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FACULDADE DO SERTÃO CENTRAL

ERLANIA TEIXEIRA PINHEIRO

ATIVIDADES REFERENTES À SAÚDE PÚBLICA

QUIXADÁ - CE
2019
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Atividades
Disciplina 1 – Equipe multiprofissional em NASF
Prof. Fco. Marcio
Atividade – relatar sobre a implantação do SUS no Brasil (2 laudas)

Todos os brasileiros e brasileiras, desde o nascimento, têm direito aos


serviços de saúde gratuitos. O Sistema Único de Saúde brasileiro - SUS, é um
dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o Brasil o único país
com mais de 100 milhões de habitantes a garantir assistência integral e
completamente gratuita. Só em 2014 foram realizados mais de 4,1 bilhões de
procedimentos ambulatoriais e 1,4 bilhão de consultas médicas através do SUS
no país.
O SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, que
determina que é dever do Estado garantir saúde a toda a população brasileira.
Seu início se deu nos anos 70 e 80, quando diversos grupos se engajaram no
movimento sanitário, com o objetivo de pensar um sistema público para
solucionar os problemas encontrados no atendimento da população
defendendo o direito universal à saúde.
Já em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde,
que detalha o funcionamento do sistema e instituiu os preceitos que seguem
até hoje. A partir deste momento, a população brasileira passou a ter direito à
saúde universal e gratuita.
O SUS atende todos que procuram suas unidades de saúde ou tem
necessidade de atendimento de emergência. Por exemplo, os atendimentos
prestados pelo SAMU em acidentes de trânsito são fornecidos pelo SUS e
garantidos a todos.
Desde setembro de 2000, quando foi aprovada a Emenda Constitucional
29 (EC-29), o SUS é administrado de forma tripartite, e conta com recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. Os gestores são responsáveis pela administração dos recursos,
sua implantação e qualidade. Atualmente, o orçamento do Governo Federal
repassado para o Ministério da Saúde gira em torno 101 bilhões de reais.
Em seus 27 anos de existência, o SUS conquistou uma série de avanços
para a saúde do brasileiro. Reconhecido internacionalmente, o Programa
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Nacional de Imunização (PNI), responsável por 98% do mercado de vacinas do


país, é um dos destaques.
O Brasil garante à população acesso gratuito a todas as vacinas
recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), disponibilizando 17
vacinas para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias, na rede
pública de todo o país.
Também é no SUS que ocorre o maior sistema público de transplantes
de órgãos do mundo. O programa cresceu 63,85% na última década, saltando
de 14.175 procedimentos em 2004 para 23.226 em 2014. Também dá
assistência integral e totalmente gratuita para a população de portadores do
HIV e doentes de Aids, renais crônicos, pacientes com câncer, tuberculose e
hanseníase.
Mas a saúde do país não pode depender apenas do SUS. Boa
alimentação, saneamento básico e educação contribuem para melhores
condições de saúde. A população também colabora diariamente para a
consolidação do sistema, através dos impostos arrecadados e das denúncias
de irregularidades, que podem ser feitas nas Secretarias Municipais de Saúde
ou na Ouvidoria Nacional do SUS (136).

OS PRECEITOS DO SUS:

• Ele é universal, pois atende a todos sem cobrar nada, independente de raça
ou condição social.

• Integral, pois trata a saúde como um todo com ações que, ao mesmo tempo,
pensam no indivíduo sem esquecer-se da comunidade.

• Garante equidade, pois oferece os recursos de saúde de acordo com as


necessidades de cada um.

• O SUS é administrado de forma tripartite, ou seja, o financiamento é uma


responsabilidade comum dos três níveis de governo - federal, estadual e
municipal.
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Disciplina 2- Saúde do trabalhador


Prof.ª: Juliana Alves de Oliveira Ferreira
Atividade: descreva sobre Políticas públicas voltadas a saúde do
trabalhador. (Mínimo 2 laudas)

Desde os tempos da Revolução Industrial, tem iniciado uma maior


atenção para a saúde dos trabalhadores do mercado formal e informal em todo
o mundo. No Brasil, mais precisamente a partir do século XX, é que veio à tona
como um desafio a ser enfrentado em termos psicossociais e legal, onde as
empresas tiveram que mudar as práticas de gerir seus colaboradores para
atender as necessidades físicas e emocionais dos mesmos.
Mais recentemente, os desafios enfrentados pelos indivíduos por causa
do excesso de trabalho, alto índice de estresse, constantes acidentes de
trabalho, fez o governo repensar as formas de melhoria na saúde pública
devido aos altos gastos ocasionados aos cofres públicos para conseguir
atender a essas pessoas, passando assim a ser de interesse do mesmo
investir em ações preventivas e assistencialistas.
Diante de reflexões, procura-se entender as grandes mudanças do
mercado de trabalho nos últimos anos e trazer soluções para melhoria e
prevenção de doenças ocasionadas pelo trabalho, como também acidentes de
trabalho, trazendo reuniões, congressos, conferências, com finalidade de
discutir novas formas de treinar, capacitar e desenvolver o pessoal na
conscientização do uso de Equipamentos de Proteção Individual.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma ocorrer todos os
anos cerca de 270 milhões de acidentes do trabalho em todo o mundo,
sucedendo que desse número, cerca de 2 milhões são fatais. O Brasil está no
4º Lugar no ranking mundial onde esses acidentes com vítimas fatais ocorrem.
As iniciativas no Brasil em forma de ações dentro da sociedade vêm se
consolidando como políticas públicas de atenção integral em Saúde do
Trabalhador (ST) como as ações assistenciais, promocionais e de vigilância e
prevenção das doenças agravantes ligadas ao trabalho. No entanto, ainda
existe grandes barreiras à consolidação de programas e ações contribuintes
efetivamente para poder assumir avanços nos indicadores nacionais,
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colocando o país em uma situação considerada crítica quando, em termos


