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º

Doenças neurológicas;
Doenças psiquiátricas que precisem de
acompanhamento;
Doenças autoimunes
Alterações genéticas maternas;
Antecedentes de TVP e TEP
 MINISTÉRIO DA SAÚDE: Ginecopatias
o Devido a fatores de risco, algumas gestantes podem apresentar
maior probabilidade de evolução desfavorável e isso caracteriza
Portadores de doenças infecciosas como hepatites,
a gestação de alto risco; toxoplasmose, HIV, sífilis terciárias e outras;
o A identificação do risco objetiva reduzir a mormibortalidade Hanseníase
materno-infantil; Tuberculose
o O objetivo não é fornecer um diagnóstico, mas sim uma Dependência de drogas lícitas ou ilícitas
probabilidade clínica – facilitando gestão e produzindo impacto  Fatores relacionadas à história reprodutiva anterior:
na história natural de doenças agudas e graves; Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior –
o A avaliação do risco é permanente e deve acontecer em toda causa desconhecida (mais atenção);
consulta;
História previa de doença hipertensiva da gestação com
o Quanto maior o risco, mais recursos de maior densidade
mau resultado obstétrico e/ou perinatal;
tecnológica são utilizados;
o Quando não há necessidade de alta densidade tecnológica em Abortamento habitual
saúde e com menor risco de morbimortalidade materna e Esterilidade/infertilidade;
perinatal a gestação se classifica em baixo risco – sendo que isso  Fatores relacionados à gravidez atual:
se confirma apenas após o parto e puerpério; Restrição do crescimento intrauterino
o Fatores de risco que permitem a realização do pré-natal pela Polidrâmnio ou oligodrâmnio;
equipe de atenção básica:
Gemeralidade
 Fatores relacionados às características individuais e às
condições sociodemográficas desfavoráveis:
Malformações fetais ou arritmia fetal
Idade menor do que 15 e maior que 35; Distúrbios hipertensivos da gestação;
Ocupação: esforço físico excessivo, carga horaria Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios
de pielonefrite;
extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes
físicos, químicos e biológicos; Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tto com
sulfato ferroso
Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez;
Situação conjugal insegura; Portadoras de doenças infecciosas como hepatites,
toxoplasmose, HIV, sífilis terciaria;
Baixa escolaridade
Infecções como rubéola e citomegalovirose adquiridas na
Altura menor que 1,45m gestação atual;
IMC com baixo peso, sobrepeso ou obesidade Evidência laboratorial de proteinúria;
 Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: DM gestacional
RN com restrição de crescimento, pré-termo ou Desnutrição materna severa;
malformado;
Obesidade mórbida ou baixo peso
Macrossomia fetal
NIC III
Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas;
Alta suspeita clinica de CA de mama ou mamografia com
Intervalo interpartal menor que 02 anos ou maior que 05 Bi-rads III ou +;
anos;
Adolescentes com fatores de risco psicossocial;
Nuliparidade e multiparidade;
o Fatores de risco que indicam encaminhamento à
Cirurgia uterina anterior; urgência/emergência obstétrica:
Três ou mais cesarianas;  Síndromes hemorrágicas (incluindo deslocamento prematuro
 Fatores relacionados à gravidez atual: de placenta, placenta prévia), independente da dilatação
Ganho ponderal inadequado cervical e da idade gestacional;
Infecção urinária  Suspeita de pré-eclâmpsia: PA > 140/90, medida após um
Anemia mínimo de 5 minutos de repouso na posição sentada. Quando
o Fatores que podem indicar o encaminhamento ao pré-natal de estiver associada a proteinúria, pode-se usar o teste rápido.
alto risco: abrange cerca de 10% das gestação. Obs: edema não é mais critério diagnóstico (grau de recomendação C).
 Fatores relacionados a condições prévias:
Cardiopatia  Sinais premonitórios de eclampsia em gestantes hipertensas:
escotomas cintilantes, cefaleia típica occipital, epigastralgia
Pneumopatias graves
ou dor intensa no hipocôndrio direito;
Nefropatias graves  Eclâmpsia (crises convulsivas em pacientes com pré-
Endocrinopatias (especialmente DM, hipotireoidismo e eclâmpsia)
hipertireoidismo);  Crise hipertensiva (PA > 160/110);
Doenças hematológicas;  Amniorrexe prematura: perda de liquido vaginal (liquido, em
HAS e/ou caso de paciente que faça uso de anti- pequena ou grande quantidade, mas de forma persistente),
hipertensivo;
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pode ser observada por exame especular com manobra de  Cardiopatias


