)

Antecipação

Fonte: TEIGER (1993)


Introdução à Psicologia Jurídica 23

Memória
Componentes fundamentais

Percepção Ação
Codificação Armazenamento Recuperação Utilização
(entrada) (saída)
Processo de memorização

Características da memória
 A memória é associativa - fazemos constantemente ligações entre
representações
 A memória de curto termo tem uma capacidade muito limitada
Introdução à Psicologia Jurídica 24

Memória

Memória
Buffer
Sensorial

Memória
de Curto RAM
Termo - MCT

Memória
de Longo Disco Rígido
Termo - MCT
Introdução à Psicologia Jurídica 25

Categorização

 Identificação e definição do problema

 Construção de uma estratégia de resolução

 Organização das informações

 Alocação de recursos cognitivos, a monitoração e a avaliação da


resolução
Introdução à Psicologia Jurídica 26

Categorização

é a forma como reconhecemos padrões entre diferentes estímulos


e os agrupamos de maneira a elaborar modelos ou identificar
características de um dado contexto ou situação

Organiza a realidade segundo uma lógica que se apóia em crenças, valores e


normas

Atenção
Também é dirigida pela experiência e conhecimentos, logo é seletiva e
determina aspectos da realidade que serão descartados ou retidos
Introdução à Psicologia Jurídica 27

Atenção Seletiva – Rota Cortical

Ver a palavra que designa uma cor ativa uma rota cortical

Realize o conjunto de tarefas a seguir e perceba que a tarefa (3) será


a mais difícil

(1) Leia esta lista de nomes de cores o mais rápido possível.


Leia da direita para a esquerda em cada linha

Vermelho Amarelo Azul Verde


Azul Vermelho Verde Amarelo

Amarelo Verde Vermelho Azul


Introdução à Psicologia Jurídica 28

(2) Nomeie estas etiquetas coloridas o mais rápido possível.


Nomeie da esquerda para direita em cada linha

(3) Nomeie mais rápido possível a cor de tinta com a qual cada
palavra foi impressa. Nomeie da esquerda para direita em cada linha

Vermelho Azul Verde Amarelo


Amarelo Vermelho Azul Verde

Azul Amarelo Verde Vermelho

Tentar identificar o nome da cor da tinta ativa uma rota


cortical diferente, e a primeira interfere na segunda
Efeito Stroop (John Ridley Stroop – 1935)
Introdução à Psicologia Jurídica 29

Antecipação

Tomada de
Resolução de Estratégias decisão
problemas Operatórias
Tipos de
Raciocínio
Heurísticas
Introdução à Psicologia Jurídica 30

Ciclo de Resolução de Problemas

Identificação
do Problema
1
Avaliando a
Definição
resolução de
do Problema
problemas
2
7

Monitorando a Construindo
resolução de uma estratégia
problemas 3
6

Alocação de Organizando
recursos a informação
5 4

Fonte: STERNBERG (2001)


Introdução à Psicologia Jurídica 31

Arquiteturas Cognitivas
SOAR
Regras de Produção
Resolução de Problemas
a) espaço inicial,
b) espaço do problema
c) estado final desejado
Fonte: NEWELL, A. Unified theories of cognition. Harvard University Press, Cambridge MA,
1990

Estado Estado
inicial final
1 2 3 4 5
transformações – estados intermediários
Problema Solução
Introdução à Psicologia Jurídica 32

Tomada de Decisão

Herbert Simon
Prêmio Nobel - 1978

A pessoa como um ser limitado e racional

Devido as limitações da cognição humana, devemos usar métodos


de aproximação para executar a maioria das tarefas – (e.g. Xadrez)

Introduz o conceito de satisfação que consiste em fazer uma escolha


em um grupo de opções quando não se sabe muito sobre as
probabilidades adiante. Implica em se tomar um atalho
(Heurísticas), baseado no nível de aspiração
Introdução à Psicologia Jurídica 33

Tomada de Decisão

H. Simon (1960)
Categorização do processo da Tomada de Decisão
1. Inteligência - identificação de um problema ou oportunidade
2. Projeto - identificação das soluções alternativas
3. Escolha - seleção de uma alterna-tiva ou uma combinação de alternati-vas)

