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GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

CAMILA NASCIMENTO - RA T2824H4


EDNEIA DOS SANTOS LARA – RA T2497A1
GABRIELA AMORIM – RA T6389H-0
MARIA ANGÉLICA PARAISO – RA D193GC-8

TRABALHO SOBRE O TEMA ALTERNATIVAS AO USO DA COERÇÃO COM BASE


EM ARTIGOS CIENTÍFICOS
SANTOS
2018
CAMILA NASCIMENTO - RA T2824H4
EDNEIA DOS SANTOS LARA – RA T2497A1
GABRIELA AMORIM – RA T6389H-0
MARIA ANGÉLICA PARAISO – RA D193GC-8
TRABALHO SOBRE O TEMA ALTERNATIVAS AO USO DA COERÇÃO COM BASE
EM ARTIGOS CIENTÍFICOS

Este trabalho tem o tema Alternativas ao uso a Coerção, trata-se de uma síntese com
base em artigos científicos, apresentado em formato de relatório, como parte de
avaliação na disciplina Psicologia Comportamental, do curso de graduação em
Psicologia da Universidade Paulista – UNIP.

Orientadora: Profª Dra.Cristina Varanda

SANTOS
2018

INTRODUÇÃO
Este trabalho trata-se da análise dos principais trechos divergentes ou semelhantes de
quatro artigos científicos que citam alternativas para o uso da coerção, com objetivo de
análise dos pontos de vista de diferentes autores a cerca do mesmo assunto.
A palavra coerção é utilizada para denotar o uso de punição ou ameaça de punição. O
uso de coerção é uma forma comum usada pelas pessoas com intuito de tentar
controlar uma as outras. Práticas coercitivas ocorrem em diversos ambientes, como por
exemplo, na escola, no sistema de justiça, em igrejas e etc. A coerção esta por todos
os lados em praticamente todos os ambientes, ela aumenta a probabilidade de
agressão, fuga ou esquiva. (SIDMAN, 2003).
Sidman (2003), sugere a substituição do controle coercitivo por não-coercitivo, para ele
o reforçamento positivo controla o comportamento tanto quando a coerção, com a
vantagem de ensinar a forma de agir e manter o que já aprendemos.

1. ARTIGO – A coerção e suas implicações na relação professor-aluno.


Este artigo observa os resultados de coerção versos reforçamento positivo de três
professores de escola pública para com alunos entre oito e doze anos de idade,
freqüentadores do ensino fundamental. Os dados da pesquisa revelaram que os
professores utilizam estimulação positiva e coerção diferentemente nos grupos, sendo
os alunos com histórico de fracasso escolar o maior uso de coerção e os alunos sem
este histórico com mais reforçamento positivo. Os alunos com histórico de fracasso
escolar tendem a demonstrar falta de interesse nas tarefas e fuga da aula, enquanto os
demais são mais participativos e interagem melhor.
Os pesquisadores ressaltam quando o controle aversivo é utilizado o aluno tende a
buscar formas de espaçar, dentre estas formas podem ser considerados o atraso, a
indiferença ao que esta sendo explicado e a realização de outras atividades, como por
exemplo, conversar com os colegas de classe. A coerção é utilizada em altos índices
neste grupo de alunos no intuito de punir estes comportamentos, assim como a
distração, demonstrando a falta de motivação de interesse desses alunos, uma vez que
o professor lhe proporciona menor quantidade de reforçamento positivo ou
estimulação.
Ficou claro nesta pesquisa que o professor tende a reforçar positivamente mais as
ações de alunos aos quais crêem que há possibilidade de melhor rendimento e,
contrariamente, estimular menos aqueles alunos que possuem histórico de reprovação.
Os pesquisadores concluem que o professor utiliza a coerção no intuito de punir, porém
o aluno não identifica qual de seus comportamentos é o indesejado, de forma que a
utilização da coerção pode estar produzindo esquiva ou fuga.

