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Doenças neurológicas;
Doenças psiquiátricas que precisem de
acompanhamento;
Doenças autoimunes
Alterações genéticas maternas;
Antecedentes de TVP e TEP
MINISTÉRIO DA SAÚDE: Ginecopatias
o Devido a fatores de risco, algumas gestantes podem apresentar
maior probabilidade de evolução desfavorável e isso caracteriza
Portadores de doenças infecciosas como hepatites,
a gestação de alto risco; toxoplasmose, HIV, sífilis terciárias e outras;
o A identificação do risco objetiva reduzir a mormibortalidade Hanseníase
materno-infantil; Tuberculose
o O objetivo não é fornecer um diagnóstico, mas sim uma Dependência de drogas lícitas ou ilícitas
probabilidade clínica – facilitando gestão e produzindo impacto Fatores relacionadas à história reprodutiva anterior:
na história natural de doenças agudas e graves; Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior –
o A avaliação do risco é permanente e deve acontecer em toda causa desconhecida (mais atenção);
consulta;
História previa de doença hipertensiva da gestação com
o Quanto maior o risco, mais recursos de maior densidade
mau resultado obstétrico e/ou perinatal;
tecnológica são utilizados;
o Quando não há necessidade de alta densidade tecnológica em Abortamento habitual
saúde e com menor risco de morbimortalidade materna e Esterilidade/infertilidade;
perinatal a gestação se classifica em baixo risco – sendo que isso Fatores relacionados à gravidez atual:
se confirma apenas após o parto e puerpério; Restrição do crescimento intrauterino
o Fatores de risco que permitem a realização do pré-natal pela Polidrâmnio ou oligodrâmnio;
equipe de atenção básica:
Gemeralidade
Fatores relacionados às características individuais e às
condições sociodemográficas desfavoráveis:
Malformações fetais ou arritmia fetal
Idade menor do que 15 e maior que 35; Distúrbios hipertensivos da gestação;
Ocupação: esforço físico excessivo, carga horaria Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios
de pielonefrite;
extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes
físicos, químicos e biológicos; Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tto com
sulfato ferroso
Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez;
Situação conjugal insegura; Portadoras de doenças infecciosas como hepatites,
toxoplasmose, HIV, sífilis terciaria;
Baixa escolaridade
Infecções como rubéola e citomegalovirose adquiridas na
Altura menor que 1,45m gestação atual;
IMC com baixo peso, sobrepeso ou obesidade Evidência laboratorial de proteinúria;
Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: DM gestacional
RN com restrição de crescimento, pré-termo ou Desnutrição materna severa;
malformado;
Obesidade mórbida ou baixo peso
Macrossomia fetal
NIC III
Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas;
Alta suspeita clinica de CA de mama ou mamografia com
Intervalo interpartal menor que 02 anos ou maior que 05 Bi-rads III ou +;
anos;
Adolescentes com fatores de risco psicossocial;
Nuliparidade e multiparidade;
o Fatores de risco que indicam encaminhamento à
Cirurgia uterina anterior; urgência/emergência obstétrica:
Três ou mais cesarianas; Síndromes hemorrágicas (incluindo deslocamento prematuro
Fatores relacionados à gravidez atual: de placenta, placenta prévia), independente da dilatação
Ganho ponderal inadequado cervical e da idade gestacional;
Infecção urinária Suspeita de pré-eclâmpsia: PA > 140/90, medida após um
Anemia mínimo de 5 minutos de repouso na posição sentada. Quando
o Fatores que podem indicar o encaminhamento ao pré-natal de estiver associada a proteinúria, pode-se usar o teste rápido.
alto risco: abrange cerca de 10% das gestação. Obs: edema não é mais critério diagnóstico (grau de recomendação C).