comparativos, observa-se as nações socialmente mais desenvolvidas.
A atenção à Saúde do Trabalhador é contemplada por meio da atuação
da vigilância dos perigos e riscos inerentes ao trabalho, a assistência à saúde e
a abordagem e a conduta apropriadas aos determinantes sociais, individuais ou
de grupos, que podem impactar de modo negativo na saúde dos trabalhadores.
Com os avanços dos programas, foram criadas estrategicamente as
normas regulamentadoras com finalidades exclusivas para cuidar da saúde do
trabalhador. Dentre essas normas, as que mais possuem características de
intervenções políticas dentro das empresas e passiveis de multa caso haja
descumprimento, são as normas regulamentadoras 04, SESMT (Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), que
se expressa no Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO),
conhecida por compor a NR 07, e a NR 09, com o Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais (PPRA), cuidando dos impactos ambientais e redução e
controle dos riscos.
A Saúde do Trabalhador tem assumido novos caminhos focando na
prevenção e promoção da saúde necessitando de planejamento estratégico
para o alcance dos objetivos. Nesta nova perspectiva de produção de
indicadores, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem o papel de assumir na
geração de dados enquanto instância com acesso maior aos riscos
concernentes aos trabalhadores no mercado informal.
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Disciplina 5: Segurança Alimentar e Nutrição Social


Prof. Celson Lorenço
Atividade:
1. O que é a segurança alimentar?

Segurança alimentar é o conjunto de normas de produção, transporte e


armazenamento de alimentos visando determinadas características físico-
químicas, microbiológicas e sensoriais padronizadas, segundo as quais
os alimentos seriam adequados ao consumo refere-se a Alimento Seguro ou
Alimento Adequado ao Consumo.
O mundo vivia os últimos momentos da Primeira Guerra Mundial quando
se ouviu, pela primeira vez, o termo “segurança alimentar”. A Europa estava
destruída e boa parte da população local não tinha o que comer.
Para piorar a situação, o cultivo agrícola era praticamente inviável devido
à emissão de metais pesados e outras substâncias utilizadas na indústria
bélica, que contaminaram o solo, a água e o ar da região. Percebeu-se então
que, a partir dali, o controle na distribuição de alimentos passaria a ser a maior
arma de combate. E, durante muitos anos, de fato foi.
Na época, os países incapazes de produzir sua própria comida
precisaram criar meios estratégicos para não morrerem de fome. Alguns
conseguiram gerar grandes estoques de grãos, cereais e outros alimentos não
perecíveis.
A maioria, entretanto, passou a depender da ajuda de grandes potências
– principalmente, dos Estados Unidos – para abastecer-se e organizar-se
economicamente. Porém, o que era pra ser algo provisório permanece,
digamos, em processo de transformação.
Hoje, quase cem anos depois, muitas nações, envolvidas ou não em
guerras, ainda buscam a tão almejada autossuficiência alimentar. E isso,
acredite, é um problema global.
A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura) estima que cerca de 800 milhões de pessoas espalhadas pelo
mundo vivam em situações de insegurança alimentar, passando fome
diariamente. Boa parte delas está concentrada nos lugares mais pobres do
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planeta (África e alguns países asiáticos e sul-americanos), onde o acesso aos


alimentos é precário.
Enquanto isso, outro dado impressionante da entidade revela que um
terço dos alimentos produzidos para o consumo humano (1,7 bilhão de
toneladas) é desperdiçado ao redor do planeta.
Essa perda ocorre durante toda a cadeia agrícola – desde o cultivo até o
consumo das refeições. As cascas de frutas são exemplos de alimentos ricos
em nutrientes que costumam ir para o lixo.
O Brasil, infelizmente, também não é referência no assunto. Apesar dos
esforços, ainda convivemos com a fome e a desnutrição em todo o país.
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2. Quais os programas e as atividades relacionadas à segurança


alimentar são trabalhados em seu município?