... o ser humano (e outros animais) busca formas de se desligar dos efeitos do reforçamento negativo e
punição (ou coerção), estando, dentre essas formas apresentadas, o desligamento e a desistência da
escola, no caso da relação ocorrer em sala de aula. Por desligamento, o autor (Skinner) comenta que o
aluno finge que não escuta o que o professor diz, e distrai-se fazendo outras coisas, mas quando a
coerção aumenta, o desligamento já não basta e ocorre, então, a desistência.
(Viecili, Medeiros, 2002)

Por fim, os pesquisadores relatam que os alunos que são menos estimulados e mais
punidos, sentem-se inseguros e aflitos em participar das atividades escolares
propostas pelo professor, e demostram a necessidade da capacitação de professores
para lhe dar com os alunos.
2 - Práticas educativas coercitivas de mães de diferentes níveis socioeconômico

Este artigo compara o uso da prática coercitivas em mães de diferentes níveis


socioeconômicos, participaram do estudo 40 mães com filhos na faixa etária de 5 a 6
anos ambos os sexos. Vinte mães eram do nível socioeconômico baixo e vinte mães
de nível socioeconômico médio/alto de acordo com critério de Hollingshead, (esta
escala avalia o nível socioeconômico através de quatro fatores, educação, ocupação,
estado civil e sexo) as mães foram contatadas através de uma escola pública e de uma
escola privada na cidade de Salvador.

O uso da coerção pelos pais na regulamentação do comportamento de seus filhos tem


sido investigado por diversos pesquisadores, devido a sua consequência negativa para
desenvolvimento infantil.

No que se refere as práticas educativas parentais, surras, castigos, ameaça são


exemplos comuns do cotidiano de muitas famílias. Depressão, ansiedade, dificuldade
de aprendizagem escolar, agressividade e comportamento antissociais são alguns dos
prejuízos que estão relacionados ao uso frequente da prática coercitiva.

Para alguns pesquisadores o nível socioeconômico é um fator importante para a


compreensão das práticas educativas, alguns estudos têm como argumento de que
baixo nível socioeconômico estaria relacionado com o baixo nível de escolaridade e,
consequentemente, pouco conhecimento sobre cuidados parentais e desenvolvimento
infantil.

Outros autores dão ênfase maior nas características culturais do contexto da família, a
religião adotada pelas mães foi o fator mais fortemente relacionado a crença na
legitimidade da punição física.

Os resultados demonstraram que as pessoas que pertencem a camadas sociais menos


favorecidas economicamente têm piores condições de moradia e costumam residir em
bairros com maiores índices de violência. Esse conjunto de fatores implicaria um nível
de estresse elevado dessas famílias, consequentemente, menor qualidade de vida, as
dificuldades materiais teriam grande impacto no nível de estresse e de agressividade
dos pais e o levariam ao uso frequente a punição física.

Quando utilizada a punição física, cessa o comportamento indesejado da criança,


reforçando negativamente o comportamento de punir dos pais. Quanto as correlações
entre os fatores sociodemograficos e as práticas coercitivas, a única correlação
estaticamente significativa encontrada foi o fator da escolaridade da mãe e a prática da
punição física.

Para os pesquisadores, a compreensão dos processos de cuidado e do


desenvolvimento infantil promoveria a qualidade das práticas educativas e intervenções
votada para esse tipo de população, que promovam maior conhecimento sobre o
desenvolvimento infantil e sobre as práticas educativas parentais, os pais poderiam agir
de outras formas na regulamentação do comportamento infantil, adotando alternativas
não coercitivas e utilizando a punição física com menor frequência.
3 – Uma proposta de diálogo entre a justiça restaurativa e a análise do
comportamento.