Valsava e elevação da apresentação fertal;  Pneumopatias crônicas.
 Isoimunização Rh  Endocrinopatias: tireoide, hipófise, suprarrenal e
 Anemia grave (Hb <8); diabetes.
 Trabalho de parto prematuro  Doenças psiquiátricas.
 IG a partir de 41 semanas confirmadas  Doenças sexualmente transmissíveis.
 Hipertermia  Doenças hematológicas: anemias (Hb < 10g/dl) e
talassemia
 Suspeita/diagnóstico de abdome agudo em gestantes;
 Doenças neurológicas: epilepsia, acidentes
 Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou
vasculares cerebrais
outra;
 Infecções: toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose,
 Suspeita de TVP
hepatites, lues, herpes, AIDS e hanseníase
 Investigação de prurido gestacional/icterícia;  Doenças renais.
 Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento, com  Hipertensão arterial crônica.
comprometimento sistêmico;  Doenças do colágeno/ autoimunes.
 Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre  Neoplasias benignas e malignas (remissão ou
 Restrição de crescimento intrauterino tratamento).
 Oligoidrâmnio;  Citologia cervical anormal.
 Casos que necessitem de avaliação hospitalar;  Irradiação/ quimioterapia.
 Óbito fetal;  Portadores de deformidades congênitas ou adquiridas
 FEBRASGO: da pelve.
o A gravidez é um período se sobrecarga ao organismo, porém as  Repercussões mútuas entre a doença e a gestação.
adaptações fisiológicas por vezes tem seus limites ultrapassados;  Funcional: insuficiência de corpo lúteo (síndromes dos
o A caracterização do risco gravídico se inicia com anamnese e ovários policísticos, disfunção menstrual).
exame clínico, aliado a complementação laboratorial;  2.3 Gestação atual:
o Relacionados a gestação:  Primiparidade e espaço interpartal (>10 anos)
 1. Fatores individuais e condições socioeconômicas  Idade materna maior de 35 anos.
desfavoráveis:  Malformação fetal.
 Procedência da gestante  Crescimento fetal maior e menor que o esperado.
 Idade materna abaixo de 17 e acima de 35 anos  Insuficiência placentária.
 Altura materna inferior a 1,45m  Gestação múltipla.
 Peso materno inadequado (<54kg e >72kg) ou IMC <20  Na realização do pré-natal ou pré-natal inadequado
ou >35;  Rotura prematura de membranas ovulares pré-termo
 Idade da menarca e duração do ciclo menstrual (antes de 37 semanas).
 Anomalia estrutural dos órgãos reprodutivos  Isoimunização Rh.
 Ocupação;  Ganho de peso excessivo.
 Condições ambientais desfavoráveis  Sangramento durante a gestação: abortamento
 Má aceitação da gestação evitável, placenta de inserção baixa, descolamento
 Situação conjugal insegura prematuro de placenta etc.
 Baixa escolaridade  Alteração da quantidade do líquido amniótico:
 Baixa renda: abandono, miséria, violência polidrâmnio e oligoâmnio.
 Dependência de drogas licitas e ilícitas;  Doenças infectocontagiosas.
 Assistência pública;  Prematuridade/ gestação prolongada.
 2. História ginecológica e obstétrica:  Violência sexual.
 2.1 História reprodutiva:  Apresentação fetal anômala.
 Gestação ectópica  Cesáreas prévias.
 Perda fetal recorrente/ mau passado obstétrico/  Primiparidades precoce (adolescentes) e tardia.
número de filhos vivos;  Desnutrição materna: IMC < 18,5 no primeiro
 Crescimento fetal restrito; trimestre.
 Feto morto ou morte perinatal explicada ou não;  Aspectos emocionais e psicossociais.
 Malformações fetais o Relacionados ao parto:
 Prematuridade  Alterações de batimento cardíaco fetal.
 Gestação prolongada  Presença de mecônio/ rotura prematura das membranas
 Esterilidade. Infertilidade ovulares.
 Intervalo interpartal <2 anos e >5 anos;  Trabalho de parto prematuro.
 Síndromes hemorrágicas na gestação;  Distocia funcional.
 Isoimunização Rh  Distocia cervical.
 Nuliparidade e multiparidade  Hemorragias.
 Síndromes hipertensivas na gestação  Rotura uterina.
 Neoplasias ginecológicas  Lesões de períneo e órgãos vizinhos.
 Ginecopatias associadas: mioma, tumores ovarianos;  Infecções ovulares.
 Cirurgia uterina anterior (miomactomia, rotura  Gestação prolongada.
uterina);  Pré-eclâmpsia/eclâmpsia.
 Hemorragia ou hipertensão da gestação anterior  Prolapso de cordão.
 Complicações pós-natais em gestação anterior;  TP prolongado.
 2.2 Doenças maternas prévias ou concomitantes:  Infecção intraparto.
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 Fatores psíquicos. o Pré-eclâmpsia: desenvolvimento de hipertensão arterial, com


 Antecipação do parto em decorrência de risco obstétrico. proteinúria significativa e/ou edema de mãos e face que ocorre
 Atonia uterina/ restos ovulares. após 20 semanas.
o Relacionadas ao RN:  O edema deixou de ser considerado critério nas últimas
 Anoxia. atualizações.
 Insuficiência placentária. o Eclâmpsia: aparecimento de convulsões em paciente com pré-
 Morte. eclâmpsia;
 Prematuridade. o Hipertensão crônica: hipertensão arterial persistente anterior à
 Baixo peso ao nascer gravidez ou anterior a 20 semanas e que se mantem após o
 Malformação congênita. puerpério.
 Infecções. o Pré-eclâmpsia ou eclâmpsia associada à hipertensão arterial
 Alterações em órgãos e sistemas. crônica: aparecimento do quadro em paciente com antecedente
 Sequelas pós-natal. de HAC. Tende a ser uma doença mais grave pois, com
frequência é acompanhada de restrição do crescimento fetal; e
além disso aparece mais precocemente que a pré-eclâmpsia
pura.
o Hipertensão transitória: elevação de níveis pressóricos no final
da gestação ou no início do puerpério, sem proteinúria e que
retorna aos valores normais em até 10 dias de pós parto.
o Doença hipertensiva não classificável: não se enquadra em
nenhum dos quadros acima.

 Na Clínica Obstétrica do HC-FMUSP se adotam outra classificação,


onde não se utiliza o termo hipertensão transitória.

