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39º Encontro Nacional dos Estudantes de Biblioteconomia,

Documentação, Ciência da Informação e Gestão da


Informação – ENEBD 2016

A informação como vantagem competitiva na sociedade e a perspectiva do


profissional da informação frente às práticas sociais no século XXI

A INFORMAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PARA


A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE

1- Informação como objeto de estudo das ciências da informação e como recurso para o
desenvolvimento econômico e social: natureza, princípios, valores, apropriação da informação
para produzir conhecimento, informação como insumo, recurso e estratégia para a
competitividade no mundo produtivo, bem como no processo de produção de bens e serviços.
Informação para o bem-estar social. Regulação da informação. Políticas públicas para
promoção, ação e acesso à informação.
Natureza do trabalho: comunicação oral.
SILVA, Thamiris Iara Sousa1
MARAMALDO JÚNIOR, Elton César Soeiro2

RESUMO
Este artigo tem como propósito apresentar algumas reflexões sobre a dinâmica da informação
na sociedade e as formas como ela pode vir a ser usada como meio de instrução e
emancipação intelectual. Objetiva-se, também descrever quais veículos de acesso à
informação são comuns em nossa sociedade com ênfase no papel das bibliotecas como
centros de informação e os bibliotecários como intermediários da mesma. Os avanços
tecnológicos aliados à expansão do acesso à internet facilitaram a circulação de diferentes
tipos de conteúdos na sociedade, levantando questionamentos sobre a veracidade e
intencionalidade de tais conteúdos. É evidente ser impossível compreender as subjetividades
no processo de produção e divulgação de algum conteúdo, entretanto, o propósito deste artigo
é demonstrar como alguns conteúdos que circulam na sociedade podem ser nocivos aos
interlocutores, servindo de instrumentos de doutrinação política e ideológica. Partindo das
abordagens teóricas de Althusser, Charaudeau, e a filósofa brasileira Chauí, percebe-se que
existem ideologias dominantes que cerceiam a vivência social, assim, objetiva-se demonstrar
como a informação possibilita a formação do senso critico do modo a prevenir possíveis
manipulações informacionais.
Palavras–chave: Informação. Dominação. Ideologia. Sociedade. Bibliotecário.

1
Graduanda do curso de biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e bolsista do Programa
de Educação Tutorial de Biblioteconomia da UFMA. E-mail: sousasilvathamirisiara@gmail.com.
2
Graduando do curso de biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e bolsista do Programa
de Educação Tutorial de Biblioteconomia da UFMA. E-mail: eltontime@hotmail.com.

13 a 19/11 de 2016
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1 INTRODUÇÃO
A massificação da informação vem permeando os vários segmentos da vivência social,
moldando as relações interpessoais, profissionais e econômicas. Que a produção e consumo
de informação em larga escala modificaram a dinâmica social todos o sabem, mas, os efeitos
advindos desta situação não foram os esperados. Acreditava-se que o livre acesso aos meios
de informação nivelaria as diferenças nas classes sociais, contudo, o que vemos é a
reprodução das situações de dominação social por meio daqueles que produzem e detém os
meios informacionais.
O grande volume de informação divulgada na sociedade incentivou a criação de novas
técnicas de comunicação e vinculação de conteúdos, tal situação gera a impressão que todos
os cidadãos, independente da posição social, podem ter acesso a qualquer conteúdo, em
contrapartida, percebe-se o assustador aumento dos casos de exclusão virtual daqueles que
não utilizam tais tecnologias.
Assim, este artigo propõe uma série de reflexões sobre a dinâmica da informação na
sociedade atual, como ela vem sendo utilizada, quais os meios mais acessíveis e como a
população tem absolvido tais informações.
É interessante notar o paradoxo que este artigo propõe: durante muitos séculos à
informação restringiu-se as minorias dominantes, o que detinha a ascensão das classes
subordinadas, em contrapartida, atualmente, vivencia-se tempos de intensa divulgação
informacional, se por um lado esta situação trouxe desenvolvimento e evolução social, por
outro lado, ainda é possível constatar situações de dominação social por meio da própria
informação, quando usada para fins de doutrinação ideológica.
Assim, este artigo é relevante à medida que discute os benéficos e perigos da
informação consumida sem criticidade pela população, podendo nortear possíveis outros
estudos relacionados. Poucas vezes, no meio acadêmico, encarou-se o papel da informação
como recurso de doutrinação.
A metodologia empreendida a este artigo foi a qualitativa, já que a intenção é esclarecer
alguns fenômenos advindos dos impactos informacionais na sociedade. Não obstante, optou-
se por uma pesquisa bibliográfica reunindo diferentes estudos que abordam a temática da
dominação ideológica social, daremos maior destaque as teorias do sociólogo Luís Althusser
e suas considerações sobre os aparelhos ideológicos e repressivos do Estado, as contribuições
do linguista Norman Fairclough sobre as ideologias implícitas em discursos políticos e as
postulações da filósofa Marilena Chauí sobre as relações de dominação social.