A Prefeitura Municipal de Senador Pompeu , através da Secretaria de


Assistência Social tem instaurado ações de cunho intersetorial com atuação
integrada à participação social, para a discussão de estratégias de
enfrentamento à situação de insegurança alimentar, proporcionando a base
para o direcionamento dos programas e ações, bem como:

- Acesso a alimentação adequada e saudável, com prioridade para as famílias


em situação de insegurança alimentar e nutricional;
- Distribuição de alimentos;
- Instituições de processos permanentes de produção de conhecimento,
educação e formação em soberania e segurança alimentar e nutricional e
direito humano à alimentação adequada;
- Promoção, ênfase e coordenação das ações de segurança alimentar e
nutricional voltadas para os povos e comunidades tradicionais, fortalecimento
das ações de alimentação e nutrição em todos os níveis de atenção à saúde,
de modo articulado às demais políticas de segurança alimentar e nutricional.
- Promoção do acesso universal a água de qualidade e em quantidade
suficiente para atender às necessidades das populações urbanas e rurais, com
prioridades para as famílias em situação de insegurança hídrica,
- Fortalecimento da Agricultura Familiar e da Agricultura Urbana, que vem
ressignificando o uso dos espaços públicos.

No campo educacional, o município atende alunos do Ensino Infantil e


Fundamental, onde são realizadas ações que visam a promoção de segurança
alimentar e nutricional e da alimentação saudável, dessa forma, são
proporcionadas atividades em sala que abordam a alimentação saudável,
projetos, palestras e outras.
Além disso, o município é contemplado com o Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE), que oferta mais de 82,5 milhões de refeições por
ano em escolas públicas municipais e conveniadas.
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3. O que é insegurança alimentar e nutricional?

O conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) se consagrou


pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) definida
como a realização do direito de todos os cidadãos ao acesso a alimentos de
maneira regular e saudável, de modo que a garantia desse direito não afete as
demais necessidades essenciais, respeitando a diversidade cultural e que seja
sustentável do ponto de vista ambiental, econômico e social1. De modo que, a
Insegurança Alimentar e Nutricional (IAN) no Brasil compreende-se como a
falta de acesso à uma alimentação adequada, condicionada,
predominantemente as questões de renda.
No início da década de 2000, 55 milhões de brasileiros viviam na
pobreza, com metade de um salário mínimo mensal per capita, dentre os quais
24 milhões viviam com menos de um quarto de salário mínimo, em condições
de pobreza extrema4. Esse cenário, constitui uma realidade da estrutura
econômico-social do país, que figura dentre as nações com maior desigualdade
de renda de todo o mundo.
A vulnerabilidade social entendida como conceitualmente em processo
de construção, representa múltiplas determinações que incidem sobre a ideia
de cidadãos que vivem em fragilidade ou inexistência de acesso a direitos.
Para mensuração da IAN no Brasil, foi criado a Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar (EBIA), indicador direto da magnitude do problema na
população, mensurado por meio de um questionário aplicado ao responsável
da família, que permite a classificação em leve, moderado, grave. Como parte
do esforço para combate à IAN, e visando também realizar um diagnóstico
nacional da situação de IAN, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), incluiu, pela primeira vez na Pesquisa Nacional de Amostra de
Domicílios (PNAD) em 2004.
A IAN é uma realidade encontrada nos domicílios brasileiros, em que
essas privações e instabilidade de acesso aos alimentos, do ponto de vista
qualitativo e quantitativo, decorrente de uma exclusão social, podem ocasionar
graves consequências ao bem-estar e saúde dos indivíduos. Em uma revisão
sistemática com metanálise de artigos publicados de 2004 a 2013 sobre
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Segurança Alimentar e Nutricional foi verificado que a prevalência de


insegurança alimentar entre populações em iniquidades sociais foi de 87,2%,
evidenciando a determinação social da insegurança alimentar no Brasil 
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4. Quais os objetivos do SISAN?

O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN,


instituído pela LOSAN é um sistema em construção, que tem como objetivo
promover, em todo o território nacional o direito humano à alimentação
adequada, de modo a estimular a integração dos esforços entre governo e
sociedade civil, bem como promover o acompanhamento, o monitoramento e a
avaliação da Segurança Alimentar e Nutricional do país.
Trata-se de um sistema público, que possibilita a gestão intersetorial e
participativa e a articulação entre os entes federados para a implementação
das políticas promotoras da segurança alimentar e nutricional, numa
perspectiva de complementaridade e otimização das potencialidades de cada
setor.
O SISAN é integrado por uma série de órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e Municípios afetos à Segurança Alimentar e
Nutricional - SAN. Tem por objetivos formular e implementar políticas e planos
de SAN, estimular a integração dos esforços entre governo e sociedade civil,
bem como promover o acompanhamento, monitoramento e a avaliação da SAN
no país. Seguem, ilustrados na figura os integrantes do SISAN.
O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN é um
sistema de políticas públicas novo, ainda em fase de regulamentação. Neste
processo cabe aos estados, Distrito Federal e municípios, para integrarem o
SISAN a reprodução dos componentes e atribuições do sistema supracitados,
em especial dos conselhos e câmaras intersetoriais (congêneres da câmara
interministerial).
Desta forma, pretende-se assegurar futuramente condições para a
construção dos pactos interfederativos e intersetoriais necessários para a
devida estruturação do Sistema.
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Disciplina 6 - ESF
Prof. Fco. Márcio
Atividade:
1.O que é a Estratégia de Saúde da Família?