 A doença hipertensiva específica da gestação é uma das


complicações mais frequentes da gravidez;
 É favorável nas formas leve, porém importante causa de morbidade
materna grave e mortalidade materna e perinatal nas formas mais
graves;
 Pela OMS é responsável por 14% dos óbitos maternos, chegando
até a 22,9% na América latina;
 Além da eclâmpsia e da síndrome HELLP, outras situações graves
podem estar associadas à DHEG, como descolamento prematuro de
placenta (DPP), coagulação intravascular disseminada (CIVD),
hemorragia cerebral, edema pulmonar, insuficiência hepática e
insuficiência renal aguda;
 Os DHEG formam a tríade mortal, junto com hemorragia e infecção;
 As complicações perinatais incluem prematuridade, restrição do
crescimento fetal (RCF), sofrimento fetal e morte perinatal.
 A DHEG compreende o conjunto das alterações pressóricas
observadas na gestação, incluindo pré-eclâmpsia e eclampsia;
 Define-se hipertensão arterial quando a pressão arterial sistólica é
igual ou superior a 140 e/ou a diastólica superior a 90;
 Considera-se proteinúria patológica a presença de 300mg ou mais
de proteínas excretadas na urina coletada durante 24h
 A proteinúria por fita reagente é um recurso importante por fornecer
resultado imediato, mas não dispensa a confirmação quantitativa;  Outra classificação que se destaca é a do ACOG. Sendo que a
 Existem várias classificações para as síndromes hipertensivas na proteinúria é uma condição sine qua non para o diagnóstico de pré-
gestação, sendo que as mais citadas são as variantes da classificação eclâmpsia, apesar de a mais recente atualização do Colégio
inicial de Hughes (1972), sendo que nessa se define: americano admitir a pré-eclâmpsia na ausência de proteinúria.
º

 É importante compreender que a pré-eclâmpsia leve pode progredir


para as formas mais graves, sem necessariamente apresentar todos
os critérios de gravidade.
 Na iminência da eclâmpsia se destaca cefaleia, dor epigástrica e
alterações visuais.
 A síndrome HELLP é uma pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia com
hemólise, elevação de enzimas hepáticas e plaquetopenia.

 Incidência:
o As doenças hipertensivas complicam até 10% das gestações;
 Fatores de risco:
o A gestante com risco pode ser identificada pela presença de
fatores epidemiológicos e clínicos;
o A maioria dos casos ocorre em nulíparas;
o Na multípara a DHEG é mais comum em pacientes com
hipertensão pré-gravídica ou quando há troca de parceiro.
o A maioria dos casos de DHEG está nos extremos reprodutivos da
vida da mulher – abaixo de 18 e acima dos 40;
o As formas mais graves determinam mais mortes maternas em
mulheres com menos de 30 anos;
 PRÉ-ECLÂMPSIA: é uma síndrome especifica da gestação que
o A predisposição hereditária é controversa;
pode afetar quase todos os sistemas orgânicos.
o A obesidade é um fator de risco clássico para DHEG;
o Ela vai além da associação de hipertensão gestacional com
o Também é mais comum o desenvolvimento nos casos de doença
proteinúria – porem o aparecimento dela permanece como um
trofoblástica gestacional e de maneira mais precoce;
importante critério diagnóstico objetivo, isso porque ela define o
o Na presença de feto hidrópico, a incidência é de
amplo extravasamento endotelial sistêmico, o que caracteriza a
aproximadamente 50%;
doença;
o A incidência é maior se já foi desenvolvida em gestação anterior;
o A proteinúria é definida por excreção na urina de 24h que excede
o A incidência de DHEG em pacientes com diabetes pré-gestacional
a 300mg;
é de 20%.
o A Task Force (2013) sugeriu outros critérios que não a
o É mais comum em mulheres com trombofilias – principalmente
proteinúria (acima) e incluem: trombocitopenia, disfunção renal,
com síndrome antifosfolipide;
necrose hepatocelular, perturbações do SNC ou edema
pulmonar;
o Fatores de risco:
 Mulheres jovens e nulíparas são mais vulneráveis;
º

