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Análise de Autos de Infração – Responsabilidade tributária.
Art. 456. Observado o disposto no art. 486-B, o crédito tributário relativo às contribuições de que tratam os arts. 2º
e 3º da Lei nº 11.457, de 2007, será constituído:
I - pelo lançamento por homologação expressa ou tácita, mediante declaração do ARO, na forma do art. 340, ou
da GFIP, comunicando a existência de crédito tributário; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1477,
de 03 de julho de 2014)
Art. 460. São documentos de constituição do crédito tributário relativo às contribuições de que trata esta Instrução
Normativa:
I – A GFIP e a DCTFWeb a partir do mês de competência em que a entrega desta se tornar obrigatória, nos ter-
mos do art. 486-B; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1867, de 25 de janeiro de 2019)
II - Lançamento do Débito Confessado (LDC), é o documento por meio do qual o sujeito passivo confessa os débi-
tos que verifica;
III - Auto de Infração (AI), é o documento constitutivo de crédito, inclusive relativo à multa aplicada em decorrência
do descumprimento de obrigação acessória, lavrado por AFRFB e apurado mediante procedimento de fiscaliza-
ção;
IV - Notificação de Lançamento (NL), é o documento constitutivo de crédito expedido pelo órgão da Administração
Tributária;
V - Débito Confessado em GFIP (DCG), é o documento que registra o débito decorrente de divergência entre os
valores recolhidos em documento de arrecadação previdenciária e os declarados em GFIP; e
VI - (Revogado)
VII - Aviso para Regularização de Obra (ARO), emitido na forma prevista no art. 340, a partir das informações
prestadas na Declaração e Informação sobre Obra (DISO), é o documento por meio do qual o sujeito passivo con-
fessa os valores das contribuições oriundos da aferição indireta de obra de construção civil de sua responsabilida-
de.
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CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – CTN
SUJEITO PASSIVO
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pe-
cuniária.
Parágrafo único: O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa
de lei.
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo
crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabi-
lidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obri-
gação.
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.
O interesse comum é o interesse que une mais de uma pessoa em um grupo cujos integrantes façam parte de
um mesmo pólo de uma relação jurídica. É o que ocorre quando dois compradores adquirem o terreno de dois
vendedores. O grupo dos compradores possui o interesse comum de receber o bem e de pagar o preço. O grupo
dos vendedores possui o interesse comum de entregar o bem e receber o preço. Entre os dois grupos haverá
apenas o interesse coincidente de que a alienação ocorra.
Soraya Marina Barcelos - OS LIMITES DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA SOLIDÁRIA PREVISTA NO ART. 124 DO
CÓDIGO TRIBUTÁRIO
NACIONAL E O PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA
EXEMPLOS:
A solidariedade irá decorrer da participação da realização do fato gerador porque a pessoa executou, por si mes-
ma, os fatos geradores da obrigação tributária, em concurso com outras.
Frise-se que o sujeito passivo será contribuinte em relação ao seu quinhão na participação do fato gerador
e será ao mesmo tempo responsável solidário pelo quinhão dos demais co-realizadores do fato gerador.
As pessoas com interesse comum na situação que constitui fato gerador da obrigação de pagar um tributo são
solidariamente obrigadas a esse pagamento, mesmo que a lei específica do tributo não o diga. É uma norma
geral, aplicável a todos os tributos.
Comentários ao Código Tributário Nacional: artigos 96 a 138. Vol. 2. São Paulo: Atlas, 2004.
Interesse jurídico é aquele interesse – seja econômico ou moral – que deriva de uma relação jurídica de qual o
sujeito de direito seja parte integrante, e que interfira em sua esfera de direitos e deveres, e que o legitima a
postular em juízo em defesa do seu
interesse.
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O ART. 124, I E OS GRUPOS ECONÔMICOS
A Jurisprudência recente do STJ, assim como a do CARF, já reconhece que a participação de uma sociedade em
um grupo econômico, por si só, não é capaz de lhe imputar solidariedade tributária por fatos geradores praticados
por outra sociedade componente deste mesmo grupo.
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ISS. EXECUÇÃO FISCAL. LEGITIMIDADE PASSI-
VA. EMPRESAS PERTENCENTES AO MESMO CONGLOMERADO FINANCEIRO. SOLIDARIEDADE. INEXIS-
TÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 124, I, DO CTN. NÃO-OCORRÊNCIA. DESPROVIMENTO.
