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De acordo, com as estatísticas oficiais (MCTETP, 2017), revelam que, "o número de estudantes

que terminam o pré-universitário é de pouco mais de 156.789 e são potenciais candidatos ao


ensino superior e a capacidade de ingresso das universidades públicas e privadas é de
aproximadamente 44.521 vagas".
Com intuito de obter dados pessoais dos pesquisados como o nome da instituição de ensino
superior que frequenta, idade e sexo. Do questionário resultou a seguinte caracterização:
Instituicao de Ensino Superior Sexo Idade Subtotal %
que frequenta H M HM
UNILURIO 7 5 15 – 20 12 15
UP 11 7 21 – 25 18 22,5
UCM 15 11 26 – 30 26 15
ISCTAC 10 5 31 – 35 15 18,75
ESEG 3 6 36 - 40 9 15
Total 80 80 80 100

Com o objectivo de identificar se o estudante tem ou não acesso à internet, por via telemóvel. O
resultado mostra que um elevado número de estudantes têm acesso à internet via telemóvel.
Também os números revelam que os estudantes universitários usam modelos de telemóveis com
acesso à internet. As diversas instituições do ensino superior abrangidas pelo inquérito mostram
que entre elas, independentemente da sua localização têm uma tendência similar: a maior parte de
estudantes têm telemóveis com acesso à internet, representando deste modo 82% contra os 18%
dos que não acessam internet por via telemóvel.
Com vista a identificar o número de estudantes que têm outro(s) dispositivo(s) para o acesso à
internet fora do telemóvel, como o computador, tablet, com ligação à internet. Os resultados
obtidos indicam que a maioria dos estudantes têm meios alternativos para o acesso à internet o que
representa 81.2%, contra os 18.8%. Esta tendência é também visível entre as diversas instituições
de ensino superior por onde foram colectados os dados independentemente da sua localização.
Com que frequência utiliza a Internet?
Esta pergunta visa auferir a frequência no uso da internet por parte dos estudantes. Os resultados
indicam que os estudantes inqueridos tem uma tendência irregular no acesso à internet durante o
dia e a semana. Esta tendência se confirma isoladamente ao nível das universidades envolvidas
como mostra.
Como fez a iniciação ao mundo da informática?
Procurou-se saber ao inquirido sobre como iniciou entrar no mundo da informática, com vista a
saber como os estudantes adquiriram as suas habilidades de uso das TIC. Onde os resultados
mostram que alguns estudantes chegam ao ensino superior já com algum conhecimento do uso das
TIC, curiosamente e sem terem feito nenhuma formação convencional sendo que a maioria
adquirem os conhecimentos por via de auto-formação e apenas 26.3% não fizeram formação
nenhuma, não excluindo deste modo, a possibilidade de eles terem conhecimentos. Esta tendência
é também visível em todas instituições abrangidas pela pesquisa.
Dirigiu-se uma pergunta com objectivo de identificar o grau de confiança ou de competências dos
estudantes em relação ao uso das TIC, se sabem ou não usar os meios informáticos. De acordo
com as respostas dadas pelos inqueridos mostram-se muito confiantes em relação ao seu domínio
no uso das TIC, no entanto a tendência é geral proporcionalmente de auto-confiança, apesar de
que alguns estão abaixo de 26.3% embora não sejam desconhecedores, mostram-se relativamente
menos confiantes.
Com objectivo de identificar estudantes, como usam o computador fora das aulas, concretamente
na preparação das suas lições. Os resultados indicam que os estudantes inquiridos todos usam o
computador para fins escolares predominantemente para pesquisas na internet e Ensino,
elaboração de documentos e apresentações de trabalhos escolares.
Com vista a identificar o grau de interacção com base no computador entre o estudante e o docente
no ensino superior. Dos resultados obtidos pode se ler que quase todos os inqueridos interagem
com os seus docentes por via de computador; no entanto, há que considerar aproximadamente
32.5% que não o fazem. Esta tendência é acentuada numas instituições em relação a outras. E este
factor de não interacção pode ficar a dever-se a estrutura de comunicação de cada Instituição do
Ensino Superior. Em forma de insistência prentede-se identificar qual é o tipo de interacção feita
entre os estudantes e docentes. Os resultados mostram que os inquiridos comunicam-se
maioritariamente por email, whatsapp e são poucos os que usam plataformas de ensino o que pode
significar a falta de plataformas de ensino nas universidades e as que têm as usam de forma
opcional e não curricular.
Perguntou-se se os recursos digitais contribuem para alargar o conhecimento nos estudantes, onde
