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Universidade Save
Maxixe
2020
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Universidade Save
Maxixe
2020
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Índice
Introdução .................................................................................................................................. 4
Objectivos ................................................................................................................................... 5
Oralidade.................................................................................................................................... 8
Leitura/Escrita ........................................................................................................................... 8
Conclusão ................................................................................................................................. 10
Introdução
O ensino primário desempenha um papel importante no processo de socialização das crianças, na
aquisição de conhecimentos, habilidades e valores/atitudes fundamentais para o desenvolvimento
harmonioso da sua personalidade. Esta afirmação e também fundamentada por Seepe (1994:15),
para quem “as crianças da amanha devem não so estar preparadas para se adaptarem ao
mundo em mudança, mas também devem preparar se para criar novas mudanças em beneficio
da humanidade”.
E nesta óptica que recentemente o Governo Moçambicano, através do INDE, desencadeou o
processo de revisão pontual do Plano curricular e dos programas de ensino com vista a
incrementar a qualidade de ensino.
Nesta perspectiva, proponho realizar um estudo com o título: Análise Crítica do novo
Programa de Ensino de língua portuguesa, 1ᵒ ciclo, concretamente a 3ᵃ classe, com os
objectivos essenciais de analisar as propostas metodológicas e sugerir melhoria.
Para tal, servi-me do método empírico consubstanciado na consulta da bibliografia especializada
e na de documentos reitores da Reforma.
O Trabalho organiza-se em cinco capítulos, conclusão, bibliografia
Objectivos
São objectivos deste trabalho os seguintes:
a) Analisar as orientações metodológicas para o ensino dos conteúdos disciplinares e
transdisciplinares do Programa;
Por outro lado, os objectivos específicos do mesmo são:
a) Identificar os pontos fortes e fracos da metodologia sugerida no novo Programa de ensino;
b)Verificar se as metodologias do Programa favorecem a aquisição da proficiência comunicativa
no domínio da oralidade, leitura, escrita, gramática e vocabulário.
c) Analisar se as sugestões transdisciplinares do Programa ajudam na formação da cultura geral
do aluno ancorada na língua.
2. Definição de conceitos
Segundo o conceito etimológico, Ensinar (do Latim signare), é colocar dentro, gravar no
espirito. No entanto, de acordo com este conceito, Ensinar e gravar ideias na cabeça do aluno,
sendo o método de ensino, o de marcar o tomar a lição. (PILETTI, 2004:26)
Na visão tradicional, Ensinar e transmitir conhecimentos, sendo o professor, aquele que sabe
sobre um determinado assunto e espera que o aluno saiba reproduzir o que ele lhe disse.
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Já por seu torno, ICCP (1988: 31) define o ensino como o processo de organização da actividade
cognoscitiva” processo que se manifesta de uma forma bilateral: Ensino – aprendizagem.
Aprendizagem – O que é?
De acordo com SCHNITZ (Op cit. p. 15), a aprendizagem é a aquisição de novos
conhecimentos.
Na visão de Teixeira (1971:60), só se aprende para a vida quando, não somente se pode fazer a
coisa de outro modo, mas também se quer fazer a coisa desse outro modo. Só essa aprendizagem
interessa a vida e portanto a escola.
É um documento que permite orientar o docente no que se refere aos conteúdos que deve
partilhar, os meios ou materiais a usar, a forma como deve desenvolver a sua actividade de
ensino e os objectivos de ensino. (INDE, 2015)
Os programas educativos têm conteúdos obrigatórios, os quais são determinados pelo Estado, e
espera se que todos os cidadãos de um pais disponham de uma certa base de conhecimentos que
se consideram imprescindíveis por motivos culturais, históricos ou de outro tipo.
Apresenta ainda algumas considerações sobre o Currículo Local, bem como as competências
do ensino primário e evidências de desempenho.
Oralidade
A comunicação oral é inata ao ser humano. Ela é uma actividade intersubjectiva regida por
padrões sociais, e desenvolve-se ao longo de toda a vida. Assim sendo, o novo programa de
ensino primário, prevê que para o desenvolvimento das habilidades de ouvir e falar, as imagens,
os diálogos, as histórias, as dramatizações, os recontos, as canções e os jogos constituem a base
fundamental, pois permitem consolidar, diversificar e aumentar o vocabulário e a quantidade e
qualidade de linguagem, abrindo mais espaço de uso da língua.
