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INSTITUTO EDUCACIONAL PIRACICABANO

da i g re j a m etodista – I E P

Presidente do Conselho Diretor Comissão de Publicação


Paulo Borges Campos Jr. Lauriberto Paulo Belém (Presidente)
Guanis de Barros Vilela Junior
Superintendente da Rede Metodista Hugo Gimenes de Lima
de Educação Jorge Luis Mialhe
Robson Ramos de Aguiar Jose Maria de Paiva
Lineu Carlos Maffezoli
Diretor-Geral Marco Polo Marchese
Robson Ramos de Aguiar
Editor Executivo
Reitor Rodrigo Ramos Sathler Rosa
Gustavo Jacques Dias Alvim

Conselho de Politica Editorial


Gustavo Jacques Dias Alvim (Presi-
dente)
Josué Adam Lazier
Pedro Bordini Faleiros
Guanis de Barros Vilela Junior
Victor Hugo Tejerina Velásquez
Lauriberto Paulo Belem
Thiago Borges de Aguiar
Maria Rita Pontes Assunção
Nancy Alfieri Nunes
Ely Eser Barreto César

Professor Coordenador Alunos Monitores


Prof. Msc. Eduardo Salmar Nogueira Bruno Cazissi
e Taveira Camila Ferreira Lisboa
Camila Menezes Borges
Professores Denis Costa Comandule
Profª. Drª Márcia Aparecida Lima Larissa Corrêa Franco
Vieira Mahatima Fuentes
Prof. Msc. Victor Kraide Corte Real Micaella Archanjo Martins
Yasmin Arielly Cavalcante
Técnico do Laboratório de Sistemas
Construtivos
Mário de Almeida Salles Junior
CARTILHA
PRODUÇÃO DE
TIJOLOS DE
SOLO-CIMENTO

PIRACICABA
2016
FICHA CATALOGRÁFICA
Apresentação

Apresentamos a cartilha “Produção de tijolos de solo


cimento”, fruto do projeto de extensão realizado nos Assenta-
mentos de Sumaré/SP, por alunos da Faculdade de Engenharia,
Arquitetura e Urbanismo – Feau, Faculdade de ciências Huma-
nas – FCH, Faculdade de Comunicação e Informação – FCI e Nú-
cleo de Estudos e Programas em Educação Popular – NEPEP, da
Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep, sob a coorde-
nação do Prof. Msc. Eduardo Salmar Nogueira e Taveira.
O referido projeto de extensão, intitulado “Processo edu-
cativo na formação de assentados da reforma agrária para a pro-
dução de tijolo solo cimento”, teve o apoio financeiro do Fundo
de Apoio à Extensão – FAE, por meio do qual a Universidade se
fez presente no ambiente social dos assentamentos no interior
do Estado de São Paulo e, em diálogo com a comunidade, desen-
volveu o projeto e a cartilha que objetiva socializar o processo de
aprendizado e de construção para que o leitor conheça a tecno-
logia de produção de tijolos de solo cimento e, em especial, para
que moradores de assentamentos possam fabricá-los em suas
próprias terras.
Ao publicar esta cartilha, a Universidade materializa a
ação extencionista e contribui para o desenvolvimento das co-
munidades de assentados, com vistas à plena cidadania.

Prof. Dr. Josué Adam Lazier


Coordenador de Extensão e Assuntos Comunitários -
Unimep
Introdução

O Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unimep rece-


be com orgulho a publicação da cartilha “Produção de tijolos
de solo cimento”, de autoria do docente MSc Arq Eduardo Sal-
mar Nogueira e Taveira, que constitui fruto direto dos projetos
de extensão: “Processo educativo na formação de assentados
da reforma agrária para a produção de tijolo solo cimento” , e
“Criação de material gráfico sobre o processo educativo na for-
mação de assentados da reforma agrária para a produção de
tijolos de solo cimento” , em ação cooperada da Faculdade de
Engenharia, Arquitetura e Urbanismo – FEAU, com a Faculdade
de Ciências Humanas – FCH, a Faculdade de Comunicação – FA-
COM, e o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Educação Popular –
NEPEP, com fomento do Fundo de Apoio à Extensão - programa
FAE, voltados para a população rural de assentados no municí-
pio de Sumaré SP.
Cabe aqui colocar, que a reflexão prática sobre o ele-
mento TERRA, enquanto substância matriz e suporte da exis-
tência humana e da sua relação com a arquitetura (entendida
enquanto ação integradora do homem com a natureza) sempre
estiveram presentes no ensino da arquitetura do Curso de Ar-
quitetura e Urbanismo da Unimep desde a sua criação em 1994,
demarcada nos seguintes aspectos: a) a marca distinta do en-
sino prático de arquitetura de terra no Curso da Unimep; b) a
trajetória processual evolutiva desta temática de ensino desde a
origem do Curso até agora; e c) a contribuição do ensino de cul-
turas construtivas na Unimep em relação às outras instituições
de ensino superior brasileiras.
Com base nesta reflexão sobre a trajetória do Curso de
Arquitetura e Urbanismo, pode-se afirmar que a confecção da
cartilha “Produção de tijolos de solo cimento”, disponibilizada
à comunidade de assentados, de referencial conteúdo técni-
co e substancial competência gráfica e compositiva, propicia à
Unimep, simultaneamente, a efetiva materialização do Projeto
Político-Pedagógico do Curso de Arquitetura e Urbanismo, e a
capacitação de agentes multiplicadores na comunidade para di-
fusão do conhecimento , num significativo gesto extensionista
na direção da sua motivação maior: a construção da cidadania.
Novembro 2014

Prof Natanael Macêdo Jardim


Coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo da
Feau/Unimep
Agradecimento

Alunos dos Assentamentos da Reforma Agrária de Sumaré


Altair Queiroz Pereira
Ana Antunas
Antonio Segura Filho
César Martins Pereira
Fábio Barbosa
Gersino da Silva
Jeferson Pereira
Jeferson Prado dos Santos
João Lima
João Lourenço da Silva
José da Silva
José Ferreira
José Fogaça
Lucilene Cruz
Lúcio Belchior
Luis Claudinei Ferraz
Maria Renovato de Oliveira
Maria Silva
Mauro Muniz de Melo
Natalina da Silva
Vera Lúcia de Jesus
SUMÁRIO

