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A aspiração maior: respeitar a vida em suas formas mais sublimes e mais humildes,
enfrentar e superar a dor e a opacidade da “realidade” humana - inerente à existência -,
buscando suprimir-lhe as raízes: os desejos e o desconhecimento, a ignorância. Na vida atual,
momento de uma série de reencarnações, o que importa é progredir pelos caminhos da
sabedoria, tendendo ao nirvana e irradiando o que dele já se pode antecipar, cultivando a
compaixão, a generosidade, a paciência e a paz.
(Adaptado de Frei Carlos Josaphat)
"Evitar o mal, fazer o bem, purificar a mente" são os preceitos de todos os Budas.
I. SURGIMENTO E EXPANSÃO
Tradição filosófica e religiosa baseada nos ensinamentos de Siddhartha Gautama, ou Sakyamuni - o sábio do clã dos Sakya -, o
Buda histórico, que viveu entre 563 e 483 a.C. no Nepal.
De lá o budismo se espalhou pela Índia, Ásia, Tibete, Sri Lanka (antigo Ceilão), sudeste asiático, países do leste asiático, incluindo
China, Mianmar, Coréia, Vietnã e Japão.
Hoje encontramos adeptos desta tradição religiosa em quase todos os países do mundo, amplamente divulgada pelas diferentes
escolas budistas – a hinayana e a mahayana -, e conta com cerca de 376 milhões de seguidores.
Surgiu no nordeste da Índia, entre os séculos VI a.C. e IV a.C.;
período de grandes transformações sociais, políticas e econômicas naquela região do globo.
A antiga religiosidade bramânica, centrada em sacrifícios de animais, na divisão da sociedade em castas e num rigoroso
ascetismo – rudes práticas de busca de elevação espiritual - eram elementos questionados por vários grupos religiosos que se
articulavam em torno de algum mestre ou guru naquele tempo;
um destes guias espirituais foi Siddhartha Gautama, o Buda histórico, cuja vida a maioria dos estudiosos ocidentais e
indianos situa entre 563 a.C. e 483 a.C., embora os japoneses considerem mais provável uma data entre 448 a.C. e 368
a.C., como época de seu aparecimento.
Siddhartha nasceu na povoação de Kapilavastu, que seria a aldeia indiana de Piprahwa, situada perto da fronteira indo-
nepalesa;
pertencia à casta guerreira ksatriya.
Várias lendas afirmam que Siddhartha viveu no luxo, sob a tutela de seu pai que teria feito de tudo para evitar que ele
entrasse em contacto com os aspectos desagradáveis da vida.
Por volta dos 29 anos, Siddhartha decidiu abandonar a vida luxuosa - renunciar ao fausto e a todos os bens materiais e
ajustar sua vida àquela de ascetas hindus renunciantes, aos quais se juntou, nas florestas.
Praticou a Yoga, numa forma que não é a mesma que é hoje conhecida nos países ocidentais, e seguiu práticas
ascéticas extremas, mas acabou por abandoná-las, vendo que não conseguia obter nada delas.
Segundo a tradição, ao fim de sete longos e angustiantes anos de árdua busca, sentado debaixo
da árvore Bodhi, uma espécie de figueira, a verdade iluminou-lhe o espírito.
Numa profunda experiência religiosa, ele descobriu a solução para a libertação do ciclo de
samsara, do eterno retorno, do renascimento em muitas existências e mortes que o
atormentava.
Pouco depois, decidiu retomar a sua vida errante, tendo chegado a um bosque perto de Benares,
onde pronunciou um sermão diante de cinco jovens que, convencidos pelos seus ensinamentos,
tornaram-se seus primeiros discípulos – nascia então o budismo.
Junto com seus discípulos, Siddharta formou a primeira comunidade monástica (sangha).
Siddhartha Gautama, o Buda histórico, dedicou então o resto da sua vida (talvez trinta ou cinquenta anos) a pregar a
sua doutrina por meio de um método oral, não tendo deixado quaisquer escritos.
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A escola mahayana prega a salvação universal, em que todo o homem pode tornar-se um Buda (iluminado), sem recorrer
à vida monástica.
A doutrina budista compreende também um decálogo que os monges devem observar integralmente.
Os leigos podem contentar-se com os primeiros cinco mandamentos:
1. Não matar nenhum ser vivo.
2. Não roubar.
3. Não cometer adultério.
4. Não mentir.
5. Não usar substâncias entorpecentes.
6. Não tomar qualquer alimento, além da refeição do meio-dia.
7. Evitar os espetáculos mundanos.
8. Não ornamentar nem perfumar o próprio corpo.
9. Evitar os leitos macios ou elevados do chão.
10. Viver em constante pobreza.
Há escolas budistas que aceitam a doutrina do renascimento das almas de um ser vivo para outro, até a purificação
completa, como o hinduísmo, quando, depois do último renascimento, o espírito passa para o Nirvana;
em contraste com o hinduísmo, não evoca a existência de nenhum deus;
nega também o valor do culto sacrificial.
O CAMINHO ÓCTUPLO
É o caminho ensinado pelo Buddha que conduz ao despertar;
recebe este nome por ser dividido em oito práticas, geralmente agrupadas em três práticas.
1. A Compreensão correta do estilo budista de vida
2. O Pensamento correto - o budista deve substituir a malícia e os pensamentos odiosos cultivando um estado mental de paz,
serenidade e boa-vontade.
3. A Palavra correta – a prática da comunicação generosa, prestativa e verdadeira.
4. As Ações corretas – viver de maneira honesta e assumir responsabilidade das próprias ações.
5. O Modo de vida correto - um budista não pode ter uma ocupação que seja prejudicial a outras pessoas
6. O Esforço correto – um budista deve esforçar-se para vencer motivações que não sejam saudáveis e cultivar as saudáveis.
7. A Atenção correta – devem-se considerar todas as coisas com cuidado, falar e pensar com atenção.
8. A Meditação correta – deve-se buscar a concentração profunda na maneira de se atingir os objetivos dos ensinamentos
budistas.
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no entanto, existem alguns preceitos básicos que constituem a ética buddhista: não matar; não roubar; não ter uma conduta
sexual indevida; não mentir; e não usar entorpecentes.
Desta forma, são evitadas as ações que resultam em frutos negativos;
os buddhistas devem cultivar as ações que conduzem a frutos positivos: praticar a bondade amorosa, a generosidade, o
contentamento, a honestidade e a atenção plena.
muitos movimentos esoteristas e sincréticos procuram se apresentar como "verdadeiros budismos", "adaptações para o Ocidente", etc.;
freqüentemente questiona-se quanto ao budismo ser ou não uma religião (por não aceitar a existência de um deus criador do mundo).
X. BIBLIOGRAFIA
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