Fatores relacionados a condições prévias:
Cardiopatia Sinais premonitórios de eclampsia em gestantes hipertensas:
escotomas cintilantes, cefaleia típica occipital, epigastralgia
Pneumopatias graves
ou dor intensa no hipocôndrio direito;
Nefropatias graves Eclâmpsia (crises convulsivas em pacientes com pré-
Endocrinopatias (especialmente DM, hipotireoidismo e eclâmpsia)
hipertireoidismo); Crise hipertensiva (PA > 160/110);
Doenças hematológicas; Amniorrexe prematura: perda de liquido vaginal (liquido, em
HAS e/ou caso de paciente que faça uso de anti- pequena ou grande quantidade, mas de forma persistente),
hipertensivo;
º
Incidência:
o As doenças hipertensivas complicam até 10% das gestações;
Fatores de risco:
o A gestante com risco pode ser identificada pela presença de
fatores epidemiológicos e clínicos;
o A maioria dos casos ocorre em nulíparas;
o Na multípara a DHEG é mais comum em pacientes com
hipertensão pré-gravídica ou quando há troca de parceiro.
o A maioria dos casos de DHEG está nos extremos reprodutivos da
vida da mulher – abaixo de 18 e acima dos 40;
o As formas mais graves determinam mais mortes maternas em
mulheres com menos de 30 anos;
PRÉ-ECLÂMPSIA: é uma síndrome especifica da gestação que
o A predisposição hereditária é controversa;
pode afetar quase todos os sistemas orgânicos.
o A obesidade é um fator de risco clássico para DHEG;
o Ela vai além da associação de hipertensão gestacional com
o Também é mais comum o desenvolvimento nos casos de doença
proteinúria – porem o aparecimento dela permanece como um
trofoblástica gestacional e de maneira mais precoce;
importante critério diagnóstico objetivo, isso porque ela define o
o Na presença de feto hidrópico, a incidência é de
amplo extravasamento endotelial sistêmico, o que caracteriza a
aproximadamente 50%;
doença;
o A incidência é maior se já foi desenvolvida em gestação anterior;
o A proteinúria é definida por excreção na urina de 24h que excede
o A incidência de DHEG em pacientes com diabetes pré-gestacional
a 300mg;
é de 20%.
o A Task Force (2013) sugeriu outros critérios que não a
o É mais comum em mulheres com trombofilias – principalmente
proteinúria (acima) e incluem: trombocitopenia, disfunção renal,
com síndrome antifosfolipide;
necrose hepatocelular, perturbações do SNC ou edema
pulmonar;
o Fatores de risco:
Mulheres jovens e nulíparas são mais vulneráveis;
º
Mais frequente em mulheres negras e afro-americanas; placentários ou micropartículas que incitam uma
Influencias ambientais e sazonais; resposta inflamatória sistêmica
Obesidade O desenvolvimento de hipertensão gestacional, pré-
Gestação de múltiplos fetos eclâmpsia, parto prematuro, restrição de crescimento
Síndrome metabólica; fetal e/ou descolamento da placenta em mulheres
Tabagisbo é associado a um risco reduzido de hipertensão na grávidas suscetíveis
gestação (Bainbridge, 2005; Zhang, 1999) – regula de
maneira ascendente a expressão de adrenomedulina
placentária regulando a homeostasia de volume;
Mulheres que já tiveram na primeira gravidez;
o Etiopatogenia:
Independentemente da etiologia precipitante, a cascata de
eventos que conduz à pré-eclâmpsia caracteriza-se por uma
variedade de anormalidades que resulta em lesão endotelial
vascular e subsequente vasospasmo, transudação de plasma,
bem como sequelas isquêmicas e trombóticas.
Um feto não constitui um requisito para pré-eclâmpsia – pois
embora as vilosidades coriônicas sejam essenciais, não
precisam estar dentro do útero;
São mais prováveis em mulheres:
Expostas a vilosidades coriônicas pela primeira vez;
Expostas a uma superabundância de vilosidades (gêmeos
ou mola hidatiforme);
Condições preexistentes de ativação de células
endoteliais ou inflamação, como DM ou doença renal;
Geneticamente predispostas;
Expressão fenotípica de pré-eclâmpsia:
Existem pelo menos dois subtipos principais,
diferenciados caso a remodelação de arteríolas espirais
uterinas seja ou não defeituosa;
O conceito gerou a teoria do “distúrbio de dois estágios”
da etiopatogenia, sendo que considera-se que inclui:
“pré-eclâmpsia materna e placentária”.