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Esses teóricos, embora atuem em diferentes linhas de pesquisa, concordam que as


sociedades atuais constituem-se por relações de dominação, a elite dominante, produtora e
detentora dos meios informacionais que doutrinam a população. Assim, o objetivo principal
deste artigo é demonstrar como a informação pode contribuir na construção do senso crítico e,
por conseguinte, ocasionar ascensão social.
2 A INFORMAÇÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS
A circulação da informação nem sempre foi facilitada como a atualidade permite ser,
as tecnologias são os transportes que a toda velocidade fazem a informação chegar, mesmo
que hipoteticamente, a todos. Apesar do alcance igualitário da informação ser ainda uma
discussão, outro debate que tem se levantando paralelamente é o uso dessa informação, pois
ao longo do tempo percebeu-se que não basta ter a informação, é necessário saber usá-la.
A informação antecede o conhecimento, “[...] a informação é usada como sinônimo de
mensagem, notícias, fatos, eventos e ideias que são adquiridos [...]” (MESSIAS, 2005, p. 23)
e cumpre o seu papel quando produz conhecimento, como afirma Barreto (1994, p.1): “A
informação, quando adequadamente assimilada, produz conhecimento, modifica o estoque
mental de informações do indivíduo e traz benefícios ao seu desenvolvimento e ao
desenvolvimento da sociedade em que ele vive.” Desse modo, a aquisição de informação vai
além do acúmulo de conhecimento e pode causar mudanças tanto em quem a recebe como no
contexto que este indivíduo se insere.
Não há localização para a informação, sua presença pode estar em qualquer lugar e ser
qualquer coisa. Pode ser um livro, e está numa biblioteca, pode ser um hospital, uma
residência e até mesmo os próprios indivíduos, o fato é que a característica principal da
informação é a sua capacidade de causar mudança, tanto para quem a produz como para quem
a recebe. Esta premissa desfaz a ideia de que a informação é privilégio de alguns, pois todos
são capazes de abstrair informação de tudo e de todos e fazer suas conclusões, quanto a está
correto ou não, trata-se de outra questão.
Para existir informação também não é necessário que tenha comunicação direta, entre
emissor e receptor, pois o discurso não é próprio da fala ou da escrita ele se constrói de forma
independente, e sua interpretação pertence somente a quem se informa, como esclarece
Duarte (2009, p. 65),
[...] O ser humano é capaz de adquirir conhecimento interagindo com o mundo ao
seu redor. Portanto, a informação não se define apenas como sub-processo da
comunicação, mas existe mesmo quando não há intencionalidade de comunicar-se. É
processo de atribuição de sentido capaz de alterar um estado de conhecimento
prévio, mesmo que não haja comunicação explícita.

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Duarte (2009, p.66) apresenta ainda três fatores que podem ser usados para classificar
a mensagem transmitida como informação, a saber:
[...] quando se instaura um processo de comunicação, informação é algo que um
indivíduo gera ativamente e que outro indivíduo pode decidir internalizar; cada
indivíduo recebe e interpreta informação [...] à sua própria maneira, dando-lhe
significado pessoal; a percepção da informação é medida pelo estado de
conhecimento do receptor e pelo contexto psico-social-cultural em que ele se
encontra inserido; quando a informação é percebida e/ ou recebida, ela afeta e
transforma o estado de conhecimento do receptor.

