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Discentes:
Edna Nhamcume
Katia Sledge
Vasquez Muayevela
Docente:
Nelson Liberato
Índice ................................................................................................................................ 1
Introdução ......................................................................................................................... 2
Objectivos ......................................................................................................................... 3
Metodologia ...................................................................................................................... 3
Enquadramento Geológico............................................................................................ 4
Classificação ................................................................................................................. 9
Tectônica ....................................................................................................................... 9
Mineralização.............................................................................................................. 10
Conclusões ...................................................................................................................... 19
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2. Introdução
O presente trabalho constitui a um trabalho de pesquisa em grupo para fins avaliativos da
cadeira de Jazigos Minerais, cujo tema é Mina de Neves-Corvo.
Este jazigo foi descoberto em 1977 aquando de uma campanha de prospeção geológica
e geofísica. Após a interseção de sulfuretos maciços, foi levada a cabo uma longa
campanha de reconhecimento com recurso a múltiplas sondagens de prospeção.
Introdução
Objectivos
Metodologia
Desenvolvimento
Conclusão e
Referências bibliográficas
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3. Objectivos
3.1.Objectivo geral
Constitui como objectivo geral do presente trabalho a descrição do jazigo mineral de
Neves-Corvo.
3.2.Objectivos específicos
Para alcançar o principal objectivo do trabalho foi necessário seguir os seguintes pontos:
4. Metodologia
Visto que o trabalho é de natureza teórica, para a realização dos objectivos supracitados
foi necessário uma pesquisa bibliográfica detalhada sobre os assuntos abordados no
decorrer da pesquisa.
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5. Mina de Neves-Corvo
5.1.Localização geográfica
A mina de Neves-Corvo localiza-se a cerca de 15 Km a sul de Castro Verde, nas
freguesias de Santa Bárbara de Padrões e Senhora da Graça de Padrões, pertencendo aos
concelhos de Castro Verde e Almodôvar, respetivamente. A concessão mineira localiza-
se entre duas povoações, estando limitado a norte pela povoação do Lombador e a sul
pela povoação da Semblana , no território Português.
5.2.Enquadramento Geológico
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Terreno Ibérico (TI)
Terreno Sul Português (TSP)
Terrenos Exóticos
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estratigráficas principais (Carvalho & Ferreira, 1994), a sequência superior alóctone e a
sequência inferior autóctone, ambas caracterizadas pela intercalação de xistos e
grauvaques.
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básicas, rochas vulcânicas félsicas, formação do Corvo, formação de Neves, rochas
vulcânicas félsicas, zona de minério do tipo fissural, sulfuretos maciços e, finalmente,
uma unidade carbonatada (jaspes) no topo.
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5.3.Gênese e Processo de Formação
Segundo SILVA (2010), evidências encontradas em alguns locais da FPI mostram a
existência de um episódio de alteração hidrotermal de caráter regional, que ocorreu a
temperaturas relativamente baixas (100- 200ºC). Este episodio é relacionado com a
circulação pouco profunda da água do mar fracamente modificada, que deixou uma
assinatura nas rochas encaixantes da jazida de Neves-Corvo. Em especial no que se refere
ao registro mineralógico e nas modificações das características isotópicas destas rochas.
A atividade hidrotermal que se associa diretamente aos processos mineralizantes, no
entanto, sucede a este evento metassomático precoce.
Tambem, é possível que tenha havido contribuição magmática para o estanho e, em parte,
para o cobre. O modelo metalogenético magmático-hidrotermal sugerido para Neves-
Corvo envolve a participação de um corpo intrusivo de composição granítica, instalado a
profundidades moderadas. Todos os depósitos datados até hoje indicam que a atividade
hidrotermal responsável pelas mineralizações ocorreu principalmente entre o Fameniano
e o final do Tournaisiano.
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5.4.Classificação
Quanto à forma os jazigos da mina de Neves-Corvo são classificados como
Massas do tipo stockwork, caracterizadas como massa de rocha densa e
irregularmente fracturada, em diversas direcções, por pequenas fracturas
descontínuas ao longo das quais se alojou a mineralização. As massas
mineralizadas conhecidas até ao momento possuem uma forma lenticular com
sulfuretos maciços polimetálicos de mineralogia composta por pirite, calcopirite,
esfalerite, galena, estanite, tennantite-tetraedrite, outros sulfossais e até óxidos, de
onde se sobressai a cassiterite
E quanto a utilidade este é classificado como um recurso não energético, na
classe dos metais não ferrosos.
