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Resumo: Embora a soja seja uma espécie de grande importância econômica no mundo e de
ampla utilização, poucos são os trabalhos disponíveis na literatura que se destinam ao estudo
da sua anatomia foliar, principalmente, comparando diferentes cultivares e sua relação com
patógenos. Desta forma, o presente trabalho objetivou avaliar a anatomia foliar de diferentes
cultivares de soja e sua relação com a incidência e severidade de doenças. As cultivares
comparadas foram: Monsoy 6101, Anta 82, Monsoy 7908, BRS Valiosa e Pioneer P98Y11,
sendo suas folhas coletadas nos estádios fisiológicos R2 e R5.1. Foram medidos o índice
estomático e densidade estomática das faces adaxial; espessura de folha, mesofilo,
parênquima paliçadico, parênquima lacunoso; altura da epiderme adaxial e abaxial. As
diferenças entre as medidas revelaram a maior susceptibilidade a doenças para as cultivares
que apresentaram as menores espessuras, bem como para as que apresentaram os maiores
índices estomáticos.
Abstract: Although soybean is a species of great economic importance in the world and
widely used, there are few works available in the literature that are intended for studying its
leaf anatomy, especially comparing different cultivars and their relation with pathogens. Thus,
the aim of the present study was evaluate the leaf anatomy of different soybean cultivars and
their relation with the incidence and severity of diseases. The cultivars compared were:
Monsoy 6101, Anta 82, Monsoy7908, BRS Valiosa and Pioneer P98Y11, and its leaves
collected at physiologic stage R2 and R5.1. We measured the stomatal index and stomatal
density in adaxial and abaxial surfaces; leaf, mesophyll, palisade parenchyma, spongy
parenchyma thickness; height of abaxial and adaxial epidermis. The differences between
measurements revealed a higher susceptibility to diseases in cultivars that had the smallest
thicknesses, as well for those with highest stomatal index.
estágio, totalizando-se três folhas por unidade em hipoclorito de sódio 2,5% por 24 horas
experimental (vaso). até clarear. Em seguida, foram realizados três
Em cada folíolo, foram realizados enxágues em água destilada, onde
seis cortes, sendo dois cortes transversais permaneceram por 12 horas. Posteriormente,
para medições anatômicas e quatro cortes permaneceram por 24 horas em etanol 70%,
para vista frontal, para análise foliar através sendo coradas com fucsina 1% por 48 horas.
da diafanização (KRAUS & ARDUIN, Após coloração, foram mantidas em etanol
1997). 50% por uma semana e desidratadas em série
A porção mediana dos folíolos etanólica crescente e pós-desitratadas em
colhidos foi fixada em FAA70 por 24 horas xileno por 15 minutos. As lâminas foram
(JOHANSEN, 1940,). montadas com bálsamo-do-canadá.
Para as medições anatômicas, após a Para análise histoquímica na
fixação o material foi desidratado em série identificação da presença de lignina foi
etanólica 70, 80, 90 e 100 % por duas horas utilizada a reação por floroglucinol
cada (JOHANSEN, 1940) e pós-desidratados acidificado (FOSTER, 1949).
em xileno P.A. por duas horas. Em seguida, o A captura das imagens foi feita
material foi infiltrado em parafina com ponto utilizando microscópico óptico Nikon® e
de fusão de 60 ºC, por uma hora em parafina câmera digital Sony® acoplada ao
com xileno (1:1) e por uma hora em parafina microscópico. As imagens foram tiradas com
pura. zoom óptico de 40 e 10 vezes e zoom digital
A inclusão foi realizada em blocos de 2.0.
de parafina e, posteriormente, o material foi As análises das imagens foram feitas
cortado em micrótomo rotativo a 20 µm. por meio do programa Anati Quant 2®.
Os cortes foram fixados em lâmina Foram analisados a espessura da folha, do
de vidro com ajuda do adesivo de Bissing mesofilo foliar, dos parênquimas paliçadico e
(BISSING, 1974) e dispostos em chapa lacunoso, da epiderme adaxial e abaxial,
aquecida a 40 ºC para total expansão dos densidade e índice estomático e ainda
cortes. As lâminas contendo os cortes fixados verificada a área lignificada da folha. O
foram desparafinizadas em xilol por 30 e 15 cálculo do índice estomático foi feito de
minutos de cada vez, hidratados em serie acordo com a fórmula de Cutter (1986):
etanólica decrescente (100, 90, 80 e 70 %) e índice estomático (IE) = [NE/(CE + NE)] x
água destilada. 100, em que NE é o número de estômatos e
A análise anatômica foi feita por CE o número de células epidérmicas
meio de cortes corados com azul de toluidina propriamente ditas.
0,05% pH 4,0 (O’BRIEN et al., 1964). Para O delineamento experimental foi
coloração dos mesmos, o material inteiramente casualizado no esquema fatorial,
permaneceu imerso no corante por cerca de sendo o fator um, as diferentes cultivares e o
20 minutos, sendo desidratado em série fator dois, os estádios fenológicos. Foram
etanólica crescente (70, 80, 90 e 100%) e realizadas três repetições. Como tratamentos
pós-desidratado em xileno P.A + álcool P.A e foram utilizados as cultivares Monsoy 6101,
em Xileno P.A por dez e cinco minutos. Para Anta 82, Monsoy 7908, BRS – Valiosa e
a realização das fotomicrografias, as lâminas P98Y11, as quais são as mais representativas
foram preparadas com algumas gotas de no sudoeste goiano. Os resultados foram
bálsamo-do-canadá e lamínula. submetidos à análise de variância e as médias
Para análise da superfície foliar, comparadas pelo teste de Tukey à 5% de
amostras das folhas foram diafanizadas probabilidade, utilizando-se o programa
(ARNOTT, 1959). Cortes das folhas fixadas Sisvar.
foram imersos em hidróxido de sódio a 5%
por 48 horas, sendo posteriormente RESULTADOS E DISCUSSÃO
enxaguadas em água destilada e mergulhadas
Figura 1 - Detalhe da diafanização de folha de Glycine max (L.) Merrill. A: Detalhe da face
abaxial. B: Face adaxial. C: Vista frontal dos tricomas. D: Tricoma glandular e
tector. co = célula ordinária, cs = célula subsidiária, es = estômato, seta = tricoma
tector, * = tricoma glandular.
Figura 2 - Cortes transversais da folha de Glycine max (L.) Merrill coradas com floroglucina
ácida (A-C) e azul de toluidina (D-F). ep = epiderme, es = estômato, ev = elemento
de vaso, fi = fibra, fl = floema, mp = mesofilo paranerval, pa = parênquima de
preenchimento, pl = parênquima lacunoso, pp = parênquima paliçádico, * = câmara
subestomática, seta = bainha do feixe.
Tabela 1 - Índice estomático da face adaxial, índice estomático da face abaxial e densidade
estomática da face adaxial em corte transversal de cinco cultivares de soja [Glycine
max (L.) Merrill] coletadas em diferentes estádios fenológicos cultivados em casa
de vegetação na Universidade de Rio Verde – FESURV, Rio Verde, Goiás
Tratamento I.E.F.Adaxial I.E.F. Abaxial D.E.F. Adaxial
Cultivar (%) (%) est.mm ־²
Monsoy 6101 9,42 a 20,72 a 141,2766 a
Anta 82 9,17 a 19,29 ab 151,1766 a
Monsoy 7908 8,22 ab 18,73 ab 107,9816 ab
BRS Valiosa 6,80 b 17,51 b 96,2833 b
Pionner - P98Y11 8,52 a 18,63 b 126,8783 ab
** Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Tabela 2 - Índice estomático da face adaxial (I.E.F. Adaxial), índice estomático da face
abaxial (I.E.F. Abaxial) e densidade estomática da face adaxial (D.E.F. Adaxial) em
corte transversal de cinco cultivares de soja [Glycine max (L.) Merrill] coletadas em
diferentes estádios fenológicos cultivados em casa de vegetação na Universidade de
Rio Verde – FESURV, Rio Verde, Goiás
I.E.F.Adaxial I.E.F. Abaxial D.E.F. Adaxial
Estádio
(%) (%) est.mm ־²
110,1413 b
E1- R 1 7,55 b 19,83 a
139,2973 a
E2- R 5.1 9,31 a 18,11 b
** Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
** Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúsculas na linha, não diferem estatisticamente
pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
** Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
** Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Tabela 6 - Altura da epiderme abaxial em corte transversal de cultivares de soja [Glycine max
(L.) Merrill] coletadas em diferentes estádios fenológicos cultivados em casa de
vegetação na Universidade de Rio Verde – FESURV, Rio Verde, Goiás
A.E.Abaxial
Tratamento x Estádio (Cultivar) R1 R 5.1
(µm) (µm)
Monsoy 6101 8,5533 a B 11,3633 a A
Anta 82 7,9100 ab B 11,7033 a A
Monsoy 7908 7,6700 b B 10,4033 b A
BRS Valiosa 7,4433 b B 10,4766 b A
P98Y11 7,4933 b B 11,1300 ab A
** Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúsculas na linha, não diferem estatisticamente
pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
CONCLUSÕES campo.