Você está na página 1de 11

2 - Como funcionam os fundos de Investimento

• O que é um fundo de investimento


• Valor da Cota
• Composição da carteira de investimentos
• Rentabilidade do investimento em fundos
• Gestores: quem administra o seu dinheiro
• Aplicações e resgates de cotas
• Porque é mais fácil investir em fundos de investimento ?

2.1 - O que é um fundo de investimento

Os fundos de investimento funcionam como um condomínio de investidores, isso porque


como no caso do condomínio de um apartamento os condôminos (ou investidores)
centralizam a administração do prédio (ou carteira do fundo) na figura do síndico (ou gestor
do fundo). Em um fundo de investimento, o gestor (administrador) do fundo aplica os
recursos dos investidores (patrimônio do fundo) de forma a maximizar o retorno e
minimizar o risco da carteira do fundo.

2.2 - Valor da Cota

Assim como no caso de ações, onde o capital da empresa está dividido em várias parcelas
(as ações), nos fundos o capital do fundo também está dividido em parcelas: as cotas. Os
investidores (ou cotistas) são proprietários de partes da carteira (número de cotas)
proporcionais ao dinheiro que investiram no fundo. O valor das cotas é atualizado
diariamente, de forma que para saber quanto está valendo o dinheiro que você investiu em
fundo específico, você só precisa multiplicar o número de cotas que possui pelo valor da
cota no dia.

2.3 - Composição da Carteira

A composição da carteira de investimentos deve refletir o tipo de fundo (ações, renda fixa,
mistos, cambiais etc.) e a estratégia de investimento do gestor. No regulamento do fundo
você vai saber mais sobre os objetivos de investimento, rentabilidade, risco, e regras de
entrada e saída do fundo de investimento. Nunca deixe de analisar com detalhe os
regulamentos do fundo em que está pensando em investir, para evitar surpresas no futuro.

Para escolher o fundo mais adequado é importante que você conheça o seu perfil de
investimento (veja nossa seção de Perfil de Investimento para entender qual é o seu).
Muitas vezes nos concentramos tanto na rentabilidade que nos esquecemos que retorno e
risco andam de mãos dadas, ou seja, em geral os fundos com maior rentabilidade são
aqueles de perfil de investimento mais agressivo. O segredo é descobrir qual é o fundo com
maior rentabilidade, dentre aqueles que possuem uma estratégia de investimento em linha
com o seu perfil como investidor.

O investimento em fundos é indicado para você que não tem certeza qual o melhor ativo
para o seu perfil de investidor. Isso porque todos os fundos de investimento refletem uma
estratégia específica. Por exemplo, fundos agressivos (indicados para investidores com esse
perfil) são fundos que contém na sua carteira investimentos de maior risco, mas também
com maior expectativa de retorno.

2.4 - Rentabilidade do investimento em fundos

Uma das vantagens de se investir em um fundo, ao invés de sozinho, é que os fundos são
capazes de comprar alguns dos ativos financeiros que compõem a sua carteira a preços mais
baixos do que os investidores individuais. Isso porque eles tendem a comprar em grandes
quantidades, volumes maiores, o que aumenta seu poder de negociação e em geral reduz o
custo de compra. Trata-se do mesmo princípio que faz com que o atacadista pague menos
por unidade de um produto qualquer, do que você ao comprar esse mesmo produto em uma
loja. É claro que parte desse desconto no preço dos ativos fica com o próprio gestor do
fundo, na forma de taxas de administração e performance.

Taxas e Impostos

As taxas e impostos têm grande importância na rentabilidade do fundo, sendo que as taxas
cobradas variam entre fundos e instituições e podem acabar reduzindo substancialmente o
retorno do seu fundo.

• Taxa de administração: é a principal forma de remuneração do gestor pela


administração dos recursos do fundo de investimento. A taxa é cobrada sobre o
valor aplicado, sendo apropriada diariamente e cobrada mensalmente. O valor da
cota do fundo já vem descontado da taxa de administração e o percentual informado
no regulamento é anual (Ex.: 2% ao ano). No regulamento do fundo você poderá
prever quanto você terá de pagar em taxa de administração.