 Mais frequente em mulheres negras e afro-americanas; placentários ou micropartículas que incitam uma
 Influencias ambientais e sazonais; resposta inflamatória sistêmica
 Obesidade  O desenvolvimento de hipertensão gestacional, pré-
 Gestação de múltiplos fetos eclâmpsia, parto prematuro, restrição de crescimento
 Síndrome metabólica; fetal e/ou descolamento da placenta em mulheres
 Tabagisbo é associado a um risco reduzido de hipertensão na grávidas suscetíveis
gestação (Bainbridge, 2005; Zhang, 1999) – regula de
maneira ascendente a expressão de adrenomedulina
placentária regulando a homeostasia de volume;
 Mulheres que já tiveram na primeira gravidez;
o Etiopatogenia:
 Independentemente da etiologia precipitante, a cascata de
eventos que conduz à pré-eclâmpsia caracteriza-se por uma
variedade de anormalidades que resulta em lesão endotelial
vascular e subsequente vasospasmo, transudação de plasma,
bem como sequelas isquêmicas e trombóticas.
 Um feto não constitui um requisito para pré-eclâmpsia – pois
embora as vilosidades coriônicas sejam essenciais, não
precisam estar dentro do útero;
 São mais prováveis em mulheres:
 Expostas a vilosidades coriônicas pela primeira vez;
 Expostas a uma superabundância de vilosidades (gêmeos
ou mola hidatiforme);
 Condições preexistentes de ativação de células
endoteliais ou inflamação, como DM ou doença renal;
 Geneticamente predispostas;
 Expressão fenotípica de pré-eclâmpsia:
 Existem pelo menos dois subtipos principais,
diferenciados caso a remodelação de arteríolas espirais
uterinas seja ou não defeituosa;
 O conceito gerou a teoria do “distúrbio de dois estágios”
da etiopatogenia, sendo que considera-se que inclui:
“pré-eclâmpsia materna e placentária”.
 O estágio 1 é causado pela remodelação
 2. Má adaptação da tolerância imunológica entre os
troflobástica endovascular defeituosa, que
tecidos materno, placentário e fetal:
causa o estágio 2 que é a síndrome clínica;
 Para um desenvolvimento gestacional normal é
o Etiologia: os mecanismos mais importantes são:
necessário que a haja uma tolerância imune materna
 1. Implante da placenta com invasão troflobástica
aos antígenos derivados da placenta e do feto;
anormal dos vasos uterinos:
 A perda da tolerância ou a desregulação é outra teoria
 A implantação normal é caracterizada por
contribuinte para a pré-eclâmpsia;
remodelação extensa das arteríolas espiraladas dentro
 Certamente, as alterações histológicas na interface
da decídua basal; os trofoblastos endovasculares
materno-placentária são sugestivas da rejeição aguda
substituem os revestimentos muscular e endotelial
do enxerto;
vasculares para aumentar o diâmetro vascular.
 Alguns dos fatores possivelmente associados à
 Na pré-eclâmpsia pode haver invasão troflobástica
desregulação incluem "imunização" a partir de uma
incompleta, com isso os vasos deciduais tornam-se
gravidez prévia, haplótipos de antígeno leucocitário
revestidos com trofoblastos endovasculares, mas os
humano herdado (HLA) e de receptores de células
miometriais não;
natural killer, e possivelmente genes de
 As arteríolas miometriais mais profundas não perdem
suscetibilidade compartilhada com diabetes e
o revestimento endotelial e tecido musculoelástico,
hipertensão;
sendo que o diâmetro externo médio apenas metade
 O fato de a pré-eclâmpsia ser um distúrbio
daquele dos vasos nas placentas normais;
imunomediado explica o porque da maior incidência
 A magnitude da invasão trofoblástica defeituosa
na primeira gestação;
correlaciona-se à gravidade do distúrbio hipertensivo;
 O maior risco de desregulação da tolerância tambem
 As alterações precoces da pré-eclâmpsia incluíam o
esta associada a outros fatores, como a carca
dano endotelial, insudação dos constituintes
antigênica paterna, feto com trissomia no 13
plasmáticos nas paredes vasculares, proliferação das
(incidência de 30 a 40% de pré-eclâmpsia);
células miointimais e necrose medial.
 Mulheres que engravidam do mesmo parceiro,
 Ocorre um acúmulo de lipídios nas células miointimais
normalmente são imunizadas contra a pré-eclâmpsia;
e em seguida dentro de macrófagos – aterose. Dessa
 3. Má adaptação materna às alterações cardiovasculares
forma, é provável que a luz arteriolar espiralada
ou inflamatórias da gravidez normal:
anormalmente estreita prejudique o fluxo sanguíneo
 Acredita-se que as alterações inflamatórias sejam
placentário.
continuação do estágio 1 causadas pela placentação
 A perfusão diminuída e o ambiente hipóxico
anormal;
eventualmente levam à liberação de resíduos
º

 Acredita-se que os fatores antiangiogênicos e  Sistema cardiovascular: inúmeras alterações acontecem


metabólicos, assim como outros mediadores relacionados ao aumento de sobrecarga cardíaca causada
inflamatórios, provoquem lesão endotelial; pela hipertensão, pré-carga cardíaca (afetada negativamente
 A disfunção da célula endotelial pode resultar em uma pela hipovolemia diminuída de modo patológico) e ativação
estado ativado extremo de leucócitos na circulação endotelial com extravasamento endotelial do liquido
materna; intravascular no espaço extracelular e para pulmões.
 Citocinas como TNF-alfa e interleucinas podem  Mudanças hemodinâmicas e função cardíaca: com o inicio
contribuir para o estresse oxidativo associado com a clinico da pré-eclâmpsia, o debito cardíaco declina;
pré-eclâmpsia;  Função do miocárdio: tem se evidenciado que a pré-
 4. Fatores genéticos: genes predisponentes herdados... eclâmpsia causa remodelação ventricular, que é
 Há um risco incidente de 20 a 40% em relação às acompanhada de disfunção diastólica. É uma resposta
filhas de mães pré-eclâmpticas; adaptativa para manter a contratilidade normal com o
 Os fatores derivados do plasma podem induzir alguns aumento da pós carga;
genes na doença;  Função ventricular: as gestantes com pré-eclâmpsia
podem ter uma função ventricular normal ou
ligeiramente hiperdinâmica – nesse grupo o débito é
apropriado às pressões de enchimento do lado
esquerdo. A hidratação agressiva resulta em função
ventricular hiperdinâmica na maioria das mulheres,
acompanhada por
pressões capilares
elevadas, podendo
levar ao
desenvolvimento de
edema pulmonar. O
aumento do débito
cardíaco e função
ventricular
o Patogenia: hiperdinâmica é
 Vasoespasmo: a ativação endotelial causa constrição vascular resultado das
com maior resistência e subsequente hipertensão, nesse pressões de oclusão
momento a lesão da célula endotelial causa extravasamento e não do aumento de
intersticial; contratilidade.Miga
 O circuito venoso esta envolvido de maneira similar, com  Volume sanguíneo: a hemoconcentração tem sido a
menor fluxo sanguíneo por causa da má distribuição, a característica da pré-eclâmpsia, e com mais estudos
isquemia de tecidos adjacentes leva a necrose, mostrou-se que em mulheres eclâmpticas a hipervolemia
hemorragia e outras lesões de órgão-alvo; esperada e prejudicada. Isso é resultado da
vasoconstricção generalizada que sucede à ativação
endotelial e ao extravasamento do plasma no espaço
intersticial por causa de maior permeabilidade. Mulheres
com hipertensão sem pré-eclâmpsia, normalmente
costumam apresentar volume sanguíneo normal. Uma
queda aguda no hematócrito pode sugerir uma resolução
da pré-eclâmpsia por retorno do liquido intersticial para o
espaço intravascular (mas sempre pensar nos possíveis
sangramentos). As mulheres com eclâmpsia são
excessivamente sensíveis a uma terapia hídrica vigorosa
na tentativa de expansão de volume e sensíveis as
quantidades de perda de sangue no parto consideradas
normais a uma mulher normotensa.
 Alterações hematológicas: entre as comumente identificáveis
estão a trombocitopenia e alterações de fatores de
coagulação.
 Trombocitopenia: refere a diminuição de plaquetas, varia
em função da gravidade e duração da pré-eclâmpsia. A
trombocitopenia (contagem menor que 100.000) indica
doença grave e maior risco de morbimortalidade
materna/fetal. O parto é aconselhável porque o quadro
tem tendência a se agravar, depois do parto pode-se
diminuir e depois aumentar de forma progressiva em 3 a
5 dias. Na síndrome HELLP a contagem continua a cair no
o Fisiopatologia: embora a causa ainda permaneça desconhecida, pós parto.
a evidência da sua manifestação começa precocemente na  Hemólise: a pré-eclâmpsia grave é frequentemente
gravidez, com alterações ocultas que ganham impulso com a acompanhada por evidência de hemólise, manifestada
evolução da gravidez. Acredita-se que as manifestações sejam por níveis elevados de lactato desidrogenase sérica e
consequência do vasoespasmo, disfunção endotelial e isquemia. níveis diminuídos de haptoglobina. Outras evidencias
º