Leitura/Escrita
Para o desenvolvimento das habilidades de ler e escrever, a leitura, a cópia, o ditado e a redacção
poderão funcionar como actividades que estimulam a escrita, devendo ser permanentes nas três
classes do ciclo.
Gramatica /Vocabulário
O professor deverá procurar conduzir o aluno à regra gramatical a partir do uso da língua, isto é,
apresentando as estruturas gramaticais em frases ou textos. Assim, o percurso para se chegar à
regra deverá partir de um contexto mais amplo, por exemplo, uma história ouvida, um texto lido,
uma actividade de oralidade, um jogo, um debate ou um problema.
Para o alcance desta meta, o mesmo apresenta diferentes tipologias textuais com objectivos,
metodologias, estratégias e dá alguns exemplos para a sua execução na aula.
Assim, através do método participativo, os discentes realizam actividades pedagógicas orais
como: resumos, relatos, dramatização, debate, conversas informais, entre outras. Tal processo é
contínuo e didáctico operacionalizado em conjunto com o método expositivo usado para ditar a
matéria.
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Porém, verifica-se que o novo PEP, apresenta poucos exercícios destas operações didácticas, o
que pode dificultar o trabalho ao professor novo e inexperiente por um lado, e facilitar a
criatividade e liberdade do professor experiente e mais dotado por outro.
Da análise constata se ainda que o PEP em nenhum momento se refere a interacção
interdisciplinar no processo de ensino da oralidade, o que podemos considerar uma falta, porque
os alunos não só usam a fala em questões de língua portuguesa como disciplina, mas realizam
igualmente outras tarefas que os obrigam a usar a oralidade, como operações matemáticas,
questões do meio ambiente, da química, da física, entre outras hipóteses, e seguramente
necessitarão aprender a usar palavras adequadas a esses contextos de comunicação.
Para o caso da leitura, o novo programa do ensino primário, aposta em força na metodologia de
leitura orientada, sob forte vigilância do professor, depreendendo-se daqui a ideia de uma acção
mecânica e quase coerciva da aprendizagem da leitura, o que é pouco plausível para
aprendizagem da leitura.
Quanto ao domínio da escrita, as estratégias sugeridas para o aprofundamento das técnicas, se
assemelham mais a objectivos secundários, do que propriamente à operacionalização do método.
Assim, o que há a fazer está muito claro, (copias, redacções, ditados…), mas o como fazer não é
evidente. Isto pode dificultar o processo e os resultados da aprendizagem, pois os procedimentos
metodológicos devem ser equiparados ao momento fundamental da transmissão e aquisição das
novas aprendizagens.
Já no caso do vocabulário e da Gramatica, verifica se no Programa, a inexistência de exemplos
de trabalhos/exercícios o que seguramente dificulta a ministração das aulas e deixa ainda mais
confuso o professor pouco preparado.
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Conclusão
Da análise feita conclui-se que a Reforma Educativa é um projecto ambicioso, com resultados
aceitáveis, e ainda mais próximos do ideal preconizado. No entanto, urge que se melhorem as
condições de trabalho, de investigação, de ensino e infra-estruturais.
Para a língua portuguesa em especial, a aposta na requalificação dos quadros e a implementação
de mais e melhores condições é fulcral. Do Programa vê-se uma estrutura diversificada que, se
bem aplicada, facilita a aquisição de conhecimentos científicos e heurísticos. Porém as
metodologias e as estratégias tendem mais para a mecanização do processo de ensino –
aprendizagem. Aqui o papel do professor é fundamental, não só no respeito e cumprimento do
legislado, mas sobretudo com uma perspectiva crítica construtiva.
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Referencias Bibliográficas
Ministério da Educação: DNEB. (2000). Regulamento Geral das Escolas do Ensino Básico.
Maputo.
CASTILHO, A. T. de. A Língua Falada no Ensino do Português. Editora Contexto, São Paulo.
1998
CHAGAS, Valnir. Didáctica Especial das Línguas Modernas. Companhia Editora Nacional, São
Paulo. 1979
CANDAU, Vera Maria F. Reformas Educacionais Hoje na América Latina. In: MOREIRA, A.
F. (org.) Currículo: Políticas e Práticas. Papirus, Campinas, São Paulo, 1998.
FILHO, Almeida. A Abordagem Orientadora da Ação do Professor. Pontes, Campinas. 1999