• Taxa de performance: além da taxa de administração, alguns gestores também


cobram um taxa pelo seu desempenho, ou performance. A taxa é anual e cobrada
sobre a parcela da rentabilidade do fundo que excede a variação de um índice pré-
determinado (benchmark). O benchmark muda de acordo com o tipo de fundo. Os
fundos de renda fixa normalmente adotam o CDI ou o IGP-M como comparativo,
os fundos cambiais usam como benchmark o dólar e os fundos de renda variável
costumam adotar o IBOVESPA. Os períodos de cálculo da taxa de perfomance
variam de acordo com o tipo do fundo.

Impostos sobre aplicações em fundos


Com exceção dos fundos de previdência privada, discutidos mais à frente, as aplicações em
fundos de investimento sofrem as seguintes taxações:

• Imposto de Renda (IR): a alíquota é de 20% para os fundos de renda fixa e de 20%
para os fundos de renda variável; sendo que nos fundos de ações o imposto é
cobrado apenas no resgate. Nos fundos de renda fixa existem duas formas básicas
de cobrança, dependendo de haver ou não prazo de carência.

Fundos sem prazo de carência: o imposto é cobrado no último dia útil de cada mês
ou no resgate;

Fundos com prazo de carência: a cobrança é feita apenas nos vencimentos da


carência;

• Contribuição Provisória por Movimentação Financeira (CPMF): A CPMF foi criada


em 2000 como um imposto provisório, mas deve durar pelo menos até junho de
2002. Desde 18/03/2001 a alíquota da CPMF voltou a ser de 0,38%: essa alíquota
incide sobre o valor que é aplicado no fundo através de um débito na sua conta
corrente.

• Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): Os fundos de renda fixa com liquidez
diária sofrem a incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de acordo
com uma tabela regressiva (5-95%), até o 29º dia da aplicação, estando isentos a
partir do 30º dia. O IOF incide sobre o ganho da aplicação.

Outras variáveis que influenciam a rentabilidade

Outra variável que contribui para rentabilidade do investimento em fundos é o desempenho


do valor da cota, que está diretamente relacionado à composição da carteira do fundo de
investimento, e conseqüentemente à estratégia do gestor do fundo. Quando decide a
alocação da carteira do fundo, o gestor tem como objetivo minimizar o risco da carteira
através da diversificação dos ativos para um determinado objetivo de retorno. Por exemplo,
se o objetivo de rentabilidade do fundo for CDI+ 10% o gestor deve alocar a sua carteira de
forma a identificar a composição de menor risco que possibilita esse retorno.

É por isso que antes de investir em um fundo você precisa avaliar a qualidade dos ativos e
da administração do fundo, se o gestor está seguindo a estratégia e atingindo os objetivos
detalhados no estatuto do fundo. Por isso cuidado para não se concentrar muito na
rentabilidade do fundo, pois uma estratégia mais agressiva pode levar a uma rentabilidade
mais alta, mas os riscos associados também devem aumentar. Você já imaginou se precisar
resgatar o dinheiro do seu fundo de ações bem quando o valor de suas aplicações estiver no
ponto mais baixo desde que você entrou no fundo? Pois é, em fundos de menor risco (ou
volatilidade) a chance de isso acontecer é bem menor, pois a rentabilidade dos fundos não
variam muito de um mês para o outro.

2.5 - Gestores: quem administra o seu dinheiro


Todos os fundos de investimento devem ter uma instituição financeira que é a responsável
legal perante os órgãos reguladores (CVM e Banco Central). Apesar disso, cada fundo de
investimento deve ser constituído como uma pessoa jurídica distinta da instituição gestora,
de forma que o dinheiro que você aplicou no fundo de investimento seja protegido de
qualquer dificuldade financeira que a instituição gestora possa a ter.

Apesar de muitas vezes os dois termos serem utilizados como se fossem equivalentes,
administrador e gestor não significam a mesma coisa. Os administradores de fundos são as
instituições financeiras responsáveis legais pelo fundo, enquanto os gestores são os
profissionais responsáveis pela escolha dos ativos financeiros que serão incluídos na
carteira de investimentos do fundo.

Os gestores são profissionais especializados que acompanham o mercado e procuram


definir os melhores momentos de compra e venda dos ativos financeiros que compõe a
carteira do fundo. Os gestores de fundos de investimento podem adotar duas estratégias
distintas: administração ativa e administração passiva.

• Administração Ativa: quando o gestor adota esse tipo de estratégia isso significa
que ao montar a carteira do fundo ele está buscando atingir uma rentabilidade
superior a um determinado índice de referência.

Administração Passiva: nesse caso, ao montar a sua carteira o gestor investe em ações
buscando replicar a carteira de um índice previamente definido, de forma que o retorno do
fundo fique próximo do índice escolhido.

