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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Faculdade de Letras e Ciências Sociais

LITERATURA E CULTURA MOÇAMBICANA

Laboral

Discentes:

Arnaldo Guambe ENSINO DE INGLÊS

Celso Manjate ENSINO DE INGLÊS

Donizete Bambamba ENSINO DE INGLÊS

Faustino Chissaque ENSINO DE INGLÊS

Francisca Caetano ENSINO DE INGLÊS

Jocílio Dulamo ENSINO DE INGLÊS

Manuel Langa ENSINO DE INGLÊS

Paulo Magaia ENSINO DE FRANCÊS

Docente: Lurdes da Balbina Vidigal Rodrigues

Maputo, Março de 2023


ÍNDICE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 3
LÍNGUAS NACIONAIS E A POLÍTICA CULTURAL DE 1997 ......................................................... 4
PRINCÍPIOS E OBJECTIVOS DA POLÍTICA CULTURAL .............................................................. 5
OBJECTIVOS ............................................................................................................................................. 5
IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA CULTURAL DE 1997 EM MOÇAMBIQUE ................................. 6
RESULTADOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA CULTURAL DE 1997............................. 7
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................. 8
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO
A língua é um dos agentes culturais que se manifesta em qualquer sociedade, sendo que esse ocorre
após o materno, e é importante no processo da evolução do ser natural ao ser cultural. Ela constitui
um importante património por ser o principal repositório e veículo das tradições nacionais, e
elemento fundamental para o envolvimento dos cidadãos na vida social, económica e política de
uma sociedade.

No presente trabalho, faremos uma exposição em volta da política cultural de 1997 em


Moçambique, seus princípios, objectivos, importância, motivações e consequências da sua
implementação.
LÍNGUAS NACIONAIS E A POLÍTICA CULTURAL DE 1997
Informações - chave sobre Moçambique em 1997

Em 1997, a população moçambicana era de 23 milhões de habitantes, dos quais 93.5% falavam as
línguas bantu, que compreendiam mais de 20 línguas, e os restantes 6.5% eram falantes da língua
portuguesa. Estes dados significam que em 1997 a maioria dos cidadãos moçambicanos falava
uma língua Bantu. Portanto, a língua Portuguesa revelou-se como língua de exclusão e muitos
moçambicanos não podiam participar activamente nas questões económicas e sociais do País

Línguas Nacionais e o estatuto da lingua portuguesa

Em 1997, Moçambique adoptou uma nova política cultural que visava promover e preservar a
diversidade cultural do país. A política reconheceu a importância da língua portuguesa como
língua oficial do país , uma língua de comunicação internacional e de uma língua de unidade
nacional, mas também reconheceu a necessidade de preservar e promover as línguas nacionais.

As línguas nacionais de Moçambique incluem o Changana, o Chokwe, o Chuabo, o Kimbundu, o


Lomwe, o Macua, o Ndau, o Ngoni, o Nhaneca, o Nhungue, o Sena, o Shona, o Swahili, o Tswa e
o Yao. A política cultural de 1997 reconheceu essas línguas como património cultural nacional e
afirmou o compromisso do governo em proteger e promover o seu uso. A política cultural também
afirmou que o ensino das línguas nacionais deveria ser incentivado nas escolas e universidades, a
fim de promover a sua preservação e uso. Além disso, o governo de Moçambique comprometeu-
se a apoiar a produção e publicação de materiais educacionais e literários nas línguas nacionais.
(Mozambique Museums, 2023)

Motivos da implementação da política cultural de 1997 em Moçambique

A Política Cultural de 1997 foi implementada para responder aos problemas da sociedade
moçambicana, em geral, e do sistema educacional, em particular.

O Baixo desempenho escolar foi uma das principais razões para essa implementação, visto que as
crianças tinham que começar a aprender, desde a 1ª classe, numa nova língua , numa língua que
elas nunca antes haviam utilizado, pois a mudança de uma região para a outra implicaria o reinício
do nível escolar devido à necessidade de apropriação da língua regional.
Ex: As crianças das zonas rurais levavam, em média, dois a três anos a transitar de uma classe para
a outra. Consequentemente, as mesmas terminavam o ensino primário com 16/17 anos de idade
quando a média era de 11 anos de idade (Ngunga 2000)

PRINCÍPIOS E OBJECTIVOS DA POLÍTICA CULTURAL


Princípios

A presente Política Cultural assenta na aceitação e aplicação dos seguintes princípios:

a) O desenvolvimento económico e social deve ter a cultura como ponto de partida e de referência
obrigatória e permanente. O desenvolvimento só será sustentável se tiver o homem e a mulher
como seu primeiro e último beneficiário;

b) A cultura é um instrumento privilegiado de afirmação e valorização de identidade nacional;

c) Todos os cidadãos têm igual direito de participação na vida cultural e de acesso à fruição dos
benefícios da cultura e arte;

d) A cooperação cultural com outros povos baseia-se na interdependência entre Estados,


independentemente dos seus sistemas políticos e ideológicos;

e) Através da cooperação cultural internacional, todos os povos, nações e agências devem


contribuir para a criação de um mundo melhor, de paz, bem-estar, compreensão e respeito mútuos.

