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Litografia

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Litografia ou litogravura (do grego λιθογραφία, de λιθος-lithos,


pedra e γραφειν-graféin grafia, escrita) é um tipo de gravura que
envolve a criação de marcas (ou desenhos) sobre uma matriz (pedra
calcária) com um lápis gorduroso. A base dessa técnica é o princípio
da repulsão entre água e óleo.[1] Ao contrário das outras técnicas da
gravura, a Litografia é planográfica, ou seja, o desenho é feito
através do acúmulo de gordura sobre a superfície da matriz, e não
através de fendas e sulcos na matriz, como na xilogravura e na
gravura em metal. Seu primeiro nome foi "poliautografia",
significando a produção de múltiplas cópias de manuscritos e
desenhos originais.

Índice
História
Técnica Litografia de Kunstformen der Natur
Limpeza (obra de Ernst Haeckel)
Desenho
Entintagem
Impressão
Cromolitografia
Litografia no Brasil
A primeira Oficina de Litografia de Minas Gerais
Referências
Ver também
Referências

História
Essa técnica foi inventada por Alois Senefelder — um jovem ator e escritor de teatro alemão — por volta de
1796, quando buscava um meio de impressão para seus textos e partituras e se deparava com o desinteresse
dos editores. Acabou inventando um processo químico novo, mais econômico e menos demorado que todos
os outros meios conhecidos na época. A acção de desenhar/escrever sobre pedra já era conhecida, o crédito
de Senefelder é ter equacionado os princípios básicos da impressão a partir da mesma. Apoiou-se em textos
encontrados em Nuremberg, sobre as experiências de Simon Schmidt, sacerdote e professor bávaro, sendo
este o primeiro a pensar a pedra como matriz reprodutora.
A Litografia foi usada extensivamente nos primórdios da imprensa moderna no século XIX para impressão
de toda sorte de documentos, rótulos, cartazes, mapas, jornais, dentre outros, além de possibilitar uma nova
técnica expressiva para os artistas. Pode ser impressa em plástico, madeira, tecido e papel.

Sabe-se que o primeiro pintor que se utilizou com sucesso da técnica de litografia foi Goya, em sua série
Touradas, de 1825.

Este expediente artístico atingiu seu apogeu nas últimas décadas do século XIX, quando diversos autores
franceses como Gustave Doré, Renoir, Cézanne, Toulouse-Lautrec, Bonnard, dentre outros, promoveram
uma renovação da litografia a cores.

Técnica
A técnica da litografia pode ser dividida em quatro etapas básicas:

Limpeza

Antes de mais nada, é necessário apagar a imagem anterior


desenhada na pedra, para que não haja interferências no seu desenho
original e para isso, espalham-se grãos (pó de esmeril grão 80, 150 e
220 ou areia fina bem peneirada) sobre a pedra, joga-se um pouco de
água para umedecer e coloca-se outra pedra calcária mantida para
esse fim ou quebrada para lixá-la. Deve-se lixar a pedra sempre em
um movimento de oito (infinito), cuidando para que nenhum pedaço
da pedra de baixo fique intacto, para evitar desnivelamentos.
Quando o desenho demora a sair, despeja-se uma solução de ácido
acético a 10% para quebrar a gordura remanescente, deixando agir
por 2 a 5 minutos antes de lavá-la. Não se pode esquecer de limar as
arestas irregulares da pedra num ângulo de aproximadamente 45º, Uma prensa usada na litografia
para que a pedra não lasque e nem marque o papel. Depois que a
pedra está seca, é bom evitar o contato da superfície com as mãos ou
qualquer substância rica em gordura, para que não haja manchas
indesejadas que prejudiquem na impressão.

Desenho

A segunda etapa é desenhar sobre a pedra com materiais ricos em


gordura já citados anteriormente, mas antes é necessário traçar uma
margem de tamanho variado, com goma arábica. Uma vez a goma
Uma pedra litográfica na prensa
espalhada na pedra, a área atingida não receberá gordura, salvo se
removida com uma lâmina ou com a ponta seca ou ressensibilizada
com solução de ácido acético diluído a 5%. Aqui, a criatividade do artista atua, além dos métodos
tradicionais de desenho sobre pedra, podem-se usar lâminas e pontas-secas para adicionar textura, marcas
com papel carbono, aguada, entre outros.