Para Cañas e Waerns (2001) as atividades que uma pessoa realiza quando
está tomando decisões são as seguintes:
1. Observação – ou seja, antes de tomar uma decisão é necessário que a pessoa
tenha toda a informação que precisa
2. Avaliação – com a informação obtida deve-se avaliar a situação. Neste sentido a
informação deve combinar com os conhecimentos que a pessoa tem
3. Seleção de uma resposta – uma vez avaliada a situação, é necessário tomar
uma decisão
Introdução à Psicologia Jurídica 34

Heurísticas

Heurísticas são “Atalhos” Cognitivos para reduzir a complexidade


dos processos de tomada de decisão e fazer julgamentos de forma
mais simples e imediata

Tais atalhos tornam mais leve a carga cognitiva de tomar decisões,


mas possibilitam uma chance maior de erro

Heurística de representatividade - Heurística de disponibilidade


Introdução à Psicologia Jurídica 35

Análise Cognitiva: construir representações (no


sentido técnico) acerca das representações (no
sentido psicológico e semiológico)

representação é como um conjunto


Sentido Psicológico de propriedades, relações e valores
ligados a um objeto do pensamento

Sentido Técnico é a expressão de um conhecimento


por meio de um sistema de signos

a representação é a relação entre o


Sentido Semiológico significante de um signo e seu
objeto
Fonte: LE-NY (1994)
Introdução à Psicologia Jurídica 36

Modelo Mental

Modelo Mental como uma representação dinâmica criada


na Memória de Trabalho pela combinação de informações
estocadas na Memória de Longo Termo e as
características extraídas do ambiente

Fonte: CAÑAS, ANTOLI E WAERNS (2001)


Introdução à Psicologia Jurídica 37

Modelo Mental

A mais importante característica do Modelo


Mental é a função de simular a realidade na
memória da trabalho

(Cañas, Salméron e Gomez, 2004)

um modelo mental da interação deve servir


para especificar como as variáveis psicológicas
se relacionam com as variáveis do sistema

Norman (1986)
Introdução à Psicologia Jurídica 38

Modelos

Um modelo é sempre uma redução


intencional e empobrecida da realidade,
“nessa dimensão, a perda ocasionada
pela simplificação é compensada pela
inteligibilidade que resulta da maior
clareza assim expressa entre seus
componentes
Introdução à Psicologia Jurídica 39

Modelo Cognitivo
Atkinson & Shiffrin

Registro Memória Memória


sensorial Curto-termo Longo
(MCT) termo
(MLT)
Processo de
Visual Controle:
•Autorepetição
Auditivo •Codificação
•Decisões
•Estratégias de
Tátil
recuperação

Resposta
Introdução à Psicologia Jurídica 40

Modelo Cognitivo
Chapanis
Entradas Função Saídas

Stimuli Tratamento Respostas


da Informação

•Acompanhamento •Codificação e decodificação •Transmissão de


•Sensação •Memorização Informação
•Percepção •Lembrança •Execução
•Raciocínio •Respostas físicas
•Tomada de decisão
•Julgamento de valores
Introdução à Psicologia Jurídica 41

Modelo Cognitivo
Norman

Objetivo

intenção Expectativa avaliação

Ação de
especificação interpretação

execução percepção
Atividade mental

............
Atividade física
Introdução à Psicologia Jurídica 42

Modelo Cognitivo
Winckens
Recursos
de atenção

Respostas
Memória Resposta
Sensorial Percepção
Perception Decisão e de
Seleção de Execução
Resposta

Memória de
Trabalho

Memória de
Longo-termo Memória
Feedback
Introdução à Psicologia Jurídica 43

Modelo Cognitivo
Endsley
Introdução à Psicologia Jurídica 44

Modelo Cognitivo
Endsley
Introdução à Psicologia Jurídica 45

Modelo Cognitivo
SRK - Rasmussen
Objetivos

Comportamento Decisão da
Identificação Planejamento
baseado em tarefa
Conhecimentos Simbólica
Comportamento
baseado em Associação Estoque
Reconhecimento de regras
Regras estado/tarefa
para tarefa
Signos

Comportamento Sinais Padrões


Formação sensórios motores
baseado na
automatizados
Habilidade

Entrada sensorial
Sinais Ações
Introdução à Psicologia Jurídica 46

Modelo Cognitivo
SRK - Rasmussen

Comportamento baseado em habilidades conduz à busca no ambiente de sinais


que ativam as representações procedimentais relativas à situação na MLT.
São dados sensoriais que representam as variáveis espaço - temporais de um
ambiente dinâmico e são tratadas como variáveis contínuas