Nos quatro aspectos supracitados, é notória a participação do indivíduo que recebe a


informação, depende dele internalizar ou não o que lhe é comunicado, é livre para fazer suas
interpretações e o seu contexto e forma como a informação afeta seu conhecimento também
pertencem aos critérios do receptor, portanto entende-se que a consciência do indivíduo,
quanto o poder da informação é tão importante quanto à disponibilização da mesma.
Com o impacto que a informação pode causar se entende a capacidade que a mesma
possui, entretanto não são todos que conseguem percebê-la, e já é naturalizada essa
desigualdade (que até mesmo na transferência do saber é uma barreira) dos que sabem mais e
os que sabem menos, ou mesmo nada. E por consequência centraliza o poder nas mãos de
poucos. Segundo Morigi (1994*, p.142), “[...] Assim aprendemos a obedecer os princípios
desta sociedade, que dita as regras, baseada na racionalidade dos poderes já constituídos do
negociante, do empresário, que faz o discurso da igualdade e a prática da desigualdade.”
A esperança de que as novas tecnologias fossem a solução para que as ideias
transformadoras fossem compartilhadas por todos, tem sido frustrada pelo não
acompanhamento do próprio homem quanto a sua evolução, “[...] se de um lado temos a
possibilidade de possuir máquinas mais inteligentes, do outro, o trabalhador vem se tornando
menos conhecedor do processo como um todo [..].” (SIMMEL, 1998 apud DURTE, 2009,
p.66). Se o homem não reconhece suas capacidades é impossível transformar. No máximo
haverá reprodução do que já é feito por falta de conhecimento, se deixando levar pela
alienação. “[...] Portanto, nosso conhecimento é, em cada instante, parte de um complexo dos
conhecimentos idealmente existentes.” (DUARTE, 2009, p.67).
Contudo, apesar de passos lentos, o indivíduo tem se aproximado a essa nova
realidade informacional, porém o que se almeja é a conscientização de todos, afinal, a
informação se tornou elemento de sobrevivência e de eminente necessidade. A relação
indivíduo/informação deve ser como descreve Rios, Duarte e Melo (2011, p. 181).
A informação deve caminhar ao lado do homem na construção da cidadania, pois o
acesso a esta é primordial para o indivíduo se tornar um cidadão, uma vez que o
direito a informação antecede a prática de direitos humanos. Esse acesso não deve

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ser apenas a nível individual, mas também coletivo, a partir do fato que o homem
vive em sociedade.
Na citação supracitada os autores esclarecem como o homem deve ter a informação
como prioridade, e desse modo também conhecer as fontes de informações, pois a origem do
discurso diz muito do que a informação divulgada quer de fato emitir, e é nesse cenário que a
surge a alienação, esta se caracteriza por impedir que o indivíduo pense por si mesmo, não
como uma lavagem cerebral, o indivíduo pensa fazer o quer, quando na verdade suas ações
são simples resultados de todo o discurso que lhe cerca. E assim como a informação pode agir
como instrumento de transformação pode também fazer parte de discursos alienantes, logo a
concepção de informação se faz imediata e imprescindível.
3 VEÍCULOS DE INFORMAÇÃO
Um caráter primordial da informação é sua acessibilidade. A informação tem pouco
uso enquanto restrita a um público específico ou enclausurada em algum local, terá utilidade
quando o interlocutor conseguir acesso a ela, quanto maior o número de interlocutores
“beberem” dessa informação mais útil ela será. Ao longo da história as vias de acesso à
informação evoluíram consideravelmente, desde a oralidade até os meios eletrônicos: cartas,
manuscritos, livros, até chegarmos aos dias atuais em que a informação se espalha
instantaneamente.
O fato é que sempre existiram veículos, entretanto o maior diferencial está na forma
que estes são conduzidos e em que sentido estão sendo conduzidos. Entre as várias formas
desenvolvidas pelo homem para expansão da informação, a internet é a que mais se destaca,
sua velocidade, abrangência e liberdade de publicação trazem uma mobilidade extensa para os
veículos tramitarem nas “vias cibernéticas.”
Com as inovações dos meios informacionais, muito dos veículos anteriores como o
rádio, os jornais tem caído em desuso, não obsoletos, mas com um público menor. Com os
meios eletrônicos as informações são obtidas em novos suportes, como bloggers e sites, e
como comparativo com a televisão que ainda é um veículo de informações.
A expansão de novos canais de acesso a conteúdos alterou a dinâmica social dos
interlocutores que não se restringem a serem apenas receptores da informação, canais como
youtube entre outros, possibilitam ao interlocutor a chance de criar seu próprio canal e se
mostrar para o mundo, viabilizando a inserção da identidade ou estilo do usuário ao processo.
Diante desse contexto, cabe à reflexão sobre o papel das bibliotecas como meio de
informação a sociedade. É fato que as bibliotecas, a priori, não tinham a finalidade de
viabilizar o conhecimento a população, assumiam o papel de depósitos de conhecimento, um