5.5.Tectônica
A Faixa Piritosa Ibeirica ( FPI ) integra grande parte da zona sul da península ibérica na
denominada Zona Sul Portuguesa (ZSP) e apresenta uma extensão aproximada de 250
Km e uma largura que varia desde os 30 aos 50 Km, estendendo-se desde o norte de
Grândola (em Portugal) até próximo de Sevilha (em Espanha), a área que corresponde
atualmente à FPI fazia parte (durante o Devónico Superior) de um mar relativamente
pouco profundo. A partir do final do Devónico, a crusta continental que se situava por
baixo deste mar começou a sofrer distensão, o que levou ao surgimento de falhas
profundas que originaram uma tectónica em piano (Horsts & Grabens). Por estas falhas
emergiram magmas de origem mantélica que fundiram partes de materiais da crusta, o
que levou à formação de numerosos aparelhos vulcânicos.
As depressões, criadas pela tectónica em piano, formaram bacias no fundo do mar que
foram preenchidas sucessivamente por sedimentos finos, predominantemente xistos
negros intercalados com os produtos resultantes da atividade vulcânica. Nas imediações
dos vulcões, as pilhas de rochas vulcânicas alcançaram espessuras na ordem dos 500 m,
enquanto que, nas áreas mais distais, entre os aparelhos vulcânicos e ainda nos altos
fundos depositaram-se produtos televulcânicos finos misturados com sedimentação
terrígena. Neste contexto paleogeográfico, a quantidade de SiO2 disponível no mar era
de tal ordem elevada que permitiu a proliferação de grandes quantidades de
microrganismos de carapaça siliciosa (radiolários) e acumulações de chertes e jaspes
(Oliveira & Oliveira, 1996).
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Por volta do Viseano superior deu-se uma mudança nas condições geodinâmicas, em que
o regime distensivo se inverteu (provocado pelo choque entre a ZSP com a ZOM (Zona
Ossa Morena) ), passando a atuar um regime compressivo, devido à Orogenia Varisca
provocada pelo fecho do oceano Rheic e colisão dos supercontinentes Laurussia com o
Gondwana. Com esta mudança, o fundo do mar foi elevado, o que levou a uma exposição
aérea mais ou menos generalizada e, por consequente, uma forte erosão nas terras emersas.
A forte erosão levou a que uma elevada quantidade de sedimentos detríticos fosse
transportada para o fundo oceânico existente a sul e se depositassem, originando a
formação do Grupo Flysch do Baixo Alentejo.
No lado português a FPI está dividida em dois ramos distintos, com base no estilo de
deformação: ramo norte e o ramo sul. O ramo norte corresponde a uma faixa
essencialmente alóctone, sendo o ramo mais complicado devido à grande quantidade de
carreamentos, correspondendo a um complexo de estruturas enraizadas. O ramo sul da
FPI em Portugal inclui o anticlinório de Panóias, que é constituído por três anticlinais
principais, onde o anticlinal central é o de Rosário/Neves-Corvo. A mina de Neves-Corvo
situa-se no extremo sudeste deste anticlinal.
5.6.Mineralização
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sulfuretos com <1% de Cu e <3,3% de Zn, isto é, sem valor económico . A mineralogia
apresenta uma granulometria fina e é composta essencialmente por pirite, esfalerite,
calcopirite e galena e, em zonas mais circunscritas da mina, a tennantite-tetraedrite e a
bornite ocorrem em grande quantidade (como é o caso da bornite da massa do Corvo).
Quando os teores são baixos (<1% Cu e <3,3% Zn) estamos perante maciço estéril e a
sua extração não é economicamente viável devido aos baixos teores e aos elevados custos
de produção (exploração subterrânea).
Nos dias de hoje, as frentes que são rentáveis possuem teores de cobre superiores a 1%
mas, nos primeiros anos da mina, existiram frentes de produção com teores de cobre
acimas dos 20%, o que faz de Neves-Corvo um caso único no mundo devido ao teor
elevadíssimo de cobre.
b) Fissural
A mineralização do tipo fissural localiza-se, em alguns locais, abaixo dos sulfuretos
maciços e consiste numa rede anastomosada de filonetes de sulfuretos com ou sem ganga,
hospedados numa matriz vulcânica ou de xistos negros. A pirite, a calcopirite, a esfalerite
e a cassiterite são os minerais predominantes nos veios quando estes se tratam de
sulfuretos, enquanto que, nos veios de ganga, os minerais predominantes são a pirite, o
quartzo, os carbonatos e a clorite. Outro tipo de stockwork constitui uma mineralização
num hialoclastito, e é caracterizado pela abundante quantidade de rochas vulcânicas no
seio dos sulfuretos. As rochas vulcânicas que anteriormente era considerada como
“redepositada” é atualmente considerada como uma evidência da substituição das rochas
vulcânicas pelos sulfuretos.