Comportamento baseado em regras requer a busca de signos que permitem a


ativação de regras memorizadas - signos representam um estado do ambiente
e são associados a ações, a padrões de comportamento memorizados

Comportamento baseado em Conhecimento conduz à busca no ambiente de


símbolos que ativam representações em distintos modelos conceituais e as
interrelacionam
Introdução à Psicologia Jurídica 47

Aprendizagem

Zona Proximal de Desenvolvimento – Vygotsky

Aprendizagem Significativa
Subsunçores (Teoria de Auzubel)

Aprendizagem Situada

Piaget – Estágios do Desenvolvimento Cognitivo


Introdução à Psicologia Jurídica 48

Piaget – Teoria do Desenvolvimento Cognitivo


Estágio Sensório-motor (0-2 anos)
• Confiam em seus sistemas sensoriais e motores
• O pensamento da criança é em grande parte confinado à
ação

Estágio Pré-Operacional (2-7 anos)


• Apreensão dos símbolos
• Pensamento egocêntrico
• Tende a ver o mundo, em grande parte, de suas próprias
perspectivas
• Encontram dificuldades em se colocarem no lugar dos
outros e compreender pontos de vistas alternativos
Introdução à Psicologia Jurídica 49

Piaget – Teoria do Desenvolvimento Cognitivo


Estágio das Operações Concretas (7-11 anos)
• Param de confiar tão fortemente em informação sensorial
e passam a confiar na razão
• Raciocínio procedural - Se... logo
• Capacidade cognitiva aumenta (classificação e
categorização)
• Ainda não são capazes de lidar racionalmente com idéias
abstratas

Estágio Operações Formais


Pensa a respeito do pensamento
Introdução à Psicologia Jurídica 50

A Psicologia e o Direito

Psicologia Cognitiva

Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia

Psicologia Social

Agenda
Introdução à Psicologia Jurídica 51

Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia

As Pulsões e os Princípios que regem o


funcionamento mental

Freud: representação coisa (visual) – Ics


representação palavra (acústica) – PCs-Cs

2ª Tópica de Freud: ID – EGO - SUPEREGO

Recalque da representação e Repressão do afeto

Representação
substitutiva
Introdução à Psicologia Jurídica 52

Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia

As Pulsões e os Princípios que regem o


funcionamento mental

Freud: representação coisa (visual) – Ics


representação palavra (acústica) – PCs-Cs

2ª Tópica de Freud: ID – EGO - SUPEREGO

Recalque da representação e Repressão do afeto

Clivagem da Representação

Dois caminhos distintos de


tratamento da informação
Introdução à Psicologia Jurídica 53

Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia

Compulsão à Repetição

Imagos Parentais e o Complexo de


Édipo

Catarse e Sublimação

Método Psicanalítico:
“recordar, repetir e elaborar”

Resistência
Introdução à Psicologia Jurídica 54

Jung, Reich e Outros

Carl G.
Jung e o
Numinoso

Reich e o
Corpo
Introdução à Psicologia Jurídica 55

Mecanismos de Defesa do Ego

Negação

Racionalização

Formação Reativa

Isolamento

Regressão

São formas que a psique tem de se proteger da tensão interna ou externa. As


defesas evitam a realidade (repressão), excluem a realidade (negação),
redefinem a realidade (racionalização) ou a invertem (formação reativa). Elas
colocam sentimentos internos no mundo externo (projeção), dividem a
realidade (isolamento) ou dela escapam (regressão)
Introdução à Psicologia Jurídica 56

Psicopatologia - Nosologia

PSICOSE

NEUROSE

Perversão Psicopatias
Introdução à Psicologia Jurídica 57

Imputabilidade Penal

Art. 26 – É insento de pena o agente que, por doença mental


ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento
Introdução à Psicologia Jurídica 58

Imputabilidade Penal

Art. 28 – Não excluem a imputabilidade penal:


I – a emoção ou a paixão;
II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
substância de efeitos análogos

 É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de


caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com seu entendimento

 A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por


embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
Introdução à Psicologia Jurídica 59

A Psicologia e o Direito

Psicologia Cognitiva

Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia

Psicologia Social

Agenda
Introdução à Psicologia Jurídica 60

Psicologia Social

Estudo científico da maneira como os pensamentos, os


sentimentos e os comportamentos das pessoas são
influenciadas pela presença real ou imaginária de outras pessoas