1. Introdução....................................................................... 5
2. Histórico do Assentamento........................................6
3. Depoimentos...................................................................8
4. Conhecendo o Bloco..................................................10
5. Vantagens.......................................................................12
6. Informações sobre o solo.........................................14
7. Análises preliminares.................................................19
8. O solo para o BTC.........................................................26
9. Estabilização do solo..................................................28
10. Extração do Solo.........................................................31
11. Secagem e Peneiramento ......................................34
12. Dosificação do Cimento....................................... ...36
SUMÁRIO

13. A Mistura........................................................................39
13.1 Mistura em Seco.................................................40
13.2 Mistura Úmida.....................................................41
15. Prensagem ...................................................................44
16. Cura
16.1 Cura Seca..............................................................48
16.2 Cura Úmida..........................................................49
17. Controle de Qualidade dos Blocos ......................51
18. Emprego na Construção..........................................54
19. Tipos de Prensas..........................................................58
21. Mais Informações.......................................................61
INTRODUÇÃO

Esta cartilha nasceu de uma experiência de capacitação


realizada em parceria entre a UNIMEP e os assentados
da reforma agrária do município de Sumaré, através do
projeto de extensão do “ Fundo de Apoio ao Estudante:
FAE 15/12 – Processo Educativo na Formação de
Assentados da Reforma Agrária para a Produção de
Tijolos de Solo-Cimento”, durante o ano de 2012 a 2013,
e tem por finalidade orientar o leitor sobre a tecnologia
de produção de tijolos de solo cimento, possibilitando
sua produção.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

5
HISTÓRICO DO ASSENTAMENTO

anos
anos60
60ee70
70
Instalação de indústrias na região metropolitana de
Campinas acarreta a vinda de muitos imigrantes. A falta
de emprego deixa muitos deles sem fonte de sustento.

Ano da criação do Assentamento I de Sumaré, sob 1984 1984


aprovação do governador Franco Motoro. Vinte e sete famílias
ocupam a área do Horto Florestal de Sumaré.
1988
1988 Foi decidida em definitivo a área do Assentamento II,
na Estrada Teodor Cundiev, que liga Sumaré a Hortolândia,
com mudança de trinta e seis famílias para lá.

Fundação da cooperativa do Assentamento I, 1997


1997
que funciona como suporte a comercialização, e torna-se
uma cooperativa regional envolvendo os três assentamentos
e aberta a pequenos agricultores familiares.
2000
2000 Início do Assentamento III de Sumaré, a partir de
área regularizada pelo ITESP, advinda da luta dos
Assentamentos I e II, para famílias de Valinhos e Sumaré. Teve
seu desenvolvimento mais acelerado, suas casas ficam no lote
da produção, diferente da agrovila existente nos demais
assentamentos.

Início do Projeto FAE 15/12 que visa compartilhar 2012 2012


entre os assentados dos Assentamentos I, II e III, a tecnologia
de produção de tijolos de solo-cimento, para que
futuramente possam fabricá-los em suas próprias terras.

6
HISTÓRICO DO ASSENTAMENTO

Atualmente
Atualmente
Assentamento I
Possui 45 famílias com 26 titulares, totalizando cerca de 300
pessoas. Grande parcela de seus jovens possui formação
superior. Sua principal fonte de renda são seus plantios e
criações, não existe muita ajuda do estado. Produzem
atualmente, mandioca, milho, batata-doce, banana, goiaba,
leite, hortaliças e legumes que são vendidos na rua, CEASA e
para a prefeitura de Sumaré através do Programa Compra Direta.

Assentamento II
Existem cerca de 60 famílias, sendo 26 titulares, totalizando
cerca de 320 pessoas. Produzem goiabas, bananas, acerolas,
manga, citrus, milho verde, mandioca, quiabo, abobrinha. O
Assentamento conta ainda com dois Centros Comunitários,
coleta de lixo, rede de água e rede telefônica, correio, Escola
Primária de primeira a quarta série e Jardim I e II. Recebe apoio
institucional da Secretaria da Justiça e Cidadania.

Assentamento III
Existem 29 famílias com18 titulares, com cerca de 86 pessoas
no total, onde 61% delas trabalha no próprio local. Os assentados
têm também uma associação, com CNPJ e outras exigências
legais. Produzem e vendem para o comércio e prefeitura
municipal de Sumaré, e para Guarulhos. Sua produção atual é
figo, goiaba, banana, morango, uva, laranja, e cereais para
consumo próprio. O ITESP é o órgão responsável legal pelos três
Assentamentos e fornece acompanhamento técnico a eles.
7
DEPOIMENTOS

“Com o tijolo de solo cimento


poderemos melhorar nossas
casas, fazer construções que
beneficiam projetos coletivos –
salão, biblioteca, farinheira,
forno, churrasqueira, muro, etc.”
Altair Queiroz Pereira

“Para o meio ambiente é melhor


e não gera entulhos.”
Antonio Segura Filho

“Facilita a minha mão de obra e


os gastos serão menores e posso
usar o meu material.”
João Lourenço

“É bem econômico. Acho um


projeto bastante interessante que
muitas pessoas de baixa renda
podem ter ideias para construir
sua casa, fornos, etc..”
Vera Lúcia

8
DEPOIMENTOS

“Quero construir minha casa


com essa técnica.”
Ana Antunas

“Espero que eu seja um agente


multiplicador dessa técnica pois
espero levar essa técnica para
outra região até mesmo onde as
pessoas ficam longe dos grandes
centros onde é difícil o acesso e
aquisição de materiais de
construção como tijolos por
exemplo, por não terem olarias
na região.”
César Martins Pererira

“Acho possível construir minha


casa, ou churrasqueira, lareira
que podem ser construídas com
essa técnica.”
Mauro Muniz de Melo

“Técnica eficiente, barata,


prática e ecologicamente correta.”
Luis Claudinei Ferraz
9
CONHECENDO O BLOCO

Os blocos de solo cimento, Os blocos não passam


são também conhecidos pelo processo de queima
como BTC (BLOCO DE durante sua fabricação, e
TERRA COMPRIMIDA), ou são uma das alternativas
também como Tijolos de menor custo e menor
Ecológicos, são fabricados agressão ao meio
com terra (solo) adensada ambiente na construção
em molde por meio de de alvenarias estruturais
compactação ou e autoportantes
prensagem, seguido de aparentes.
seu desmolde imediato.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