c) Rubané
Foi comprovado que as massas se encontram ligadas entre si por pontes de minério (ore
bridges), níveis estreitos que fazem a ligação de uma massa à outra, à exceção da
Semblana e Monte Branco. Individualmente as massas apresentam as seguintes
características:
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a) Corvo
Os sulfuretos maciços possuem uma tendência cuprífera para a base, com espessura até
30m, sobrepostos por pirite estéril intercalada com lentículas cupríferas; o estanho está
relacionado com os minérios cupríferos mais ricos e ocorre disseminado nos sulfuretos
cupríferos; o minério de zinco, desenvolve-se lateralmente para sudeste sem qualquer
posição preferencial no interior da massa, à exceção de uma pequena franja de
sobreposição com os minérios cupríferos, onde tende a desenvolver-se no topo,
intercalado na pirite estéril.
b) Graça
Além do cobre, possui mineralização de estanho sob fina disseminação nos sulfuretos
maciços, em que, esta disseminação, parece tratar-se da continuidade da mineralização
estanífera da massa do Corvo. A maioria da mineralização é de zinco de alto teor e
encontra-se exclusivamente na parte inferior da massa.
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c) Neves
A massa de Neves localiza-se na zona de charneira do anticlinal e está dividida em duas
(Neves Norte e Neves Sul) por uma falha subvertical. No seu conjunto, o eixo maior tem
cerca de 1200 m de comprimento orientado para NW, com largura média de cerca de 700
m. É a mais subhorizontal das massas com inclinações entre os 5⁰ e os 15⁰ sendo a
espessura de sulfuretos maciços máxima observada de 55 m.
Neves Sul é composta essencialmente por minério maciço de zinco ( com algum chumbo
e prata) e por minério maciço de cobre ( com alguma pirite estéril). Ao MC de muro está
associado por vezes o maciço cupro-estanífero e ainda a prata. A mineralização em zinco
tende a ser fina (<25 micras) e contém elementos penalizantes como arsénio, antimónio,
estanho e mercúrio.
d) Zambujal
O Zambujal é a massa mais pequena de Neves-Corvo e localiza-se na extremidade SE do
anticlinal, é uma massa dobrada com charneira N 33°W e com inclinação 17°SE. O flanco
SW inclina aproximadamente 15° e o flanco NE inclina aproximadamente 30°.
É no flanco NE (flanco longo) que se encontra a maior espessura desta massa devido aos
diversos carreamentos que sobrepõem níveis de sulfuretos maciços. Junto ao muro, existe
mineralização de cobre de baixo teor, que é sobreposta por mineralização de zinco,
também de baixo teor, com pirite estéril intercalada. Na zona mais central existe uma
lentícula de elevados teores de cobre e zinco (devido à elevada quantidade de esfalerite e
tennantite-tetraedrite, que originam elevados teores de arsénio e antimónio.
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e) Lombador
A massa do Lombador é a maior de todas as massas, localiza-se no flanco nordeste do
anticlinal, com uma inclinação geral da massa de cerca de 35° para NE e devido aos
diversos carreamentos que aqui ocorrem, alcança espessuras nos sulfuretos maciços na
ordem dos 150 m. O Lombador encontra-se ligado à massa do Corvo e à massa de Neves
por pontes de minério (ore bridges). Assenta no Grupo Filito-Quartzítico (PQ) e em
algumas zonas na Formação de Neves em que se pode encontrar stockwork de FC, quer
no PQ e quer nas rochas vulcânicas ácidas.
f) Monte Branco
g) Semblana
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A estratigrafia de teto, na Semblana, é muito idêntica à da massa do Corvo e do Zambujal,
mas os riólitos estão localizados quase exclusivamente a muro, com variações de
possança de poucos metros até às dezenas de metros. É de mencionar que foi identificada
alguma mineralização nestes riólitos, mas não é considerada economicamente explorável.
a) Cobre
b)Zinco
latão, que consiste numa liga metálica constituída por cobre e zinco) e na galvanização
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do aço. É também usado em alguns sistemas de energia, nomeadamente pilhas, com
aplicações exteriores.
c) Estanho
d) Chumbo
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empregado o chumbo como manta protetora para os aparelhos de raio-X e raios gamma.
Em virtude das aplicações cada vez mais intensas da energia atômica, torna-se cada vez
mais importante as aplicações do chumbo como blindagem contra a radiação.
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6. Conclusões
Com base nos objectivos anteriormente inferidos, chegou-se as seguintes conclusões:
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7. Referências Bibliográficas
COSTA, P, M, M, (2017). Neves-Corvo: Acompanhamento de trabalhos de fundo de
mina e prospecção mineira. Universidade do Porto. Portugal
OLIVEIRA, J., PEREIRA, Z., et al. (2004 ). Stratigraphy of the tectonically imbricated
lithological succession of the Neves Corvo mine area, Iberian Pyrite Belt, Portugal.
RELVAS, J., (2000) . Geology and metallogeny at the Neves Corvo deposit,. University
Lisbon. Portugal
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