O artigo faz uma análise entre os conceitos de justiça restaurativa e análise do


comportamento, estas duas teorias apresentam características convergentes que
possibilitam rever o atual modelo de justiça, o qual não favorece a ressocialização do
infrator.
A justiça restaurativa propõe a restituição do dano causado através de medidas
conciliadoras entre o as partes envolvidas no conflito, e assim, propiciando ao infrator a
oportunidade de reparar o dano causado, ao invés de apenas punir o infrator como é
feito no modelo retributivo, predominante do sistema jurídico atual, que se baseia no
conceito de resposta aos delitos, que considera a punição como forma de controle
social.
Segundo a teoria da análise do comportamento, o comportamento é modelado e
mantido conforme as suas consequências. Quando pretendemos inibir a emissão de
um comportamento indesejado, utilizamos de controle aversivo ou punição com a
expectativa de que o comportamento indesejado não volte a ocorrer, porém, apesar de
a punição reduzir a emissão de comportamentos indesejados, esta não ensina ao
indivíduo outras formas de comportamento. Para que o indivíduo apresente novas
formas de comportamento, é necessário oferecer alternativas que favoreçam a
aprendizagem de um novo repertório comportamental.
No modelo de justiça restaurativa, destaca-se que a as contingências envolvidas no
delito são consideradas para que se determine, em conjunto, as consequências do
delito, e não considerando punições arbitrárias estabelecidas pelo código penal. Assim,
os participantes da prática restaurativa possuem a possibilidade de desenvolvimento de
um novo repertório de comportamento que lhes permitiria autoconhecimento e
autocontrole.
Conclui-se que é necessária uma relação entre a análise do comportamento e a justiça
restaurativa para aprimoramento do modelo de justiça, visto que o atual modelo não
colabora para diminuição e reincidência da criminalidade pois não oferece oportunidade
de desenvolvimento alternativo.

4- Os efeitos da punição sobre o comportamentode crianças e adolescentes


No artigo de Souza e Reis destaca-se os efeitos do controle coercitivo na vida de
crianças e adolescentes, que podem acompanhá-los até a vida adulta. Professores e
pais usam muitas vezes dos recursos de punição buscando interromper
comportamentos das crianças vistos como inadequados, porém essa prática pode levar
a consquências subjacentes que podem afetar vários âmbitos da vida do jovem em
questão, como o comportamento antissocial, agressivo, de ressentimento e culpa, além
de dificuldades escolares e sociais.
Crianças que são educadas a partir do uso da punição costumam agir da mesma forma
com outras pessoas, especialmente quando se tornam adultos(SIDMAN, 1995).
Outro comportamento notado por quem sofre coerção é o de fuga e esquiva, que
tornam o sujeito mais retraído, inibido para aprender e relacionar-se.

É importante que professores e responsáveis busquem outras formas de controle


comportamental que miniminizem os danos para os jovens. O reforço positivo é uma
possibilidade defendida pelos profissionais comportamentais por não causar efeitos
nocivos para às pessoas e sociedade. A Teoria Comportamental pode ser eficiente para
auxiliar pais e professores a compreenderem sobre os processos de controle
comportamental e seus efeitos.

ANÁLISE DOS ARTIGOS

Foi analisado nos dois primeiros artigos apresentados o uso da coerção tanto na área
da educação como na socioeconômica, no terceiro artigo a autora cita outras
possibilidades e não ao uso da correção, o quarto artigo mostra os efeitos da coerção
observados em crianças e adolescentes.
No primeiro artigo a pesquisa revela que utilizavam estimulação positiva, para os
alunos com histórico de fracasso escolar o maior uso de coerção e para os alunos
sem este histórico com mais reforçamento positivo.
Há falta de interesse pelos alunos apresentavam um comportamento de fuga da aula, a
coerção é utilizada no intuito de punir esse comportamento, os alunos que são menos
estimulados e mais punidos sente inseguros e aflitos em participar das atividades
escolares, com isso os professores demostram a necessidade da capacitação de
professores para lidar com os alunos.
No segundo artigo foi analisado o uso da coerção nas crianças que pertencem a
camadas sociais menos favorecidas economicamente têm piores condições de moradia
e residem em bairros com maiores índices de violência, esses fatores implicam um
nível de estresse elevado entre as famílias, resultando menor qualidade de vida e
maior nível de estresse e de agressividade dos pais e os levariam ao uso frequente a
punição física e verbal.
Quando utilizada a punição física, cessa o comportamento indesejado da criança,
reforçando negativamente o comportamento de punir dos pais, as práticas coercitivas,
encontrada foi o fator da escolaridade da mãe, onde elas não têm o conhecimento no
desenvolvimento infantil e enfatizam o perigo de viver em comunidade, por isso
acreditam que o controle mais rigoroso sobre o comportamento da criança seria
importante para segurança dela.

