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Turma: Direito Previdenciário – Matutino

Atividade referente a aula do dia 25 de março de 2020.


Trabalho 2
Entrega: 1º de abril de 2020.
Pontuação: 1,0
Nome: Raique Lucas de Jesus Correia

• O art. 2º da LOAS dispõe sobre os objetivos da assistência social, informe


quais são.
Os objetivos da assistência social, são:
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da
incidência de riscos, especialmente:
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice:
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária;
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família;
II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade
protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de
vitimizações e danos;
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das
provisões socioassistenciais.
• Discorra sobre os princípios elencados no art. 4º da LOAS.
I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de
rentabilidade econômica;
Segundo esse princípio, as questões financeiras devem ficar em segundo plano, pois a
prioridade da assistência social é em atender as demandas e necessidades sociais.
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação
assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
A assistência social é prestada aos indivíduos que se encontram em vunerabilidade
social, por essa razão, a universalização dos direitos sociais tem como finalidade
tornar o indivíduo que recebe a assistência apto a alcançar os direitos pelas demais
políticas públicas.
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e
serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se
qualquer comprovação vexatória de necessidade;
Esse princípio visa evitar determinadas práticas burocráticas que afetem a dignidade
do indivíduo ou o exponha a qualquer tipo de condição vexatória, fazendo com que não
haja criação de barreiras intransponíveis devido à situação de vulnerabilidade.
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer
natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
Aqui encontramos uma medida de equidade. Esse princípio deve ser entendido não
como a obrigação de prestação do benefício a todos, até mesmo porque a assistência
social serve apenas aos hipossuficientes, mas sim no sentido do acesso a todos, é
dizer, qualquer uma deve poder recorrer a assistência social se dela necessitar e dela
usufluir na medida de sua desigualdade/necessidade. Assim, deve-se ressaltar a
equivalência às populações urbanas e rurais, uma vez que os benefícios podem não ter
os mesmos valores ou requisitos entre as populações, diante das realidades
altamentes distintas.
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem
como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
Ora, para ter acesso ao benefício é preciso que ele seja divulgado, sobretudo às
camadas populares menos instruídas, de modo que possam efetivamente conhecer e
usufluir desses direitos.
• Diga quais são as diretrizes da organização da assistência social e
discorra sobre elas.
I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo;
Trata-se do comando único das ações em cada esfera de governo, respeitando as
diferenças, características e necessidades de cada ente federado, demandando
responsabilidades específicas e cooperadas de cada esfera, valorizando o poder local
e uma gestão democrática da assistência social.
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis;
Esse princípio de certa forma se relaciona com o anterior, pois atenta quanto a
necessidade de se adotar um modelo de gestão descentralizado, neste caso, para
além do monólogo estatal, reconhecendo a participação de organizações civis para
efetivação e aprimoramento da estrutura da assistência social.
III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência
social em cada esfera de governo.
Esta diretriz se caracteriza pela supremacia do papel do Estado frente aos atendimento
as necessidades sociais da população e é efetivada mediante da responsabilidade
estatal na gestão e financiamento da política pública.
• Dê um conceito sobre seguridade social e apresente os princípios da
Seguridade Social, discorrendo sobre eles.
A seguridade Social encontra definição na Carta Magna de 1988, no artigo 194, caput,
que a define, como um "conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social" . Neste sentido, pode-se dizer, que o Sistema Nacional de
Seguridade Social abrange três programas sociais: a previdência social, a assistência
social e a saúde.
A saúde é o segmento autônomo mais amplo dos três, pois "não possui restrição de
beneficiários e o seu acesso também não exige contribuição dos beneficiários"
(TORRES, 2012), isso porque conforme reza a própria Constitução, a saúde é um
direito de todos e um dever do Estado.
A assistência social, por sua vez, está disciplinada nos artigos 203 e 204 da CF, sendo
também um segmento autônomo da seguridade social, responsável por tratar dos
"hipossuficientes, ou seja, daqueles que não possuem condições de prover sua própria
manutenção" (TORRES, 2012).
O último seguimento autônomo, isto é, a previdência social, preocupa-se
exclusivamente com os trabalhadores e com os seus dependentes econômicos. É o
único dos seguimentos que tem natureza contributiva e por essa razão, “o só estado de
necessidade advindo de uma contingência social não dá direito à proteção
previdenciária. Requer-se que a pessoa atingida pela contingência social tenha a
qualidade, o 'status' de contribuinte do sistema de previdência social” (DIAS; MACÊDO,
2008, p. 32).
O art. 194 da Constituição Federal apresenta, ao menos, sete objetivos da Seguridade
Social, nos incisos do seu parágrafo único. Esses objetivos são compreendidos pela
doutrina como princípios setoriais, uma vez que "caracterizam-se pela generalidade e
veiculam valores que devem ser protegidos" (SANTOS, 2016, p. 40). São eles:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - eqüidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis
específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde,
previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência
social;
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