adcêm da esquizocitose, esferocitose e outros, esses  Fígado: alterações hepáticas nas mulheres com eclâmpsia
desarranjos resultam em hemólise microangiopática fatal são descritas desde 1856, as lesões características eram
causada por ruptura endotelial com adesão plaquetária e em região periportal e na periferia hepática. O envolvimento
deposição de fibrina. Alterações de membrana, maior hepático na pré-eclâmpsia pode ser clinicamente significativo
adesividade e agregação podem promover um estado em várias circunstâncias; o envolvimento sintomático é
hipercoagulável. considerado sinal de doença grave – manifestado por
 Alterações de coagulação: maior consumo do fator VIII, sensibilidade e dor mesoepigástrica ou no quadrante superior
maiores níveis de fibrinopeptídeos A e B, e dímeros D e direito moderada a intensa. Muitas das mulheres apresentam
nos menores níveis de proteínas reguladoras, níveis elevados das aminotransferases séricas: AST ou ALT;
antitrombina III e proteínas C e S. A fibronectina sofre mesmo que assintomáticas são marcadores de pré-eclâmpsia
aumento. Quanto mais grave a pré-eclampsia pioram os grave. Porém, em alguns casos, mesmo com áreas grandes
achados da tromboelastografia. de lesão a reação clínica pode ser insignificante. Um outro
 Alterações endócrinas: na gravidez normal os níveis de tipo de envolvimento é o infarto hemorrágico, que pode se
renina, angiotensina II, angiotensina I, aldosterona e estender até formar um hematoma subcapslar que pode se
peptídeo natriurético atrial mostram-se aumentados; além da romper, sendo identificados por TC ou RM, quando não
desoxicorticosterona (DOC). rompidos são mais associados a síndrome HELLP.
 Alterações hidroeletrolíticas: na pré-eclâmpsia grave, o  Cérebro: cefaleia e sintomas visuais são comuns com a pré-
volume de liquido extracelular – manifestado como edema – eclâmpsia grave, sendo prodrómos da eclâmpsia.
costuma ser muito maior, devido a lesão endotelial e pressão  Lesões neuroanatomicas: a hemorragia intracerebral
oncótica plasmática reduzida. Após uma convulsão por macroscópica é notada em até 60% das mulheres
eclâmpsia, o pH e a concentração de bicarbonato no soro eclâmpticas, sendo fatal em metade delas. Lesões
diminuem devido à acidose láctica e a perda compensatória vasculares microscópicas clássicas consistem em necrose
de dióxido de carbono. fibrinoide da parece arterial, bem como microinfartos e
 Rins: a perfusão e filtração glomerular ficam reduzidas. hemorragias perivasculares. Outras lesões importantes
Grande parte da diminuição é consequência da maior incluem edema subcortical. Um vazamento celular
resistência arteriolar aferente renal, a qual pode se mostrar interendotelial associado à pré-eclâmpsia se desenvolve
elevada em até 05 vezes. Também ocorre a endoteliose nos níveis da pressão arterial (hidráulico) muito mais
glomerular bloqueando a barreira de filtração. Os valores de baixos do que aqueles que geralmente causam edema
creatinina se alteram, normalizando em média 10 dias após vasogênico e está acoplado a uma perda de
o parto. Na maioria das mulheres a concentração de sódio autorregulação do limite superior.
fica elevada. A terapia hídrica intravenosa intensiva não é
indicada como "tratamento" para mulheres pré-eclâmpticas
com oligúria. As exceções são débito urinário diminuído por
hemorragia ou perda de líquido por vômito ou febre – isso
pois aumentam a pressão de enchimento esquerdo e podem
gerar edema agudo de pulmão.
 Proteinúria: algum grau de proteinúria irá estabelecer o
diagnóstico de pré-eclâmpsia, podendo se desenvolver
tardiamente. Para uma amostra quantitativa de 24h, o
limiar de consenso usado é superior a 300mg/24h (Task
Force 2013).
 Alterações anatômicas: há um aumento glomerular, alças
capilares encontram-se variavelmente dilatadas e
contraídas.
 Lesão renal aguda: a necrose tubular aguda raramente é  Manifestações neurológicas: as manifestações
causada apenas pela pré-eclâmpsia, normalmente esta neurológicas significam envolvimento grave e necessitam
associado a hemorragia obstétrica grave na qual não foi de atenção imediata. A cefaleia e escotomas se originam
administrada a reposição sanguínea adequeada. de hipoperfusão vascular cerebral, com predileção pelos
lobos occipitais. As convulsões são manifestações
diagnósticas da eclâmpsia, consistindo na liberação de
neurotransmissores excitatórios (glutamato),
despolarização maciça dos neurônios em rede e surtos de
potenciais de ação – se o processo se estender pode-se
gerar lesões significativas e disfunção cerebral. A cegueira
é uma terceira manifestação, rara com a pré-eclâmpsia
isolada, mas se complica com convulsões; pode se
desenvolver em até 7 dias ou mais após o parto – são de
dois tipos: occipital (amaurose) – as mulheres
apresentam extenso edema vasogênico, duram em media
de 4h a 8 dias -, ou por lesão retiniana, que pode ser por
descolamento (em geral unilateral e raramente causa
perda total da visão) ou infarto (retinopatia de Purtscher).
O edema cerebral generalizado pode se desenvolver e
geralmente se manifesta por mudanças no estado mental
e variam de confusão a coma.
º