Entintagem

Depois de o desenho estar pronto e seco, caso tenha sido utilizada uma tinta aquosa, partimos para a
acidulação e entintagem ou viragem, processos que fixam a gordura na superfície da pedra, evitando que
esta se espalhe pelas áreas brancas, descaracterizando o desenho. Pulveriza-se o breu sobre a imagem,
espalhando-o com um chumaço de estopa,
depois a pedra recebe um banho de uma solução
de goma arábica, acido tânico, nítrico e
fosfórico, que fixa a gordura apenas na
superfície. A matriz então fica dividida em duas
áreas: a branca que retém água e repele gordura
e a desenhada que agrega gordura e repele água.
Limpa-se a superfície com removedor (aguarrás
ou querosene) para eliminar o pigmento usado
no desenho preservando apenas a gordura, em
seguida, a superfície da pedra é umedecida com
água. Nessa etapa, não podemos deixar a
superfície da pedra secar.
Uma litografia de Abraham Salm (1801-1876)
A entintagem é feita com um rolo de couro ou
de borracha. A tinta litográfica é oleosa e, ao
passarmos, ela adere somente nas partes engorduradas, muito embora devamos limpar as margens e a
superfície da pedra com uma esponja úmida para evitar qualquer acúmulo de tinta que possa aparecer na
hora da impressão.

Impressão

A última etapa é a impressão. As primeiras tentativas são consideradas testes. A espessura da pedra deve ser
de pelo menos 5 centímetros, para evitar rachaduras. O papel (ou outro material) é colocado sobre a pedra,
de maneira alinhada. Usa-se uma prensa manual própria para a litografia, a pedra é colocada sobre a
superfície plana da prensa que desliza sob a pressão de uma trave chamada ratora. Gira-se a manivela com
cuidado para que a ratora não ultrapasse o limite da pedra, causando um acidente, devido a forte pressão. O
desenho será impresso de maneira espelhada no papel, assim como nas outras modalidades da gravura. A
litografia permite tirar muitas cópias da mesma matriz.

Depois de tiradas as cópias desejadas, a pedra está pronta para ser limpa e reutilizada.

Cromolitografia

A cromolitografia é um método da litografia através da qual os


desenhos são impressos em cores. O termo deriva do grego chroma
(cor), lithos (pedra) e graphein (desenho).

A técnica foi desenvolvida principalmente pelo litógrafo alemão-


francês Godefroy Engelmann, de Mulhouse (1788–1839), que
patenteou o procedimento em 1837.

Obras como Kunstformen der Natur (de Ernst Haeckel) e Plantas


Cartão-postal de 1905 produzido por
Medicinais de Köhler (de Franz Eugen Köhler e outros) apresentam cromolitografia
ilustrações cromolitográficas.

Litografia no Brasil

A primeira Oficina de Litografia de Minas Gerais


Em Minas Gerais, a primeira oficina litográfica voltada exclusivamente para a atividade artística funcionou
no Centro Artístico Cultural de São João del-Rei. A oficina foi montada em 1961 com o equipamento da
extinta Gráfica Castello, uma prensa e 200 pedras litográficas, adquirido pelo artista baiano João Quaglia,
que se juntou aos são-joanenses Geraldo Guimarães, Sílvia Lombardi e aos padres David e Tiago do Colégio
Santo Antônio.

O trabalho desenvolvido repercutiu de tal forma nos meios artísticos de Belo Horizonte, que a Escola
Guignard organizou um curso para Quaglia ministrar a seus alunos, sob sugestão da aluna Lotus Lobo, que
conhecera as atividades do Centro Artístico e Cultural durante a Semana Santa de 1963, em São João del-
Rei.

O curso ministrado por Quaglia acaba por estimular a criação do Grupo Oficina, formado por jovens artistas
- Lotus Lobo, Roberto Vieira, Klara Kaiser, Nívea Bracher, Paulo Laender, Frei David, entre outros -, que
passam a utilizar a litografia como meio expressivo para suas atividades artísticas. Trabalhando em
conjunto, experimentam as possibilidades técnicas da litografia, entre as quais se destacam a fidelidade ao
desenho original e o caráter de reprodutividade em série.

Referências
1. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova
Fronteira. 1986. p. 1 041.

Ver também
Gravura
Xilografia
Fotolitografia
Acabamento
Gráfica
Flexografia
Impressão offset
Indústria gráfica
Parque gráfico
Pré-impressão
Rotogravura
Serigrafia

Referências

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