Você está na página 1de 33

EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Capítulo 11

Análise em Regime Permanente C.A.


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

11.1 Análise Nodal

Relação tensão-corrente:

V = ZI

Diferença entre circuitos resistivos e fasoriais:

•  as excitações e as respostas são complexas nos circuitos fasoriais.

Assim, os métodos de análise nodal e de malhas, ou de laços, podem ser


utilizados em circuitos fasoriais.
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Cálculo de v1 e v2 em regime permanente.

1F
1/2 Ω
v1 v2

1/2 H
5cos(2t) [V] + 1/2 F 1/4 H 1 Ω
5cos(2t) [A]
-

EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Circuito fasorial:

− j1 2 Ω
1 2Ω
V1 V2

j1 Ω
+ j1 2 Ω 1Ω
5∠0º [V]
-
− j1 Ω 5∠0º [A]

1
ZC = − j
ωC

Z L = jω L
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Circuito simplificado:
1 2Ω V1 − j1 Ω V2

+ 1 + j2
5∠0º [V]
-
− j1 Ω Ω 5∠0º [A]
5

Equações nodais:

V1 − 5∠0° V1 V1 − V2
12
+
− j1
+
− j1
=0 (2 + j2) V1 − jV2 = 10
V2 − V1 V2
+ = 5∠0° ( )
− jV1 + 1− j V2 = 5
− j1 (
1+ j2 5 )
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Resolvendo por determinantes:

10 −j
Δ1 5 1− j 10 − j5
V1 = = = = 2− j
Δ 2 + j2 − j 5
−j 1− j

2 + j2 10
Δ2 −j 5 10 − j20
V2 = = = = 2 + j4
Δ 2 + j2 −j 5
−j 1− j

V1 = 5∠ − 26,6° #$V%& (
v1 = 5 cos 2t − 26,6°) "V$
# %

V2 = 2 5∠63,4° "#V$% (
v2 = 2 5 cos 2t + 63,4° ) !V#
" $
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Cálculo da resposta forçada i. Fonte dependente.


3000i [V]
i 1 2 kΩ
v v + 3000i
-
+
2 kΩ
4cos(5000t) [V] + 1
-
2 kΩ µF
5 1
µF
5

1 2 kΩ 3000I
I
V V + 3000I
-
+

+ 2
4∠0º [V]
-

(1 − j 2) kΩ (2 − j1) kΩ
5
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

I 1 2 kΩ
V V + 3000I
-
+

3000I
+ 2
4∠0º [V]
-

(1 − j 2) kΩ (2 − j1) kΩ
5

V−4 V V + 3000I
+ + =0
1 3 2 ( 3
)
⋅10 1− j2 ⋅103 2 − j1 ⋅10
( )
2 5 Substituindo

4−V 1
I= V = 4 − ⋅103 I
1 3 2
⋅10
2
I = 24 ⋅10−3∠53,1° $%A&' (
i = 24cos 5000t + 53,1° ) !mA#
" $
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Cálculo da resposta forçada v para vg = Vm cos(ωt).


1 µF

1 2 kΩ
2 kΩ v2
vg +
v1 v
-

1 µF
2 kΩ
2 kΩ

Fonte de tensão controlada a tensão:


v2
+
v
v2 -

! 2000 $ v
v = #1+ & v2 = 2v2 v2 =
2 kΩ " 2000 % 2
2 kΩ
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

− j1000 ω kΩ

1 2 kΩ 2 kΩ V/2
Vm∠0º +
V1 V
-

− j1000 ω kΩ
2 kΩ
2 kΩ

Equações nodais:
V
V1 −Vm∠0° V1 − V1 − V
Nó V1: + 2 + =0
1 2 ⋅10 3
10 6
⋅103 −j
2 ω Substituindo
V V
− V1 # &
Nó V/2: 2 2 =0 2 1
3
+ 6
V1 = %% 3
+ (( V
2 ⋅10
−j
10 $ − j2 ⋅10 ω 2 '
ω
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

2Vm
V=
( " ω 2 %+ " 2ω %
*1− $$ '- + j $$ '
6' 3 '
*) # 10 &-, # 10 &

Forma polar:
2Vm∠θ
V=
" ω %4
1+ $ '
onde # 1000 &

" %
$ 2ω 1000 '
θ = − tan −1 $ 2'
$# 1− (
ω 1000 '& )
Domínio do tempo: 2Vm
v=
4
(
cos ω t + θ )
! ω $
1+ # &
" 1000 %
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

11.2 Análise de Malha

Exemplo: Análise de malha para um circuito em regime permanente c.a.,


cálculo de v1.
1 2Ω − j1Ω
V1 V2

+ − j1Ω 1+ j2
5∠0º [V] I1 I2 Ω 5A 5∠0º [A]
-
5

I I1
V1 = 5 − 1 2
( )
− j1 I1 − I 2 = 5
2
! 1+ j2 $
( )
− j1 I 2 − I1 − j1I 2 + #
" 5 %
( )
& I2 + 5 = 0
Resolvendo:

I1 = 6 + j2 !"A#$ V1 = 2 − j1 "#V$%
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Procedimento simplificado para escrever as equações de laço e de malha em


circuitos fasoriais (semelhante aos resistivos):

Definido I3 = -5 como a corrente da malha à direita no sentido horário, as


equações de malhas podem ser escritas como:

1 2Ω V1 − j1Ω V2

+ − j1Ω 1+ j2
5∠0º [V] I1 I2 Ω I3 5∠0º [A]
-
5

"1 %
#2 &
( )
$ − j1' I1 − j1 −I 2 = 5

" 1+ j2 % " 1+ j2 %
( )
− − j1 I1 + $ − j1− j1+
# 5
' I2 − $
& # 5
' I3 = 0
&
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Cálculo de v1 em regime permanente.

sen(2t) [A]

1 2 µF 1Ω

4cos(2t) [A] v1 1 2H 2v1 [A] 1H

-

EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

1∠-90º 1∠-90º = -j1

-j1

+ − j1 Ω
4∠0º 4A V1 j1 Ω 2V1 2V1 1 + j2 Ω

-
I

Aplicando Lei de Kirchhoff para tensões no laço I:


−4 + j3
V1 = = 1∠143,1°
( )(
−V1 − j1(− j1+ I) + 1+ 2 j I + 2V1 = 0 ) 5
V1
V1 = j1(4 − I) I =− +4
j1 (
v1 = cos 2t +143,1° ) !V#
" $
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

11.3 Teoremas de Rede

Todos os teoremas de rede para circuitos resistivos são aplicáveis em circuitos


fasoriais:

§  Superposição,

§  Teorema de Norton,

§  Teorema de Thévenin,

§  Princípio da Proporcionalidade.


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Superposição, resposta forçada i.

1/4 F
i 3 Ω
1H

1/2 H
5cos(2t) [V] + 1/2 F 1 Ω
4 [A]
-

Fonte de tensão c.a. com ω = 2 rad/s e fonte de corrente c.c.

i = i1 + i2

i1 = se deve à fonte de tensão.

i2 = se deve à fonte de corrente.


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Corrente fasorial I1:

I1 3 + j2 Ω
j2 Ω

5∠0º +
-
-j1 Ω
1 Ω

5∠0°
I1 = = 2∠ − 8,1°
# 1+ j2 − j1
( )( ) & ( )
i1 = 2 cos 2t − 8,1° " A$
# %
3+ j2 + % (
%$ 1+ j2 − j1 ('
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Corrente fasorial I2:


I2 3 Ω

1 Ω
4∠0º

Fonte de tensão morta e ω = 0. I2

I g = 4∠0°

Por divisão de corrente: 4∠0º


3 Ω
1 Ω

" 1 %
I2 = −$ ' 4 = −1∠0° i2 = −1 "#A$%
# 1+ 3 &
Resposta forçada:

( )
i = i1 + i2 = 2 cos 2t − 8,1° −1 "#A$%
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

No caso dos teoremas de Thévenin e de Norton, o procedimento é semelhante


ao adotado em circuitos resistivos, mudanças:

Voc ⇔ Voc (tensão fasorial de circuito aberto)

Isc ⇔ Isc (corrente fasorial de curto circuito)

Rth ⇔ Zth (impedância de Thévenin de circuito morto)

Deve haver uma única frequência (ω) presente, caso contrário devemos
empregar superposição para dividir em problemas de frequências únicas, onde
para cada circuito temos um equivalente de Thévenin ou Norton,
Zth

+ Zth
Voc Isc
-
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Teorema de Thévenin. Cálculo da resposta forçada v.

1
F
3

+ 2v1 [A] +
1
2cos(3t) [A] 1Ω v1 F v
3
-

-

b
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

− j1 Ω

+
+ 2V1 [A]
2∠0º [A] 1Ω V1 Voc

-

-

b
Voc
Zth =
I sc
V1 = 2 ⋅1 = 2

Lei de Kirchhoff de tensões:

( ) ( )
Voc = V1 − − j1 2V1 = 2 1+ j2 = 2 + j4
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

− j1 Ω

+ 2V1 [A]
2∠0º [A] 1Ω V1 Isc

b
Equações nodais:
V1 V1
+ − 2V1 = 2 V1 = −1− j1
1 − j1
V1 I sc = 3+ j1
I sc = − +2
1
Voc 2 + j4
Zth = = = 1+ j1 "#Ω$%
I sc 3+ j1
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Circuito equivalente de Thévenin:


1 + j1 Ω
a

+
2 + j4 !"V#$ +

− j1 V
-

-

b
Divisão de tensão:
" %
− j1
V= $ ( )
' 2 + j4 = 4 − j2 = 2 5∠ − 26,6° "#V%&
( ) ( )
$# 1+ j1 + − j1 '&

Domínio do tempo:

(
v = 2 5 cos 3t − 26,6° ) "V$
# %
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Cálculo da resposta forçada V em regime permanente (Proporção).

