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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

ADONIRAM DOS SANTOS SOUZA


CARLA DE CARVALHO
ZULEIKA CARNEIRO DA SILVA

SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA
ANÁLISE DO TRABALHO CIENTÍFICO COMO FERRAMENTA PARA
PSICÓLOGOS

Nova Iguaçu
2019
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

ADONIRAM DOS SANTOS SOUZA


CARLA DE CARVALHO
ZULEIKA CARNEIRO DA SILVA

SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA
ANÁLISE DO TRABALHO CIENTÍFICO COMO FERRAMENTA PARA
PSICÓLOGOS

Esta pesquisa será apresentada ao


curso de graduação em psicologia da
Universidade Estácio de Sá, a ser
utilizado como diretriz para a formação
em bacharel em psicologia, sob a
orientação da professora Ana Cristina
Araújo.

Nova Iguaçu
2019
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

ADONIRAM DOS SANTOS SOUZA


CARLA DE CARVALHO
ZULEIKA CARNEIRO DA SILVA

SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA
ANÁLISE DO TRABALHO CIENTÍFICO COMO FERRAMENTA PARA
PSICÓLOGOS

Esta pesquisa será apresentada ao


curso de graduação em psicologia da
Universidade Estácio de Sá, a ser
utilizado como diretriz para a formação
em bacharel em psicologia, sob a
orientação da professora Ana Cristina
Araújo.

Apresentado em ____/____/____
Nota__________
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________
Examinador -1
Sumário
INTRODUÇÃO...........................................................................................................5
A INFLUÊNCIA DA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS............................6
O SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA E SEUS FATORES DE RISCO.........................8
MÉTODOS.................................................................................................................9
FONTES DE DADOS..............................................................................................10
DEFININDO VARIÁVEIS.........................................................................................10
ANÁLISE DE DADOS..............................................................................................10
RESULTADOS.........................................................................................................11
INTRODUÇÃO

O suicídio é um assunto delicado do qual as pessoas não estão


acostumadas a falar seja por falta de compreensão ou apenas medo. Este termo
remete a sentimentos negativos que são evitados a todo custo justamente por ser
complexo. Muitas questões que o cercam estão vinculadas no valor da vida sobre
a morte. Existem julgamentos de valor quando se sabe que alguém cometeu
suicídio e alguns desses julgamentos são referentes às pessoas que estão
doentes (física ou psicologicamente) lutando para viver e para os familiares de
quem já cometeu o ato fica a dúvida e desespero por não entender o que levou
aquela pessoa a fazer aquilo e se questionam sobre a parcela de culpa por não ter
ajudado ou percebido.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), globalmente, o


suicídio é a segunda principal causa de mortalidade entre os jovens. O suicídio é
um fenômeno complexo que envolve fatores individuais, familiares, culturais e
sociais, e taxas variáveis de suicídio foram relatadas em diferentes países e em
diferentes momentos. Embora o suicídio na adolescência seja relativamente pouco
frequente em comparação com os grupos etários mais velhos, é um grande
problema de saúde pública em muitos países (Wasserman D, Cheng Q, Jiang GX
2005). Estudos sobre as características que fundamentam as diferenças nas taxas
de suicídio em vários países têm o potencial de produzir insights1 significativos
para intervenções e políticas relacionadas.

Tendo em vista que na última grande pesquisa da OMS (2016) referente ao


suicídio entre adolescentes entre 15 e 19 anos, o Brasil atualmente é o centésimo
sexto país no ranking mundial, atualmente, tem havido poucas pesquisas
comparando as taxas de suicídio entre adolescentes nos países no topo do
ranking com base em dados recentes que consideraram simultaneamente o sexo,

1
Compreensão ou solução de um problema pela súbita captação mental dos elementos e relações
adequados.
a idade e o tempo. A maioria das pesquisas foi conduzida usando dados de um
único país, com alguns estudos comparativos descrevendo as diferenças nas
taxas de suicídio dentro de categorias mais amplas além do nível do país.
(BEUTRAIS 2015)

Ainda, considerando que para que haja uma importância científica fidedigna
nas informações sobre o suicídio na adolescência, apresentamos a atuação dos
artigos/ estudos científicos, uma vez que somente através de tais pesquisas é
possível obter dados confiáveis sobre diversos assuntos.