os resultados mostram que os pesquisados, onde foram unânimes em afirmar que o uso de meios
digitais permitem alargar o horizonte do seu ensino. Com vista a identificar os hábitos individuais
de estudo, os pesquisados afirmaram que estudam em média entre um a duas horas diariamente.
Os resultados indicam que os pesquisados têm o hábito de estudar em casa, alternativamente na
Universidade, Centros/Bibliotecas, casa de colegas, e na internet respetivamente.
Com objectivo de auferir a opinião dos pesquisados sobre o grau de melhoria que as plataformas
digitais têm no acesso as aulas. Em resposta da questão colocada o resultado revela que a maioria
dos pesquisados têm uma forte convicção de que permitem sim melhorar o acesso às das nossas
aulas. Esta convicção é mais forte em certas instituições do ensino superior que as outras, embora
essa diferença não seja significativa. Esta diferença de opinião pode significar que alguns destes
pesquisados não têm acesso a uma plataforma de ensino.
Com a intenção de perceber aos pesquisados se a sua instituição de ensino tem as condições
criadas para o uso das TIC no ensino e aprendizagem. Os resultados indicam que os pesquisados
são de opinião que o factor limitante a plena implementação das TICs na sua instituição está
ligado com a falta de meios técnicos, software apropriado assim como recursos humanos
qualificados; facto curioso é que um grupo de (9) pesquisados, aproximadamente 11.25% apontam
o factor falta de motivação dos próprios estudantes; no entanto esta falta de motivação pode ser
derivado principalmente pela falta de equipamento ou materiais. Esta tendência é mais acentuada
numas instituições de ensino superior em relação as outras, mas no geral em todas as instituições
abrangidas pela pesquisa o factor falta de meios técnicos é apontado como o principal.
Conclusões
O mundo actual está se tornando cada vez mais global, dinâmico, digital e completo. As
sociedades que forem capazes de se desenvolver em conjunto com essa revolução tecnológica e
digital irão gerar postos de emprego com técnicos qualificados e mais competitivos, internacionais
e lutarão pelo progresso, fomentando deste modo, o bem-estar comum. Enquanto as instituições
do ensino superior em geral se concentram em explorar as possibilidades de uma educação mais
aberta e acessível para competir internacionalmente na captação de estudantes e dar resposta à
formação exigida pelas novas gerações de universitários. As instituições do ensino superior em
Moçambique, têm como desafios acrescidos, ao nível institucional, através da criação de sistemas
fiáveis de gestão e consolidar uma relação de comunicação interna entre as univerdidades
Moçambicanas assim como os órgãos de tutela e outros e a consequente integração regional; pelo
que no contexto de Moçambique, os gestores precisam olhar para dentro de suas redes e entender
como o modelo de ensino, o uso de recursos e as infraestruturas devem se adaptar para apoiar a
transformação da educação e conectar as instituições de ensino superior a actual realidade.
Desafios:
 Que estudante universitário seja dotado de conhecimentos solidos referentes as softwares,
que o possibilitem a utilização das tecnologias para garantir uma aprendizagem
significativa, com vista a responder as exigencias no mercado de trabalho;
 Que o estudante do ensino superior possa integrar-se na utilização das tecnologias de modo
integrado com os blocos de conteúdos das diversas áreas do saber;
 Subsidiar o custo de acesso à Internet e aos dispositivos de gestão da informação, bem
como o uso da Internet através de programas conjuntos entre as instituições do ensino
superior, empresas e comunidades;
 Que o estudante, através de assimilacao, consolidacao e depois de ganho habilidades
significativos no uso das TICs adopte planos de implementação e de desenvolvimento das
das mesmas, incorporando nas estratégias internas de ensino e das instituições;
 Que sirva de modelo necessário para a mobilização dos outros no processo de e ensino e
aprendizagem, respondendo deste modo os Objectivos de Desenvolvimento Sustentavel,
no seu quarto pilar, plasmado na Agenda 2030, o ODS 4 enfatiza dizendo: “Assegurar a
educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem
ao longo da vida para todas e todos” (Nações, 2015a, p. 1) trata de garantir uma educação
de qualidade e justa que ofereça inclusão escolar, digital, a social e outras e de
proporcionar para toda a sociedade oportunidades de aprendizagem ao longo da vida.
 Que tenha a capacidade de produzir informação de apoio a tomada de decisão, garantir
serviços on-line e permitir a mobilidade interna de outros ao acesso da informaçãol.