10
CONHECENDO O BLOCO

Em sua composição existe metálicos para a sua


uma maior quantidade de compactação.
areia para uma pequena
porção de cimento, sendo
este o motivo para a
ordem de seu nome:
SOLO CIMENTO.
Quando executada a cura Fotografia: Equipe Projeto FAE.
e a escolha do solo
corretamente, os blocos
de solo cimento
concedem ao seu
emprego na obra a
mesma segurança e
estabilidade que os tijolos
maciços e blocos Fotografia: Equipe Projeto FAE.
cerâmicos queimados
convencionais, mantendo
uma boa resistência à
compressão simples.
Os blocos podem ainda,
ser fabricados em vários
formatos e tamanhos
utilizando moldes
Fotografia: Equipe Projeto FAE.
11
VANTAGENS

Alta resistência à Menos dependência de


compressão e umidade; energia e matéria prima
importados;

Não é poluente, Possui grande conforto


apresentando acústico e é
excelentes propriedades impermeável;
térmicas e baixo
consumo energético, já A regularidade, finura e
que não consome planeza de suas faces
energia elétrica, diesel requerem quantidades
ou a lenha na fabricação, minímas de argamassa
por dispensar a queima de assentamento, e
do bairro; trazem melhores
acabamentos;

Facilidade na produção
e uso, podendo ser
produzido com o
próprio solo do local da
obra, reduzindo ou
evitando custos de
transportes, no caso de
pequenas obras; Fotografia: Equipe Projeto FAE.

12
VANTAGENS

Utiliza basicamente Pode-se chegar a uma


mão de obra redução de custos de até
não especializada na 40% em relação aos
linha de produção; sistemas construtivos
tradicionais.
Pode dispensar o uso de
Área de produção
revestimento, desde que
reduzida;
protegidos da ação
direta da água da chuva,
Adequa-se a uma gama
sendo ideais para
ampla de tipos de solo;
paredes de tijolos
aparentes;
Blocos de solo cimento
(BTC) são uma proposta
Sua tecnologia pode ser válida, barata,
disponível e facilitar a confortável térmica e
geração de uma ajuda acusticamente, e devido
apropriada na solução de ao emprego de
problemas de moradia, conduítes e canos nas
especialmente para paredes, elimina-se a
populações pobres dos chance da sua
países em trabalhosa quebra
desenvolvimento; posterior.

13
INFORMAÇÕES SOBRE O SOLO

COMPOSIÇÃO DO SOLO
A terra é um material O solo origina-se da capa
heterogêneo e de superficial da terra,
composição bem variável, resultado do
um dos materiais mais desprendimento da rocha
abundantes do Brasil, e mãe através do tempo,
um dos principais este material sofre fortes
componentes da mistura transformações
do BTC. Por isso é muito ocasionadas por
importante definir as fenômenos como:
características dos
materiais que o constitui, - Erosões¹ causadas pela
já que alguns solos não agricultura, o vento,
servem como matéria erupções vulcânicas, etc.
prima para a fabricação de
blocos de BTC no seu
estado natural, sendo
necessário agregar outros
materiais a sua mistura
para se obter blocos de
boa qualidade.
Imagem ilustratiiva de uma Erosão.

Erosão¹ : Processo de deslocamento de terra ou de rochas de uma superfície.


14
INFORMAÇÕES SOBRE O SOLO

- Condições climáticas decomposição de plantas


extremas; e animais. A matéria
orgânica está em
- Migração de substâncias contínua transformação e
químicas através da chuva tem uma grande
que penetra no solo ou a capacidade de absorção
evaporação. da água devido a sua
estrutura esponjosa e
Existem vários tipos de possui um cheiro
SOLO, cada um constituído característico.
de diferentes materiais,
são eles:
MINERAIS INERTES:
MATERIAL MINERAL:
Composto pelos Minerais
Inertes; Pedra Cascalho
(Grava); Areia; Limo
(Lama); Minerais Ativos;
Argila. Pedras de 200 - 20 mm
Resultado do
MATERIAL ORGÂNICO: desprendimento da rocha
Formado de
mãe; têm uma grande
microorganismos que
resistência mecânica.
resultam da

15
INFORMAÇÕES SOBRE O SOLO

Gravas de 20 - 2 mm Limo de 0,02 - 0,002 mm


Resulta do Física e quimicamente
desprendimento da idêntico à areia, é muito
pedra; é o esqueleto da mais fino; ligeiramente
terra; têm alta resistência pegajoso.
mecânica.

MINERAIS ATIVOS:

Areia de 2 - 0,02 mm Argilas de 0 < 0,002 mm

Constituída por partículas Algumas são muito


de quartzo e silicato; a expansivas ao contato com
areia não tem coesão; é a água. Elemento que dá a
muito permeável e tem coesão ao solo. Muito fina e
alta resistência mecânica. pegajosa absorve a água
lentamente e não é
permeável.
16
INFORMAÇÕES SOBRE O SOLO

A TERRA E A ÁGUA

Existem três propriedades


que a terra pode adquirir
em contato com a água e
que são fundamentais
para a produção de BTC:

PLASTICIDADE:
Capacidade de deformar-
se sem fissur r se

COESÃO: A capacidadede
resistir aos esforços de Fotografia: Equipe Projeto FAE.

tração e comp essão.

COMPRESSIBILIDADE:
Capacidade para
densifica -se.
(comprime-se)

17
INFORMAÇÕES SOBRE O SOLO

QUATRO ESTADOS DE HIDRATAÇÃO:

Seco Úmido Plástico Líquido

IMPORTANTE: A Existem 12 técnicas


capac dade de abso ção diferentes de construção
de cada solo va a com terra; para cada uma
seg ndo seus delas, o estado de
componentes Para passar hidratação da terra varia.
de um estado de Por exemplo: para o adobe
hidratação a outro, cada precisa-se da terra em
solo precisa de uma estado plástico; para o BTC
quantidade de água em estado úmido.
diferente.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

18
ANÁLISES PRELIMINARES

EXAME VISUAL

Objetivo: OBSERVAR A
COR E COMPOSIÇÃO DA
AMOSTRA (o tamanho
dos grãos).
Procedimento: Examinar Fotografia: Equipe Projeto FAE.

uma amostra em estado


seco e observar seus EXAME DE ODOR
componentes arenosos
(areia) e argilosos (argila). Objetivo: Detectar a pre-
Nesse exame a porção fina sença de matéria orgâni-
(argilas e limo) que é ca na amostra.
composta por partículas Procedimento: CHEIRAR A
inferiores a 0,08mm, não é AMOSTRA, se ela conter
visto a olho nu. odor de húmus existem
elementos orgânicos nessa
amostra. Esse odor
aumenta se aquecermos
ou umedecermos a
amostra, esse tipo de terra
não é apropriado para
construção.