Assim, o presente estudo tem como objetivo uma investigação de


pesquisas acadêmicas brasileiras (publicadas no acervo de três plataformas sobre
artigos acadêmicos mais acessadas) recentes e quantificar quantas pesquisas
foram publicadas nos últimos dois anos relacionados ao suicídio na adolescência
e com isso avaliar se o número dessas pesquisas nos anos de 2017 e 2018
possuem um número significativo de acessos e interesse por parte dos
profissionais de psicologia. Compreendendo que tais artigos científicos ajudam no
preparo dos profissionais da área da saúde diretamente envolvidos nas
intervenções e percepções de risco interferindo positivamente no conhecimento
destes profissionais, acreditamos que tais pesquisas tem um impacto significativo
na preparação dos psicólogos. Usamos dados recentes de mortalidade da OMS e
dados populacionais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE) para comparar as taxas de suicídio entre jovens de 10 a 19
anos no país no topo do ranking de suicídio (Guinea e do Brasil para explorar o
volume de pesquisas desenvolvidas.

A INFLUÊNCIA DA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS

Artigo científico é um trabalho redigido pelas normas da Associação Brasileira de


Normas e Técnicas (ABNT), com a finalidade de transmitir os resultados de um
estudo ou pesquisa científica sobre um determinado tema. A elaboração de tal
pesquisa requer do autor domínio mínimo sobre o conteúdo a ser pesquisado,
visando auxiliar futuras pesquisas ou trabalhos relacionados a área selecionada,
além de ser utilizado como trabalho de conclusão de curso, com o objetivo de
formação de pessoa capacitada no âmbito selecionado. (ABREU, H., LINS, L.,
BATISTA, M. 2014)

De acordo com a revista científica FACPED, um artigo cientifico tem como


funções:

• Divulgação científica - A publicação de um artigo científico ou técnico é uma


forma de transmitir à comunidade técnico-científica o conhecimento de novas
descobertas, e o desenvolvimento de novos materiais, técnicas e métodos de
análise nas diversas áreas da ciência.

• Aumentar o prestígio do autor - Pesquisadores com um grande volume de


publicações desfrutam do reconhecimento técnico dentro da comunidade
científica, alcançam melhores colocações no mercado de trabalho, e divulgam o
nome da instituição a qual estão vinculados.

• Apresentação do seu trabalho - Muitas instituições de ensino e/ou pesquisa, e


várias empresas comerciais frequentemente requerem que os seus profissionais
apresentem o progresso de seu trabalho e/ou estudo através da publicação de
artigos técnico-científicos.

• Aumentar o prestígio da sua instituição ou empresa - Instituições ou empresas


que publicam constantemente usufruem do reconhecimento técnico de seu nome,
o que ajuda a atrair maiores investimentos e ganhos para esta organização.

• Se posicionar no mercado de trabalho - O conhecido ditado em inglês "Publish or


perish", ou seja, "Publique ou pereça", provavelmente nunca foi tão relevante
como nos dias de hoje.

Redigir um artigo técnico lhe trará uma boa experiência profissional, e


contribuirá para enriquecer o seu currículo, aumentando assim suas chances de
obter uma melhor colocação no mercado de trabalho.

Ainda, quando mencionamos os artigos científicos, precisamos


compreender como tais trabalhos influenciam na construção do saber durante o
processo de formação do ensino superior, de acordo com Forattini a importância
de um artigo advém de um ponto de vista cultural e econômico, onde o
conhecimento possui um impacto no desenvolvimento do trabalho de profissionais
que consultam e buscam tais conhecimentos devido a realidade da coleta de
dados envolver o profissional de maneira empírica durante a execução de seu
trabalho.
No que se refere a influencias de tais pesquisas no cotidiano profissional do
psicólogo, Szymanski e Cury afirmam que:

...”consiste em transformar a dúvida inicial em autoconhecimento e, assim,


em autoconfiança. O profissional tem que evoluir para um estado ativo de conferir
certo nível de credibilidade básica ao seu processo interior, ao deixar-se levar pela
questão inicial e transformar-se no primeiro sujeito da pesquisa, testando em si
mesmo a pergunta disparadora que fará aos participantes hipotéticos, aqueles que
convidará a participar como sujeitos (ou coparticipantes) do estudo.”

Além de reforçar o conhecimento adquirido no processo de formação, o


psicólogo se torna mais atento a questões práticas e não apenas teóricas,
aumentando a sensibilidade necessária na profissão para lidar com o sofrimento
de seus pacientes, que por muitas vezes se negará a falar sobre esta questão,
uma vez que este processo é doloroso.

Ao analisar o processo teórico de aprendizado acadêmico na Universidade


Federal de Espirito Santo e na Universidade Estácio de Sá sobre o suicídio nas
não há qualquer disciplina ou abordagem direta sobre o assunto, mesmo nos
semestres mais avançados não uma obrigatoriedade de estar nos currículos
acadêmicos sobre tal questão, tendo isso como base, a preparação acadêmica
não é o suficiente para compor um arsenal teórico quando um psicólogo lida com
um adolescente em situação de risco de suicídio. Isso torna os estudos e
trabalhos científicos em ferramentas eficazes exemplificando rotinas ou vivências
de como lidar com a profissão na prática. (MOTTA, A. 2011).

O SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA E SEUS FATORES DE RISCO

O termo suicídio tem origem no latim, na junção das palavras sui (si
mesmo) ecaedere (ação de matar), ou seja, é um ato que consiste em pôr fim,
intencionalmente, à própria vida, é um ato voluntário em que o indivíduo, por
motivos como, elevado grau de sofrimento, descontrole emocional, decepções,
transtornos mentais e de ansiedade, vê na morte a solução de seus problemas
(BARBOSA; MACEDO; SILVEIRA, 2011).

O suicídio é um fenômeno de grande complexidade que tem atraído a


atenção de profissionais, pois hoje é considerado um problema de saúde pública,
tendo como foco a atenção primária 2, abrangendo desde a provisão das melhores
condições possíveis para congregar nossas crianças e jovens através de um
tratamento efetivo dos distúrbios mentais até um controle ambiental dos fatores de
risco. (BERTOLOTE, J, 2004)
2
É o atendimento inicial ou “porta de entrada” no sistema de saúde. Seu objetivo é orientar sobre a
prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para
níveis de atendimento superiores em complexidade.
Ainda, de acordo com o livro Um Manual para Profissionais da Saúde
Primária desenvolvido em 2004, para poder compreender a dimensão do
problema que se tornou o suicídio é necessário saber:

• Estima-se que um milhão de pessoas cometeram suicídio no ano de 2000

no mundo.

• A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo.

• A cada 3 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida.

• O suicídio está entre as três maiores causa de morte entre pessoas com

idade entre 15-35 anos.

• Cada suicídio tem um sério impacto em pelo menos outras seis pessoas.

• O impacto psicológico, social e financeiro do suicídio em uma família e

comunidade é imensurável.

Atualmente a OMS no Brasil, de acordo com o Boletim Epidemiológico de


tentativas de óbito por suicídio do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan) (2017), houve um registro de 1.173.418 casos de violências
interpessoais e autoprovocadas entre os anos de 2011 a 2016, o que revelou um
aumento nas notificação de 209,05% para o sexo masculino e 194,7% para o sexo
feminino. A maior concentração ocorreu na faixa etária de 10 a 39 anos
caracterizando 74,4% dos casos.
De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), foram
registrados 55.649 casos de morte por suicídio no Brasil no período de 2011 a
2015, com maior incidência para o sexo masculino 8,7/100 mil habitantes, quatro
vezes maior do que os índices para o sexo feminino de 2,4/100 mil hab. com
predominância da faixa etária de 70 anos ou mais.

MÉTODOS

Para realizar o estudo, utilizamos o método explicativo, onde é investigado


se o número de estudo ou artigos científicos que havia como principal tema o
suicídio na adolescência, o número de acessos de cada um dos artigos, além de
uma pesquisa on line realizada com profissionais da área da psicologia atuantes
na área do suicídio adolescente entre o período de 2017 e 2018.

FONTES DE DADOS
Os trabalhos acadêmicos foram selecionados com base no acervo das
plataformas de publicações científicas mais acessadas no Brasil, Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Portal da Biblioteca
Virtual de Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), informando o
número de publicações nos anos referentes a pesquisas, assim como o número
de acessos a cada conteúdo. Também o site Onlinepesquisa.com, foi utilizado
como fonte de pesquisa de interesse em artigos com relevância no suicídio
adolescente.

DEFININDO VARIÁVEIS

Foram considerados todos os artigos que foram publicados no acervo de


uma das três plataformas descritas anteriormente, assim como os conteúdo
informando óbitos causados por essa intencionalidade por jovens entre 12 e 19
anos, seguindo a Classificação Internacional de Doenças (CID) em sua décima
versão (X60 ou X84).

Também, foi avaliado cada um dos artigos e se foram produzidos por profissionais
da área da saúde no Brasil, assim como seus acessos.

ANÁLISE DE DADOS

Primeiro, avaliamos os números das publicações desenvolvidas por


brasileiros nas plataformas BVS, CAPES e SCIELO, tendo como princípios os
anos de 2017 e 2018. Somente será analisado nesta primeira etapa, trabalhos
acadêmicos que possuírem o suicídio na adolescência como título de cada estudo,
além do texto estar em português do brasileiro e ter como autor ou autores
profissionais da área de psicologia. Para levar em conta tais variações, iniciamos
as pesquisas a partir do dia 31 de abril de 2017, pois um mês exato antes do inicio
dessa pesquisa, uma série chamada 13 Razões (ou 13 Reasons why no original),
baseada no livro do autor Jay Asher, conta a história de uma adolescente que
comete suicídio após uma série de falhas referente a Hanna de outras pessoas. A
decisão foi tomada, porque esta série televisiva foi o foco de diversas pesquisas
científicas, matérias jornalísticas e mesmo assunto que ficou no topo de
discussões de diversas redes sociais por semanas, assim acreditamos que tal
data seria um “ponta pé” inicial correto.

Em seguida, buscamos pelo interesse de tais profissionais em publicações


sobre o assunto, assim como o estímulo a leitura sobre tais artigos científicos,
para isso, com a utilização de uma plataforma de pesquisas online, coletamos
dados referentes a profissão da amostra, onde um dos tópicos da pesquisa
solicitava o número do CRP dos participantes (sendo cada número consultado
individualmente e descartados aqueles que não foram confirmados), o interesse
em ler habitualmente artigos sobre o assunto, e se o profissional já desenvolveu
alguma pesquisa neste assunto.

Com essas duas etapas bem definidas, o primeiro passo ficou por conta do
acesso as plataformas de trabalhos acadêmicos, foi utilizado os campos de
pesquisas avançadas com o intuito de encontrar títulos com suicídio na
adolescência, assim como a partir do final do mês de abril até dezembro de 2017,
verificando os acessos e interesses no assunto, reiniciando uma segunda
pesquisa a partir do primeiro dia de 2018 até o último dia do mesmo ano. Após a
coleta de tais dados, uma pesquisa on line realizada com cerca de 400
participantes no período de maio de 2019 ao início do mês de junho do mesmo
ano, foi avaliado a quantidade de estudantes e seus períodos em diversas
universidades, assim como os profissionais com CRPs aptos, o nicho específico
da área de trabalho do profissional, se há um hábito na leitura deste tipo de
pesquisa, e se o profissional já desenvolveu algum trabalho científico na área do
suicídio e se não porquê.

RESULTADOS

As tabelas 1 e 2 resumem as informações adquiridas no que se refere ao


número de publicações brasileiras por meses em cada plataforma, tendo como
princípios os anos, e títulos sobre suicídio na adolescência.
Gráfico 1 – CAPES publicações brasileiras no ano de 2017.

CAPES PUBLICAÇÕ ES BRASILEIRAS


4
3.5
3
2.5
ANO - 2017

2
1.5
1
0.5
0
L O
ÇO RI AI
O O TO BR
O RO BR
O
BR
O
AR B M NH LH OS UB
A JU JU M M M
M AG TE
T
VE ZE
SE OU DE
NO

Gráfico 2 - CAPES publicações brasileiras no ano de 2018.

CAPES PUBLICAÇÕ ES BRASILEIRAS


2
1.8
1.6
1.4
1.2
ANO - 2018

1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
RO IRO O IL IO HO LHO STO BRO BRO BRO BRO
EI E RÇ ABR MA UN O
N A J JU M TU M M
JA VER M AG TE OU VE EZE
E O
FE S N D

No que se refere ao CAPES o gráfico do ano de 2017, analisado a partir do


mês de maio, mostra que até dezembro, apenas 10 artigos sobre o suicídio de
adolescentes foi desenvolvido, havendo meses nos quais não houve nenhuma
publicação no acervo dessas plataformas. Em 2018, os primeiros seis meses
conseguiram produzir 8 artigos científicos demonstrando um grande avanço
nessas pesquisas, entretanto, apenas 3 artigos foram produzindo um total de 11
trabalhos acadêmicos neste ano, nesta plataforma.
Gráfico 3 - SCIELO publicações brasileiras 2017

SCIELO PUBLICAÇÕ ES BRASILEIRAS


1
0.9
0.8
0.7
0.6
ANO - 2017

0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
L O
ÇO RI AI
O O TO BR
O
BR
O
BR
O
BR
O
AR AB M U NH U LH OS M U M M
J J
M AG TE
T
VE ZE
E OU DE
S NO

Gráfico 4 - SCIELO publicações brasileiras 2018

SCIELO PUBLICAÇÕ ES BRASILEIRAS


1
0.9
0.8
0.7
0.6
ANO - 2018

0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
RO RO RÇO IL IO O O TO BRO BRO BRO BRO
EI EI A BR MA UNH ULH OS
N R M A J J G M TU M M
JA
E VE A
E TE OU O VE EZE
F S N D

No acervo das publicações de 2017 da SCIELO, apenas 2 trabalhos acadêmicos


foram encontrados dentro dos padrões desta pesquisa, o primeiro em março e o
segundo em julho, também em 2018 apenas duas publicações brasileiras com
investigações científicas no que se refere ao suicídio adolescente foi desenvolvido
um em agosto e o segundo em novembro.
Gráfico 5 - BVS publicações brasileiras 2017

BVS PUBLICAÇÕ ES BRASILEIRAS


1
0.9
0.8
0.7
0.6
ANO - 2017

0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
L O
ÇO RI AI
O O TO BR
O
BR
O
BR
O
BR
O
AR AB M U NH U LH OS M U M M
J J
M AG TE
T
VE ZE
E OU DE
S NO

Gráfico 6 - BVS publicações brasileiras 2018

BVS PUBLICAÇÕ ES BRASILEIRAS


1
0.9
0.8
0.7
0.6
ANO - 2018

0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
RO RO RÇO IL IO O O TO BRO BRO BRO BRO
EI EI A BR MA UNH ULH OS
N R M A J J
AG
M TU M M
JA
E VE E TE OU O VE EZE
F S N D

Na plataforma BVS, tanto no ano de 2017, quanto de 2018 3 artigos foram


desenvolvidos com o mesmo tipo de investigação. Em médias, nesses dois anos
uma média e 3 artigos foram publicados nos acervos das plataformas brasileiras
de artigos e estudos científicos.
Conforme a OMS afirma na sua última pesquisa relacionada ao suicídio
mundial em 2017 de acordo com a imagem acima, toda área em alaranjada que
cobre áreas como a do Brasil, possui de 5 a 10 suicidas a cada 100.000 pessoas e
que desse número em média 30% são de jovens entre 12 e 19 anos. O ultimo
censo feito para averiguar a população total brasileira no Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), nos trouxe um número base de 209,3 milhões de
brasileiros. Relacionando os números acima, temos em média 2090 suicidas ou 70
adolescentes em situação de risco diário algum estado no Brasil.

De acordo com o Caribbean Public Health Agency (CARPHA), onde a


grande parte das pesquisas científicas relacionados a saúde de todos os países
do Caribe são adicionados em seu acervo, no ano de 2017 e 2018 foram
registradas apenas 3 pesquisas científicas, com exceção da plataforma acima
mencionada, não encontramos nenhuma outra com especialidade na publicações
científicas, entretanto o site healguyana.com possui informações importantes
referentes ao suicídio em contexto geral, porém não possuía dados específicos
sobre o suicídio com adolescentes.
Com esses dados, podemos perceber que em média mais de 25000
adolescentes estão em risco de cometer suicídio, comparando com o número de
pesquisas desenvolvidas nos anos de 2017 e 2018, cerca de 1 pesquisa científica
é realizada a cada 1680 mortes de adolescentes que considera o suicídio uma
solução para seus problemas.

Com o auxílio das versões analíticas de cada plataforma de pesquisa uma


análise de acesso aos documentos científicos desenvolvidos nos anos de 2017 e
2018 relativos ao suicídio de adolescentes foi realizado, assim os dados abaixo
nos informa quantos acessos nesses anos a tais documentos foram exercidos e
com isso conseguimos esses resultados:

Gráfico 7 - Total de acessos aos artigos em 2017.

TOTAL DE ACESSOS AOS ARTIGOS

SCIELO 138
ANO - 2017

CAPES 683

BVS 440

0 100 200 300 400 500 600 700 800


Gráfico 8 - Total de acessos aos artigos 2018.

TOTAL DE ACESSO AOS ARTIGOS

SCIELO 222
ANO - 2018

CAPES 724

BVS 373

0 100 200 300 400 500 600 700 800

PESQUISA COM PSICÓLOGOS


Para compreender como os trabalhos científicos influenciam nos
profissionais para quais tais artigos foram escritos, precisamos quantificar qual o
interesse dos psicólogos no que se refere ao assunto dos suicídios adolescentes.
Assim, através da pesquisa on line realizada em duas etapas, onde na primeira
200 alunos do primeiro ao décimo período em universidades de todo o Brasil,
foram entrevistados com uma simples pergunta: Existe interesse em artigos
científicos?

A segunda etapa, 200 profissionais no Brasil devidamente registrados no


Conselho Federal de Psicologia foram entrevistados, com o mesmo
questionamento, para obter dados mais concisos, inserimos profissionais com 2 a
20 anos de experiência no ramo, dessa maneira obtivemos os seguintes dados;
Gráfico 9 – Interesse em leitura de artigos estudantes

QTD DE ESTUDANTES DE PSICOLOGIA ENTREVISTADOS


INTERESSE EM LEITURA DE ARTIGOS CIENTÍFICOS
200 182
180 173
160
131 135 137
140 122 123
118 112
120
106
10094 82 88
78 77
80 69 65 63
60
40 27
18
20
0
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
PERÍODO LETIVO DOS ESTUDANTES DE PSICOLOGIA

Sim Nã o

Gráfico 10 – Interesse em leitura de artigos estudantes

Chart Title
QTD DE PSICOLOGOS ENTREVISTADOS

200
180 174 169
156 156
160 148 147
138 136 135
140 128
120
100
80 72 65
62 64
6044 52 53
44
40 26 31
20
0
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
ANOS DE EXPERIÊNCIA DOS PSICÓ LOGOS

Sim Nã o

O gráfico 9 nos mostra resultados dos estudantes de psicologia do primeiro


ao décimo período e seus interesses ao passar dos períodos de estudo, dessa
maneira, até o quinto período existe um interesse crescente ás pesquisas
científicas, entretanto ao chegar ao sexto período o interesse é decrescente, cada
semestre de estudo o interesse tende a diminuir, cerca de 67% dos estudantes
perdem o interesse em materiais científicos desenvolvidos. Os profissionais
também, independente dos anos de experiência revelam números em queda
dessas pesquisas, dos 200 profissionais pesquisados a grande maioria (69%) não
possuem interesse nesses trabalhos.

DISCUSSÃO
Este estudo teve como foco uma análise do interesse sobre o suicídio na
adolescência, avaliamos o desenvolvimento dos artigos no período de 2017 e
2018 publicados nos acervos das três maiores plataformas de publicações
científicas do Brasil, através das ferramentas analíticas oferecidas por tais
plataformas, percebemos que não há um volume grande de trabalhos
desenvolvidos, o número alarmante de tais atos é enorme se relacionado com as
pesquisas, de acordo com os dados existe um grande número de mortes e ainda
assim o número de pesquisas científicas é risório.

Descobrimos o número de acesso de cada uma dessas publicações, esses


dados nos mostrou o interesse sobre o assunto neste período, acreditávamos que
a data escolhida e motivo tenham sido relevantes para o aumento desses artigos,
entretanto as mesmas avaliações feitas um ano antes mostrou uma diferença de
5% a mais nos acessos a trabalhos científicos sobre o suicídio adolescente.

No que se refere ao interesse em pesquisas científicas, os resultados tanto


dos estudantes de psicologia, quanto dos profissionais que já atuam na área, a
uma falta de entusiasmo com o passar dos anos, seja no período de
aprendizagem universitária ou no decorrer da carreira.

Com todos os dados analisados, comprovamos que atualmente no cenário


psicológico, seja no processo de preparação acadêmica ou durante a carreira, há
um déficit tanto no desenvolvimento científico quanto no interesse sobre tais
pesquisas, a suposição de iniciar a partir de um seriado que ao primeiro momento
criamos a hipótese de poder influenciar e/ou instigar o desejo de dar início a um
processo de estudo científico não foi comprovado.
Percebemos que existiram diversas limitações a nossa pesquisa, pois o
estudo examinou em um período de apenas dois anos, sendo também limitado a
pesquisas em português, pois durante a busca, percebemos que profissionais da
área da psicologia brasileiros publicaram diversos artigos, sendo alguns
relacionados ao suicídio adolescente. Portanto, nossos resultados não podem ser
considerados como valores absolutos sobre o suicídio adolescente, mas sim uma
reflexão a ser feita sobre os profissionais da área da psicologia. Também, é
possível que nosso conjunto de dados possa ser alterado em futuras pesquisas
sobre esse assunto, pois percebemos que alguns números sobre outras pesquisas
foram alterados, devido ao acervo de tais plataformas serem atualizadas.

Apesar de nossas limitações, nossa esperança com o presente trabalho é


estimular futuras pesquisas sobre o suicídio na adolescência, uma vez que
investigações mais extensas podem incluir variáveis sociais, psicológicas,
contextuais e políticas diferentes, ampliando o espectro dos estudos científicos
beneficiando não apenas o corpo acadêmico, mas todos que venham a sofrer
devido a esse ato.

.
REFERÊNCIAS

1. Beautrais AL. Suicídio de crianças e jovens adolescentes na Nova


Zelândia. Aust NZJ Psiquiatria. 2001; 35: 647-653.

2. BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAUDE. Suicídio da Adolescência. Disponível


em: http://pesquisa.bvsalud.org/brasil/?lang=pt&home_url=http%3A%2F
%2Fbrasil.bvs.br&home_text=BVS+Brasil&q=suicidio+na+adolesc
%C3%AAncia&submit=Pesquisa

3. CAPES. Periódicos. Disponível em: https://www.periodicos.capes.gov.br/?


option=com_pmetabusca&mn=88&smn=88&type=m&metalib=aHR0cHM6L
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ZpZD1DQVBFU19WMQ%3D%3D&buscaRapidaTermo=suicidiospo Acesso
em: 14/06/2019.

4. CARPHA: list of suicide research. Disponível em :


http://carpha.org/SearchResults/tabid/84/Default.aspx?
Search=suicide+teen. Acesso em: 12/06/2019.

5. FACANHA, Jorge Daniel Neto et al . Prevenção do suicídio em


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