Método Observacional descrição

Método Correlacional predição

Método Experimental causalidade

Elemento Crucial: Níveis de Análise


Introdução à Psicologia Jurídica 61

Percepção Social

Psicólogos Sociais que investigam a percepção das pessoas estão


interessados em determinar a maneira pela qual as pessoas fazem
julgamentos sobre os outros (Formação da Impressão) e como elas
controlam o julgamento que os outros fazem dela (Gerenciamento da
Impressão)

Formada por informações limitadas: Traços Centrais;


Formação da Efeito da Primazia e Efeito Recente; Viés da
Impressão Negatividade; Atração Física; Estigma; Viés do Falso
Consenso; Contexto Social

Estuda as estratégias que são usadas pelas pessoas para


Gerenciamento criarem uma imagem ou identidade aceita socialmente:
da Impressão Engraçamento (ex: elogio e concordância); Auto
Monitoramento
Introdução à Psicologia Jurídica 62

Influência Social

Ocorre quando as atitudes ou comportamentos de uma pessoa


são o resultado direto ou indireto de pressão social

Kelman (1961) propôs que a influência Social poderá ter três efeitos:

A pessoa muda o cpto para obter uma recompensa ou


Conformidade evitar uma punição, como resposta à pressão social
indireta, real ou imaginada

A pessoa muda o cpto para ser “querida” ou se identifica


Identificação
com uma outra pessoa

A pessoa muda o cpto porque realmente ou


Internalização privadamente) aceita as crenças, cptos, atitudes e
valores de outra pessoa
Introdução à Psicologia Jurídica 63

Algumas pesquisas sobre Conformidade


Unanimidade do Grupo

Tamanho do Grupo

Coesão do Grupo

Anonimidade

Discrepância

Características Pessoais

Cultura

Concordância (pé na porta – cara na porta)


Introdução à Psicologia Jurídica 64

French e Raven (1959) identificam seis bases do poder


social
Quando o agente influenciador tem controle sobre as
Coercivo
punições

Quando o agente influenciador tem controle sobre as


Recompensador
recompensas e recursos que são valorizados

Quando se acredita que o agente influenciador tem


Especialidade
conhecimento ou habilidade superior

Quando a pessoa é atraída ou influencia-se com o


Referência
agente influenciador

Quando a pessoa acredita que o agente influenciador tem


Legitimação
uma autoridade legítima

Quando o agente influenciador possui uma informação


Informacional
específica que é necessária à pessoa

Landy (1989): poder de incremento – Especialidade + Referência


Introdução à Psicologia Jurídica 65

Atitude

“é um sentimento (positivo ou negativo) relativamente


constante sobre uma pessoa, um objeto ou uma questão.
São respostas avaliativas perante a um objeto”
Arnould (2004)
Introdução à Psicologia Jurídica 66

Duas visões sobre a estrutura da Atitude

Modelo de Componente Modelo de três


Ùnico componentes

Atitudes são compostas de


Atitude compreende só o componentes cognitivos, afetivos e
componente Afetivo comportamentais

Aronson, Wilson e Akert (2002)


Introdução à Psicologia Jurídica 67

Componentes da Atitude

Componente Exemplo

Cognitivo constituído de pensamentos


Crenças, idéias e opiniões acerca do objeto

Afetivo consiste nas reações


Sentimentos, emoções emocionais ao objeto

consiste no comportamento
Comportamental
observável em relação ao
Predisposição para agir objeto
Introdução à Psicologia Jurídica 68

Componentes da Atitude com relação ao Turismo

Componente Exemplo

Cognitivo
Viajar é relaxante
Crenças, idéias

Afetivo
Eu gosto de praias
Sentimentos, emoções

Comportamental Vou viajar para


Predisposição para agir Florianópolis
Introdução à Psicologia Jurídica 69

Atitudes e Comportamento

Apesar da crença: Não existe uma forte relação entre atitudes e


comportamento

LaPierre (1934) – discrepância entre atitudes e cpto (restaurantes /


chineses)

Pessoas com baixo auto monitoramento, as atitudes são melhores


preditoras de cpto

A relação entre atitude e cpto é maior quando a medida de atitude é


avaliada com relação a um cpto do que com relação a um objeto
Introdução à Psicologia Jurídica 70

Mudança de Atitude
Modelo de Elaboração de Probabilidade
Petty (1994)