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local onde especialistas catalogavam, reproduziam e preservavam o maior número possível de


conhecimento. Contudo, nos últimos anos as bibliotecas assumiram um novo significado
social, o que representa um avanço, já que atualmente são vistas como centros de informação
ou um local acessível a quem procure conhecimento.
Não obstante, ainda é perceptível a pouca interação entre população e biblioteca seja
ela escolar, comunitária, pública ou privada, as razões variam e são muitas, contudo tal
discussão não é o foco deste artigo, o fato é que a biblioteca atualmente representa um
importante veículo de informação.
Com tantas possibilidades de informar-se seria natural que todos tivessem liberdade
para ter suas próprias opiniões, porém o crescimento de veículos informacionais não traduz
crescimento de cidadãos informados. A veracidade dos fatos nem sempre é questionada, e o
que o indivíduo absorve e a sua reação podem ser frutos de informações pré-destinadas a
induzir o comportamento do mesmo.
Tal questão ocorre devido à manipulação dos meios de informação ou da própria,
gerar informação baseado em apenas uma perspectiva, e, diga-se de passagem, a perspectiva
dos vencedores, consiste no ato de manipular, esta ação não dá liberdade de escolha das
ideias, pois os fatos devem ser analisados de todos os ângulos, para que assim sejam formadas
opiniões coerentes, caso contrário não será uma mente produzindo seu próprio conhecimento,
mas simplesmente uma reprodução de conhecimento.
É preciso que se pondere sobre a natureza e idoneidade das informações recebidas
para, a partir daí, não ceder ao primeiro impulso fruto de uma reação a algo
noticiado ou encenado na mídia. Mas, ainda assim, o poder é exercido,
especialmente na sociedade da informação, dada a multiplicidade de canais
interativos em tempo real. (DESGUALDO, 2014, p. 205).
Portanto, é necessário mais que mídias para garantir veracidade nas informações, a
consciência de que se tem liberdade para buscar informações em todos os suportes e construir
suas próprias convicções precisa ser propagada.

Entre os muitos profissionais que se preocupam com o tratamento informacional,


encontra-se o bibliotecário, sua atuação é destacada ao longo da história pela função dedicada
aos livros e mais a frente aos documentos no geral. De guardião a disseminador de
informação o bibliotecário tem se aprimorado no seu trabalho e em meio a tantas inovações o
seu trabalho se transformou, principalmente perante a sociedade. Como afimam Santos,
Santos e Assunção ( 2014, p. 6):
O bibliotecário é o profissional responsável por disseminar e catalisar a informação,
símbolo e elemento chave na conquista da cidadania. Entretanto, um profissional
dessa área tem de ir além destes saberes e atividades técnicas (catalogar, classificar,
etc.). Deve buscar elementos teóricos ligados à Ciência Humana, fortalecendo a

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cidadania e o profissionalismo, haja vista possuir competências e habilidades que


possibilitam o acesso rápido à informação.
A profissão do bibliotecário assume um novo perfil. Humanístico é a palavra que
define essa atual postura, principalmente quando se trata de sua atuação como mediador. A
partir do momento que é dado a importância ao bibliotecário como contribuinte na formação
da sociedade, é despertada outra atuação desse profissional, que passa ser também um
mediador da informação. É na década de 1960 que o bibliotecário passa a ser visto como
participante integral na construção de leitores e não informalmente, mas de forma
regulamentada como afirma Raimundo (2009, p. 110):
[...] o código de Ética Profissional do Bibliotecário, do Conselho Nacional de
Biblioteconomia, resolução do CBF n: 42 de 11 de dezembro de 2001 em seu oitavo
artigo regulamenta: ‘Art. 8°- O Bibliotecário deve interessar-se pelo bem público e,
com finalidade, contribuir com seus conhecimentos, capacidade e experiência para
melhor servir a coletividade.’