2.6 - Aplicações e resgates de cotas

Muitas pessoas ficam confusas ao ler o prospecto de um fundo devido ao jargão utilizado
para explicar os períodos de aplicação e resgate, abaixo explicamos os termos mais
utilizados com relação às aplicações e resgates em um fundo de investimento :

• Valor mínimo de aplicação ou resgate: esse valor varia muito de fundo para fundo,
mas em geral a aplicação mínima começa a partir de R$ 250, o mesmo vale para os
resgates mínimos.

• Aplicação adicional e mínimo de permanência: alguns fundos estabelecem limites


para novas aplicações no fundo (aplicação adicional), assim como exigem que você
deixe um saldo mínimo investido (mínimo de permanência).

• Data de cotização: termo que define a data em que os recursos aplicados são
convertidos em cotas (cota de aplicação), e cotas são convertidas em reais, no caso
de resgate (cota de resgate). O número após o "D" indica o dia em que a conversão é
feita, por exemplo uma aplicação em D0 significa que a conversão em cotas é feita
no mesmo dia da solicitação, enquanto um resgate em D+1 significa que a
conversão da cota em reais é feita no dia útil seguinte à solicitação.

2.7 - Porque é mais fácil investir em um fundo de investimento


A principal vantagem de investir em um fundo é que de maneira geral, os administradores
tendem a otimizar suas carteiras. Isso significa que eles tentam minimizar o risco de sua
carteira de investimento uma vez estabelecida uma estratégia de investimento.

Por exemplo, vamos usar o caso do Fundo Agressivo, que são fundos com objetivos de
rentabilidade altos. Ao montar a carteira do seu fundo agressivo o administrador escolhe os
ativos que apresentam o menor risco para um mesmo objetivo de rentabilidade. Por risco
entende-se volatilidade, ou seja, menor risco significa menor volatilidade.

A vantagem de investir em um fundo, ao invés de em uma ação específica ou título de


renda fixa, é que o administrador do fundo será responsável pela otimização da carteira, e
não você. No entanto para isso é importante que você entenda bem a estratégia de
investimento do fundo (é adequada ao seu perfil?), o administrador tenha experiência
comprovada (verifique o desempenho passado dos fundos que ele administrou) e você saiba
bem quais são as comissões que você deve pagar ao Administrador.

Se você ainda não se sente familiarizado com o mercado de capitais, os fundos de


investimento podem ser uma boa alternativa.

3 - Entendendo os vários tipos de Fundos de Investimento

• Regulamentação da indústria de fundos de investimento


• Categorias de Fundos de Investimento
• Fundos de Renda Fixa
• Fundos de Renda Variável
• Outros tipos de Fundos de Investimentos
• Análise de Fundos de Investimento

3.1 - Regulamentação da indústria de fundos de Investimento

Dependendo da composição da carteira do fundo de investimento o órgão regulador pode


ser a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou o Banco Central (Bacen). Os fundos de
renda fixa são regulados pelo Bacen, enquanto a CVM é responsável pela regulamentação
dos fundos de ações, isso porque para ser regulado pela CVM um fundo deve ter pelo
menos 51% dos seus recursos aplicados em ações de empresas de capital aberto.

Vale lembrar que como os fundos de investimentos funcionam como um consórcio, eles
não se beneficiam do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O FGC protege depósitos de
caderneta de poupança, CDB, letras hipotecárias, letras de câmbio e depósitos em conta
corrente. O teto de valor garantido é de R$ 20.000 por CPF e por instituição financeira, isto,
é se você tem uma caderneta de poupança com R$ 10.000, um CDB de R$20.000 e uma
conta corrente com R$ 5.000, então você deverá receber R$ 20.000,00 em caso de falência
da instituição financeira. Entretanto, se você tivesse R$ 20.000 aplicados em um fundo de
renda fixa, ao invés de CDB, então você receberá apenas R$ 15.000 em caso de falência do
banco. Vale lembrar que como os fundos de investimentos são pessoas jurídicas distintas da
instituição administradora, então eles não devem ser afetados pela falência do banco.

3.2 - Categorias de Fundos de Investimento

Os fundos de investimentos podem ser agrupados em duas categorias distintas: renda fixa e
renda variável. Os fundos de renda fixa e ações podem também ser classificados como FIFs
(Fundos de Investimento Financeiro) e FACs (Fundo de Aplicação em Cotas), sendo que os
FIFs investem os recursos do fundo diretamente na compra de ativos financeiros, enquanto
os FACs investem em cotas de outros fundos de investimentos.