O estágio 1 é causado pela remodelação
2. Má adaptação da tolerância imunológica entre os
troflobástica endovascular defeituosa, que
tecidos materno, placentário e fetal:
causa o estágio 2 que é a síndrome clínica;
Para um desenvolvimento gestacional normal é
o Etiologia: os mecanismos mais importantes são:
necessário que a haja uma tolerância imune materna
1. Implante da placenta com invasão troflobástica
aos antígenos derivados da placenta e do feto;
anormal dos vasos uterinos:
A perda da tolerância ou a desregulação é outra teoria
A implantação normal é caracterizada por
contribuinte para a pré-eclâmpsia;
remodelação extensa das arteríolas espiraladas dentro
Certamente, as alterações histológicas na interface
da decídua basal; os trofoblastos endovasculares
materno-placentária são sugestivas da rejeição aguda
substituem os revestimentos muscular e endotelial
do enxerto;
vasculares para aumentar o diâmetro vascular.
Alguns dos fatores possivelmente associados à
Na pré-eclâmpsia pode haver invasão troflobástica
desregulação incluem "imunização" a partir de uma
incompleta, com isso os vasos deciduais tornam-se
gravidez prévia, haplótipos de antígeno leucocitário
revestidos com trofoblastos endovasculares, mas os
humano herdado (HLA) e de receptores de células
miometriais não;
natural killer, e possivelmente genes de
As arteríolas miometriais mais profundas não perdem
suscetibilidade compartilhada com diabetes e
o revestimento endotelial e tecido musculoelástico,
hipertensão;
sendo que o diâmetro externo médio apenas metade
O fato de a pré-eclâmpsia ser um distúrbio
daquele dos vasos nas placentas normais;
imunomediado explica o porque da maior incidência
A magnitude da invasão trofoblástica defeituosa
na primeira gestação;
correlaciona-se à gravidade do distúrbio hipertensivo;
O maior risco de desregulação da tolerância tambem
As alterações precoces da pré-eclâmpsia incluíam o
esta associada a outros fatores, como a carca
dano endotelial, insudação dos constituintes
antigênica paterna, feto com trissomia no 13
plasmáticos nas paredes vasculares, proliferação das
(incidência de 30 a 40% de pré-eclâmpsia);
células miointimais e necrose medial.
Mulheres que engravidam do mesmo parceiro,
Ocorre um acúmulo de lipídios nas células miointimais
normalmente são imunizadas contra a pré-eclâmpsia;
e em seguida dentro de macrófagos – aterose. Dessa
3. Má adaptação materna às alterações cardiovasculares
forma, é provável que a luz arteriolar espiralada
ou inflamatórias da gravidez normal:
anormalmente estreita prejudique o fluxo sanguíneo
Acredita-se que as alterações inflamatórias sejam
placentário.
continuação do estágio 1 causadas pela placentação
A perfusão diminuída e o ambiente hipóxico
anormal;
eventualmente levam à liberação de resíduos
º
adcêm da esquizocitose, esferocitose e outros, esses Fígado: alterações hepáticas nas mulheres com eclâmpsia
desarranjos resultam em hemólise microangiopática fatal são descritas desde 1856, as lesões características eram
causada por ruptura endotelial com adesão plaquetária e em região periportal e na periferia hepática. O envolvimento
deposição de fibrina. Alterações de membrana, maior hepático na pré-eclâmpsia pode ser clinicamente significativo
adesividade e agregação podem promover um estado em várias circunstâncias; o envolvimento sintomático é
hipercoagulável. considerado sinal de doença grave – manifestado por
Alterações de coagulação: maior consumo do fator VIII, sensibilidade e dor mesoepigástrica ou no quadrante superior
maiores níveis de fibrinopeptídeos A e B, e dímeros D e direito moderada a intensa. Muitas das mulheres apresentam
nos menores níveis de proteínas reguladoras, níveis elevados das aminotransferases séricas: AST ou ALT;
antitrombina III e proteínas C e S. A fibronectina sofre mesmo que assintomáticas são marcadores de pré-eclâmpsia
aumento. Quanto mais grave a pré-eclampsia pioram os grave. Porém, em alguns casos, mesmo com áreas grandes
achados da tromboelastografia. de lesão a reação clínica pode ser insignificante. Um outro
Alterações endócrinas: na gravidez normal os níveis de tipo de envolvimento é o infarto hemorrágico, que pode se
renina, angiotensina II, angiotensina I, aldosterona e estender até formar um hematoma subcapslar que pode se
peptídeo natriurético atrial mostram-se aumentados; além da romper, sendo identificados por TC ou RM, quando não
desoxicorticosterona (DOC). rompidos são mais associados a síndrome HELLP.