A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a qualidade de


vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em
risco, como falta de atividade física, má alimentação e o uso de tabaco. Com
atenção integral, equânime e contínua, a ESF se fortalece como uma porta de
entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Desse modo, a experiência brasileira com o modelo de atenção voltado
para a Saúde da Família tem proporcionado mudanças positivas na relação
entre os profissionais de saúde e a população, na estruturação dos serviços de
saúde e no padrão de assistência à saúde oferecida à população pelo sistema
público de saúde.
Destaca-se também como uma estratégia para a reorganização da
atenção básica, na lógica da vigilância à saúde, representando uma concepção
de saúde centrada na promoção da qualidade de vida.
Um de seus principais objetivos é gerar práticas de saúde que
possibilitem a integração das ações individuais e coletivas, com base na
abordagem familiar. Para tanto, utiliza o enfoque de risco como método de
trabalho, o que tem favorecido o aproveitamento ideal dos recursos e a
adequação destes às necessidades apontadas pela população.
Segundo o Ministério de Saúde (2006), a Saúde da Família é entendida
como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada
mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de
saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número
definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada.
As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção,
recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes e na
manutenção da saúde desta comunidade.
A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias é das equipes de
saúde da família, e a elas cabe a necessidade de ultrapassar os limites que
são definidos pela atenção básica no Brasil.
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2. Qual a diferença do PSF para o ESF?

A origem do Programa Saúde da Família ou PSF, teve início, em 1994,


como um dos programas propostos pelo Governo Federal aos municípios para
implementar a atenção básica. O PSF é tido como uma das principais
estratégias de reorganização dos serviços e de reorientação das práticas
profissionais neste nível de assistência, promoção da saúde, prevenção de
doenças e reabilitação. Traz, portanto, muitos e complexos desafios a serem
superados para consolidar-se enquanto tal.
Por sua vez, A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a
qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a
saúde em risco, como falta de atividade física, má alimentação e o uso de
tabaco. Com atenção integral, equânime e contínua, a ESF se fortalece como
uma porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). 
No âmbito da reorganização dos serviços de saúde, a estratégia da
saúde da família vai ao encontro dos debates e análises referentes ao
processo de mudança do paradigma que orienta o modelo de atenção à saúde
vigente e que vem sendo enfrentada, desde a década de 1970, pelo conjunto
de atores e sujeitos sociais comprometidos com um novo modelo que valorize
as ações de promoção e proteção da saúde, prevenção das doenças e atenção
integral às pessoas.
Estes pressupostos, tidos como capazes de produzir um impacto
positivo na orientação do novo modelo e na superação do anterior, calcado na
supervalorização das práticas da medicina curativa, especializada e hospitalar,
e que induz ao excesso de procedimentos tecnológicos e medicamentosos e,
sobretudo, na fragmentação do cuidado, encontra, em relação aos recursos
humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS), um outro desafio.
Atualmente, o PSF é definido com Estratégia Saúde da Família (ESF),
ao invés de programa, visto que o termo programa aponta para uma atividade
com início, desenvolvimento e finalização. O PSF é uma estratégia de
reorganização da atenção primária e não prevê um tempo para finalizar esta
reorganização.
No Brasil a origem do PSF remonta criação do PACS em 1991, como
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parte do processo de reforma do setor da saúde, desde a Constituição, com


intenção de aumentar a acessibilidade ao sistema de saúde e incrementar as
ações de prevenção e promoção da saúde.
Em 1994 o Ministério da Saúde, lançou o PSF como política nacional de
atenção básica, com caráter organizativo e substitutivo, fazendo frente ao
modelo tradicional de assistência primária baseada em profissionais médicos
especialistas focais. Atualmente, reconhece-se que não é mais um programa e
sim uma Estratégia para uma Atenção Primária à Saúde qualificada e
resolutiva.
Percebendo a expansão do Programa Saúde da Família que se
consolidou como estratégia prioritária para a reorganização da Atenção Básica
no Brasil, o governo emitiu a Portaria Nº 648, de 28 de Março de 2006, onde
ficava estabelecido que o PSF é a estratégia prioritária do Ministério da Saúde
para organizar a Atenção Básica — que tem como um dos seus fundamentos
possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade,
reafirmando os princípios básicos do SUS: universalização, descentralização,
integralidade e participação da comunidade - mediante o cadastramento e a
vinculação dos usuários.
Como consequência de um processo de desospitalização e
humanização do Sistema Único de Saúde, o programa tem como ponto positivo
a valorização dos aspectos que influenciam a saúde das pessoas fora do
ambiente hospitalar.
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3.O que é a atenção básica de saúde?

