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(prática)
29.outubro.2019
Resposta:
(Figura – onde esta mencionada – como se exercita – quais as consequências neste
caso concreto.
Como se relaciona com o problema do monismo do sistema.)
Sistema monista: isto não põe em causa o sistema monista, ele não pode ser
condenado numa pena de prisão e de internamento pelo mesmo facto, mas
pode ser condenado a duas sanções privativas de liberdade por dois factos
diferentes. Neste caso, A é condenado a duas sanções privativas, por dois
factos diferentes. Isto leva a que o sistema pudesse ser monista puro, o que
nos obriga a ser tendencionalmente monista é outra figura, a pena
relativamente indeterminada.
Sabendo que:
a) C cumpriu uma pena de 13 anos de prisão efetiva por homicídio.
b) C cumpriu uma pena de 7 anos de prisão efetiva por roubo.
c) C é impulsivo e conflituoso, manifestando um comportamento não conforme
ao direito e revelando uma total ausência de arrependimento pelas suas
práticas
d) C cometeu, no passado mês de dezembro, um crime de ofensa a integridade
física grave, pelo qual deveria ser aplicada pena de prisão efetiva de 6 anos.
Refira-se à possibilidade de C ser punido com uma pena diferente daquela última, em
que termos? Justifique a sua resposta
Quando estamos a falar deste problema há uma figura que pode estar implícita-
figura da reincidência- artigo 76º nº2 diz que o legislador é que desempata, se
acharem que e reincidência mas verificarem que estão verificados os pressupostos
da PRI, aplicamos a PRI porque a PRI prevalece sobre a reincidência. (EXAME!!)
O agente pratica o facto 1, o facto 2 o facto 3. Pode já ter cumprido a poena dos
primeiros 2 factos, não pode é ter cumprido a pena do facto 3. Pode ainda não ter
cumprido nenhuma, mas assim, ele teria de cumprir a pena do crime 1, depois a
pena do crime 2 e depois cumpre a PRI do 3 facto
5.novembro.2019
Caso prático:
D e E são namorados á vários anos. Mantendo uma relação tensa e marcada com
muitas discussões, ciúmes e sentimento de posse. Durante a última discussão, D
decidiu terminar a relação, tendo comunicado ainda que partiria no dia seguinte para
os EUA, onde realizaria um estágio de investigação numa universidade que lhe acenava
com fortes possibilidades de contratação futura.
E, com diagnostico de doença mental a vários anos, não suportou a rejeição e misturou
calmantes e álcool, procurando esquecer o momento que vivia.
Quando D se preparava para embarcar no avião, E num comprovado surto psicótico,
disparou 5 tiros que atingindo D na cabeça e no tórax, apesar de tudo não produziram
a sua morte.
E gritava, enquanto efetuava os disparos, “quem eu amo e não quer ficar comigo, não
fica com mais ninguém”.
a) diga em que termos poderá julgar-se E, e qual a sanção que poderá ser aplicada.
Justifique a sua resposta.
Resolução:
- E sofre de uma doença mental, o que não quer dizer que seja inimputável
por ter esta doença, no entanto, teve um surto psicótico comprovado, o que faz de E
um sujeito inimputável por anomalia psíquica (artigo 20º, nº1). E pratica um facto
ilícito, uma tentativa de homicídio – artigo 22º, 23º (só posso punir por tentativa
apenas quem pratica factos que se tivessem sido consumados fossem de mais de 3
anos, neste caso a punibilidade é válida, para casos de homicídio consumados a pena
é de 8 a 16 anos, E é culpado por tentativa de homicídio).
Aplica-se uma medida de segurança a E privativa da liberdade, o
internamento (artigo 91º). Neste caso, depois dos prossupostos do nº1 do artigo 91º,
utiliza-se o artigo 91º nº2 porque esta medida de segurança de internamento tem
uma finalidade diferente. Em regra, a finalidade é de prevenção especial positiva,
neste caso, é a prevenção geral positiva, porque mesmo que não seja preciso a
ressocialização do agente, prevalece a prevenção geral sobre a prevenção especial,
alternado a ordem das medidas de prevenção das medidas de segurança.
Perigosidade.
- Artigo 20º nº4 diferente do artigo 295º, se aplico o 20º nº4 nunca posso aplicar o
295º e o contrário. Não se podem aplicar os dois porque a forma de culpa presentes
é diferente. No 20º nº4 há intenção de cometer o crime – dolo direito de 1º grau –
planeia o estado em que vai estar. O agente é punido pelo crime que efetivamente
pratica, neste caso tentativa de homicídio, é aplicada uma pena de prisão pelo crime
que o sujeito pratica. No artigo 295º são todas as outras formas de culpa (negligência
e dolo eventual), o agente não quer praticar o crime, mas devido ao seu estado
acaba por o praticar. O agente é punido por ter cometido um facto embriagado ou
com intoxicação, o crime é de embriaguez ou de intoxicação ligada à prática do facto,
mas o facto é um mero incidente, o crime é realmente a embriaguez, o agente é na
mesma inimputável, aplica-se uma pena de prisão.