Alterações hidroeletrolíticas: na pré-eclâmpsia grave, o Cérebro: cefaleia e sintomas visuais são comuns com a pré-
volume de liquido extracelular – manifestado como edema – eclâmpsia grave, sendo prodrómos da eclâmpsia.
costuma ser muito maior, devido a lesão endotelial e pressão Lesões neuroanatomicas: a hemorragia intracerebral
oncótica plasmática reduzida. Após uma convulsão por macroscópica é notada em até 60% das mulheres
eclâmpsia, o pH e a concentração de bicarbonato no soro eclâmpticas, sendo fatal em metade delas. Lesões
diminuem devido à acidose láctica e a perda compensatória vasculares microscópicas clássicas consistem em necrose
de dióxido de carbono. fibrinoide da parece arterial, bem como microinfartos e
Rins: a perfusão e filtração glomerular ficam reduzidas. hemorragias perivasculares. Outras lesões importantes
Grande parte da diminuição é consequência da maior incluem edema subcortical. Um vazamento celular
resistência arteriolar aferente renal, a qual pode se mostrar interendotelial associado à pré-eclâmpsia se desenvolve
elevada em até 05 vezes. Também ocorre a endoteliose nos níveis da pressão arterial (hidráulico) muito mais
glomerular bloqueando a barreira de filtração. Os valores de baixos do que aqueles que geralmente causam edema
creatinina se alteram, normalizando em média 10 dias após vasogênico e está acoplado a uma perda de
o parto. Na maioria das mulheres a concentração de sódio autorregulação do limite superior.
fica elevada. A terapia hídrica intravenosa intensiva não é
indicada como "tratamento" para mulheres pré-eclâmpticas
com oligúria. As exceções são débito urinário diminuído por
hemorragia ou perda de líquido por vômito ou febre – isso
pois aumentam a pressão de enchimento esquerdo e podem
gerar edema agudo de pulmão.
Proteinúria: algum grau de proteinúria irá estabelecer o
diagnóstico de pré-eclâmpsia, podendo se desenvolver
tardiamente. Para uma amostra quantitativa de 24h, o
limiar de consenso usado é superior a 300mg/24h (Task
Force 2013).
Alterações anatômicas: há um aumento glomerular, alças
capilares encontram-se variavelmente dilatadas e
contraídas.
Lesão renal aguda: a necrose tubular aguda raramente é Manifestações neurológicas: as manifestações
causada apenas pela pré-eclâmpsia, normalmente esta neurológicas significam envolvimento grave e necessitam
associado a hemorragia obstétrica grave na qual não foi de atenção imediata. A cefaleia e escotomas se originam
administrada a reposição sanguínea adequeada. de hipoperfusão vascular cerebral, com predileção pelos
lobos occipitais. As convulsões são manifestações
diagnósticas da eclâmpsia, consistindo na liberação de
neurotransmissores excitatórios (glutamato),
despolarização maciça dos neurônios em rede e surtos de
potenciais de ação – se o processo se estender pode-se
gerar lesões significativas e disfunção cerebral. A cegueira
é uma terceira manifestação, rara com a pré-eclâmpsia
isolada, mas se complica com convulsões; pode se
desenvolver em até 7 dias ou mais após o parto – são de
dois tipos: occipital (amaurose) – as mulheres
apresentam extenso edema vasogênico, duram em media
de 4h a 8 dias -, ou por lesão retiniana, que pode ser por
descolamento (em geral unilateral e raramente causa
perda total da visão) ou infarto (retinopatia de Purtscher).
O edema cerebral generalizado pode se desenvolver e
geralmente se manifesta por mudanças no estado mental
e variam de confusão a coma.
º