A Atenção Básica é um conjunto de ações, de caráter individual e


coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas
para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, tratamento e a
reabilitação (PNAB, 2006) enquanto estratégia das ações municipais de saúde
é concebida como ordenadora do sistema loco regional, integrando os
diferentes pontos que compõe e definindo um novo modelo de atenção à
saúde. Princípios Ordenadores: Acessibilidade, Longitudinalidade,
Integralidade, Responsabilização, Coordenação e Resolubilidade.
É conhecida como a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de
saúde. Ou seja, é o atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a
prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar
os mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. A
atenção básica funciona, portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo
dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos.
No Brasil, há diversos programas governamentais relacionados à
atenção básica, sendo um deles a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que
leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades
Básicas de Saúde (UBSs), por exemplo. Consultas, exames, vacinas,
radiografias e outros procedimentos são disponibilizados aos usuários nas
UBSs. 
A atenção básica também envolve outras iniciativas, como: as Equipes
de Consultórios de Rua, que atendem pessoas em situação de rua; o Programa
Melhor em Casa, de atendimento domiciliar; o Programa Brasil Sorridente, de
saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que
busca alternativas para melhorar as condições de saúde de suas
comunidades etc. 
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4.Para que serve o Programa de Saúde da Família?

O Programa de Saúde da Família (PSF) surge como estratégia de


reorganização e reorientação do modelo tecno-assistencial de saúde.

OBJETIVOS DO PSF:

- Prestar um atendimento de qualidade, integral e humano em unidades


básicas municipais, garantindo o acesso a assistência e à prevenção em todo o
sistema de saúde, de forma a satisfazer as necessidades de todos os
cidadãos.

- Reorganizar a prática assistencial em novas bases e critérios: atenção


centrada na família, entendida e percebida a partir de seu ambiente físico e
social.

- Garantir eqüidade no acesso à atenção em saúde, de forma a satisfazer as


necessidades de todos os cidadãos do Município, avançando na superação
das desigualdades.

PRINCÍPIOS:

• Desenvolver processos de trabalho baseados nos conceitos de prevenção,


promoção e vigilância da saúde. Significa atuar nos momentos mais precoces
iniciais da transmissão das doenças, assim como sobre os riscos sanitários,
ambientais e individuais. Esta atuação garante melhores níveis de saúde e de
qualidade de vida para todos.

• Caráter substitutivo - substituição das práticas convencionais de assistência


por um processo de trabalho baseado no conceito de promoção da saúde.

• Integralidade e hierarquização - as unidades básicas de saúde estão inseridas


no primeiro nível do sistema municipal de saúde (atenção básica). Deve estar
vinculada à rede de serviços de forma a garantir atenção integral, assegurando
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a referência e contra referência para os diversos níveis, inclusive os de maior


complexidade tecnológica para a resolução de situações ou problemas
identificados.

• Equipe de Saúde da Família - a equipe é multiprofissional composta por no


mínimo 1 médico de família e comunidade, 1 enfermeiro de saúde pública, um
auxiliar de enfermagem e de 4 a 6 agentes comunitários de saúde.
• Territorialização e vinculação - trabalha com micro áreas de abrangência
definida, por meio do cadastramento e do acompanhamento de um número
determinado de famílias para cada equipe. Cada Equipe de Saúde da Família -
ESF acompanha de 600 a 1.000 famílias, com limite máximo de 4.500 pessoas
por equipe. Cada agente comunitário de saúde acompanha até o máximo de
150 famílias ou 450 pessoas.
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Disciplina 7. Atenção Integral a Saúde da Mulher


Profª Aleide Barbosa Viana
Atividade:
Relatar sobre violência contra a mulher no Brasil – (2 laudas)

A violência contra a mulher no Brasil é um problema sério no país.


Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em conjunto com o
Instituto Datafolha, a maioria da população brasileira sente que a violência
contra a mulher aumentou entre 2007 a 2017, sendo a maior percepção na
Região Nordeste (76%), seguida pela Região Sudeste (73%). Além disso, dois
a cada três brasileiros viram alguma mulher sendo agredida em 2016, sendo
que a maior percepção dessa violência encontra-se entre negros e pardos, o
qual, segundo a pesquisa, pode ser reflexo de uma vivência mais intensa a
esta violência.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, há um montante de
896 mil processos relativos a casos de violência contra a mulher a serem
julgados, confirmando a presença desse tipo de violência nos lares brasileiros e
mostrando a dificuldade da justiça brasileira a dar respostas a essas situações
conflituosas.
Entre 1980 e 2013, o país contabilizou 106.093 assassinatos de
mulheres. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil
encontra-se em quinto lugar na posição de homicídios a mulheres, numa lista
de 83 países, com 4,8 homicídios por 100 mil mulheres, estando abaixo apenas
de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia. A média dos países analisados
foi de 2,0 homicídios por 100 mil mulheres. Em relação ao feminicídio, do total
de 4.762 vítimas femininas registradas em 2013, 2.394 foram perpetrados por
um familiar direto da vítima, ou seja 50,3% do total de homicídios de mulheres,
o que daria 7 feminicídios por dia.
A grande maioria das mulheres vítimas de homicídio são meninas e
mulheres negras, prevalecendo a faixa entre 18 e 30 anos, com picos na faixa
de meninas menores de um ano, caracterizando o infanticídio. Há maior
prevalência de mortes causados por força física, objeto cortante/penetrante ou
contundente, e menor participação de arma de fogo, sendo perpetrada por
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pessoas próximas a vítima e sendo a agressão, na maioria das vezes,