Renda Fixa: esses fundos devem aplicar no mínimo 51% de seu patrimônio em títulos de
renda fixa (CDBs, debêntures, títulos públicos ou federais) e portanto podem ser pré ou
pós-fixados. No máximo 10% do patrimônio do fundo pode estar investido em um único
título emitido por uma mesma instituição, ou sociedades a ela coligadas. Além disso, no
máximo 20% dos recursos podem ser aplicados em papéis (vários títulos) de uma única
instituição, ou sociedades coligadas a elas.

• Títulos de renda fixa pré-fixados: são títulos cuja remuneração é fixada no momento
da aplicação.

Títulos de renda fixa pós-fixados: o rendimento desses títulos está ligado ao desempenho de
um determinado indicador, portanto você só sabe quanto irá receber no final da aplicação.

3.3 - Fundos de Renda Fixa

De acordo com a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (ANBID), os fundos de


renda fixa podem ser agrupados em três categorias: os referenciados, os não referenciados e
os mistos. Essa classificação surgiu para ajudar o investidor a distinguir as diferenças entre
o perfil de risco dos títulos de renda fixa.

• Referenciados: nesse grupo estão incluídos os fundos cuja estratégia de


administração da carteira é passiva, isto é o gestor tenta replicar o retorno de um
índice de referência, ou benchmark (CDI, dólar, Ibovespa). No mínimo 95% do
patrimônio desses fundos deve estar aplicado em títulos de renda fixa que seguem o
desempenho do benchmark, pelo menos 80% do patrimônio deve estar aplicado em
títulos federais ou de empresas com baixo risco de crédito, assim como não podem
investir em futuros ou derivativos. Dentre os fundos referenciados podemos citar:

Fundos DI: cujo retorno está atrelado à variação do CDI, sendo que a indexação é
feita por meio de derivativos financeiros como swaps. Esses fundos têm um perfil
bastante conservador e são recomendados em cenários de alta de taxa de juros.

Fundos Cambiais: esses fundos são recomendados para pessoas que querem manter
o valor do seu patrimônio constante em dólar, pois em geral aplicam seus recursos
em títulos de renda-fixa indexados ao dólar como por exemplo as export notes.
Esses fundos são recomendados para pessoas que têm dívidas em dólar, ou que
acreditam em um cenário de desvalorização do real.

• Não Referenciados: os fundos incluídos nesse grupo não precisam seguir o


desempenho de um benchmark específico, e por isso podem aplicar seus recursos
em títulos de renda fixa pré ou pós-fixados. Dentre os fundos não referenciados
estão incluídos os fundos de renda fixa tradicionais, cujo retorno deve variar em
função da estratégia adotada pelo gestor do fundo.

• Genéricos: em geral são fundos com um perfil de investimento um pouco mais


agressivo do que o dos referenciados e não referenciados, pois têm liberdade para
decidir como investir seus recursos. Até 49% do patrimônio do fundo pode estar
investido em ações, e as aplicações em derivativos também são permitidas. Vale
lembrar, que os derivativos nem sempre tem como objetivo maximizar o retorno;
em alguns casos os derivativos são usados apenas para fazer um hedge na carteira
do fundo, nesses casos o risco da carteira acaba se reduzindo com o uso de
derivativos. Dado o perfil de risco desses fundos, recomenda-se uma análise ainda
mais detalhada do estatuto do fundo.

Fundos Derivativos: esses fundos aplicam em ativos de renda fixa pré ou pós-
fixados e tendem a investir de forma agressiva em mercados mais sofisticados como
futuros, opções e swaps de forma a maximizar o retorno.

Fundos multicarteira: esses fundos investem parte do seu patrimônio em renda fixa
e parte em ações, podendo incluir também derivativos.

Fundos FIEX: esses fundos investem seu patrimônio em ativos externos, no mínimo 80%
do patrimônio investido em títulos da dívida externa brasileira, e até 20% em qualquer
título de crédito negociado no mercado internacional, com um limite de concentração
máximo de 10% em títulos de um mesmo emitente.