Discussao de dados
Os dados abaixo são referentes ao sexo, faixa etária, estado civil, renda familiar dos estudantes.
Observa-se uma maioria de participantes do sexo feminino 50 o equivale a uma cifra de (62.5%),
com idade média de 25 anos, e o estado civil predominante foi o de solteiro 63 (78.75%). Com
relação às actividades laborais, verifica-se que 25 (31.3) dedicam – se apenas aos estudos e sua
formação e 55 (68.75%) dos estudantes exerciam actividades como estagiários, trabalhos formais
e informais. Apenas 45 do total de participantes informaram sobre a renda familiar e, entre esses, a
média foi de 4.500,00MTS.
Essas características amostrais indicam um perfil de estudantes jovens, solteiros,
predominantemente feminino e poucas trabalham. Com relação à média de renda mensal familiar,
a indicação de salário mínimo aponta que esses jovens são pertencentes à classe social de baixa
renda e vulneráveis a qualquer problema de carácter social. Esse aspecto mostra que o perfil
económico desses estudantes é similar ao de uma grande parcela da população Moçambicana em
ascensão, como revela o levantamento feito pelo Instituto Nacional de Estatística (Censo 2017)
que mostrou que o maior grosso em cada dez estudantes universitários pertencem à nova classe
média ou seja, aqueles cuja renda familiar é média; o mesmo estudo revelou que 15% dos
estudantes universitários pertencem à classe2 – fatia populacional estudantil onde se encontram os
universitários da amostra do presente estudo.
Em relação aos cursos, a amostra foi predominantemente composta por estudantes de Saúde
Pública (%) e de Psicologia Clinica (%),onde houve predomínio de estudantes do período noturno
em 62 (77.5%). Tratando-se de uma amostra por conveniência (Parker, 2000) não se pode dizer de
uma maioria de estudantes desse ou daquele curso, mas apenas considerar que os que responderam
aos instrumentos tiveram essa maioria ou minoria amostral.
Padrões de uso tecnológico pelo estudante universitário
É de referir que as tecnologias mais utilizadas pelos participantes.Os dados indicam que,
independentemente do curso, os maiores scores estão entre tecnologias como celular, computador
e TV, sendo as mais utilizadas.
Nessa mesma tabela 2, pode-se observar que a soma dos participantes de ambos os cursos aponta a
tecnologia celular com maior frequência (26.4 %), dos participantes e em seguida o computador
com 5,3%e com internet 6.6%. As demais tecnologias como MPesa, Mkesh, Emola, etc.,
obtiveram maior pontuação na ordem de 25.9% que as três anteriormente referidas acima. Tais
resultados parecem coincidir com aqueles apontados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE,
2017) de que 26.4% da população Moçambicanapossui telefone celular e o maior percentual é o
grupo etário de 20 e 50 anos e que corresponde a (%) dos possuidores de telefones móveis.
Também coincide com as cifras apontadas pela TDM (2017) de que o País atingiu 6.406.198de
linhas activas de telefone celulares.
Uso de tecnologia celular (totais de horas semanais)
Esta categoria faz menção o numero total de horas de uso semanal da tecnologia celular é
considerada a mais utilizada pelos estudantes, com o total de 3 horas semanais. Estes dados
parecem coincidir com aqueles apresentados pelo INE quando comparado com o número de horas
para o acesso a internet (INE, 2017) de que 1.607.085 dosusuários de celular usam o celular. No
mesmo estudo o instituto revela que o avanço tecnológico do celular trouxe a possibilidade de
maior mobilidade, permitindo aos usuários utilizá – lo em diferentes momentos e lugares,
aumentando assim o tempo de utilização. Pelos dados apresentados, cria-se a hipótese de que o
celular é a tecnologia com maior tempo de utilização também pela facilidade de portabilidade.
Entre os dados, estranhamente, a internet surgiu com número de horas mais baixo. Esse aspecto
nos leva a crer que pode ter havido “pouca compreensão” dos respondentes ao questionário em
face da ordem de respostas propostas; de modo que ao responderem sobre computadores e
celulares a internet poderia ter sido já entendida como parte do uso dessas tecnologias. Facto que
indica que tal informação deve ser mais bem investigada em estudos futuros.
Devemos atentar para o facto de que temos uma amostra predominantemente feminina, e estudos
apontam para o facto de que as mulheres fazem menos uso de tecnologias como a internet, por
exemplo, do que os homens. A esse respeito, Simões, Heras e Augusto (2011) indicaram que as
mulheres conectam-se à internet com menor frequência, dedicam-lhe menos tempo e, quando a
utilizam, o fazem com objectivos diferentes em relação aos dos homens. É particularmente no
contexto doméstico, continua o autor, que se evidencia o uso, tanto na quantidade de tempo online
como na finalidade da navegação. Os interesses femininos na rede estão orientados para a procura
de informações para a família (receitas, saúde, etc.) e para a comunicação com as suas redes
sociais (mail, chat, etc.), enquanto os homens praticam um uso mais instrumental (questões de
trabalho, downloads de programas, leitura de imprensa, etc.). Ramos e Oliveira (2009) ao
estudarem a aceitação do ambiente virtual, em mulheres e homens, verificaram que no que se
referiu ao perfil de uso da tecnologia, apenas a variável tempo de acesso mostrou-se
significativamente diferente em relação ao sexo; porém, homens e mulheres divergem amplamente
quanto à concordância com as percepções de utilidade, facilidade de uso e autoeficácia na
utilização de ferramentas do ambiente virtual e, além disso, os homens mostraram-se mais
propensos a concordar com as variáveis analisadas. Outro estudo (FONTES, 2007) também aponta
para o facto de que a tecnologia reflecte os valores de uma sociedade “masculina”; e os homens
apresentaram maior propensão em adoptar produtos e serviços tecnológicos do que as mulheres.

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