Fotografia: Ivan Moretti.


19
ANÁLISES PRELIMINARES

EXAME TÁTIL

Objetivo: Identificar a
composição do tamanho
dos grãos do material (a
Fotografia: Equipe Projeto FAE. fração fina).
Procedimento: TRITURAR A
EXAME DE MORDIDA AMOSTRA entre os dedos e
a palma da mão.
TERRA ARENOSA - sensação
Objetivo: Identificar o
de rugosidade e não é
grão com o maior
pegajosa, fácil de moer.
tamanho. Atenção:
TERRA LIMOSA - ligeira
deve-se ter cuidado impressão de rugosidade, é
higiênico com as amostras. fácil de fazer um pó fino, e a
Procedimento: MORDER amostra úmida apresenta
UM POUCO DA AMOSTRA uma plasticidade média.
ENTRE OS DENTES. TERRA ARGILOSA - no
TERRA ARENOSA - provoca estado seco apresenta
sensação desagradável torrões que resistem à
entre os dentes. compressão e no estado
TERRA ARGILOSA - úmido absorve a água
sentimos uma sensação lentamente mudando para
lisa e farinhosa entre os uma massa plástica e
dentes. colante.
20
ANÁLISES PRELIMINARES

EXAME DE ÁGUA
CORRENTE

Objetivo: Identificar a
proporção de finos na
amostra. Fotografia: Equipe Projeto FAE.

Procedimento: LAVAR AS
MÃOS após esfregá-las EXAME DE ADERÊNCIA
com a terra ligeiramen- Objetivo: Observar a
te úmida. quantidade de argila na
TERRA ARENOSA - fácil de amostra.
enxaguar as mãos. Procedimento: Toma-se
TERRA LIMOSA - provoca um pouco de terra úmida
sensação de secura e as que não se adere aos
mãos não são difíceis de dedos e se CORTA COM
enxaguar. UMA ESPÁTULA. A terra é
TERRA ARGILOSA - bem argilosa se a espátula
aparência esponjosa e é penetra sem grandes
muito difícil de enxaguar dificuldades e a terra é
as mãos. pouco argilosa se a
Atenção: A pressão da espátula penetra e se retira
água ao lavar as mãos não com facilidade mesmo
deve ser muito forte. quando manchada pela
terra.
21
ANÁLISES PRELIMINARES

Outros Exames: pressionando e alisando a


EXAME DA CAIXA superfície, certificando-se
Teste de Retração de não criar nenhum
espaço vazio no interior
Objetivo: Descobrir se o da massa. Deixar a caixa
solo é adequado para uso. em ambiente fechado,
Procedimento: Mistura-se protegido da chuva e do
um pouco da amostra de sol durante 7 dias,
terra peneirada e seca com molhando-a todos os dias.
a água, até o ponto em Depois, medir a retração
que a mistura grude na ocorrida no sentido do
colher de pedreiro. comprimento da caixa e
Coloca-se esta mistura em também nos dois lados da
uma caixa de madeira com mesma.
as dimensões internas de Some as três medidas. Se
60 x 3,5 x 8,5 cm. o valor ficar abaixo de
A parte interna da caixa 2 cm e se não aparecerem
deve ser untada com óleo trincas no corpo de prova
ou desformante comercial. então o solo é adequado
Enche-se a forma, e pode ser usado.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

22
ANÁLISES PRELIMINARES

EXAME DA GARRAFA

Objetivo: Determinar
aproximadamente, a
Após o período de 3
permeabilidade do solo.
repouso nota-se a
Procedimento: proporção de cada um

Colocar a terra numa 1


dos componentes do solo.

garrafa transparente
ocupando 1/4 de seu
volume, adicionando, Argila
Limo
em seguida, água Areia
Grava
lentamente até 3/4 da
garrafa. Deve-se anotar o
tempo que a água leva Com este exame é fácil
para chegar ao fundo da identificar componentes
garrafa. mais graúdos do solo,
como a areia e a grava.
Deve-se mexer bem a 2 No entanto as partículas
garrafa, para misturar seu inferiores a 1mm como
conteúdo, e depois limo (lama), argilas, ou
repousá-la pelo tempo de outro elemento, são
45 minutos. difíceis de identificar.

23
ANÁLISES PRELIMINARES

E pode-se comparar
rapidamente diferentes
amostras de solo, o qual é
muito útil para controlar
as possíveis modificações
do solo durante a
2
extração.

EXAME DO CHARUTO
Objetivo: Determinar a
3
coesão² do solo, Procedimento:
verificando se a Eliminar os grãos com
quantidade de argila mais de 5 mm.
no solo é apropriada para 2. Misturar um pouco de
a fabricação de BTC. terra com água e fabricar
um “charuto”de 3 cm, de
espessura.
3 Deslizá-lo lentamente
para fora da mão até sua
1 quebra e medir o
comprimento do pedaço
(L).
Coesão² : Aderência; Força que une moléculas às partes constituintes de um
corpo, fazendo com que o mesmo não se parta.
24
ANÁLISES PRELIMINARES

É necessário repetir a EXAME DA CONTRAÇÃO


prova várias vezes antes DO BTC
de fazer a conclusão,
realizando nas mesmas Objetivo: Verificar a
condições o exame: atividade expansiva da
umidade de costume, argila.
espessura do charuto,
velocidade para deslizar o Procedimento: Fabricar
charuto. um bloco e medí-lo.
Deixá-lo secar por 24 horas
e tomar medidas
Através deste exame
novamente.
pode-se descobrir o tipo
de solo da amostra. Para
isso, deve-se observar o
comprimento de L:
L inferior a 5cm = SOLO
ARENOSO Fotografia: Equipe Projeto FAE.
L superior a 20 cm =
SOLO ARGILOSO Resultados:
ATENÇÃO: Para a produção do BTC a
Para a produção do BTC contração não deve
é necessário que o superar os 5 mm. Caso o
comprimento de L esteja supere, deve-se misturar a
entre 5 e 12 cm. terra com areia.
25
O SOLO PARA O BTC

Não são todas as terras BTC seria aquele com


que podem ser utilizadas cerca de
para a fabricação de BTC, 50% de areia
por causa de sua variada 25% de silte
composição e pelo 25% de argila
tamanho de seus grãos,
devendo passar pelo Atenção:
processo de análise. - A argila presente no solo
Essa análise é feita por influencia decisivamente
meio de ensaios que na qualidade dos blocos.
identificam o tipo de solo, A quantidade de areia
e avaliam alguns também é importante.
parâmetros da mistura - Terras com mais de 75%
feita, como tipo e de areia que trazem
porcentagem de argila, pouca coesão ou mais de
quantidade de areia, 50% de argila, devem ser
porcentagem de água e evitados.
de estabilzante, processo - Solos com teores
de fabricação, pressão de grandes de areia exigem
compactação, natureza e maiores taxas de
porcentagem de estabilizantes para
estabilizante, cura. alcançar sua melhoria. Já
Pode-se dizer que o solo a quantidade de água
ideal a fabricação de empregada na mistura se

26
O SOLO PARA O BTC

relaciona com a resistência Com Muita Argila


do bloco.
- As amostras de terra
devem ser peneiradas
para eliminar grãos de
diâmetro superior a 2 cm.
E solos com matéria
orgânica devem ser
evitados. - Risco de fissuras no
bloco;
Os solos que não são bons - A extração e preparação
ao uso na mistura são os do solo é muito difícil.
com:

Muita Areia e Pouca Argila


20% ARGILA

10% LIMO

50% AREIA

- Falta de coesão;
- Difícil de compactar e 20% GRAVA
moldar.

27
ESTABILIZAÇÃO DO SOLO

ESTABILIZAÇÃO DO Não é necessário


SOLO estabilizar quando se
Se o solo não tem as dispõe de um tipo de solo
características ideais para apropriado para o BTC.
a produção do BTC, este Para uma maior resistência
pode ser melhorado e durabilidade do bloco,
agregando um devemos ficar atentos a:
ou mais estabilizantes.
- quantidade de cimento a
ESTABILIZAÇÃO - consiste
ser adicionada ao solo;
em modificar as
características de um solo
para uma aplicação
- quantidade de água a ser
determinada, aplicando
incorporada à mistura;
produtos que melhorem
suas propriedades,
inclusive sob a ação da
- densidade a ser
água. Um dos melhores
conseguida na
estabilizantes conhecidos
compactação.
é o C M N O.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.


28
ESTABILIZAÇÃO DO SOLO

Compressão do Solo: - Reduzir a tendência


expansiva de certos solos.
A compressão da mistura
do solo acontece para que - Reduzir a absorção de
se crie um meio denso água.
(compacto) com o mínimo
de poros e canais capilares. Reação do Cimento:
Quando em contato com a
O melhor resultado na água o cimento reage com
compressão, obtem-se os componentes inertes³
utilizando um solo com do solo (areia, grava)
partículas de todos os criando uma poderosa
tamanhos: grava, areia, estrutura que os une entre
limo (lama), argila. Com o eles.
objetivo de:
Algumas partículas de cal
- Aumentar a resistência à se libertam e reagem com
compressão e aos a argila neutralizando
impactos ainda em assim sua atividade
ambiente úmido. expansiva.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.


Inerte³ : Imóvel; Sem movimento; Sem atividade.
29
ESTABILIZAÇÃO DO SOLO

PROVAS DE CAMPO PARA


A IDENTIFICAÇÃO DO
SOLO

As provas de campo
asseguram o uso de um
solo apropriado para a
produção do BTC. Fotografia: Equipe Projeto FAE.

É muito importante Em cada amostra anotar:


verificar constantemente - Data
a composição do solo, -Localização
pois ela pode variar - Profundidade
mesmo que em uma área - Cor
reduzida. - Tipo de solo

Eliminar a capa superior


da matéria orgânica.
Tomar amostra das capas
inferiores evitando as
capas de cascalho (grava)
e pedra.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.


30
EXTRAÇÃO DO SOLO

1ª ETAPA:
Momento de obter a terra Qual a distância para o
mais apta para o BTC. local da extração ?
Questões importantes a O transporte incrementa
considerar antes de extrair de forma considerável o
a terra são: custo final do produto.

Se o volume do solo é A qualidade do solo:


suficiente, exemplo:
Para uma sala de Solo de boa
50m² precisa-se de: qualidade vai
4000 blocos menos cimento.
4000 x 6L = 24000L
24000L = 24m³ Solo de má
qualidade vai
Quão difícil é a extração? mais cimento.
Quanto mais difícil, mais
horas de trabalho e o
produto final sai mais
caro.
31
EXTRAÇÃO DO SOLO

Procedimento
1º Tirar a capa superior de
matéria orgânica

2º É recomendável fazer a
extração em sentido
vertical para misturar as Fotografia: Equipe Projeto FAE.
diferentes capas do solo
(evitar a grava menor de
20 mm) Em tempo de seca, se o
solo está muito duro é
preferível molhá-lo um dia
antes para que se amacie
e seja mais fácil extraí-lo.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

32
EXTRAÇÃO DO SOLO

PROVAS DE CONTROLE
DURANTE A PRODUÇÃO

EXTRAÇÃO:
Fotografia: Equipe Projeto FAE.

com a nova terra que se


esteja extraindo; e
comparando estes
resultados com os da
primeira prova, verificar se
as propriedades da terra
Fotografia: Equipe Projeto FAE. não mudaram. Colocando
a nova garrafa ao lado da
“garrafa de amostra”, é
VERIFICAR SE AS muito fácil notar se há
PROPRIEDADES DA TERRA alguma diferença. Se os
NÃO VARIAM. resultados são muitos
O responsável da obra diferentes de uma terra a
deve praticar outra, deve-se fazer um
regularmente as provas bloco com a nova terra e
do charuto e da garrafa prová-lo.

33
SECAGEM E PENEIRAMENTO

2ª ETAPA:

SECAGEM

Objetivo: Reduzir ao
máximo a umidade da
terra, para passar pelo
processo de
Fotografia: Equipe Projeto FAE.
peneiramento. A terra
muito úmida é difícil de Para uma melhor secagem
peneirar (as partículas ao sol, deve-se espalhar a
finas se grudam e não terra de maneira uniforme
passam pela peneira), e com até 30 cm de altura
dificulta a mistura com o em uma capa e deixá-la
cimento de maneira exposta sob o sol.
uniforme.

34
SECAGEM E PENEIRAMENTO

PENEIRAMENTO

Objetivo: Selecionar um É necessário também


tamanho específico de eliminar qualquer matéria
grãos e eliminar a matéria orgânica que possa
estranha. reduzir a qualidade do
bloco.

Para a produção do B.T.C.


precisa-se de uma terra
com partículas inferiores
a 20mm.

Atenção: Deve-se atentar


a inclinação da peneira,
pois quanto mais vertical
se encontra a peneira,
mais finos serão os grãos.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

35
DOSIFICAÇÃO DO CIMENTO

Objetivo: Medir a precisaremos de 5 kg. de


quantidade exata de cimento.
cimento e de terra que
irão ser misturados. Para uma correta
dosificação, é
A quantidade de cimento indispensável conhecer o
para a mistura é decidido peso dos componentes da
em função da qualidade mistura: TERRA E CIMENTO.
da terra, em que quanto NA PRÁTICA PARA FAZER A
melhor, menos cimento MISTURA, UTILIZAM-SE
se utilizará, e também VOLUMES COMUNS:
pelo uso especial do
bloco, como para
alicerces, que devem ser
muito resistentes à
umidade.
O peso de um balde em
A quantidade de quilos.
estabilizante se expressa
sempre em porcentagem
de importância.

EXEMPLO: se
estabilizamos 5% de O peso de um carrinho de
100 kg. de terra mão em quilos.
36
DOSIFICAÇÃO DO CIMENTO

Para cada tipo de solo * Com um tipo de solo


precisa-se saber: quantos que pesa: 84 kg num
quilos cabem num balde e carrinho de mão de 60 lts.
quantos em um carrinho 14 kg. num cubo de 10 lts.
de mão.
Geralmente o cimento é
vendido em sacos de
50 kg.

Dividir um saco de
cimento de 50 kg, em
quatro baldes idênticos,
isto é 12,5 kg em cada um.

Exemplo:
* Utilizando carrinhos de
mão de 60 lts.e balde de
10lts.
(6 baldes x um carrinho de
mão)

37
DOSIFICAÇÃO DO CIMENTO

QUANTIDADE DE QUANTIDADE DE CIMENTO


NÚMERO
CIMENTO
DE
Em Em quilos Em volumes
% quilos
Em
volumes
BLOCOS

4% 12,5 312 3 carrinholas + 41


1/4 de saco
de cimento 4 baldes

250
5% 12,5 33
1/4 de saco 3 carrinholas
de cimento

6% 25 416 55
1/2 saco 5 carrinholas
de cimento

7% 25 4 carrinholas +
357 47
1/2 saco
de cimento 1 balde

25
8% 312 3 carrinholas + 41
1/2 saco
de cimento 4 baldes
38
MISTURA

Para a fabricação do BTC processo de fabricação, a


usa-se uma mistura porcentagem de água, a
constituída de solo pressão de compactação,
arenoso, cimento e água a natureza e porcentagem
em quantidades de estabilizantes.
determinadas por ensaio
de laboratório.
É através de ensaios de
corpo de prova que se
encontra a quantidade de
água a ser adicionada à
mistura para a indicação
da umidade ótima, e
também determina-se a Fotografia: Equipe Projeto FAE.

densidade a ser Imagem Misturador do LABSIS.

conseguida com a
compactação.
É necessário avaliar alguns
parâmetros da mistura
feita desde o tipo e
porcentagem de argila, a
quantidade de areia, a
distribuição da curva
granulométrica, o
39
MISTURA

MISTURA EM SECO 3ª ETAPA:

Objetivo: Misturar em
seco o solo e o cimento.
Quanto mais seco e fino
esteja o solo, a mistura
será homôgenea e se
obterão os melhores Fotografia: Equipe Projeto FAE.
resultados na A mistura deve ter uma
estabilização. cor uniforme e não deve
ter bolas de cimento.
Procedimento:

Espalhar a terra numa capa


Deslocar o monte de terra de 30 cm. para adicionar a
pelo menos 3 vezes depois água de maneira uniforme
de acrescentar o cimento. na mistura.

40
MISTURA

MISTURA ÚMIDA Mexer a terra até que a


Objetivo: Adicionar água à água esteja perfeitamente
mistura de solo cimento. distribuída.

A água é necessária para: Prova do Grau Ótimo de


ativar a AÇÃO COESIVA Umidade
das argilas
Objetivo: Verificar que o
atuar como grau de Umidade na
LUBRIFICANTE para uma mistura seja ótimo, para
melhor compressão obter um bom resultado
em compressão.
ATIVAR A REAÇÃO do Cada tipo de solo tem um
cimento com a areia grau ótimo de umidade
Agregar a água com um para a compressão.
regador para repartí-la de
maneira uniforme na Um solo arenoso precisa
mistura. É recomendável de menos água que um
esperar um pouco até que solo argiloso.
a água penetre bem na
mistura.

41
MISTURA

Procedimento: A umidade
da mistura é verificada
através da coesão
apresentada pela massa
fresca.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

Resultado:

Deve-se apertar a mistura


e ao abrir a mão a massa
deverá ter a marca
Fotografia: Equipe Projeto FAE. deixada pelos dedos, se
isso não acontecer, é
porque a massa está muito
1º TESTE: seca; nesse caso, adicione
água até a marca dos
Com um pouco de mistura dedos ficar perfeita em um
úmida, fazer uma bolinha novo teste.
entre as mãos.

42
MISTURA

2º TESTE: A bola se desfaz em


u tos pedaços:
Jogue a bolinha de terra UMIDADE ÓTIMA.
no chão, de uma altura
aproximada de um metro.

A bola se desmo ona:


ÁGUA INSUFICIENTE

A bola não se desfez


MUITA ÁGUA.

Repita os testes até


conseguir a umidade ideal:
o aspecto da mistura
deverá ser o de uma
‘farofa’ úmida.

43
PRENSAGEM

4ª ETAPA:
Objetivo: Compactar o
solo com uma prensa espessura em todos os
manual. blocos, deve-se colocar
Com este tipo de prensa, sempre a mesma
uma só pessoa é suficiente quantidade de mistura
para no molde.
dar ao bloco uma força de
compressão de 8
toneladas.
1 Instalar a prensa numa
superfície horizontal.
3 Verificar que a coberta
entre bem no molde.

2 Para se obter a mesma


44
PRENSAGEM

4 Ao mesmo tempo que


se efetua a compressão,
encher o recipiente
dosificador.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

5 Tomar com muito


cuidado o bloco sem
Fotografia: Equipe Projeto FAE. tocar suas quinas, para
não quebrar o bloco
recém compactado.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

45
PRENSAGEM

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

46
PRENSAGEM

4ª ETAPA:

PROVA DE QUALIDADE
DA COMPRESSÃO

Apoiar o polegar no
centro do bloco:
* Se a impressão é muito
visível e a compressão foi
muito fácil: precisa-se COMPRESSÃO:
colocar mais terra no VERIFICAR A POSIÇÃO
molde. CORRETA DAS PLACAS
* Se a impressão é muito DE COMPRESSÃO DA
visível e a compressão foi PRENSA
muito difícil: a terra está Se a altura do bloco muda
muito úmida. de um extremo ao outro,
* Se a impressão não é é necessário verificar se as
muito visível: a placas de compressão da
compressão é correta. prensa estão paralelas.

47
CURA

CURA SECA evaporação da água dos


blocos.
Objetivo: Armazenar os
blocos num ambiente Questões importantes a
úmido e realizar considerar para armazenar
molhagens sucessivas os blocos:
após 6 horas de moldados
e por pelo menos 7 dias. Empilhar os blocos de tal
Para reagir corretamente maneira que seja fácil
na mistura, o cimento contá-los;
precisa ser hidratado pela
água. A quantidade de Fazer pilhas com o
água utilizada para a equivalente a um dia de
produção do bloco é produção;
muito reduzida.
Por isso é indispensável Marcar claramente a data
manter os blocos em de produção para
ambiente úmido e controlar o tempo de cura
impedir ao máximo a úmida.

Fotografia: Equipe Projeto FAE.


48
CURA

5ª ETAPA:
CURA ÚMIDA
Colocar os blocos “frescos”
e mais perto o possível da
prensa.
Cobrí-los imediatamente
com plástico e desenrolá-
lo à medida que a pilha de
blocos avança.

Assegurar-se que não


tenha infiltração de ar,
colar bem o plástico
contra os blocos.

Se o clima é muito seco,


molhar os blocos de vez
em quando e cobrí-los
imediatamente depois.
49
CURA

CURA ÚMIDA CURA SECA


Os blocos devem estar ao Objetivo: Armazenar os
abrigo do sol blocos em ambiente seco
e vento. por pelo menos 2
Depois do terceiro dia, semanas.
eles podem ser
transportados. Os blocos estabilizados
A cura umida deve com cimento, requerem
continuar por mais 7 dias. 28 DIAS para uma CURA
COMPLETA.

É preferível utilizar os
blocos depois deste
período.

Com um plástico de Este tipo de


3m x 6m pode-se armazenamento tem a
armazenar a produção de vantagem de que os
um dia com 800 blocos. blocos podem transportar-
se facilmente sobre
paletts de madeira.

As paletas de madeira
devem ser muito sólidas.
50
CONTROLE DE QUALIDADE DOS BLOCOS

É conveniente verificar a 1- PESO, APARÊNCIA E


qualidade dos blocos DIMENSÕES.
antes e depois da sua cura Fazer esta prova aos
completa, com o fim de blocos recém saídos da
obter resultados prensa e também aos
comparativos. blocos depois da sua cura
5 de cada 100 blocos completa. Para verificar as
devem ser submetidos às mudanças de peso,
provas de controle. dimensão e aparência em
ambos os procedimentos.
A dimensão não deve
variar mais de 3 mm.
Para facilitar a prova,
pode-se fabricar uma guia
ortogonal em madeira
assinalando nos extremos
Fotografia: Equipe Projeto FAE. das dimensões toleradas.

Para tanto, verifica-se os


seguintes parâmetros:

51
CONTROLE DE QUALIDADE DOS BLOCOS

2- PROVA DE 4 - PROVA DE DUREZA


RESISTÊNCIA Objetivo: Controlar a
Com esta prova se obtém dureza na superfície do
a resistência do bloco à bloco.
tração e a compressão.
Dividir o bloco em duas
peças para passarem pelas
3 - TEXTURA INTERNA seguintes provas:
Objetivo: Verificar se a
mistura foi corretamente Escovar o bloco com
efetuada. uma escova de arame
(com a mesma força, o
A textura interna do bloco mesmo número de vezes)
4
deve ser homôgenea , em
caso de que haja
concentrações de
cascalho ou cimento,
precisa-se verificar que a
mistura seja feita de forma Picar o bloco.
correta. Os limites de tolerância
devem ser estabelecidos
em função do futuro uso
do bloco.
4
Homôgenea : De mesma natureza que outro; Igual; Que tem elementos
uniformes.
52
CONTROLE DE QUALIDADE DOS BLOCOS

5 - PROVA DE IMERSÃO
Objetivo: Verificar a
resistência do bloco na
água.

Utilizar uma das metades


de bloco que foram
submetidas à prova de
dureza.

Deixá-la dentro na MARCAR OS BLOCOS


água por 6 horas, passado
esse tempo, deixá-la secar Uma vez que os blocos
por 42 horas. passaram por estas provas,
precisa-se marcar todo o
Para verificar a qualidade lote pondo a data e a
da estabilização, deve-se classificação dos blocos.
utilizar um bloco inteiro, A marca tem que se
o deixando por 6 horas distinguir em ambientes
dentro da água, retirá-lo e úmidos.
aplicar a prova de
resistência.

53
EMPREGO NA CONSTRUÇÃO

Fotografia: Arquivo Eduardo Salmar.

Residência Márcio Hoffman


Souzas - SP

54
EMPREGO NA CONSTRUÇÃO

Fotografia: Arquivo UNIMEP.

Centro Acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo - UNIMEP


Santa Bárbara d’Oeste - SP

55
EMPREGO NA CONSTRUÇÃO

Fotografia: Arquivo UNIMEP.

Protótipo Experimental UNIMEP


Santa Bárbara d’Oeste - SP

56
EMPREGO NA CONSTRUÇÃO

Fotografia: Equipe Projeto FAE.

Aula Prática Projeto FAE 15/12 - UNIMEP


Santa Bárbara d’Oeste - SP

57
TIPOS DE PRENSAS

CARACTERÍSTICAS DA
PRENSA

Qualquer tipo de prensa MANUAL MECÂNICA


pode ter uma energia de
transmissão mecânica ou
hidráulica.
A resistência dos blocos
não depende do tamanho
da prensa.
A diferença essencial entre
elas está no manejo e a
manutenção.
As dimensões do tijolo
variam de acordo com o
fabricante e o modelo da Imagem ilustratiiva de uma Prensa
máquina empregada. Manual Mecânica.

Também podem variar CARACTERÍSTICAS DO


utilizando outras fôrmas BLOCO
ou matrizes metálicas a Dimensão do Bloco:
serem adaptadas na 29,5 x 14 x 9
prensa.

58
TIPOS DE PRENSAS

CARACTERÍSTICAS DA MOTORIZADA MECÂNICA


PRENSA
Densidade: 1,8 a 2,1 g/cm³
Peso: 7 a 8 kg.
Resistência:
40 - 120 Kg/cm
Força de compressão:
8 toneladas
Rendimento: 100 blocos/h
Produção mensal:
20000 unidades
Instalações Básicas: Imagem ilustratiiva de uma Prensa
Motorizada Mecânica.
- Galpão com área
construída de
aproximadamente100 m²; CARACTERÍSTICAS DO
- água BLOCO:
- energia (110V/220V) Dimensão do Bloco:
- maquinários e 29,5x14x9
ferramentas; Densidade do bloco:
Mão de obra: 1,8 a 2,1 toneladas
01 encarregado na Peso: 7 a 8 Kg.
produção e 04 serventes. Resistência: 40 - 120 Kg/cm.

59
A PRENSA

CARACTERÍSTICAS DA Peso: 12 a 14 Kg.


PRENSA Resistência:
Força de compressão: 40 - 120 Kg/cm
15 toneladas
Rendimento: 200 blocos/h Produção mensal:
(em relação à prensa 160000 unidades;
manual) Força de compressão:
60 toneladas
MÓVEL MOTORIZADA Rendimento: 240 blocos/h
HIDRÁULICA (em relação à prensa
CARACTERÍSTICAS DO manual)
BLOCO Instalações básicas:
Galpão com área
construída de
aproximadamente 400m²
água energia (110V/220V)
maquinários e ferramentas;
Imagem ilustratiiva de uma Prensa
Mão de Obra:
Motorizada Hidráulica. 01 Encarregado de
Produção, 01 operador de
Dimensão dos Blocos:
pá carregadeira,
30x20x10
01 operador de prensa
Densidade do bloco:
hidráulica e 06 serventes.
2,3 a 2,4 toneladas

60
MAIS INFORMAÇÕES

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CENTRO DE PESQUISAS E


CIMENTO PORTLAND. Curso DESENVOLVIMENTO. Manual de
intensivo de solocimento. São Paulo, Construção com Solo-Cimento.
1979. p. ilust. THABA, Camaçari, 1984.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE O SOLO-CIMENTO NO CAMPO E NA


CIMENTO PORTLAND.Curso CIDADE . Eduardo Salmar Nogueira
intensivo de solo-cimento normas e Taveira. Editora Ícone. São Paulo,
de dosagem e métodos de ensaio. 1986. Site: www.sahara.com.br
São Paulo, 1979. p. ilust.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PUBLICAÇÕES


CIMENTO PORTLAND. Solo cimento
na habitação popular. 2ed.. São
Paulo, 1987. 12 p. Dissertação de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
Mestrado apresentada à Escola de CIMENTO PORTLAND. Evolução das
Engenharia de SãoCarlos, 1987. Pesquisas de Laboratório de Solo-
Cimento. PINTO, Carlos de Souza.
São Paulo, 1989.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
CIMENTO PORTLAND. Estudo
Técnico 53 Dosagem de Solo ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
Melhorado com Cimento. PITTA, CIMENTO PORTLAND. Boletim
Márcio Rocha, Engenheiro Civil. São Técnico 109. Aplicação de Solo-
Paulo, 1983. Cimento em Pequenas Áreas
Urbanas. TEIXEIRA, Fernando José.
São Paulo,1986.
BANCO NACIONAL DA HABITAÇÃO/
CEPEA. Tijolos maciços de solo-
cimento: fabricação e utilização. Rio
de Janeiro, 1985. 20 p. ilust.

61
MAIS INFORMAÇÕES

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS PARA CONSULTA


CIMENTO PORTLAND. Boletim
Técnico 112 - Fabricação de Tijolos e
Blocos de Solo-Cimento com a NBR 6457: Preparação de amostra de
utilização de Prensas Manuais. São solo para ensaio de compactação e
Paulo,1988. ensaios de caracterização físico-
mecânica.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NBR 6508 : Determinação da


CIMENTO PORTLAND. Estudo Técnico massa específica dos grãos de
35 Dosagem das Misturas de Solo- solo.
Cimento - Normas de Dosagem. São
Paulo, 1986. NBR 7180 : determinação do
limite de plasticidade do solo.

FARIA, O. B.; NEVES, C. Técnicas de NBR 7181 : Análise


Construção com Terra.Disponível em: granulométrica de solos.
<http://redproterra.org/images/
stories/pub_pdf/tecnicas_de_
construcao_com_terra.pdf>
Acesso em: 13 jun. 2014.

NEVES, C. M. M. ; et al. Seleção de


Solos e Métodos de Controle na
Construção com Terra - Práticas de
Campo. Disponível em:
<http://redproterra.org/images/
stories/pub_pdf/Seleccao_de_solos_
10.pdf>
Acesso em: 10 abr. 2014.

62
Fotografia: Equipe Projeto FAE.
UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA
FEAU - FACULDADE DE ENENHARIA, ARQUITETURA E URBANISMO
FCH - FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS
FACOM – FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
NEPEP – NÚCLEO DE ESTUDOS E PROGRAMAS EM EDUCAÇÃO POPULAR

2014

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