Neste caso, aplica-se o artigo 20º nº4 devido ao planeamento do crime, incluindo a
toma dos medicamentos e do álcool.
Caso prático nº 2:
A, que sofre de uma anomalia psíquica, que o impede de controlar os impulsos sexuais
para visionar filmes pornográficos com crianças (pedo pornografia) e adultos com
aparência de criança (pedo pornografia virtual), foi condenado a um internamento de
dois anos por factos praticados nesse contexto. Na mesma altura, no entanto, A havia
furtado um computador de uma superfície comercial precisamente com o intuito de
poder satisfazer esses seus desejos. O computador foi avaliado em 1600 euros e A foi
condenado por crime de furto numa pena de prisão de três anos. Quid iuris quanto à
forma de execução destas sanções. Justifique.
Resolução:
12.novembro.2019
Caso prático:
Considere que, A cumpriu uma pena de 10 anos de prisão efetiva por violação. A
cumpriu uma pena de 11 anos de prisão efetiva por homicídio. A pagou uma pena de
multa no valor de 2000 euros por um crime de injuria. A é conhecido por ameaçar e
agredir de forma gratuita. A praticou no mês passado um crime de burla pelo qual
deverá ser-lhe aplicada pena de prisão efetiva de 3 anos.
a) Refira-se à possibilidade de A ser punido com uma P.R.I., em que termos?
Justifique a sua resposta.
b) Considere agora que A foi condenado em todas aquelas três primeiras penas,
mas ainda não as cumpriu por não ter tido tempo útil para tal, na medida em
que tem apenas 23 anos. Quid iuris.
c) Considere, finalmente que, por outro crime de burla, A deveria ser condenado
numa pena de 1 ano de prisão. Poderá ser aplicada ao agente uma P.R.I?
Justifique.
Resolução:
20.novembro.2019
Deve ser abordado o princípio da legalidade (Art.29º CRP + Art.1º código penal), ideia,
segundo a qual não é possível a aplicação de uma pena ou determinação de um crime,
sem a existência de uma lei. Esta tem de ter caraterísticas:
Prévia: Princípio da irretroatividade da lei penal, “in malem parten” (em
desfavor do agente), art.29º CRP + art. 1º Código penal
Estrita: Princípio da proibição da analogia, “in malem parten”, art. 29º CRP +
Art.1º Código Penal
Escrita: Princípio da reserva de Lei Formal
Certa: Princípio da determinabilidade da Lei penal
Princípio da irretroatividade da lei penal – Art.29º CRP (aplicação da lei criminal). Se a
lei não existia e foi aplicada no momento da prática do facto, há uma contradição face
ao princípio da responsabilidade consagrado no Direito Penal. É preciso haver uma Lei
no momento da prática do facto que preveja o crime.
A lei tem de cumprir todos estes requisitos, sob pena de se considerar inconstitucional.
Cumprindo todos estes requisitos. Art.3º CP – o caso começa a ser analisado no
momento em que o agente atua e não quando é manifestado o resultado. Depois de
visto este artigo, vê-se o: Art.2º (falar sempre da regra):
Nº1 – regra – A lei tem de estar em vigor no momento em que o facto é praticado pelo
agente
Nº2 – discriminação – exceção à regra; opera a libertação do agente, mesmo que
esteja condenado, inutilidade da privação da liberdade do agente
Nº3 – Lei temporária – Manda aplicar a regra, estado factual de exceção, a lei é criada
para uma situação muito concreta, pode haver leis de emergência (estabelece-se o
início do facto estadual de exceção, mas não se consegue definir o fim). Não se aplica a
lei mais favorável, mas aplica-se a lei que ele praticou o facto.
Nº4 – Lei mais favorável sem descriminalização – exceção à regra; A lei intermedia não
existia em vigor no momento da prática do facto, mas também já não se encontra em
vigor ao julgamento. Fica no meio termo. A lei intermédia é uma lei posterior á pratica
do facto, mas as leis posteriores não são leis intermedias.
L1
CASO PRÁTICO:
A e B são casados e em 30 de agosto 2007, no meio de uma acesa discussão, A desferiu
um tiro sobre B. B entrou me estado de coma e veio a falecer no dia 25 setembro de
2007. sabendo que em 15 setembro de 2007 entrou em vigor uma alteração ao código
penal, pela qual o homicídio de cônjuges deixou de ser um homicídio simples, unido
pelo artigo 131º do CP, co uma pena de prisão de 8 a 16 anos e passou a ser um
homicídio qualificado, previsto e punível no art.132º do CP, com uma pena de prisão
de 12 a 25 anos.