No terceiro artigo a autora utiliza de outras alternativas e não o uso da coerção, faz
uma análise entre o conceito de justiça restaurativa e analise do comportamento onde
a justiça restaurativa propõe a restituição do dano através de medida conciliadora,
proporcionando ao infrator a oportunidade de reparar o dano causado, ao invés de
punir.

O quarto artigo descreve os subprodutos da punição, mostrando como podem afetar os


âmbitos escolares, sociais e de saúde, e mostrando como os danos não são presente
apenas na realidade dos estudantes e crianças, mas permanecendo por todo o resto
da vida, influenciando o comportamento.

Segundo análise do comportamento, o comportamento é modelado e mantido


conforme suas consequências. A autora enfatiza que quando pretendemos inibir um
comportamento indesejado, utilizamos o controle aversivo ou punição para que não
volte a ocorrer, mas não ensina o indivíduo outra forma de comportamento, é
necessário oferecer outras alternativas que favoreçam a aprendizagem de um novo
comportamento.

As semelhanças que analisamos nos artigos foi que todos os autores demostraram a
necessidade de capacitação para lidar com o uso da coerção tanto na educação os
professores necessitam de mais orientação para lidar com os alunos.

Na socioeconômica que mais pesquisadores sem distinções de abordagem teórica e


metodológica estiverem envolvidos na tentativa de compreender e descrever as
relações responsáveis pelo surgimento e manutenção das práticas coercitivas, mais
apta s tornará a sociedade para minimizar tal forma de controle.

Na justiça é necessária uma relação entre a análise do comportamento e a justiça


restaurativa, visto que o atual modelo não colabora para diminuição e reincidência da
criminalidade.

CONCLUSÃO

Como foi observado pela análise dos artigos deste trabalho, a coerção é um
instrumento muito comumente usado na sociedade, presente nas relações familiares,
escolares, profissionais, entre outras, devido aos seus efeitos imediatos, onde o
comportamento indesejado é cessado no momento que a punição é aplicada. Porém é
constatado que mesmo o sujeito atingindo seu objetivo no imediato momento, ele está
fadado ao fracasso.

Para Sidman, o indivíduo que é vítima de coerção irá ter comportamento de fuga e
esquiva para se livrar dos estímulos que causam sofrimento, e irá se tornar indiferente,
inibido, agressivo, sem motivação. A punição não possibilita ao sujeito a aprendizagem
de novas formas de comportamento, então não terá oportunidade de mudar seu
repertório.

Assim, é importante buscar alternativas de controle comportamental não-coercitivas,


que não causem efeitos desagradáveis para os indivíduos e sociedade em geral, pois a
punição não afeta negativamente apenas quem é punido, mas também é nocivo para o
punidor, que pode tornar-se um elemento de associação ao sofrimento. Como
observado no trabalho, o reforço positivo é uma forma de controle que não causa
danos como a coerção.
REFERÊNCIAS

SIDMAN, M. Coerção e suas implicações. Campinas: Editora Livro Pleno, 2003.

Viecili, J. Medeiros, J. A coerção e suas implicações na relação professor-aluno. Psico-


USF, v. 7, n. 2, p. 229-238, Jul./Dez. 2002. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicousf/v7n2/v7n2a12.pdf. Acesso m 04 nov 2018

Carmo, P.H.B, Alvarenga, P. Praticas educativas coercitivas de mães de diferentes


níveis socioeconômicos. Estudos de Psicologia, 17 (2), maio-agosto/2012, 191-197
Disponível em http://www.scileo.br/pdf/epsic . Acesso 6 nov 2018

Silva, L. Gallo, A. UMA PROPOSTA DE DIÁLOGO ENTRE A JUSTIÇA RESTAURATIVA


E A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO. Publ. UEPG Appl. Soc. Sci. 24. 333.
10.5212/PublicatioCi.Soc.v.24i3.0008.(2016). Disponível em:
<http://www.revistas2.uepg.br/index.php/sociais/article/view/9411> Acesso em 10 nov
2018.

Souza, C. M.G., Reis, M. Os efeitos da punição sobre o comportamento


de crianças e adolescentes. Revista de Psicologia - Edição 02 Disponível em:
<http://blog.newtonpaiva.br/psicologia/wp-content/uploads/2012/08/pdf-e2-06.pdf>
Acesso em 14 nov 2018

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