 Perfusão uteroplacentária: é o maior culpado no aumento de Síndrome HELLP: hemólise +


taxas de morbimortalidade perinatal. trombocitopenia + níveis séricos
o Predição: foram feitas tentativas para identificar os marcadores aumentados de transaminase
preditivos de pré-eclâmpsia e suas complicações. Não existem hepática = indicativo de necrose
testes definitivos, porém a combinação de alguns pode ser hepatocelular. Não há uma definição
efetiva dentro do processo. universalmente aceita. Normalmente as
 Teste de resistência vascular e perfusão placentária: mulheres acometidas por essa síndrome
 Testes pressóricos provocativos: são conhecidos os: teste apresentam piores desfechos e mais risco
de rolagem, teste do exercício isométrico e teste de de complicações.
infusão de angiotensina II – sensibilidade de 55 a 70% e
especificidade de 85%;  ECLÂMPSIA: em uma mulher com pré-eclâmpsia, uma convulsão
 Dopplervelocimetria da artéria uterina: A maior que não pode ser atribuída a outras causas é denominada eclâmpsia.
velocimetria da artéria uterina, determinada pela o As convulsões são generalizadas, podendo aparecer antes,
ultrassonografia (US) com Doppler, no primeiro ou durante ou depois do trabalho de parto (10% das mulheres em
segundo trimestres, deve fornecer evidência indireta 48h);
deste processo, servindo, assim, como um teste preditivo o Elas aumentam o risco para mãe e feto;
para a pré-eclâmpsia. Tem valor para restrição de o As principais complicações maternas são: descolamento de
crescimento fetal comprovadamente. placenta, déficits neurológicos, pneumonia aspirativa, edema
 Análise de onda pulsátil: rigidez de pulso arterial à pulmonar, parada cardiopulmonar, IRA e morte em 1% dos casos
palpação é um indicador de risco cardiovascular. (isso aumenta em 1.000x para países em desenvolvimento e/ou
 Função endócrina da unidade fetoplacentária: tabela; subdesenvolvidos);
o Quase sem exceção a pré-eclâmpsia precede as convulsões
eclâmpticas;
o O risco aumenta a medida que o termo se aproxima – maioria
dos episódios ocorre no 3º trimestre;
o Fatores de risco:
 É evitável com cuidado pré-natal adequado;
o Tratamento imediato da convulsão:
 Deve-se proteger a mulher, principalmente a via respiratória;
 Os músculos se contraem em relaxam de maneira alternada,
por em média 1min, após isso os movimentos são menos
frequentes e a mulher se torna imóvel;
 Depois da convulsão a mulher entra em estado pós-comidal;
 As respirações depois de uma convulsão eclâmptica
aumentam incomumente, podendo atingir 50 ou mais por
o Prevenção: minuto em resposta à hipercarbia, acidose láctica e hipoxia
 Dieta hipossódica: é ineficaz na prevenção de pré-eclampsia; transitória.
 Suplementação de cálcio: em recente metanálise registrou-  A cianose pode ser observada nos casos graves.
se que o aumento da ingestão de cálcio diminui o risco de  A febre alta é um sinal de gravidade, porque provavelmente
pré-eclâmpsia em mulheres de alto risco; resulta da hemorragia vascular cerebral.
 Suplementação com óleo de peixe: não existem indicadores  Na eclâmpsia anteparto, o trabalho de parto pode começar
positivos para tal medida; de forma espontânea, logo depois que se estabelecem as
 Fármacos anti-hipertensivos: as mulheres que receberam convulsões, podendo progredir com rapidez. Quando a
diuréticos tem diminuição do edema e hipotensão, mas não convulsão acontece durante o trabalho de parto, as
afeta-se a pré-eclâmpsia. E em mulheres com hipertensão contrações podem aumentar em frequência e intensidade,
crônica, no intuito de evitar-se a pré-eclâmpsia superposta podendo a duração do trabalho de parto ser encurtada. Por
também não se demonstrou grandes mudanças; causa da hipoxemia materna e acidose láctica causadas pelas
 Antioxidantes: não existem estudos conclusivos sobre o uso convulsões, não raro a bradicardia fetal segue-se a uma
de vitaminas para reduzir o estado oxidativo. convulsão.
 Agentes antitrombóticos: a síndrome caracteriza-se por  O edema pulmonar pode ocorrer logo após as convulsões
vasospasmo, disfunção da célula endotelial, bem como eclâmpticas ou até varias horas mais tarde – causado por
ativação das plaquetas e sistema de coagulação-hemostasia. pneumonite aspirativa;
Além disso, o desequilíbrio das prostaglandinas pode estar  As hemorragias cerebrais são mais comuns em mulheres com
presente, e as outras sequelas incluem infarto placentário e hipertensão crônica que desenvolve o quadro eclâmptico na
trombose da artéria espiralada. gestação;
 AAS em baixa dosagem: de 50 a 150mg o AAS inibe  10% das mulheres são acometidas por cegueira,
efetivamente a biossíntese do tromboxano A2 normalmente isso acontece devido a edema no lobo occipital
plaquetário. Não foi demonstrado em ensaio clínico – retorno em 1 a 2 semanas após parto;
beneficio efetivo, porém é demonstrado a diminuição do o Manejo da eclâmpsia:
risco, sendo que a Task Force recomenda o uso para  O sulfato de magnésio é altamente efetivo na prevenção de
mulheres com alto risco (soma de fatores de risco); convulsões em mulheres com pré-eclâmpsia e em
interromper nas com eclâmpsia.
 Controle das convulsões usando uma dose de ataque de
sulfato de magnésio IV, seguindo de infusão continua;
 Administração intermitente de droga anti-hipertensiva se
essa for perigosamente alta;
º