perpetrada no domicílio.
A principal referência para os estudos sobre gênero no Brasil vem dos
estudos da historiadora e feminista americana Joan Scott que em um de seus
textos mais conhecidos dá a seguinte definição: “o conceito de gênero é
essencialmente definido como uma interseção entre duas proposições: ... O
gênero é um elemento constitutivo de relações sociais baseado nas diferenças
percebidas entre o sexo, e o gênero é uma forma primeira de significar as
relações de poder. ”
Influenciados pela nova perspectiva de gênero, os estudos sobre
violência contra as mulheres no Brasil passam a usar a expressão “violência de
gênero”.
As primeiras autoras brasileiras que utilizam esse termo são Heleieth
Saffioti e Sueli Souza de Almeida, ambas as sociólogas, professoras e
militantes feministas.
Atualmente em nossa sociedade a violência domestica vem sendo
tratada como um problema de saúde publica e violação dos direitos humanos,
pois os homens passaram a agredir de maneira bem mais explicita.
A lei11.340/2006 traz um capitulo dedicado às formas de atendimento à
mulher pela autoridade policial, que deverá de imediato promover as
providências legais cabíveis, tais como proteção policial, comunicado ao
Ministério Público e ao Poder Judiciário, encaminhamento ao hospital, posto de
saúde ou Instituto Médico Legal, transporte, abrigo a esta e aos seus
dependentes. 
Milhares de casos envolvendo mulheres vítimas de violência doméstica
são registrados em todo o Brasil, todo o tempo, mas não pode-se deixar de
relatar aqui, que em alguns Estados, apesar de esta Lei ter uma especial
proteção às mulheres, ou seja, leis de proteção de violência do gênero
feminino, alguns destes Estados, pensaram em abrangê-la também para os
homens, pode-se perceber que no Brasil há diversas formas de violência, como
por exemplo, a violência urbana que é a violência praticada pela discriminação
contra as minorias que são os negros, os índios, os idosos, as mulheres,
crianças, a violência social em decorrência dos altos índices de desigualdades
sociais e pobreza, a violência doméstica contra a mulher, entre outras.
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Disciplina 8 - Vigilância Epidemiológica


Prof. José Iran Oliveira
Atividade: defina vigilância em saúde e descreva a relação que a mesma
te com a política de Promoção a saúde; (1 lauda)

A Vigilância em Saúde é responsável por ações de vigilância, prevenção


e controle de doenças transmissíveis, pela vigilância de fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, saúde ambiental e
do trabalhador e também pela análise de situação de saúde da população
brasileira.
Diante do novo contexto, em que diferentes estratégias e tecnologias
são incorporadas às ações de saúde pública, a vigilância em saúde passa a ser
entendida como um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação,
disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, que visa ao
planejamento e à implementação de medidas de saúde pública para a proteção
da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças,
bem como para a promoção da saúde.
A vigilância à saúde, que constitui um conjunto de ações sem saúde
pública, engloba saberes dos profissionais de diversas áreas, da saúde e de
outras, que atuem conjuntamente sobre os determinantes e condicionantes do
processo saúde-doença, de forma contínua e sistemática, no sentido de
modificar a realidade sanitária da população.
Entende-se, assim, que campos de ação da vigilância à saúde, em
especial do eixo promoção, são a elaboração e a implementação de políticas
públicas saudáveis –baseadas em ações, abordagens e articulações
intersetoriais –, a criação de ambientes favoráveis à saúde, o reforço da ação
comunitária, o desenvolvimento de habilidades pessoais e a reorientação dos
sistemas e serviços de saúde.
Ressalta-se que a vigilância à saúde tem como principais características
a intervenção em problemas que requerem atenção e acompanhamento
contínuos, adoção do conceito de risco, articulação entre as ações de
promoção, prevenção, cura, reabilitação, e atuação intersetorial.
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A vigilância à saúde se baseia na enfatização da prevenção primordial e


primária, estruturantes da promoção à saúde. Entretanto, não seria correto
desconsiderar a prevenção secundária e terciária, principalmente porque
sabemos que quem assiste também promove e previne e pode descobrir novos
riscos ainda não registrados nos sistemas de informação.
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Disciplina 9 - Saúde Mental


Profª: Pamela Campêlo
Atividade: Relatar o acolhimento em saúde mental na unidade básica (1
lauda)