I2 1 Ω
I1 j1 Ω

+ +
Vg = 6∠0º [V] + -j1 Ω
V1 -j1 Ω
1 Ω
V
-

-
-

Supor V = 1 V.
V V
I1 = + = 1+ j1
1 − j1 Mas Vg é igual a:
(
V1 = j1I1 + V = j1 1+ j1 +1 = j1 ) Vg =
6
⋅ j2 "#V$%
j2
V1
I2 = + I = −1+ 1+ j1 = j1
− j1 1
( ) Então,

6
Vg = 1⋅ I 2 + V1 = j1+ j1 = j2 "#V$% V = 1⋅ = − j3 #$V%&
j2
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

11.4 Diagramas Fasoriais

Fasores = números complexos ⇒ representação: vetores em um plano.

Exemplo: Circuito fasorial

I R jωL

+ -
+ -

VR VL +
Vg + -j1/ωC

-
VC

Referência: corrente I comum a todos os elementos: I = I ∠0°

Tensões fasoriais: VR = RI = R I

VL = jω LI = ω L I ∠90°
Vg = VR + VL + VC
1 1
VC = − j I= I ∠ − 90°
ωC ωC
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Caso a: |VL| > |VC| ⇒ reatância total é indutiva, a corrente atrasa a tensão da
fonte de um ângulo θ.
VL

VL + VC Vg

θ

VR I
VC

Caso b: |VL| < |VC| ⇒ reatância total é capacitiva, a corrente adianta a tensão
da fonte de um ângulo θ.
VL

θ
VR I

VL + VC
Vg

VC
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Caso c: |VL| = |VC| ⇒ reatância total é nula, a corrente e a tensão da fonte


estão em fase.
V
L

VL + VC
Vg = V R I

VC

Vg Vg
I= =
Z " 1 %
R + j $ω L − '
# ω C &
Assim,

1 1 1
ωL− =0 ωL = ω=
ωC ωC LC
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Se a corrente I é fixa, então a componente real da tensão Vg (VR= R | I |)


também é fixa.

Lugar geométrico o fasor Vg para I fixa:

ω → ∞

Vg 1
ω=
LC

ω → 0

A amplitude mínima da tensão ocorre quando ω = 1 LC . Para qualquer outra


frequência, uma amplitude maior de tensão é necessária para a mesma
corrente.
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Diagramas fasoriais. Lugar geométrico de I com a variação de R.


I R jωL

Vm∠0º +
-

I=
Vm
=
Vm R − jω L( =
)
Vm R
− j
Vmω L
R + jω L R 2 + ω 2 L2 R 2 + ω 2 L2 R 2 + ω 2 L2

I = x + jy

Vm R ω LVm
x = Re {I} = y = Im {I} = −
R 2 + ω 2 L2 R 2 + ω 2 L2

Para obter o lugar geométrico de I temos que eliminar R nas equações acima.
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

x R ω Lx
=− R=−
y ωL y
ω LVm
Substituindo na expressão y=− 2 2 2
, obtemos
R +ω L

Vm y
x2 + y2 = −
ωL

que pode ser reescrita como:


2 2
! V $ ! V $
x2 + # y + m & = # m &
" 2ω L % " 2ω L %

que é a equação de uma circunferência de raio Vm/2ωL e centro em [0, -Vm/2ωL].

A semicircunferência para x > 0 é o lugar geométrico do fasor I = x + jy, com R


variando.
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

A tensão Vm∠0º é tomada como referência.

Lugar geométrico de I.
Vm
R → ∞

2ω L Vm
0

V raio: Vm/2ωL
− m a
2ω L centro: [0, -Vm/2ωL]

I Vm R
x=
R 2 + ω 2 L2
Vm

ωL ω LVm
R=0 y=−
R 2 + ω 2 L2
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Vm R ω LVm
x= y=−
R 2 + ω 2 L2 R 2 + ω 2 L2

Se R = 0, então:
Vm
x=0 y=−
ωL
Se R → ∞, então:
x=0 y=0

A corrente fasorial move-se ao redor do círculo no sentido anti-horário.

Corrente fasorial possui duas componentes: Imcosθ em fase com a tensão e


Imsenθ que está 90º fora de fase com a tensão.

O diagrama fasorial permite visualizar a componente da corrente de fase


máxima, que ocorre no ponto a, ou seja, com θ = 45º (x = -y ou R = ωL).

Você também pode gostar