1. "Na responsabilidade solidária de que cuida o art. 124, I, do CTN, não basta o fato de as empresas pertencerem
ao mesmo grupo econômico, o que por si só, não tem o condão de provocar a solidariedade no pagamento de
tributo devido por uma das empresas"
(HARADA, Kiyoshi. "Responsabilidade tributária solidária por interesse comum na situação que constitua o fato
gerador").
2. Para se caracterizar responsabilidade solidária em matéria tributária entre duas empresas pertencentes ao
mesmo conglomerado financeiro, é imprescindível que ambas realizem conjuntamente a situação configura-
dora do fato gerador, sendo irrelevante a mera participação no resultado dos eventuais lucros auferidos pela
outra empresa coligada ou do mesmo grupo econômico.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 124, I, DO CTN. …Tal “interesse comum” deve ser jurídico e não
meramente econômico. Para que se configure o interesse jurídico comum é necessária a presença de interesse
direto, imediato, no fato gerador, que acontece quando as pessoas atuam em conjunto na situação que o constitui,
isto é, quando participam em conjunto da prática da hipótese de incidência. Essa participação comum na reali-
zação da hipótese de incidência pode ocorrer tanto de forma direta, quando as pessoas efetivamente pra-
ticam em conjunto o fato gerador, quanto indireta, em caso de confusão patrimonial e/ou quando dele se
beneficiam em razão de sonegação, fraude ou conluio.
INTERESSE COMUM DIRETO: As empresas realizam concomitantemente fato descrito na norma de incidência.
Ex: as empresas prestam serviço conjuntamente; adquirem imóvel; ...
INTERESSE COMUM INDIRETO: surge a partir de situações onde se constate abuso da personalidade jurídica.
Ex: interposição de pessoas; simulação; confusão patrimonial...
IMPORTANTE: O ônus da prova quanto aos fatos que fizeram surgir a solidariedade é do fisco.
DECISÃO DO TRF1.
1. É indevida a inclusão de terceiros supostamente integrantes de grupo econômico em execução fiscal proposta
contra pessoas jurídicas diversas, sem a devida comprovação da formação de grupo econômico e confusão
patrimonial.
2. "A inclusão da pessoa indicada no pólo passivo da execução significará a sujeição de seu patrimônio ao adim-
plemento dos créditos tributários sob execução, ou seja, é medida de extrema gravidade que deve estar cercada
de cuidados, sob pena de causar danos a terceiros não vinculados aos fatos geradores."
(AG 0024177-92.2002.4.01.0000-BA, r. Juiz Federal Alexandre Buck Medrado Sampaio, 1ª Turma Suplementar).
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POSICIONAMENTO DO CARF
E AS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS?
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social
obedecem às seguintes normas:
IX - as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas
obrigações decorrentes desta Lei;
SERIA NECESSÁRIO DEMONSTRAR O INTERESSE COMUM, NESTA HIPÓTESE? (Art. 128 do CTN)
O preceito do art. 124, II, no sentido de que são solidariamente obrigadas “as pessoas expressamente designadas
por lei”, não autoriza o legislador a criar novos casos de responsabilidade tributária sem a observância dos requisi-
tos exigidos pelo art. 128 do CTN, tampouco a desconsiderar as regras matrizes de responsabilidade de terceiros
estabelecidas em caráter geral pelos arts. 134 e 135 do mesmo diploma.
(RE nº 562276)
POSICIONAMENTO DOUTRINÁRIO:
Considerando que a disposição contida no art. 30 cria novo caso de responsabilidade tributária, é fácil concluir
que a norma é inconstitucional, vez que seu conteúdo não foi introduzido no ordenamento por lei complementar,
na forma exigida pelo art. 146, III, b, da Constituição Federal.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA E GRUPO ECONÔMICO DE FATO
Hélio Silvio Ourém Campos
POSICIONAMENTO DO STJ:
Esta Corte Superior entende que a responsabilidade solidária do art. 124 do CTN, c/c o art. 30 da Lei n.
8.212/1991 não decorre exclusivamente da demonstração da formação de grupo econômico, mas demanda a
comprovação de práticas comuns, prática conjunta do fato gerador ou, ainda, quando há confusão patrimonial.
Precedentes.
AgRg no AREsp 89618/PE. 23/06/2016.