Diante da crescente demanda pelo atendimento na área de saúde


mental e que estas pessoas são de responsabilidade da equipe do programa
de saúde da família, muitas vezes, os profissionais de saúde têm convivido
com algumas situações no acolhimento a estes pacientes.
Por meio de experiências práticas, observa-se que a maioria dos
profissionais tem dificuldade de acolhimento a este tipo de clientela, seja por
falta de experiência em saúde mental, por não saberem como abordá-los, não
decifrarem o que estão necessitando, ou pelo medo de estarem correndo risco
de agressão durante o atendimento ou ainda, por não acreditarem que
realmente a pessoa está em sofrimento mental e não simulando uma situação
para obter algum tipo de ganho.
A atenção em saúde mental deve ser feita dentro de uma rede de
cuidados. Estão incluídos nesta rede: a atenção básica, as residências
terapêuticas, os ambulatórios, os centros de convivência, os clubes de lazer,
entre outros.
Os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), dentro da atual política de
saúde mental do Ministério da Saúde, são considerados dispositivos
estratégicos para a organização da rede de atenção em saúde mental. Eles
devem ser territorializados, ou seja, devem estar circunscritos no espaço de
convívio social (família, escola, trabalho, igreja, etc.) daqueles usuários que os
frequentam. Apesar de estratégico, o CAPS não é o único tipo de serviço de
atenção em saúde mental.
A realidade das equipes de atenção básica demonstra que,
cotidianamente, elas se deparam com problemas de “saúde mental”: 56% das
equipes de saúde da família referiram realizar “alguma ação de saúde mental”.
É no acolhimento que os trabalhadores de saúde identificam se o
usuário apresenta necessidades no campo da saúde mental e definem o
próximo passo de sua trajetória na UBS, ou para além desta, no caso de
encaminhamento a um outro serviço de saúde.
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Neste caso, o acolhimento é importante por ser uma estratégia que


busca oferecer algum tipo de resposta a todos os pacientes que procuram as
unidades de saúde, sugerindo uma ampliação no escopo de atendimento de
demandas pelas unidades, que não excluem a esfera social e a psicológica
além de possibilitar a descoberta de novos usuários em sofrimento psíquico no
território, através do importante papel do agente comunitário nas UBS/PSF.
O acolhimento, nas UBS, ao mesmo tempo em que favorece o acesso
do usuário na Atenção Básica e na rede de atenção em saúde mental do
território, revelando uma potência de organizador do trabalho nos serviços, é
percebido, pelos gerentes das UBS, apenas como uma estratégia burocrática
para estabelecer o fluxo dos usuários nos serviços, através de atividades como
recepção e triagem
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Disciplina 10 - Saúde do adulto e idoso


Profº: José Iran Oliveira
Atividade: Pesquise sobre a situação social do idoso no Brasil (2 laudas)

A violência contra o idoso faz parte da violência social, ou seja, no Brasil


e no mundo, ela se expressa nas formas como a sociedade organiza suas
relações de classe, de gênero, de etnias e de grupos etários e de como o poder
é exercido nas esferas macro e micropolíticas e institucionais. Neste caso
concreto, as relações no interior da instituição familiar têm relevância peculiar.
Fica evidente que em todos os casos de violência descritos acima,
ocorre uma necessidade eficaz de atendimento ao idoso. Devido a alguns
sinais não serem tão aparentes, e a dificuldade em denunciar o agressor, fica
difícil detectar evidências que comprovem as diversas ocorrências no ato do
abuso.
Atualmente, no Brasil os maus-tratos praticados ao idoso vêm crescendo
de forma assustadora, principalmente dentro do convício social. Um dos
principais motivos para esse aumento está diretamente relacionado ao fator
financeiro e a antecipação da herança.
As consequências da violência contra o idoso nem sempre são
mostradas na mídia, todavia deve-se atentar para esse tipo de violência a fim
de se evitarem situações irreversíveis.
Entre as diversas circunstâncias que podem favorecer a violência contra
a pessoa idosa, pode-se destacar:
− A dependência em todas as suas formas (física, mental, afetiva, Sócio
econômica);
− Desestruturação das relações familiares;
− Existência de antecedentes de violência familiar;
− Isolamento social;
− Psicopatologia ou uso de dependências químicas (drogas e álcool);
− Relação desigual de poder entre a vítima e o agressor.

Além das situações anteriores, podemos destacar ainda:


– Comportamento difícil da pessoa idosa;
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− Alteração de sono ou incontinência fecal ou urinária que podem causar


um estresse muito grande no cuidador.
Na maioria dos casos, o agressor possui características de uso de álcool
e drogas, ameaçando e agredindo as vítimas não apenas com lesão corporal,
mais outros tipos de violência (negligência, psicológica, abandono, tentativa de
homicídio), atingindo o idoso de ambos os sexos.
Podem-se citar algumas características do agressor e alguns
indicadores de maus-tratos identificados contra a pessoa idosa:

Características do agressor
– Vive, na maioria das vezes, na casa da própria vítima;
– Filhos dependentes financeiramente;
– Familiar que responde pela manutenção do idoso sem renda;
– Usuário de álcool e/ou drogas;
– Alguém que se vinga do idoso com quem mantinha vínculos afetivos
frouxos.