 Evitar diuréticos a menos que exista edema pulmonar e


limitar a administração de líquidos intravenoso;
 Parto do feto;
o Sulfato de Magnésio para controle de convulsões:
 Nos casos mais graves é administrado via parenteral, é um  CONDUTA CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA:
efetivo anticonvulsivo que evita a produção de depressão no o Independentemente da gravidade do quadro clínico, toda
SNC na mãe e bebê; paciente com diagnóstico de préeclâmpsia deve ser hospitalizada
 Como o trabalho de parto e o parto constituem o momento para acompanhamento em unidade de gestação de alto risco
mais provável de desenvolvimento de convulsões, as (nível de evidência II);
mulheres com pré-eclâmpsia/eclâmpsia comumente recebem o Para a prevenção da pré-eclâmpsia, não se recomenda
durante o trabalho de parto e 24h após esse; prescrever ácido acetilsalicílico para gestantes normais (grau de
 A via intramuscular é pouco utilizada, mas é o caminho recomendação A); porém, para mulheres com risco moderado e
quando a intravenosa apresenta dificuldades (técnicas ou elevado de pré-eclâmpsia, o uso de baixas doses pode ser útil,
tecnológicas); devendo ser iniciado na 12ª à 14ª semana de gestação (grau de
 O sulfato de magnésio não é administrado para tratar a recomendação B);
hipertensão; o O tratamento definitivo da pré-eclâmpsia é a interrupção da
 É preciso ter atenção pois o magnésio administrado via gestação e a retirada da placenta, medida que é sempre benéfica
parenteral é quase totalmente depurado por excreção renal, para a mãe. Entretanto, a interrupção da gestação pode não ser
sendo que os níveis séricos de creatinina devem ser benéfica para o feto, devido às complicações inerentes à
determinados para perceber taxa de filtração glomerular prematuridade. Por isso, devem ser avaliadas a idade
decrescente. gestacional, a gravidade da doença, as condições maternas e
 O desaparecimento de reflexos patelares e aquilianos se fetais e a maturidade fetal, para se indicar o momento mais
dá quando o nível plasmático de magnésio alcança adequado para a interrupção da gestação.
10mEqL, sendo esse um sinal de iminente intoxicação; o Na gestação a termo não existem dúvidas: recomenda-se que a
 A respiração fica enfraquecida se os níveis continuarem a intervenção seja considerada em todos os casos a partir da 37ª
subir e pode haver paralisia respiratória; semana de gravidez.
 Se reverte o quadro com gluconato de cálcio ou cloreto o Para o período pré-termo, inferior a 37 semanas, algumas
de cálcio, 1g, via intravenosa + suspensão do sulfato de considerações deverão ser feitas:
magnésio;  Mulheres com idade gestacional de 32 a 34 semanas e mais
 Altas doses de magnésio deprimem a contratilidade do deverão ser consideradas para tratamento conservador em
miométrio; unidades especializadas;
 A administração de corticoide está indicada para grávidas
pré-eclâmpticas com idade gestacional entre 24 e 34
semanas;
 A interrupção da gestação deverá ser sempre considerada
nos casos de pré-eclâmpsia grave, independentemente da
idade gestacional.
o Recomenda-se o uso de sulfato de magnésio para prevenir
eclâmpsia em mulheres com pré-eclâmpsia grave (grau de
recomendação A) e para a prevenção de eclâmpsia se a pré-
eclâmpsia for leve, porém com impacto diferente (grau de
recomendação B).
o O tratamento da hipertensão depende do estado clínico da
gestante:
 Deve ser instituído de maneira mais precoce quando PA >
150/100mmHg;
 O objetivo do tratamento é alcançar a PA sistólica entre 130
e 150; e a diastólica entre 80 e 100mmHg;
 O tratamento pode ser:
 Agudo: em urgência ou emergência hipertensiva, requer
hospitalização, monitoramento, antecipação do parto e
administração parenteral de drogas anti-hipertensivas
(preferencialmente hidralazina) + Sulfato de magnésio;
 Longo prazo: tratamento via oral para pacientes com pré-
eclâmpsia mas com quadro estabilizado. Não prescrever
se valores de PA<150/100;
 O tratamento via oral é o mesmo para gestantes com
hipertensão crônica, sendo que a alfametildopa é a droga
preferida por ser a mais estudada e sem comprovação de
efeitos deletérios ao feto;
 Nifedipino, anlodipino e verapamil podem ser consideradas
drogas alternativas;
 Betabloqueadores são seguros na gravidez, mas se atribuem
a eles redução do crescimento fetal;
 Diuréticos são evitados;
º

