Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Teorema Fundamental
do Cálculo
Sumário
18.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
18.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
18.6 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
garitmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
18.8 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
18.10Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1
Unidade 18 Introdução
18.1 Introdução
Este limite tem um importante papel teórico, mas mesmo nos casos mais
simples, é no mínimo trabalhoso calculá-lo. O objetivo desta unidade é apre-
sentar o Teorema Fundamental do Cálculo que, no seu aspecto mais prático,
nos fornecerá uma maneira simples de fazer isso. Além disso, ele responderá
a uma das questões colocadas na introdução da unidade anterior, a saber, sob
quais condições uma dada função é uma função derivada.
F 0 (x) = f (x).
Exemplo 2 As funções F (x) = sen 2 (x) e G(x) = − cos2 x são ambas primitivas da
função f (x) = 2 cos x sen x, como pode ser diretamente vericado.
2
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
Se f : [a, b] −→ R é uma função contínua, então existe c ∈ [a, b] tal que Teorema 3
Z b
1
f (c) = f (x) dx.
b−a a
f (b)
f (c)
f (a)
a c b
Z b
O teorema arma que f (x) dx (a área sob o gráco de f ) é igual a
a
f (c) (b − a) (a área do retângulo de base [a, b] e altura f (c)). Isto é, a área que
falta ao retângulo de base base [a, c] é igual à área que excede ao retângulo de
base [c, b].
3
Unidade 18 Primeira Parte do Teorema Fundamental do Cálculo
Estabelecemos a notação
b
F (x) := F (b) − F (a).
a
4
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
x3
É imediato vericar que F (x) = é uma primitiva de f (x) = x2 . Então, Exemplo 5
3
o teorema permite calcular
Z 3 3
3
x 33 03
x2 dx = = − = 9.
0 3 3 3
0
independe da escolha dos ci ∈ [xi−1 , xi ]. Vamos então fazer uma escolha muito
especial.
Seja P a partição a = x0 < x1 < x2 < · · · < xn−1 < xn = b. A função F é
diferenciável e, portanto, contínua. Podemos então aplicar o Teorema do Valor
Médio para F restrita a cada subintervalo [xi−1 , xi ] e escolher ci ∈ [xi−1 , xi ]
tal que
F (xi ) − F (xi−1 ) F (xi ) − F (xi−1 )
F 0 (ci ) = = .
xi − xi−1 ∆xi
Ou seja, F (xi ) − F (xi−1 ) = F 0 (ci ) ∆xi .
Para essa escolha de ci 's, temos
n
X n
X n
X
0
f (ci ) ∆xi = F (ci ) ∆xi = [F (xi ) − F (xi−1 )] = F (b) − F (a).
i−1 i−1 i−1
5
Unidade 18 Primeira Parte do Teorema Fundamental do Cálculo
Exemplo 6 Vamos calcular a área da região delimitada pelo gráco da função f (x) =
sen x e pelo eixo Ox, ao longo de um período completo, digamos x ∈ [0, 2π].
Esse número certamente não é a área esperada, pois essa integral representa
a soma orientada das áreas das duas regiões que, devido à simetria, são iguais.
Para calcular a área esperada devemos fazer
Z π Z 2π
A= sen x dx − sen x dx = [− cos(π)+cos 0]−[− cos(2π)+cos(π)] = 4.
0 π
6
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
18.4 Exercícios
7
Unidade 18 Segunda Parte do Teorema Fundamental do Cálculo
F 0 (x) = f (x).
Como f é contínua, F (t) está bem denido como o limite das Somas de
Riemann, a integral denida de f no intervalo de extremos a e t. Em particular,
F (a) = 0.
Veja na gura a seguir um exemplo no qual t > a e f é uma função positiva.
a t
8
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
Para facilitar, suponhamos h > 0, uma vez que argumentação análoga pode
ser feita para o caso h < 0. Observe que, devido a propriedade de integral
denida, podemos escrever
Z t+h Z t Z t+h
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx.
a a t
F (t + h) − F (t) 1 t+h
Z
= f (x) dx.
h h t
Sejam s1 e s2 respectivamente os pontos de mínimo e de máximo de f no
intervalo [t, t + h]. Então,
Z t+h
f (s1 ) h ≤ f (x) dx ≤ f (s2 ) h.
t
1 t+h
Z
lim f (x) dx = f (t).
h→0 h t
9
Unidade 18 Segunda Parte do Teorema Fundamental do Cálculo
Vamos calcular f 0 (x). Como g(x) = sen (x2 ) é uma função contínua, o
Teorema Fundamental do Cálculo garante a existência de primitivas. Poderí-
amos tomar uma dessas primitivas, calcular uma expressão para f e usar as
regras de derivação para determinar f 0 (x). No entanto, essa é precisamente
a diculdade. Em muitos casos, como nesse particular exemplo, sabemos da
existência da primitiva, mas não conhecemos uma formulação explícita. De
qualquer forma, para calcular essa derivada bastará a garantia da existência.
Seja G : R −→ R uma primitiva de g(x) = sen (x2 ). Então
Z 2x+1
f (x) = sen (t2 ) dt = G(2x + 1) − G(0).
0
10
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
18.6 Exercícios
11
Unidade 18 O Teorema Fundamental do Cálculo e a Função Logaritmo
Em outras palavras, Z x
1
ln x = dt
1 t
e
0 1
ln x = .
x
Interpretação Geométrica de ln x
Como a função f (x) = x1 é estritamente positiva no intervalo (0, +∞), ln x
é positiva, se x > 1 e ln x é negativa, se 0 < x < 1. Veja as guras.