Como citado, a participação do bibliotecário na sociedade já faz parte do código de


Ética Profissional, o que eleva a necessidade do próprio bibliotecário e quem ainda está no
meio acadêmico ser consciente da sua contribuição para a construção de uma sociedade que
domine a informação, e não, refém da mesma.
Um dos fatores negativos que interfere em uma posse maior do próprio trabalho é a
questão tecnicista da área, não que essa parte deva ser descartada, mas um equilíbrio das
partes que formam o bibliotecário seria a junção do humanístico e o técnico, equilíbrio
suficiente pra saber que a mesma eficácia usada para catalogar, indexar e formar os acervos
deve ser usada para o tratamento da informação na fase de circulação.
A mediação como ponto também trabalhado pelo bibliotecário dá a este profissional
mais uma questão pela qual deve ser valorizado, afinal ser mediador também é ser
participante da base da sociedade que se constrói com informação. “Devemos entender que,
para fazer uso da informação, é indispensável que ela exista, se torne conhecida e esteja
disponível em algum suporte, serviço e produto. O bibliotecário é um instrumento da
democratização, onde os indivíduos exercitam a cidadania através da informação”.
(SANTOS; SANTOS; ASSUNÇÃO, 2014, p. 7).
A formação acadêmica que a biblioteconomia oferece traz habilidades que facilitam o
tratamento da informação, é justamente por isso que o bibliotecário está apto para
compartilhar de seus conhecimentos para o progresso da cidadania. “A questão da cidadania
deixou de ser apenas uma preocupação de interesse exclusivo das Ciências Humanas. Hoje, o
profissional está mais consciente e preocupado com a sua responsabilidade perante a
população”. (SANTOS; SANTOS; ASSUNÇÃO, 2014, p.7). Portanto, o bibliotecário como

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mediador da informação precisa ter essa tarefa não como algo a se fazer em horas livres, mas
que tenha tanta importância quanto manter os acervos em ordem.
4 DOMINAÇÃO X INFORMAÇÃO
Como já mencionado, este artigo fora desenvolvido a partir das postulações de alguns
teóricos de diferentes campos do conhecimento que desenvolveram pesquisas sobre relações
de dominação social, com ênfase nas pesquisas de Althusser, Charaudeau e Chauí.
Segundo o sociólogo Luis Althusser as relações de dominação estabelecem-se
no cenário social por meio das ideologias dominantes da superestrutura: o Estado, o autor faz
distinção entre Aparelhos do Estado (AE) e Aparelhos Ideológicos do Estado (AIE), “que são
os aparelhos ideológicos do Estado? Não se confundem com o aparelho repressivo do Estado
[...] Em si mesmo, o aparelho repressivo do estado funciona de uma maneira massivamente
pela repressão [...] e secundariamente pela ideologia.” (ALTHUSSER, 1998, p. 42).
Segundo ele, o estado, mantém controle sobre a vivência social através de
meios como: o exército, a polícia, a prisão etc. o AE se caracteriza pelo uso da violência na
repressão das massas. Enquanto o AIE estabelece as realidades ideológicas que são
disseminadas pelas instituições, que embora possam ser independentes ou privadas como:
instituições de educação, igrejas etc., são subordinadas ao Estado. Para Althusser (1998), o
Estado capitalista, que é o estado da classe dominante, representa a união das ideologias da
classe dominante.
Já o teórico francês Patrick Charaudeau dedicou estudos sobre as estratégias de
dominação ideológica que se materializam por meio dos discursos políticos. Durante o
período eleitoral é possível identificar as variadas e criativas formas de doutrinação política
empreendida pelos candidatos na tentativa de conquistar o maior número de eleitores.
Para tanto os candidatos recorrem a formas mais evidentes de persuasão como
comícios, músicas temáticas, a divulgação de suas propostas nas mídias, por meio de
3
materiais impressos e outras. Todo esse processo consiste na construção da imagem (ethos)
do candidato ante a sociedade.
Todavia, concentrando a análise apenas nos discursos eleitorais percebem-se
corriqueiramente as estratégias retóricas dos candidatos. Assim, durante o discurso é comum
o candidato tentar estabelecer um vínculo social com os interlocutores de modo a levá-los a
acreditar que o candidato tem a mesma origem deles, que faz parte de seu universo social e,

3
Aristóteles desenvolveu estudos sobre retórica em três volumes: O logos (argumento) o pathos (paixão) e o
ethos (imagem) elementos indispensáveis à retórica, assim, o ethos seria a imagem, a impressão que o candidato
deseja causar no eleitorado durante a produção do discurso, obviamente uma imagem de honestidade e
credibilidade.