Diga por qual das normas A deve ser punido e justifique
RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO
- É um problema de aplicação da lei penal no tempo
- O princípio da legalidade está presente (art.3º)
- Momento da prática do facto (art.3º); foi 30 de agosto de 2007. Art.2º, nº1, este
mantem-se porque não há discriminação, nem a lei posterior é mais favorável nem há
uma lei temporária.
CASO PRÁTICO 2:
Suponha que em janeiro de 2016, A pratica facto X que constituía um crime, no
entanto, uma alteração ao CP de julho desse ano passou a considerar que a conduta
em causa não era crime. A está hoje a ser julgado por aquele facto, qual a norma a
aplicar? Justifique.
CASO PRÁTICO 3
A grávida de 8 semanas, saudável e por sua opção em outubro de 2006 procedeu a
uma interrupção da gravidez realizada por um médico num estabelecimento de saúde
oficial.
Cometeu por isso um crime de aborto, punível com uma pena de prisão de 2 a 8 anos,
nos termos do art.140º do CP. Sabendo que na consequência do referendo e da Lei
16/2007 de 17 de abril, o art.142º, nº1 alínea E do CP passou a prever que a
interrupção da gravidez não é punida se for realizada por opção da mulher nas
primeiras 10 semanas.
A) Diga qual a lei a aplicar hoje no julgamento de A pelo crime de aborto
B) Suponha agora que aquela norma só entra em vigor no momento em que A
já tinha sido condenado com transito em julgado e já se encontrava a
cumprir uma pena de prisão de 3 anos. O que fazer?
RESOLUÇÃO
(A) RESPOSTA:
Se a pessoa ainda não foi julgada é aplicada a nova lei
Art.3º diz que é em 2006, e a nova lei entra em vigor em 2007, aplicamos a nova lei
porque é a mais favorável, e se deixou de ser crime, é uma discriminação. Não é
punitivo para o direito penal. Como não foi julgada ainda, aplicamos a lei mais
favorável, segundo o art.2º, nº2, aplicamos a lei nova e não julgamos a senhora.
(B) RESPOSTA:
Art. 2º, nº2, 2º parte. Se ela esta a cumprir pena, é posta em liberdade, pois uma nova
pena torna-se inútil, do ponto de vista dos valores essenciais para a comunidade.
CASO PRÁTICO 4:
Em abril de 2000, A foi encontrado com 3 embalagens de plástico transparente dentro
das quais havia um pó que contia 401 gramas de heroína. A detinha tal produto para
consumo pessoal, julgada em 30 de outubro de 2000, A foi condenado pelo crime de
detenção de estupefacientes numa pena de multa, insatisfeito A recorreu da sentença
e o tribunal da relação competente veio decidir o recurso em setembro de 2001,
acontece que em 1 de julho de 2001, entrou em vigor uma nova lei que passou a
considerar contraordenação tanto o consumo como a aquisição e a detenção para
consumo próprio de drogas ilícitas. Qual julga ter sido a decisão final do tribunal
superior e porquê, justifique a sua resposta mobilizando as varias posições doutrinais
sobre o problema?
26.novembro.2019
O facto deixa de ser um crime, mas também não passa a ser uma coisa tolerada pelo
ordenamento jurídico, passa a ser uma contraordenação.
A doutrina não é unanime para estes casos. Existem três posições:
Prof. Taipa de Carvalho – mais radical, “não posso punir o senhor A, ele tem
que sair em liberdade, não há noma, porque do ponto de vista penal aquilo que
aconteceu foi uma descriminalização, é uma situação em que uma coisa deixa
de estar dentro do direito penal, logo aplico o artigo 2º nº2. Não lhe posso
aplicar também a lei das contraordenações porque o principio da legalidade é
um principio que perpassa não só o direito penal. Eu só posso aplicar o
principio da legalidade se a lei for a lei mais favorável pelo agente, neste caso
não é porque ele esta em liberdade e seria pior aplicar-lhe uma coima, porque
a lei não é previa à pratica do facto” – para ele o agente não é punido.