OBJECTIVOS
Objectivos gerais

a) Promover o desenvolvimento da cultura e personalidades moçambicanas e garantir a livre


expressão dos valores nacionais, em estreita colaboração com as forças vivas da sociedade;

b) Promover a difusão da cultura moçambicana, no plano nacional e internacional, e desenvolver


ações com vista a fazer beneficiar o povo moçambicano das conquistas culturais de outros povos;

c) Promover o respeito, a valorização e a aceitação das manifestações culturais de cada


comunidade;

d) Promover a identificação, preservação e valorização do património cultural e artístico nacional;


e) Proteger a afirmação das identidades culturais locais como factores de expressão da unidade na
diversidade;

f) Promover a avaliação do impacto sócio-cultural dos projectos de desenvolvimento e a inclusão


da componente cultural nos mesmos;

g) Contribuir para a educação das comunidades e de todas as forças vivas da sociedade na cultura
da paz, tolerância, harmonia social e respeito pelos direitos humanos.

Objectivos específicos

a) Criar um ambiente favorável à preservação e valorização das tradições nacionais;

b) Promover a integração dos valores sócio-culturais nos currículos do ensino;

c) Estimular a valorização do patriotismo, liberdade, civismo, trabalho, democracia e solidariedade


social na vida e actividade dos moçambicanos;

d) Incentivar acções que promovam a igualdade de acesso dos cidadãos aos benefícios da Cultura
e Arte;

e) Incentivar o intercâmbio cultural entre as várias regiões do país, assim como a cooperação e
intercâmbio cultural com outros povos;

f) Estimular e apoiar a pesquisa e valorização da história e do património cultural nacional;

g) Estabelecer as responsabilidades específicas do Estado e criar espaços de intervenção da


sociedade civil na promoção do desenvolvimento cultural;

h) Valorizar os artistas criadores intelectuais e estabelecer os princípios para a protecção da


propriedade intelectual.

IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA CULTURAL DE 1997 EM MOÇAMBIQUE


A política cultural de 1997 em Moçambique teve grande importância para o país, pois permitiu a
valorização, preservação e promoção da diversidade cultural moçambicana.

Alguns dos pontos importantes incluem:


Proteção da identidade cultural: a política cultural permitiu a proteção e preservação da identidade
cultural moçambicana, garantindo que as tradições, costumes e línguas tradicionais do país fossem
valorizados e transmitidos às gerações futuras.

Promoção da diversidade cultural: a política cultural promoveu a diversidade cultural de


Moçambique, incentivando a criação e desenvolvimento de novas formas de arte e expressão
cultural, bem como o reconhecimento e valorização das culturas e tradições regionais.

Desenvolvimento econômico: a política cultural permitiu o desenvolvimento de programas


culturais e artísticos que contribuíram para o desenvolvimento económico do país, através do
turismo cultural e do comércio de bens culturais.

Promoção da inclusão social: a política cultural permitiu o acesso à cultura e às artes por todas as
pessoas em Moçambique, independentemente da sua classe social, etnia, género ou religião,
promovendo assim a inclusão social e a coesão nacional.

Proteção dos direitos dos artistas e criadores culturais: a política cultural permitiu a protecção dos
direitos autorais e propriedade intelectual dos criadores culturais e artistas em Moçambique,
garantindo assim que eles fossem reconhecidos e remunerados pelo seu trabalho. (ChatGPT, 2023)

RESULTADOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA CULTURAL DE 1997


Protecção e promoção das culturas, línguas e tradições moçambicanas;

Introdução do ensino bilingue no ensino básico;

Atribuição, em diferentes níveis, de novas funções social, política e económica das Línguas
Maternas. Por exemplo: o uso de Línguas Maternas nos espaços públicos;

Consideração de objectivos sociais e educacionais que estavam excluídos na primeira política


monolingue de Moçambique pós-independência.
CONCLUSÃO
A política cultural é um instrumento que regula a actividade do Governo na sua articulação com
os demais intervenientes na promoção e desenvolvimento da cultura. Em suma, a política cultural
de 1997 foi importante para Moçambique, pois permitiu a valorização e protecção da identidade
cultural do país, a promoção da diversidade cultural, o desenvolvimento económico, a inclusão
social e a protecção dos direitos dos artistas e criadores culturais.
BIBLIOGRAFIA
Boletim da República . (1997, Junho 10). 3o Suplemento, pp. 1-7.

ChatGPT. (2023, March 14). Retrieved from ChatGPT.

Mozambique Museums. (2023, Março 20). Retrieved from Mozambique Museums:


https://mozambiquemuseums.com/index.php/principios-e-objectivos-da-politica-cultural

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