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portanto, conhece bem os problemas a serem sanados, revelando a tentativa de doutrinação


por afinidades. Tudo com o propósito de persuadir eleitorado. “Vê-se que a persuasão usada
pelo discurso político relaciona-se com a paixão, com a razão e com a imagem, constituindo,
assim, o triângulo da dramaturgia política.” (CHARAUDEAU, 2008, p. 93).
É interessante, também, notar as posturas esboçadas durante o discurso, já que é
comum os candidatos adotarem posturas mais humildes com públicos humildes e posturas
mais enérgicas com públicos austeros, assim como o tom da voz, a variação linguística usada
para o discurso, as expressões corporais, entre outros.
A atual situação política brasileira evidencia as fortes tendências persuasivas que
circundam nossa sociedade, de um lado há um grupo partidário à presidente afastada Dilma
Rousseff, eles argumentam que a ex-presidente sofreu um golpe, devido às circunstâncias
fiscais pouco esclarecidas e rotineiras em outros governos levando-a a ser destituída do cargo.
Em contrapartida há um grupo que defende a saída da ex-presidente e alega que seu governo
bem como as políticas de seu partido em muito prejudicaram o Brasil economicamente e
defendem que o processo de impeachment não só era constitucional, como necessário ao país.
Longe de tomar partido diante dessa situação a questão pertinente a este artigo é: qual
a opinião dos brasileiros sobre esses acontecimentos políticos ou como esta opinião vem
sendo formada? É sabido que os dois polos em conflito político, nessa situação, possuem suas
técnicas e meios de promoção ideológica de modo a construir ou a desconstruir opiniões,
ambos lutando firmemente pela doutrinação da maior porcentagem da população.
A população brasileira majoritariamente constrói sua opinião sobre tal cenário político
por meio dos meios midiáticos de informação, contudo, cabe indagar se a população tem se
questionado quanto à veracidade das informações. Seguindo o exemplo, cabe também refletir
sobre a criticidade dos grupos civis quanto às demais informações que lhe são disseminadas.
As teorias até aqui apresentadas possuem forte relação com o marxismo e as lutas de
classe, embora, em linhas de pesquisa diferentes, todos os autores concordam que as
sociedades se desdobram a partir das relações de poder, ou seja, o poder que uma classe
exerce sobre outra.
O teórico que mais difundiu sobre as lutas de classe foi o alemão Karl Marx em suas
postulações sobre a situação de alienação vivida pelas camadas populares trabalhistas do
século XIX. Marx defendia que a classe dominante – burguesia, detentora dos meios de
produção, explorava o proletariado ao mesmo tempo em que o alienava para que não
percebessem sua condição de exploração, assim, o proletariado era explorado, mas, não
possuíam a capacidade de se perceberem nesta situação porque estavam alienados.

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A disseminação das teorias marxistas acerca das lutas de classe e as relações de