- Independência apenas formal das pessoas jurídicas. Na prática, a administração é exercida pelas mesmas
pessoas naturais;
- Quadro societário composto por parentes, ex-empregados do grupo ou pessoas ligadas;
- Atuação idêntica, similar ou complementar;
- Confusão patrimonial e financeira;
- Identidade de endereços, telefones, sites;
- Apresentação ao mercado como empresa única (compartilhamento da marca).
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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA:
O parágrafo único do artigo 116 do CTN não é auto-aplicável. Depende da edição da lei ordinária prevista na parte
final de sua redação, que disporá sobre procedimentos.
“O parágrafo único do art. 116, do Código Tributário Nacional, é ineficaz, por falta de densidade normativa sufici-
ente à sua aplicação, em virtude de não ter disciplinado a sequência de atos necessários para se desconsiderar o
ato ou negócio jurídico…”
Hamilton Dias de Souza e Hugo Funaro – A desconsideração da personalidade jurídica e a responsabilidade tribu-
tária de sócios e administradores. Revista Dialética – 137.
“... sendo hipótese de nulidade do negócio jurídico, este, desde a sua celebração, está viciado e não produzirá os
efeitos que lhe são próprios. Assim, o fisco pode se recusar a aceitar os efeitos tributários pretendidos pelo contri-
buinte sem precisar, para tanto, ingressar com nenhuma ação específica para decretar a nulidade do negócio.
Se todo interessado pode invocar a nulidade (art. 168) qualquer interessado pode se comportar no relaci-
onamento direto perante a parte interessada realizando a conduta coerente com o seu entendimento de
que o negócio é nulo por simulado.”
GRECO, Marco Aurélio. Planejamento tributário.3ª edição – São Paulo: Dialética, 2011. (Página 282)
O Código Tributário Nacional – CTN tratou do tema no inciso VII do art. 149, assim dispondo:
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
...
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simu-
lação;
Súmula CARF nº 76: Na determinação dos valores a serem lançados de ofício para cada tributo, após a exclusão
do Simples, devem ser deduzidos eventuais recolhimentos da mesma natureza efetuados nessa sistemática, ob-
servando-se os percentuais previstos em lei sobre o montante pago de forma unificada.
QUESTÃO: sendo o lançamento efetuado em nome da empresa X, devem ser abatidos os valores anteriormente
recolhidos ao SIMPLES pela empresa Y?
Multa de Mora:
Lei nº 9.430/1996.
Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da
Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previs-
tos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos
por cento, por dia de atraso.
§ 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do
prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento.
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A aplicabilidade destes dispositivos às contribuições previdenciárias é determinada pelo art. 35 da Lei nº 8.212, de
1991.
Multa de Ofício:
Lei nº 8.212/1991. Art. 35-A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35
desta Lei, aplica-se o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.
Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº
11.488, de 2007)
I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de
falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada
pela Lei nº 11.488, de 2007)
§ 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos
nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades
administrativas ou criminais cabíveis.
Art . 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o co-
nhecimento por parte da autoridade fazendária:
I - da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais;
II - das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tribu-
tário correspondente.
Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência
do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de
modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento.
Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos
referidos nos arts. 71 e 72.
§ 2º Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1º deste artigo serão aumentados de me-
tade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para:
I - prestar esclarecimentos;
II - apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os art. 11 a 13 da Lei nº 8.218, de 1991.
III - apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei.
De acordo com o art. 6o da Lei no 8.218/1990, ao sujeito passivo que, notificado, efetuar o pagamento, a compen-
sação ou o parcelamento das contribuições previdenciárias, das contribuições instituídas a título de substituição e
das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, será concedido redução da
multa de lançamento de ofício nos seguintes percentuais:
• 50% (cinquenta por cento), se for efetuado o pagamento ou a compensação no prazo de trinta dias, contado da
data em que o sujeito passivo foi notificado do lançamento;
• 40% (quarenta por cento), se o sujeito passivo requerer o parcelamento no prazo de trinta dias, contado da
data em que foi notificado do lançamento;
• 30% (trinta por cento), se for efetuado o pagamento ou a compensação no prazo de trinta dias, contado da
data em que o sujeito passivo foi notificado da decisão administrativa de primeira instância;
• 20% (vinte por cento), se o sujeito passivo requerer o parcelamento no prazo de trinta dias, contado da data
em que foi notificado da decisão administrativa de primeira instância. .
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