Rota Central Rota Periférica

Maior probabilidade de ocorrência


Maior probabilidade de ocorrência
quando o ouvinte acha a
quando a mensagem é irrelevante.
mensagem interessante,
A mudança de atitude envolve
importante ou pessoalmente
menos esforço mental, depende
relevante, Assim, submete a
da quantidade (versus a
informação a um raciocínio
qualidade) dos argumentos e da
procedimental.
presença de fatores persuasivos,
tais como a atratividade ou status
A mudança de atitude vai depender
do comunicador
da qualidade do argumento

A rota central produz uma mudança de atitude que é mais duradoura


Introdução à Psicologia Jurídica 71

Allen, Ng e Wilson (2002) sugerem que a atitude


possui duas funções psicológicas que devem ser
influenciadas por valores humanos

Função instrumental Função expressiva

O desejo que motiva a função


instrumental é de que se pode
competentemente e efetivamente
controlar e manipular o meio. a motivação para a função
Assim, os benefícios que prendem psicológica da atitude expressiva
um sujeito na função instrumental é a necessidade de expressão do
são as qualidades intrínsecas do self
objeto, o expediente para o fim, a
habilidade do objeto para controlar
o meio
Introdução à Psicologia Jurídica 72

Valores Humanos

funcionam como necessidades que determinam a conduta


orientada para um fim Feather (1995)

ajudam a determinar princípios cognitivos e perceptuais que, por sua


vez, influenciam as atitudes das pessoas
Introdução à Psicologia Jurídica 73

em toda a moral efetiva elaboram-se certos


princípios, valores ou normas

todo ato moral inclui a necessidade de escolher entre vários atos possíveis
as escolhas não existem a priori, instalam-se na relação entre o desejo e
uma ação
devem basear-se numa preferência

Essa preferência deve-se porque os atos se apresentam

como atos valiosos (valor que atribuímos às coisas e aos objetos)


como atos de valor moral (valor com respeito à conduta humana)

Para Sartre (1970), a pessoa se faz escolhendo a sua moral

Depende da pessoa o sentido que ela dá à vida, e o valor nada


mais é do que esse sentido escolhido

Fonte: Vasquez (2006)


Introdução à Psicologia Jurídica 74

Atitudes Valores

São carregados afetivamente e são


Respostas avaliativas perante a um subjetivos, e estão no topo da
objeto hierarquia da abstração e
generalização

Resultantes de um processo de
São dominantes em relação à
Abstração e Generalização,
Atitude
formando um exemplar
Introdução à Psicologia Jurídica 75

Rokeach (1973) amplia a distinção entre valores


e atitudes
1) enquanto o valor é uma única crença, a atitude refere-se à organização de
várias crenças que têm como foco um objeto ou uma situação

2) o valor é um padrão, a atitude não

3) o número de valores é reduzido em relação ao número de atitudes já que


existem tantos valores quantos modos de conduta ou estados de existência
desejados e tantas atitudes quantos situações ou objetos

4) valores ocupam uma posição mais central na personalidade e no sistema


cognitivo do que as atitudes, sendo os valores determinantes das atitudes

5) valor possui uma ligação mais imediata com a motivação e é um conceito


mais dinâmico do que as atitudes

6) o conceito substantivo do valor pode estar diretamente relacionado com as


funções de ajustamento, defesa do ego, atualização do self enquanto a atitude
se relaciona inferencialmente a essas funções
Introdução à Psicologia Jurídica 76

Valores Humanos Básicos

Possuem importância por estarem no topo da hierarquia da


abstração do pensamento humano

Transcendem situações específicas e direcionam a conduta da


pessoa

Podem ser ordenados por sua importância e servem como princípios


que guiam à vida da pessoa

São metas que guiam a conduta de uma pessoa

São subjetivos, no entanto possuem significados compartilhados e


podem agregar-se em tipos motivacionais

Schwartz (2005) Molpeceres, Llinhares e Matisu (2006)


Introdução à Psicologia Jurídica 77

O estudo dos Valores pode ser feito em


diferentes níveis

o interesse está na
Cultural contextualização dos indivíduos
Emic no meio onde eles vivem

Etic o interesse está na


comparação entre diversos
Grupal contextos, permitindo
comparações transculturais

Individual Os valores culturais servem


para estabelecer crenças
compartilhadas que definem
que tipo de conduta é
apropriada nas diversas
Porto (2005)
situações, além de servir para
justificar o motivo daquela
escolha
Introdução à Psicologia Jurídica 78

Teoria dos Valores


Schwartz (2005)

Identifica as principais características dos Valores de cinco formas:

1 Valores são crenças


Crenças intrinsecamente ligadas a emoção e não a idéias. Quando os valores são
ativados, conscientemente ou não, eliciam sentimentos positivos e negativos

2 Valores são um construto motivacional


Referem-se a objetivos desejáveis que as pessoas se esforçam por obter

3 São transituacionais
São objetivos abstratos

4 Guiam a seleção e avaliação de açõe, políticas, pessoas e eventos


Crenças intrinsecamente ligadas a emoção e não a idéias. Quando os valores são
ativados, conscientemente ou não, eliciam atitudes
5 São ordenados pela importância relativa aos demais
Os Valores das pessoas formam um sistema ordenado de prioridades axiológicas
que as caracteriza como indivíduos
Introdução à Psicologia Jurídica 79

Tipos Motivacionais
(1) Autodeterminação
A autodeterminação é derivada de necessidades orgânicas por controle e dominância e de
requisitos interacionais de autonomia e independência

Objetivo que o define pensamento e ação independente – escolher, criar, explorar

criatividade, liberdade, escolher os próprios objetivos,


Valores curioso, independente, (auto-respeito, inteligente, privacidade)

(2) Estimulação
Valores de estimulação são derivados da necessidade orgânica de variedade e estimulação de
forma a manter um nível de ativação ótimo e positivo, em vez de ameaçador. Essa
necessidade provavelmente se relaciona às necessidades subjacentes ao tipo
motivacional de autodeterminação

Objetivo que o define excitação, novidade, desafio na vida

Valores uma vida variada, uma vida excitante, ousado


Introdução à Psicologia Jurídica 80

Tipos Motivacionais
(3) Hedonismo
Valores do hedonismo são derivados de necessidades orgânicas e do prazer associado à sua
satisfação

Objetivo que o define prazer ou gratificação sensual

Valores prazer, vida de prazer, auto-indulgência

(4) Realização
A performance competente que gera ou adquire recursos é necessária para que os indivíduos
sobrevivam e para que grupos e instituições atinjam seus objetivos de forma bem
sucedida
sucesso pessoal por meio de demonstração de competência
Objetivo que o define de acordo com padrões sociais
ambicioso, bem sucedido, capaz, influente, (inteligente, auto-
Valores respeito, reconhecimento social)
Introdução à Psicologia Jurídica 81

Tipos Motivacionais
(5) Poder
O funcionamento de instituições sociais aparentemente requer algum grau de diferenciação
de status. A dimensão dominação/submissão emerge na maioria das análises empíricas
de relações interpessoais tanto intra quanto interculturalmente.
Tanto poder quanto realização focam em estima social. Entretanto, valores de realização
enfatizam a demonstração ativa de desempenho bem sucedido em interações
concretas, enquanto os valores de poder enfatizam a consecução ou manutenção de
uma posição dominante dentro do sistema social mais geral

status social e prestígio, controle ou domínio sobre as


Objetivo que o define pessoas e recursos

autoridade, saúde, poder social, (preservar minha imagem


Valores pública, reconhecimento social)
Introdução à Psicologia Jurídica 82

Tipos Motivacionais
(6) Segurança
Valores de segurança são derivados de requisitos básicos do indivíduo e dos grupos. Há
dois subtipos de valores de segurança: individual e grupal. Alguns valores de segurança
servem principalmente aos interesses do indivíduo (ex.: saúde). Outros, a interesses
mais amplos do grupo (ex.:segurança nacional). Entretanto até mesmo esse último
serve, em algum grau, à segurança do próprio indivíduo (ou daqueles com quem ele se
identifica). Os dois subtipos podem, portanto, ser unificados em um tipo motivacional
mais abrangente

segurança, harmonia e estabilidade da sociedade, dos


Objetivo que o define relacionamentos e de si mesmo
ordem social, segurança da família, segurança nacional,
Valores limpo, reciprocidade de favores, saudável, (senso de
pertencer)
Introdução à Psicologia Jurídica 83

(7) Conformidade

Os valores de conformidade enfatizam a autorestrição na interação cotidiana, geralmente


com outros próximos ao indivíduo
restrições de ações, inclinações e impulsos que tendem a
Objetivo que o define chatear ou prejudicar outros e que violam expectativas ou
normas sociais
obediente, autodisciplinado, polidez, respeito para com os
Valores pais e os idosos, (leal, responsável) prazer, vida de prazer,
auto-indulgência

