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RECREAÇÃO E JOGOS

O DESENVOLVIMENTO MOTOR DE BEBÊS EM CRECHES: UM OLHAR


SOBRE DIFERENTES CONTEXTOS
SCHOBERT, Lucila. UFRGS. Porto Alegre. 2008.

Resenha
2.3 Características dos Bebês dos Seis aos Dezoito Meses
2.3.1 O Bebê no sexto mês
Estabilidade e equilíbrio está mais desenvolvida, possui controle eficiente
da cabeça, inicia as rotações corporais, momento que começa a estabelecer
contato com o ambiente. Inicia o processo motor de rolamento para ambos os
lados, toca os pés e o corpo, se colocado sentado tende a querer ficar em pé.
Começa a desenvolver as reações de equilíbrio, arrasta-se para trás, apoio o
peso em um dos braços, facilitando a manipulação de brinquedos. Nesse
momento é capaz de pegar objetos colocados à sua frente, pois o apoio frontal
é eficaz, entretanto o lateral é precário.
Consegue suportar bem o seu próprio peso, entretanto ainda necessita de
apoio, não podendo ser solto, apresenta controle de cabeça e tronco estendido.
A pegada é realizada com toda a superfície da mão, transfere objetos de uma
mão para a outra e boca. Começa o processo de pegada em pinça e distinção
entre superfícies agradável e desagradáveis.
No processo de linguagem, forma combinações sonoras, sorri quando
estimulado, distingue sons, acompanha pessoas e objetos, está estabelecendo
contato com o ambiente, exibindo sinais de inibição e desinibição, curioso para
explorar o ambiente no qual está inserido.

2.3.2 O Bebê aos Doze Meses


Torna-se mais autônomo, o contato com o ambiente diferencia-se pela
capacidade de sua locomoção e exploração, está mais hábil frente a ação da
gravidade. Desenvolve mais o equilíbrio, está mais estável para ficar em pé,
anda segurando por uma mão, tenta dar passos sozinho mesmo que de forma
insegura.
Já consegue se virar para ambos os lados, sentar e engatinhar sozinho
com rapidez e equilíbrio, apresentando boas reações de apoio para frente, para
o lado e para trás. Andam ao redor de móveis, sua capacidade de preensão
permite agarrar diferentes posições para que esteja equilibrado, consegue
agarrar pequenos objetos, retira-los de pequenos recipientes e coloca-los de
novo, acha brinquedos escondidos.
No processo de linguagem, enquanto sozinho é monólogo, imitando os
sons que produz ou ouve, usa no máximo três palavras com sentido, reage ao
seu nome, entende sim e não. Presta atenção a ruídos e procura sua fonte,
manifesta conforto e desconforto, reconhece e brinca com sua imagem no
espelho e com outras pessoas. Consegue mastigar alimentos sólidos.

2.3.3 O Bebê aos dezoito meses.


Possui controle coordenado de alcançar, segurar e de soltar, possui
estabilidade e move-se com equilíbrio, consegue descer e subir da cama e
escadas, ainda com apoio. Quando está em pé, acerta e chuta bola, e as lança
com as mãos, assim sendo sua habilidade de pegar e transportar objetos é
eficiente. Faz o uso isolado do dedo indicador, segura colher e objetos finos,
sendo capaz de folhear uma página de livro.
No processo da linguagem, compreende, usa até cisco palavras com
sentido, entendendo o sentido de repreensão e elogio, consegue despir-se de
roupas e a beber água sozinho em um copo ou xícara.