Indicadores de maus-tratos:
– Perda de peso;
– Desnutrição/desidratação sem uma patologia de base;
– Marcas na pele, hematoma, queimaduras e feridas;
– Higiene deficiente; – vestimenta suja e inapropriada para o clima.

Dessa forma, nos casos de violência familiar, a denúncia pode ficar cada
vez mais delicada, havendo um receio de relatar o episódio com detalhes e a
resistência devido aos laços afetivos. Hoje existem vários centros de
atendimento que auxiliam no tratamento das vítimas e na punição dos
agressores.
Observa-se que é necessário analisar e discutir estratégias para
proteção e segurança, identificando os principais fatores de risco que apontam
sinal de alerta e possibilidades de garantias conforme está assegurado o
cumprimento das Leis estabelecidas no Estatuto do Idoso. É evidente que
todas as pessoas tenham acesso aos direitos básicos, como, transporte,
saúde, educação, lazer e espaço.
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Disciplina 11 – Saúde Bucal


Prof. º Cosmo Helder
Atividade:
Análise sobre a saúde bucal no Brasil (2 laudas)

Durante anos, a odontologia esteve à margem das políticas públicas de


saúde. O acesso dos brasileiros à saúde bucal era extremamente difícil e
limitado. A demora na procura ao atendimento somada aos poucos serviços
odontológicos oferecidos fazia com que o principal tratamento oferecido pela
rede pública fosse a extração dentária, perpetuando a visão da odontologia
mutiladora e do cirurgião-dentista com atuação apenas clínica
Entretanto, Desde os anos 1980 o Brasil vem realizando,
periodicamente, levantamentos epidemiológicos de abrangência nacional na
área de saúde bucal. Esses inquéritos populacionais têm gerado bases de
dados a partir das quais vêm sendo produzidos estudos e análises sobre a
situação do País nesta área, publicados no Brasil e no exterior, de valor
inestimável.
O que é notável nessa experiência brasileira é que ela só encontra
paralelo em pouquíssimos países do hemisfério norte. Em nenhum caso,
porém, a realização desses inquéritos epidemiológicos envolve, em
abrangência e profundidade, profissionais vinculados aos serviços públicos de
saúde – vale dizer em nosso caso, profissionais vinculados ao SUS.
Estes, em número que gira em torno de uns 2 mil profissionais, atuando
em articulação com pesquisadores universitários, vêm produzindo dados sobre
saúde bucal que têm possibilitado desenvolver conhecimento epidemiológico
de altíssima qualidade, contribuindo significativamente para aprimorar e
direcionar as intervenções de saúde pública no setor.
Apesar de estar dentro da meta estipulada pela Organização Mundial da
Saúde para o índice de dentes cariados, perdidos ou obturados na população,
o Brasil ainda tem um baita desafio a superar nesse quesito. É que, segundo
uma pesquisa do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em São
Paulo, quem não adere a um plano odontológico está mais propenso a
descuidar da higiene da boca e de suas respectivas consequências.
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O trabalho tem como base dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013,


realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde. Ao todo, os
questionários de 50 692 voluntários foram considerados. Deles, somente
18,5% bancaram um seguro voltado para a saúde bucal.
Aí que está: 4,2% das pessoas que não contrataram o serviço afirmaram
escovar os dentes só uma vez por dia. É praticamente o dobro do registrado na
turma que investe mais no sorriso (2,4%). Outra discrepância que chama a
atenção está relacionada à perda total dos dentes, dez vezes maior entre os
não-beneficiários.
Eles também levaram a pior na quantidade de casos de problemas na
gengiva, dor de dente e feridas na boca. Em ambos os grupos, 0,1% dos
respondentes afirmaram nunca escovar os dentes.
De modo geral, limpeza, revisão, manutenção e prevenção lideram o
ranking das motivações citadas para visitar o dentista. Por outro lado, pouca
informação e o tempo de espera por atendimento na rede pública afastam os
brasileiros desse profissional.
A promoção de saúde bucal está inserida num conceito amplo de saúde,
que transcende a dimensão meramente técnica do setor odontológico,
integrando-a às demais práticas de saúde coletiva. Ela expressa a construção
de políticas públicas saudáveis direcionadas a todas as pessoas da
comunidade, bem como políticas que gerem oportunidades de acesso às ações
de promoção e prevenção, assegurando a disponibilidade de cuidados
odontológicos básicos apropriados.
As práticas de saúde bucal, partindo de referenciais epidemiológicos,
vêm se reorganizando com o intuito de diminuir as iniquidades e dar respostas
sociais aos problemas e necessidades de saúde bucal da população brasileira
a partir da lógica de construção do Sistema Único de Saúde (SUS), que traz na
sua essência maior a garantia do acesso qualificado e da integralidade dos
serviços de saúde.

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