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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CAMPUS ABDIAS DE CARVALHO


COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DO TRABALHO
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA
DO TRABALHO
DISCIPLINA: HIGIENTE DO TRABALHO

ATIVIDADE 02: ANÁLISE DO ÁCIDO CLORÍDRICO NA SAÚDE E


SEGURANÇA DO TRABALHADOR CONFORME NR’S

Jefferson Pereira Delfino

Recife
2020
De acordo com a FISPQ, o ácido clorídrico (HCl) é uma substância
geralmente líquida a temperatura ambiente, incolor, podendo ser ligeiramente
amarelada, completamente solúvel em água. Apesar de estável, quanto a sua
reatividade, pode apresentar reações químicas perigosas com formação de
gases. Recomenda-se não manter em altas temperaturas ou em contato com
metais, pois, em sua decomposição, pode gerar vapores tóxicos e que irritam,
ou ainda formação de mistura explosiva. Substância considerada perigosa para
transporte. Corrosivo.
Quanto a toxicidade, se ingerido, pode provocar dor intensa por
queimaduras na boca, faringe e abdômem, acompanhada de vômito e diarreia
escura. Em caso de Inalação, pode provocar tosse, sufocação, dor de cabeça e
tontura. Se em contato com a pele, queimaduras de dores fortes e constante.
Em Contato com os olhos, o HCL causa dor, lacrimejamento e edema da
conjuntiva. Em caso de toxicidade crônica, os seus vapores podem causar
corrosão dos dentes e da pele, bronquites crônicas, broncopneumonia e
dermatose.
Conforme descrito na NR 05, os membros da CIPA devem identificar os
riscos, elaborar o mapa de riscos com assessoria do SESMT, implementar o
plano de controle, verificar periodicamente os ambientes e condições de trabalho
identificando as situações que venham a trazer riscos para segurança e saúde.
Quanto ao HCl, os membros da CIPA podem realizar, no tocante ao transporte,
armazenamento, manuseio e descarte, a sinalização adequada onde o HCl
estiver, colocando por exemplo o mapa de risco sinalizando os locais do
ambiente com HCL com um círculo vermelho, implementar as medidas de
controle de risco em caso de vazamentos ou acidente local, verificar diariamente
a conservação das instalações, máquinas ou instrumentos que estão em contato
com o HCl, podendo assim informar aos superiores o estado de conservação e
a necessidade de manutenção de instalação e equipamentos, assessorados aos
setores de engenharia da empresa e acompanhamento do descarte adequado
com o setor de meio ambiente.
Para o PCMSO (NR 07), devido o HCl não estar disposto nos Quadros I
e II da NR 07, os exames médicos complementares não devem ser executados.
Entretanto, segundo o item 7.4.2.2 da mesma norma, por se tratar de um agente
químico não presente nestes quadros, outros indicadores biológicos podem ser
monitorados periodicamente pelos profissionais de medicina do trabalho, como
para constatar possíveis danos à saúde do trabalhador, devido a exposição ao
ácido clorídrico ao longo do tempo. Os indicadores podem ser a possível perda
de visão do trabalhador, presença de dermatites, coloração dos dentes, exames
laboratoriais de sangue e coloração das fezes e oximetría.
Para o PPRA (NR 09) as etapas serão descritas a seguir:

 Antecipação e reconhecimento dos riscos

A presença do HCl por si só já é considerado um risco químico, devido


aos possíveis danos causados ao trabalhador, identificando o HCl, onde
ele estará localizado, seus meios de propagação e forma trajetória nos
ambientes (como por exemplo os vapores), trabalhadores expostos
diretamente, os danos à saúde supracitados que podem causar e suas
medidas de controle.

 Prioridades e metas de avaliação de controle

Evitar a aproximação do trabalhador o máximo possível do ácido


clorídrico, ou o manuseio de forma adequada, caso sua atividade tenha
ligação de forma direta ou indireta com a substância. Manter as
instalações em condições adequadas para armazenamento e uso do HCl.
Prover treinamentos adequados para trabalhadores que lidam com ácido
clorídrico

 Avaliação dos riscos e exposição

Necessita-se avaliação quantitativa da exposição do trabalhador a


contaminação de ar do ambiente devido aos vapores de HCl, comparando
o valor medido em relação a seu valor de teto de 4 ppm ou 5,5 mm/m³ do
ambiente, (Valores de limite de tolerância determinados pelo quadro I do
anexo 11 da NR 15), sua insalubridade será máxima se alcançado tais
valores.

 Medidas de Controle

Caso não seja possível a substituição do HCl ou sua eliminação, devem


existir medidas que evitem a proliferação do mesmo no ambiente, como
derramamento acidental, ventilação forçada no ambiente onde o mesmo
está presente, diques de contenção, etc. O uso obrigatório de EPIs de
acordo com o disposto na NR 06que não sejam danificados pela corrosão
do HCl, como máscaras, luvas, roupas, óculos, etc. Em resumo, as
prioridades são a de não exposição ou contato do trabalhador ao HCl.

 Monitoramento da exposição aos riscos

Avaliação das condições de manutenção das instalações e equipamentos


pelo setor de engenharia provendo manutenção preditiva e corretiva se
necessário. Manter sistemas de ventilação em pleno funcionamento,
diques em bom estado de conservação e EPIs novos ou prover
substituição se necessário.

 Registro de Divulgação dos Dados

Manter histórico de exames toxicológicos dos trabalhadores expostos de


forma direta ou indireta com o HCl, avaliando os indicadores biológicos de
forma periódica.
Em se tratando de periculosidade, o uso de HCl não é utilizado como
parâmetro para adicional de insalubridade, pois não se enquadra nos itens
dispostos da NR 16 e seus anexos, pois ele não é uma substância inflamável ou
radioativa.

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