(8) Tradição
Grupos de todos os lugares desenvolvem práticas, símbolos, idéias e crenças que
representam experiências e rumos compartilhados. Eles se tornam sancionados como
costumes e tradições valorizadas pelo grupo. Frequentemente tomam forma de ritos
religiosos, crenças e normas de comportamento
respeito, compromisso e aceitação dos costumes e idéias
Objetivo que o define que a cultura ou a religião do indivíduo fornecem
respeito à tradição, humilde, devoto, ciente dos meus limites,
Valores moderado, (vida espiritual)
Introdução à Psicologia Jurídica 84

(9) Benevolência
Os valores de benevolência são derivados dos requisitos básicos para o delicado
funcionamento do grupo e da necessidade orgânica de afiliação. As mais críticas são as
relações dentro da família e outros grupos primários. Os valores de benevolência
enfatizam a preocupação voluntária com o bem estar dos outros
Tanto benevolência quanto conformidade promovem relações sociais cooperativas e
suportativas. Valores de benevolência propiciam uma base motivacional interiorizada,
valores de conformidade promovem cooperação para evitar resultados negativos para o
próprio indivíduo

preservar e fortalecer o bem-estar daqueles com que o


Objetivo que o define contato pessoal do indivíduo é mais freqüente (o grupo
“interno”)

prestativo, honesto, piedoso, responsável, leal, amizade, amor


Valores maduro, (senso de pertencer, sentido da vida, uma vida
espiritual)
Introdução à Psicologia Jurídica 85

(10) Universalismo
Os valores de universalismo também são derivados das necessidades de sobrevivência dos
grupos e dos indivíduos. Mas essas necessidades não são reconhecidas até que as
pessoas entrem em contato com outras fora do grupo primário e até que elas tenham
consciência da escassez de recursos naturais. O universalismo combina dois subtipos de
preocupação: (1) com o bem estar da sociedade como um todo, e (2) com a natureza

compreensão, agradecimento, tolerância e proteção do bem-


Objetivo que o define estar das pessoas e da natureza. Isso contrasta com o foco
intragrupo da benevolência

mente aberta, justiça social, igualdade, um mundo em paz,


mundo de beleza, unidade com a natureza, sabedoria,
Valores proteger o meio ambiente, (harmonia interior, uma vida
espiritual)
Introdução à Psicologia Jurídica 86

Estrutura de
Valores
Autodeterminação Universalismo

Estimulação Benevolência

Hedonismo Conformidade

Realização Tradição

Poder Segurança
Introdução à Psicologia Jurídica 87

A “estrutura” de valores refere-se às relações conflitantes e


congruentes entre os valores, que por sua vez se distinguem pelo tipo
de objetivo ou motivação que expressa

Formam um continuum motivacional. Esse continuum dá origem a estrutura


circular

a concepção dos valores nessa estrutura circular de relações tem uma


implicação capital para as relações dos valores com outras variáveis.
Implica que todo o conjunto de dez tipos motivacionais se relaciona
com qualquer outra variável de uma maneira integrada
Introdução à Psicologia Jurídica 88

Estrutura de
Valores
Autodeterminação Universalismo

Estimulação Benevolência

Hedonismo Conformidade

Realização Tradição

Poder Segurança

a estrutura circular retrata o padrão total de relações teóricas de conflito e congruência entre os tipos
motivacionais. Quanto mais próximo estiverem, mais semelhantes são suas motivações subjacentes.
Quanto mais distantes mais antagônicas são suas motivações subjacentes
Introdução à Psicologia Jurídica 89

Valor é um conceito multidimensional, composto


por distintos significados
Martinez-Sánchez & Ros (2006)

Searle (2000)
chave para compreensão do
significado
o significado é uma forma de “intencionalidade derivada”

A intencionalidade original (ou intrínseca) da representação mental da


pessoa é transferida para o objeto

Caso o serviço/produto seja significativo, o objeto passa a ter uma


intencionalidade derivada da representação mental. A representação
não tem apenas um significado convencional, mas também um
significado desejado pela pessoa
Introdução à Psicologia Jurídica 90

O significado atribuído pela pessoa pode


circundar duas amplas categorias

Significado Utilitário Significado Simbólico

é resultado de uma experiência


representa o atributo tangível do
social, a qual induz uma
produto, o qual permite que o
categorização subjetiva do
indivíduo tenha algum controle
produto, via instituições sociais,
sobre a situação. Nesta categoria,
sistemas de comunicação e da
o significado é derivado da
cultura da sociedade. Estes
utilidade pratica do produto, e é
atributos são intangíveis e
intrinsecamente conectado a
socialmente compartilhados, é
conveniência, eficiência e valor de
uma compilação da imagem ou do
troca do produto
simbolismo do produto
Introdução à Psicologia Jurídica 91