3.4 - Fundos de Renda Variável

Esses fundos são mais conhecidos como fundos de ações, e precisam ter pelo menos 51%
do seu patrimônio aplicado em títulos de renda variável como ações e não existem
restrições quanto ao uso de derivativos. Em geral são recomendados para investidores com
um perfil mais agressivo, pois apesar da rentabilidade mais alta, possuem alto risco,
possibilidade de altos retornos e também de eventuais perdas. Existem três categorias de
fundos de ações: fundos passivos, fundos ativos e setoriais.

• Fundos passivos: nesse grupo estão incluídos os fundos cuja estratégia de


administração da carteira é passiva, isto é o gestor tenta replicar o retorno de um dos
índices de ações, como por exemplo: Ibovespa, IBA, IEE.
• Fundos ativos: têm como objetivo atingir uma rentabilidade superior ao de um
indexador de referência, e por isso têm uma estratégia de investimento mais
agressiva.

• Fundos setoriais: esses fundos investem apenas em ações de um setor específico,


que pode ser energia, bancos, tecnologia etc.

3.5 - Outros tipos de fundos

Fundos mútuos de privatização: são fundos que aplicam os recursos provenientes do Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Até o momento esses fundos são compostos
por ações de uma única empresa, a Petrobrás. Cerca de 90% do patrimônio desses fundos
está investido em ações da Petrobrás e o restante está aplicado em títulos públicos federais
de baixo risco. Esses fundos surgiram em meados de 2000, quando o Governo promoveu a
distribuição do excedente de ações da Petrobrás que tinha em carteira. O governo tem
planos de criar novos FMPs para investimento em outras empresas.

• Fundos de previdência privada: esse grupo inclui os famosos FAPIs e PGBLs, que
são fundos desenhados para aposentadoria. Esses fundos foram desenvolvidos para
substituir os antigos planos de retorno garantido que caíram em desuso com a
redução nas taxas de juros, pois ficou cada vez mais difícil garantir um retorno de
IGPM+6% ao ano.

• Alocação de carteira: varia de acordo com a estratégia adotada pelo gestor, sendo
que existem três categorias de risco para fundos de previdência: fundos soberanos
(investem primordialmente em títulos federais), fundos de renda fixa (além dos
títulos federais também investem em DI e títulos pré-fixados) e fundos compostos
(permitem a inclusão de ações na composição da carteira). Tributação: os FAPIs
têm um tratamento fiscal menos favorável e por isso perderam participação de
mercado em relação aos PGBLs. Em ambos as aplicações são dedutíveis da
declaração de imposto de renda até um máximo de 12% da renda bruta anual. A
principal diferença refere-se ao pagamento de IOF, já que aplicações em PGBLs são
isentas enquanto aplicações em FAPIs só são isentas depois do prazo de carência de
um ano, antes disso o investidor paga 5% de IOF.

3.6 - Análise de Fundos de Investimento

A análise de fundos de investimento nada mais é do que uma análise dos retornos ajustados
para risco da carteira de investimentos. Isso porque a análise de retorno ajustado reflete o
conceito de "otimização de carteira de investimento", de que ao escolher os ativos que
compoem a carteira de investimentos do fundo, o gestor deve procurar aqueles que
minimizam o risco para um objetivo específico de rentabilidade.

Existem vários indicadores de risco ajustado, sendo que a principal diferença entre eles é a
forma de cálculo do retorno (absoluto ou em relação a um benchmark) e a metodologia de
cálculo da volatilidade (ou risco) da carteira. Abaixo discutimos os principais indicadores
de risco ajustado usados no mercado financeiro.

• Índices de Retorno Ajustado


• Índices de Retorno Relativo
• Análise de Risco

3.6.1 - Índices de retorno ajustado

Índice de Modigliani

Um dos primeiros índices de retorno ajustado utilizado pelo mercado, e certamente o mais
simples, já que compara o retorno absoluto da carteira do fundo (médio pela rentabilidade
diária média) com a sua volatilidade, sendo que a volatilidade da carteira é medida pelo
desvio padrão dos retornos da carteira do fundo.

Índice Modigliani = (Retorno do fundo/Desvio padrão do retorno do fundo)

Índice de Sharpe

Sem dúvida o mais conhecido índice de retorno ajustado no mercado brasileiro, que
compara o retorno relativo do fundo contra o ativo de risco livre com a volatilidade da
carteira de fundos de investimento. Quanto maior o retorno e menor o risco do investimento,
melhor será o Índice de Sharpe.