 A diminuição excessiva da PA pode acarretar


comprometimento do bem estar fetal – agravamento da
perfusão placentária.

 MANUAL TÉCNICO GESTAÇÃO DE ALTO RISCO – MS


º

o Quando ocorre a descarga de neurotransmissores nos neurônios


adrenérgicos a α-metilnorepinefrina é liberada no lugar da
norepinefrina e com isso não há alteração da resposta
vasoconstritora à neurotransmissão adrenérgica periférica.
Diminui a resistência vascular periférica, sem causar alterações
no débito cardíaco e geralmente é associada a diuréticos.
o É indicada no tratamento da hipertensão crônica de leve a
moderada na gravidez. Pode apresentar os seguintes efeitos
adversos: sedação, hipotensão postural, hepatotoxicidade,
anemia hemolítica, febre e rebote na retirada. E é contra indicado
a pacientes que apresentem: hipersensibilidade a metildopa e
doença hepática ativa. Interage com inibidores da monoamina
oxidase e pseudoefedrina podendo ocasionar em crise
hipertensiva; com antidepressivos tricíclicos e fenotiazidas
reduzindo a atividade da metildopa; com ferro diminuindo a
absorção da metildopa, com consequente redução de sua
eficácia.
 HIDRALAZINA: causa vasodilatação por ação direta na
musculatura lisa arterial, diminuindo assim a pressão arterial. Na
insuficiência cardíaca congestiva promove aumento direto no débito
cardíaco, secundário à diminuição da resistência sistêmica.
Absorção: gastrintestinal rápida e quase completa (90%);
biodisponibilidade: 31% em indivíduos acetiladores lentos (que
geralmente requerem doses menores) e 10% em acetiladores
rápidos. Biotransformação: no fígado; dois metabólitos ativos têm a
mesma potência da Hidralazina. Concentração (pico): 1 a 2 horas.
Eliminação: urina (52 a 90%, principalmente como metabólitos);
fezes (10%).
 BETAMETASONA: é uma associação de ésteres de Betametasona
que produz efeitos antiinflamatórios, antialérgicos e anti-reumáticos.
A atividade terapêutica imediata é fornecida pelo éster solúvel de
Fosfato Dissódico de Betametasona, o qual é rapidamente absorvido
após a injeção. A atividade prolongada e absorção lenta, controla os
sintomas durante um longo período. O tamanho reduzido do cristal
de Dipropionato de Betametasona permite o uso de agulha de fino
calibre (até calibre 26) para administração intradérmica e
intralesional. Os glicocorticóides, como a Betametasona, causam
profundos e variados efeitos metabólicos e modificam a resposta
imunológica do organismo e diversos estímulos. A Betametasona
possui grande atividade glicocorticóide e pequena atividade
mineralocorticóide.
 SULFATO DE MAGNÉSIO: O Sulfato de Magnésio tem efeito
depressor sobre o sistema nervoso central. Bloqueia a transmissão
neuromuscular controlando assim as convulsões. Também utilizado
para a reposição de magnésio. Age como um bloqueador de canal
de cálcio fisiológico e bloqueia a transmissão neuromuscular. Como
a hipomagnesia pode precipitar FV refratária e dificultar a reposição
de potássio intracelular, ela deve ser corrigida quando presente.

 As mulheres morrem como resultado de complicações que ocorrem


durante ou depois da gestação e do parto. A maioria dessas
complicações se desenvolve durante a gravidez e a maior parte delas
pode ser evitada e tratada. Outros problemas de saúde podem
acontecer antes da gestação, mas são agravados durante a mesma,
especialmente se não forem tratados como parte do cuidado da
mulher. As principais complicações, que representam quase 75% de
 METILDOPA: a Metildopa é um anti-hipertensivo simpatolítico de
todas as mortes maternas, são:
ação central, que atua como agonista dos receptores adrenérgicos
o Hipertensão (pré-eclâmpsia e eclâmpsia);
centrais alfa-2, reduzindo o efluxo simpático do tronco encefálico.
o Hemorragias graves (principalmente após o parto);
Trata-se de um pró-farmaco com estrutura química caracterizada
o Infecções (normalmente depois do parto);
por alfa-metil-3,4-diihidroxi-l-fenilalanina uma molécula análoga da
o Complicações no parto;
DOPA, que é metabolizada pela descarboxilase nos neurônios
o Abortos inseguros.
adrenérgicos dando origem à α-metildopamina e posteriormente à
o As demais estão associadas a doenças como malária ou infecção
α-metilnorepinefrina, que será armazenada nas vesículas
pelo HIV durante a gravidez.
neurossecretoras, substituíndo assim a norepinefrina.
º

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