1 x x 1
Z x
1
Se x > 1, ln x = dt é igual a área da região hachurada na gura da
1 t Z x
1
esquerda. Se 0 < x < 1, ln x = dt é igual ao negativo da área da região
1 t
hachurada na gura da direita.
12
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
ln ab = ln a + ln b.
1 b a ab
O lema arma que as áreas dessas duas regiões são iguais. Essencialmente,
a expansão provocada na base, pela multiplicação de [1, b] por a, é compensada
por uma compressão na altura da gura, devido à forma da curva y = x1 . Veja
a demonstração:
Z ab Z a
1 1
Usaremos partições adequadas para calcular os limites dx e dx Demonstração
a x 1 x
e vericaremos que são iguais.
Realmente, dada uma partição P de [1, b], digamos 1 = x0 < x1 < · · · <
xn = b, e feitas as escolhas de ci ∈ [xi−1 , xi ], i = 1, 2, . . . n, tomamos a
13
Unidade 18 O Teorema Fundamental do Cálculo e a Função Logaritmo
partição aP de [a, ab], dada por a = y0 = ax0 < y1 = ax1 < · · · < yn =
axn = ab, com as escolhas de di = aci ∈ [yi−1 , yi ], i = 1, 2, . . . n. Assim,
Z b n
1 X
dx = lim f (ci ) ∆xi
1 x kPk→0
i=1
e
Z ab n
1 X
dx = lim f (di ) ∆yi .
a x kaPk→0
i=1
1 1 1
Mas f (di ) = = = f (ci ) e ∆yi = yi − yi−1 = axi − axi−1 = a∆xi .
di aci a
Portanto,
n n n
X X 1 X
lim f (di ) ∆yi = lim f (ci ) a∆xi = lim f (ci ) ∆xi .
kaPk→0
i=1
kaPk→0
i=1
a kaPk→0
i=1
14
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
ln ar = r ln a.
O Gráco de f (x) = ln x
Veremos agora que temos elementos sucientes para esboçar o gráco da
função f (x) = ln x.
É evidente da denição que, se a > b > 0, então ln a > ln b. No entanto,
esta informação pode ser deduzida da derivada, assim como a concavidade
voltada para baixo do gráco, resultado da análise da segunda derivada:
1 1
f 0 (x) = > 0 e f 00 (x) = − 2 < 0,
x x
para todo x ∈ (0, +∞).
Veremos agora o comportamento da função nos extremos de seu domínio.
15
Unidade 18 O Teorema Fundamental do Cálculo e a Função Logaritmo
Lema 12
lim ln x = +∞ e lim ln x = −∞.
x→+∞ x→0+
1
1
2
1 2
1 1
Analiticamente, observe que, se 1 < x < 2, então < < 1. Portanto.
2 x
Z 2 Z 2 Z 2
1 1 1
= dx < dx < dx = 1.
2 1 2 1 x 1
Podemos então
Z x esboçar o gráco de f : (0, +∞) −→ R, denida por
1
f (x) = ln x = dt, função invertível, pois é crescente.
1 t
16
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
17
Unidade 18 Exercícios
18.8 Exercícios
(a) f (x) = x ln x;
(b) g(x) = x2 ln x;
(c) h(x) = x ln x2 ;
(d) k(x) = ln(cos x);
(e) l(x) = ln(ln(x2 )x;
x 1
(f) m(x) = x − − .
ln x x
2. Verique que a curva normal à curva denida por xy = ln(1 + x2 + y),
na origem, é uma reta vertical.
1
3. Calcule a área da região delimitada pela curva y = , pelo eixo Ox, reta
x
y = x e x = 4.
1
4. Verique que as áreas das regiões delimitadas pela curva y = , eixo Ox,
x
sobre os intervalos [ 12 , 1] e [1, 2], são iguais.
18
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
Propriedades da Exponencial
A principal propriedade da função logaritmo se traduz na seguinte proprie-
dade da exponencial:
Propriedade: Sejam a e b números reais. Então,
Exp(a)
(a) Se a e b são números reais positivos, então Exp(a − b) = .
Exp(b)
r
(b) Se r ∈ Q e a ∈ R, então Exp(r a) = Exp(a) .
A Derivada da Exponencial
Como a função exponencial é a função inversa do logaritmo, podemos usar
o Teorema da Função Inversa para calcular a sua derivada.
1 1
Exp0 (x) = 0 = 1 = Exp(x).
ln (Exp(x)) Exp(x)
19
Unidade 18 A Função Exponencial
crescente e seu gráco é sempre côncavo para cima. Devido aos dois limites
fundamentais do logaritmo,
Lema 13
lim Exp(x) = +∞ e lim Exp(x) = 0.
x→+∞ x→−∞
20
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
1 e
permitem escrever
ar = Exp(r ln a).
Ou seja, dispomos de uma fórmula que nos permite estender a noção de
potências racionais para potências de irracionais.
Exemplo 15
√
3
√
π = Exp( 3 ln π).
ax+y = Exp((x + y) ln a) =
Exp(x ln a + y ln a) =
Exp(x ln a) · Exp(y ln a) = ax · ay .
21
Unidade 18 A Função Exponencial
Exp(x) = Exp(x ln e) = ex ,
y = ex ⇐⇒ x = ln y.
22
O Teorema Fundamental do Cálculo Unidade 18
18.10 Exercícios
(a) f (x) = x ex ;
(b) g(x) = ex cos x
2
23