Índice de Sharpe = (Retorno do Fundo - Retorno da taxa livre de risco)


_________________________________________
Desvio padrão do retorno do fundo

Volatilidade

A volatilidade é uma das possíveis medidas de risco de um ativo; no caso dos índices de
retorno ajustado divide-se o retorno diário médio da carteira do fundo pela sua volatilidade
(ambos no mesmo período). A volatilidade diária é calculada como o desvio padrão dos
retornos diários da carteira do fundo, durante um período de 252 dias. Alguns analistas
utilizam o método de alisamento exponencial (EWMA) para atribuir pesos mais altos aos
retornos mais recentes. A volatilidade então é calculada como o desvio padrão do produto
entre a rentabilidade diária e seu respectivo peso. Beta

Medida de risco diversificável de uma ação. O coeficiente beta pode ser visto como um
índice do grau do retorno relativo de uma ação em relação ao retorno do mercado. O beta
do mercado é igual a 1 e todos os outros betas são calculados em relação a esse valor. Um
beta positivo sugere que a ação mova na mesma direção do mercado, enquanto um negativo
sugere um movimento na direção oposta. Betas positivos são mais comuns que negativos.
Uma ação com um beta igual a 2.0, reage duas vezes mais que o mercado, ou seja
experimenta um mudança de 2% em seu retorno para cada mudança de 1% no retorno do
mercado.

3.6.2 - Índices de retorno relativo

Retorno relativo ao benchmark

Além da análise de retorno ajustado, a maioria dos analistas de fundos também calcula as
medidas de retorno relativo ao benchmark. No caso de fundos de renda-fixa cujo
benchmark é o CDI, o retorno relativo é calculado como a divisão entre o retorno do fundo
pelo retorno do benchmark, como ilustrado abaixo:

Retorno relativo fundo = (Retorno do fundo/Retorno do CDI)*100


Retorno relativo fundo = 17,9%/17%
Retorno relativo fundo = 105%

Já no caso de fundos cujo benchmark é o dólar ou índices de ações o retorno relativo é


calculado como a subtração do retorno do fundo pelo retorno do benchmark, como ilustrado
abaixo:

Ret. relativo fundo = [(1+Retorno do fundo)/(1+ Retorno do benchmark)-1]*100


Retorno relativo fundo = ((1+25%)/(1+20%)-1)*100
Retorno relativo fundo = 4,16%
Número de períodos positivo (ou negativo)

Uma vez calculado o retorno relativo do fundo, muitos analistas contam o número de meses
em que esse retorno ficou acima ou abaixo do benchmark. Alguns vão mais além e
calculam esse retorno diariamente desde o início do fundo, o que permite o
desenvolvimento de um histograma, mostrando quantos dias (para um determinado período)
o investidor poderia comprar cotas do fundo, e obter um retorno acima do benchmark. Por
exemplo, vamos assumir que o fundo exista há um ano e que a distribuição do histograma é
a seguinte:

Até 95% (20 dias)


De 95% até 100% (35 dias)
De 100% até 102% (75 dias)
De 100% até 105% (200 dias)
Acima de 105%(35 dias)

Isso significa que durante 55 dias no ano passado as pessoas que compraram cotas do fundo
tiveram um retorno relativo ao benchmark negativo, isso equivale à soma do número de
dias entre os intervalos de abaixo de 95% e De 95% até 100%.
3.6.3 - Análise de Risco

Na maioria das vezes em que se utiliza o termo risco na análise de fundos, estamos nos
referindo à volatilidade da carteira de investimentos do fundo. No entanto, ao investir em
um fundo de investimento você também deve estar atento aos seguintes riscos:

Risco de crédito

Este tipo de risco é relacionado à probabilidade de um dos ativos que fazem parte da
carteira do fundo não ser honrado (no caso de títulos de renda fixa) ou da empresa ir à
falência (no caso de ações). Neste caso, com a perda nesse ativo a rentabilidade da carteira
se reduz de forma mais ou menos proporcional à participação do ativo na carteira do fundo.

Risco de mercado

Este tipo de risco é relacionado à probabilidade do valor de um dos ativos que fazem parte
da carteira oscilar em função de mudanças na situação do mercado. Por exemplo, como
discutido antes, a rentabilidade dos fundos de renda fixa pode cair no caso de aumento das
taxas de juros.

Risco de Liquidez

Este tipo de risco é relacionado à probabilidade do gestor precisar vender (ou comprar) um
dos ativos que fazem parte da carteira do fundo e não conseguir pela ausência de
compradores (ou vendedores).

Você também pode gostar