Prof. Figueiredo Dias – “entendo que é uma descriminalização, saímos do
âmbito do direito penal, estamos noutro ramo do direito, nas exceções no
artigo 2º é o nº2, portanto não posso aplicar uma pena porque entendo que é
uma descriminalização e de acordo com este artigo cessam todos os momentos
penais. Porem, posso aplicar uma coima, porque embora exista o principio da
legalidade, esta aplicação da lei da contraordenação é mais favorável ao
agente, aplicando o artigo 2º nº4 e aplico a coima por ser mais favorável que a
pena. Na realidade o agente do facto não sabia que era uma contraordenação
porque sabia que era um crime, logo, ele tinha obrigação de limitar o facto
ainda mais por saber que era um crime. Entre não aplicar norma, uma pena ou
uma coima, deve aplicar-se uma coima. Estamos no âmbito de uma
descriminalização, mas não é uma qualquer porque noção existe uma rutura
completa no juiz de censura ao facto, é como se assistisse apenas uma
evolução de censura, passou a ser muito menos censurado, mas continua a sê-
lo. Aplicamos uma coima ao agente”
Prof. Faria Costa – Chega à mesma conclusão que o anterior, mas de maneira
mais fácil. Temos a chamada “ciência do direito penal total”, como se fosse um
grande direito penal, dentro deste o direito das contraordenações e o direito
penal propriamente dito, entre outros. Então, quando passo do direito penal
para fora desta ciência penal total eu tenho a descriminalização (artigo 2º nº2),
mas quando saio para o direito da mera ordenação social, mas ainda dentro da
ciência penal total, é uma despenalização absoluta, remetendo logo para o nº4
do artigo 2º, logo aplica-se uma coima.
Caso pratico:
A lei 1 punia o crime X com uma pena de prisão de 2 a 8 anos. Na vigência dessa lei, A
cometeu o crime nela tipificado. Pouco tempo depois da prática do crime, entrou em
vigor a lei 2 que passou a punir esse facto com pena de prisão de 1 a 5 anos. Acusada
de ser demasiado branda, essa lei 2 foi revogada e substituída pela lei 3, que voltou a
punir o crime com pena de prisão de 2 a 8 anos.
Supondo que A foi julgado na vigência da lei 3, diga qual a lei aplicável e porque?
Resolução:
Devido a uma grave crise económica, suponha que o parlamento aprovou uma lei que
agravava a pena do crime de especulação. O crime de especulação era punido com
uma pena de prisão até 3 anos e com a nova lei passou a ser punido com uma pena de
prisão de 7 a 10 anos. Esta nova lei (lei 2) fixava o seu próprio período de vigência
entre 1 de janeiro e 31 de julho de 2017. Após o dia 31 de julho de 2017, tornou a
vigorar o regime anterior ao dia 1 de janeiro desse ano.
a) A cometeu um crime de especulação no dia 10 de janeiro de 2017 e foi julgado
no dia 20 de junho de 2018. Qual a lei a aplicar? Justifique.
b) Perante o mesmo caso, suponha agora, que B praticou um crime de
especulação no dia 10 de dezembro de 2016. Se a condenação ocorrer no dia
11 de junho de 2017, qual a lei a aplicar e porque?
Resolução:
Resolução:
3.dezembro.2019
Caso prático:
Solução:
a) Artigo 371ºA CPP – saem todos pois já cumpriram a pena máxima de 6 anos
fixada pela lei nova.
Caso de aplicação da lei penal no tempo.
Neste momento já houve condenação dos arguidos, não usamos o artigo 3º, nem o
artigo 2º nº1 CP, o momento da pratica do facto não é relevante para este caso.
Artigo 2º nº4, 2ª parte CP – já houve transito em julgado, logo, já estão a cumprir
pena.
A foi condenado a 6 anos; B foi condenado a 12 anos; C foi condenado a 14 anos – em
2011.
No ano de 2019 – A cumpriu a pena completa até 2017;
B já cumpriu 8 anos, com base no artigo 2º nº4 sai em liberdade e C também.
Na prática, A cumpriu a pena toda, B e C para alem de terem sido condenados com
penas diferentes, acabam por cumprir o mesmo numero de anos.
Será justo?
Há diferentes condenações dependendo da culpa do agente, o facto pode ser o
mesmo, aquilo que pode mudar é a culpa.
Em regra geral, o que poderíamos fazer para ser justo? Se fosse aplicada a pena em
2018, poder-se-ia voltar a repensar a pena de todos eles e ajustar a pena para que
fosse justo – artigo 371ºA CPP – reabertura da audiência do julgamento para que haja
uma nova ponderação.
A acaba por cumprir a sua pena completa e os outros acabam por sair
beneficiado.
Artigo 371º A CPP – ponderação de acordo com a nova lei e eventualmente uma
alteração das condenações no geral.
Nesta reabertura faz-se uma nova ponderação dos factos, por requerimento. O
impulso processual tem que ser dado pelo arguido interessado, principalmente
pelo que se sente injustiçado (neste caso A).
Caso prático:
Solução:
Caso prático:
Solução: