Boletim Operário
Nº 600
A Notícia
Rio de Janeiro
30 e 31 de outubro de 1895.
Edição nº 277 Ano II
Pagina 2
Morte pela Eletrecidade
Lemos na República de Curitiba:
“Um operário que trabalhava na construção do novo edifício
desta folha, tendo saído para fazer um concerto no sobrado do
Senhor Jorge Anad, que fica ao lado das nossas oficinas,
entendeu de experimentar o choque do fio elétrico que passa
junto a sacada do referido sobrado, onde trabalhava. E fê-lo
com tanta infelicidade, que ao colocar a mão sobre o arame
caiu fulminado repentinamente. Desde muitos dias o infeliz
operário tentava experimentar a descarga elétrica, todas as
vezes que a companhia, a tarde, começava a fazer a
experiência de luz para o serviço da noite. Foi por vezes
aconselhado pelos companheiros e pessoas das nossas
oficinas que não o fizesse, porque podia ser-lhe desastrosa a
tentativa. Apesar da advertência de um seu Companheiro, ele
agarrou o fio, recebendo o choque, que violentamente o atirou
por terra, sem vida”.
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Ano XI
Caxias do Sul, 30/mai/2020
A Notícia
Rio de Janeiro
27 e 28 de agosto de 1895.
Edição nº 221 Ano II
Página 2
Desastre na Central
Mais um desastre deu-se hoje as 5 ½ horas, na Estação de
Sapopemba, com o choque dos trens expresso de Minas,
partido da Estação Central às 5 horas, e um de gado que descia
de Santa Cruz. O encontro deu-se na curva do entroncamento
naquela estação, e o choque foi violento, pois ambos os trens
estavam em movimento. Consta-nos que aos passageiros nada
sucedeu além do susto. Um guarda-freio ficou com uma perna
partida. Estás noticias foram colhidas até as 9 ½ horas, e são as
únicas que puderam ser obtidas no momento, visto achar-se
interrompida a linha. À proporção que nos forem chegando as
informações iremos adiantando a noticia. As 8 ½ horas partiram
para o lugar do sinistro, em trem especial, os Senhores Doutores
Moraes Jardim, Diretor da Estrada e Rademaker, Chefe do
Trafego. Até a hora de entrar a folha para a máquina ainda não
tinha voltado de Sapopemba o Diretor da Estra. Conseguiu-se,
no entretanto, saber todas as ocorrências do desastre, por
telegramas recebidos pela estrada e pelo Doutor Chefe de
Polícia. Efetivamente nenhum passageiro sofreu com o encontro
dos trens senão o susto, isto devido ao maquinista do expresso
de Minas, que pode paralisar o movimento da maquina.
Felizmente houve apenas três empregados feridos, sendo o
maquinista e o foguista do expresso, e um guarda-freio que ficou
com uma perna partida. Este foi medicado pelo Doutor Moreira
Senra, clinico da localidade, que aplicou um aparelho definitivo.