2.4 O Contexto no Desenvolvimento Motor dos Bebês


Segundo a autora, o processo de desenvolvimento do bebê se ajusta
segundo as exigências e as demandas do ambiente, conforme ele vai interagindo
com seus múltiplos contextos, assim sendo, o desenvolvimento motor é afetado
por fatores contextuais, e que o aparecimento de determinadas habilidades está
correlacionada a isto, este processo se dá na inter-relação do indivíduo com o
meio, e este se relaciona com a estrutura temporal histórica na qual está inserido.
A interação do bebê com o ambiente/contexto, se da ao mesmo tempo
em que ele interpreta e toma decisões acerca dele, compreende-se que o
processo de desenvolvimento depende de inúmeras interações e influências, e
de como cada qual se relaciona com elas. Isso contribui positivamente ou

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negativamente, pois dependendo dos fatores de risco biológico e social,
determina um prejuízo no desenvolvimento, visto que existem necessidades
essências ou mínimas para que uma criança cresça, aprenda e desenvolva. Um
desses fatores essenciais é a necessidade de relacionamentos sustentadores,
seguros, empáticos e contínuos, que promovem experiências interativas e
afetuosas.

2.4.1 O Contexto Familiar.


A estrutura familiar é peça importante no desenvolvimento e crescimento
da criança, visto que, é nela que de se estabelece a base e o meio com que a
mesma se relaciona com o mundo, pois a família é que apresenta o a
concretização o modelo de se conviver com o outro, pois é no ambiente
doméstico, que as potencialidades e limitações são estabelecidas. Deste modo,
o ambiente familiar pode potencializar ou até mesmo influenciar de forma
negativa o desenvolvimento da criança, na ordem, motora, emocional, cognitiva
ou na adaptação social.

2.4.2 O Contexto das Creches


Advinda de uma realidade econômica e social, a relação da criança com
a escola tem se concretizado desde muito cedo, o ambiente escolar se diferencia
do familiar, primeiramente na relação individual, segundo na relação de espaço
de guarda e de cuidados físicos e de saúde, muitas vezes negligenciando a
singularidade do sujeito. A falta de um vinculo afetivo, social, cognitivo e motor,
faz com que os bebês evidenciem atrasos em seus desenvolvimentos. Isto se dá
pela quantidade de bebês atendidos individualmente, visto que quanto maior for
a idade maior vai ser a quantidade de crianças atendidas por um adulto. Outro
fator apontado é a falta de exploração do ambiente, haja vista que no ambiente
escolar está fadado a um espaço específico, e a falta de relação com outros
adultos. Outro ponto salientado, é durante o processo de alimentação, por ter
outras crianças sendo atendidas ao mesmo tempo, o educador não oferta
interação suficiente para o bebê, tais ações são essenciais para o
desenvolvimento cognitivo.

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2.5 A Tarefa e sua Especificidade no Desenvolvimento Motor dos Bebês
As habilidades motoras surgem na medida que os bebês fazem e
conseguem explorar ambientes, visto que, está habilidades está associada à
prática e experiência, assim sendo, quanto mais se explora mais se aprende.
Deste modo, o desenvolvimento é interativo e depende da oferta de tarefas ao
bebê, isto posto, as características físicas estão oportunizadas frente a uma meta
ou um objetivo, portanto, se proposto um contexto adequado para o
desenvolvimento, o bebê, se tornara habilidoso quanto a uma tarefa a ele
apresentada. Outro ponto interessante é que se o contexto familiar entender o
processo de desenvolvimento, e realizar as atividades com intencionalidade,
favorecerá uma maior evolução no processo de desenvolvimento.
Por fim, o processo de desenvolvimento é dinâmico, e promove uma maior
maturação, se este estiver balizado na reorganização frente as demandas de
atividades que possuem a intenção de ofertar experiência e auxilio no processo
de tarefas.

IDEAÇÃO
Conforme temos apontado nos últimos trabalhos, toda a ação que possui
uma intencionalidade resulta em algo com maior propriedade, entender as fases
de desenvolvimento infantil, nos auxilia na aplicação de atividades que resultem
em um desenvolvimento real da criança, entender as peculiaridades de cada
etapa, nos permite formular ações que seja adequadas para se alcançar o
objetivo principal, que é o desenvolvimento pleno da criança, em todas as
esferas, sejam elas congênitas, motora e emocional.

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