Allen - Austrália

Modelo de Modelo de três


Componente Ùnico componentes

Atitudes são compostas de


Atitude compreende só o componentes cognitivos,
componente Afetivo afetivos e comportamentais

Abordagem da Mediação do Atributo

significado de produto utilitário e simbólico


Introdução à Psicologia Jurídica 92

Allen (2000) sugere que os valores humanos


modelam a escolha em duas rotas

Rota indireta
quando a pessoa avalia um produto pelo seu significado utilitário, ela faz
um julgamento passo a passo dos atributos, utilizando um raciocínio
procedimental. O produto tem uma função psicológica
funcional, instrumental e. assim, os valores influenciam a tomada de
decisão por meio da importância dada aos atributos tangíveis do produto

Rota direta
quando a pessoa está avaliando o significado simbólico do produto, o tipo
de julgamento é afetivo, “holístico”, por meio de um raciocínio heurístico,
tendo uma função psicológica expressiva
Introdução à Psicologia Jurídica 93

As Vias Principal e Secundária para a Amígdala


(LEDOUX, 1998)
Córtex Sensorial
Introdução à Psicologia Jurídica 94

ALLEN

Crenças Prescritivas e Avaliativas Significado do Produto

Valores Humanos Julgamento Afetivo Simbólicos

Atributos Tangíveis Julgamento Passo Utilitário


a Passo

Rota indireta Rota direta

Significado do Produto Utilitário Simbólico


Tipo de Julgamento Passo a Passo Afetivo
Motivação Instrumental Expressiva
Introdução à Psicologia Jurídica 95

Significado do Objeto, Tipo de Julgamento e Funções Psicológicas Associadas com a


Influência Direta e Indireta dos Valores Humanos na Preferência do Objeto
INDIRETO DIRETO
(via importância dos atributos tangíveis)

Significado do Objeto Utilitário Simbólico


Conteúdo Na função e utilidade Categorias sociais e princípios culturais
(ideais, valores, traços)
Local Separadamente nos Atributos Tangíveis Inteiramente no Objeto
Foco Objetivo: focado no objeto Subjetivo: focado no self
Amplitude Específico/Limitado Vago/Amplo
Clareza Conceitual Claro Vago

Tipo de Julgamento Passo-a-Passo Afetivo


Raciocínio Procedimental. Lógico, análise Heurístico. Holístico, intuitivo
sistemática atributo por atributo
Representação na Incerto – talvez Verbal Visual: imagem multisensorial
Memória
Efeito na Latência Atrasado Imediato
Efeito na Intensidade Baixo: avaliativo Alto: estados emocionais

Funções Psicológicas Instrumental Expressiva


Origem do Benefício Nas qualidades intrínsecas do objeto; Uso do objeto como veículo para
habilidade de controlar o ambiente expressão do self
Relevância do Valor Baixo Alto
Identificação com Objeto Fraco Forte
Fonte: Allen (2000)
Introdução à Psicologia Jurídica 96

Allen 2001 – Estudo da relação entre Valores e a


preferência pelo Toyota Corolla
Importância dos
Valores Humanos – atributos tangíveis Preferência por
Tipos motivacionais do carro produto

autodeterminação Toyota Corolla

Segurança e
Hedonismo confiabilidade

O Tipo autodeterminado possui uma ligação afetiva com a marca Toyota, o


tipo Hedonista possui ligação utilitária com o atributo tangível de segurança e
confiabilidade do carro, assim quando esta qualidade é realçada aumenta o
comportamento de compra da pessoa
Introdução à Psicologia Jurídica 97

Anúncio com
Elementos
Utilitários
Introdução à Psicologia Jurídica 98

After repeated
exposures, the
product
symbolizes the
culturally
consisted
meanings in
isolation

Allen (2006))
Introdução à Psicologia Jurídica 99

Objetivo da Apresentação

Conceituar a Psicologia e Identificar seus Principais


Campos de Atuação e Interfaces com o Direito
Psicologia Jurídica

Introdução à Psicologia

Prof. Sergio Luis dos Santos Lima


sergiolusalima@hotmail.com

Você também pode gostar