• Dentro dos objetivos e disposições constitucionais da Seguridade Social,


discorra sobre:
• Tríplice forma de custeio;
A Constituição ordena que a seguridade social seja financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, mediante recursos provenientes do Governo, das empresas e
dos trabalhadores.
• Preexistência do custeio em Relação aos Benefícios e Serviços;
É o princípio que cuida de manter o equilíbrio da seguridade social, pois impede que
benefícios ou serviços da seguridade social sejam criados ou majorados sem que,
antes, sejam estabelecidas as correspondentes fontes de financiamento.
• Competências dos entes federativos;
A cada ente federativo, Estado, Distrito Federal, Município e União caberá certa
responsabilidade dentro do plano constitucional. A União é o ente ao qual cabe a
responsabilidade de legislar privativamente sobre a Seguridade Social. No art. 22/CF é
dito ainda que por meio de lei complementar poderá ser autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas a Seguridade Social. Agora as
competências legislativas com relação à Previdência Social, proteção e defesa da
saúde são concorrentes entre União, Estado, Distrito Federal, conforme determina o
artigo 24 inciso XII da CF/88. Há ainda a competência comum que cabe
simultaneamente à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cuidar da
saúde a assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência. A competência comum é abordada no artigo 23 da Constituição Federal.
• Financiamento da seguridade social;
O financiamento da Seguridade Social é previsto no art. 195 da Constituição Federal
como um dever imposto a toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e de contribuições sociais. Além das fontes de custeio previstas no testo
constitucional, este permite a criação de outras fontes, mediante lei complementar, seja
para financiar novos benefícios e serviços, seja para manter os já existentes ou
aumentar seu valor.
• Contribuições sociais;
Na relação de custeio da Seguridade Social, aplica-se o princípio de que todos que
compõem a sociedade devem colaborar para a cobertura dos riscos provenientes da
perda ou redução da capacidade de trabalho ou dos meios de subsistência. Neste
sentido, as contribuições sociais são um espécie de tributo cobrado compulsoriamente
das pessoas físicas e jurídicas com a finalidade de constituir um fundo para ser
utilizado em benefício de toda a sociedade, através da concessão de benefícios
assistenciais, de caráter não contributivo, previstos pela LOAS.
• Imunidade das entidades beneficentes de assistência social;
As entidades beneficentes de assistência social gozam de duas imunidades
específicas: a imunidade perante impostos e aquela outra perante contribuições de
seguridade social, consagradas, respectivamente, nos arts. 150, VI, c, e 195, § 7º, da
Carta Magna de 1988.
• Segurados especiais;
Segurados especiais são os trabalhadores rurais que produzem em regime de
economia familiar, sem utilização de mão de obra assalariada. Estão incluídos nessa
categoria os cônjuges, os companheiros e os filhos maiores de 16 anos que trabalham
com a família em atividade rural. Também são considerados segurados especiais o
pescador artesanal e o índio que exerce atividade rural, e os familiares que participam
da produção.
• Orçamento da Seguridade Social;
Integra a Lei Orçamentária Anual, e abrange todas as entidades, fundos e fundações
de administração direta e indireta, instituídos e mantidos pelo Poder público, vinculados
à Seguridade Social.
• Imunidade às exportações;
Segundo o art. 149/CF "compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais,
de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo". o parágrafo segundo deste
artigo estabelece que as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico
de que trata a redação do caput "não incidirão sobre as receitas decorrentes de
exportação". Como se depreende do texto transcrito, trata-se de imunidade objetiva,
isto é, não interessa a pessoa do contribuinte, mas apenas o objeto que no caso são as
receitas decorrentes de exportação, as quais não poderão ser tributadas pelas
contribuições sociais e as de intervenção do domínio econômico.
• Competência da Justiça do Trabalho para executar contribuições
previdenciárias;
A competência da Justiça do Trabalho prevista no artigo 114, inciso VIII, da
Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias
relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por
ela homologados.
• Contratação com o poder público;
"A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido
em lei, não poderá contratar com o poder público nem dele receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios" (art. 195, § 3º/CF).
• Substituição das contribuições sobre a folha;
Através da Lei 12.546/2011 foi instituída a CPRB - contribuição previdenciária da folha
de salários para a receita bruta ajustada, abrangendo, inicialmente, as empresas de
Tecnologia da Informação – TI, Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC, Call
Center e aquelas integrantes dos segmentos de vestuário e calçadista. Posteriormente,
novas alterações legislativas ampliaram a exigência para diversos setores.
• Aposentadoria especial;
Benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições prejudiciais à
saúde ou à integridade física. Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador
deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes físicos,
químicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais pelo período exigido para
a concessão do benefício.
• Seguro de Acidente do Trabalho.
Seguro de Acidente de Trabalho é uma contribuição com natureza de tributo que as
empresas pagam para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de trabalho ou
doença ocupacional. Apenas para fins conceituais, "acidente do trabalho será aquele
que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da emprêsa, provocando lesão
corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho".

REFERÊNCIAS
DIAS, Eduardo Rocha; MACÊDO, José Leandro Monteiro de. Curso de Direito
Previdenciário. São Paulo: Método, 2008.
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito Previdenciário Esquematizado. 6. ed. São
Paulo: Saraiva, 2016.
TORRES, Fabio Camacho Dell'Amore. Seguridade social: conceito constitucional e
aspectos gerais. Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 98, 2012.

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