dominação social propiciaram caminhos para várias outras teorias que estudam essas relações.
O sociólogo Weber em seus estudos elenca três tipos de dominação que cerceiam a sociedade:
a dominação tradicional, a dominação legal e a dominação carismática, segundo Weber os
indivíduos que compõe determinada sociedade se permitem dominarem por uma destas ou
pelas três formas de dominação.
O termo ideologia é comumente empregado para designar pensamentos utópicos ou
correntes intelectuais que visam à doutrinação de um público, contudo, baseamos o escopo
deste artigo nas noções sobre ideologia propostas pela filósofa brasileira Marilena Chauí. A
autora empreendeu estudos sobre as práticas de dominação também a partir das teorias
marxistas. Chauí (1994) faz uma breve retrospectiva histórica para determinar em que
momento o termo ideologia começou a aparecer nas literaturas científicas.
Segundo a autora, um dos primeiros intelectuais a fazer uso desta palavra foi o francês
Augusto Comte, ela relata que para Comte o termo possuía dois conceitos: de um lado, a
ideologia como uma atividade de cunho filosófico-científico que visava compreender a
formação das ideias ou teorias por meio de observações sobre o homem e o meio onde vive.
Em contrapartida, a ideologia também poderia ser entendida como um conjunto de ideias
vigentes em determinada época, tais ideias representariam a “opinião geral”.
O segundo conceito é o foco dos estudos da autora, para Chauí, assim como Althusser,
a classe dominante garante seus privilégios através do domínio econômico e, principalmente,
ideológico da população. Assim, as ideologias são propagadas e incorporadas a outros
segmentos sociais como: o trabalho, a família etc. Dessa forma a sociedade civil vive e se
comporta diante de uma dinâmica estabelecida pela elite dominante que os faz crer que agem
por suas próprias escolhas.
Quando se diz que o trabalho dignifica o homem e não se analisam as condições
reais de trabalho, que brutalizam, entorpecem, exploram certos homens em
benefícios de uns poucos. Estamos diante da ideia de trabalho e não diante da
realidade histórico-social do trabalho. Ou, então, quando se diz que os homens são
livres por natureza e que exprimem essa liberdade, capacidade de escolher entre
coisas ou entre situações dadas, sem que se analisem quais coisas e quais situações
são dadas para que os homens escolham. Quem dá as condições para a escolha?
Todos podem realmente escolher o que desejarem? [...] a definição da liberdade
como igual direito à escolha é a ideia burguesa da liberdade e não a realidade
histórico-social da liberdade [...] Dissemos que a ideologia é resultado da luta de
classes e que tem por função esconder a existência dessa luta. Podemos acrescentar
que o poder ou a eficácia da ideologia aumenta quanto maior for sua capacidade
para ocultar a origem da divisão social em classes e a luta de classes. (CHAUÍ,
1994, p. 34).

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É interessante perceber, esse “jogo de interesses” que permeia a vivência social, os


exemplos acima citados revelam as muitas formas de dominação que podem e são
empreendidas á população, e o mais inquietante, muitas vezes a sociedade civil não se
percebe como peões nesse jogo, é nesse contexto que nasce a necessidade da construção de
meios que possibilitem a compreensão deste cenário desigual.
5 CONSIDERAÇÕES SOBRE A INFORMAÇÃO NA SOCIEDADE
Atualmente testemunhamos as transformações sociais provocadas pelo grande fluxo
em disseminação da informação, principalmente através da internet, sua expansão bem como
as facilidades em seu acesso, possibilitaram uma experiência única em divulgação de
conteúdos, assim, diferentes tipos de assuntos, saberes, disciplinas, áreas do conhecimento e
curiosidades estão a disposição dos indivíduos.
Tal situação fomenta a impressão de que a humanidade galgou um grande passo rumo
à evolução social, já que, a informação não se restringe apenas a um grupo seleto de
indivíduos: acadêmicos, eruditos, doutores. Assim, mesmo aqueles que não possuam
formação acadêmica podem inteirar-se sobre diferentes assuntos. Contribuindo com a
ideologia utópica de que vivemos numa sociedade da informação.
Embora seja inegável a eficácia da internet na propagação de conhecimento outras
questões surgem ao refletirmos sobre que tipos de informações são disseminadas à população
O caráter social da informação e conhecimento da sociedade, [...] torna-se
progressivamente óbvio e isto não é uma catástrofe. Tal fato deve ser encarado como
um desafio em aceitar a realidade inteira como uma construção social midiatizada e
também a destacar que a crescente mediação técnica cria uma crescente distância
quanto à construção individual e apropriada da realidade. (BAUER, 2011, p. 17).

Constantemente somos bombardeados por inúmeras informações dos mais variados


gêneros, o grande volume de informação produzida e circulante na sociedade contribui para a
forte tendência da falta de critério sobre as informações realmente relevantes ao interlocutor,
resultando no senso comum de que toda informação veiculada é verdadeira e relevante, e, por
conseguinte, acaba em algum momento sendo reproduzida pelo interlocutor.
Não obstante, existem algumas “vozes” que se aproveitam dessa situação para
divulgarem suas ideologias de modo a cooptar mais “vozes” que reproduzam suas ideologias,
revelando o perigo da falta de senso crítico na seleção da informação circulante na sociedade.
A operação intelectual por excelência da ideologia é a criação de universais
abstratos, isto é, a transformação das ideias particulares da classe dominante em
ideias universais de todos e para todos os membros da sociedade. Essa
universalidade das ideias é abstrata porque não corresponde a nada real e concreto,
visto que no real existem concretamente classes sociais particulares e não a
universalidade humana. As ideias da ideologia são, portanto, universais abstratos.
(CHAUI, 1994, p. 36).

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Seria inviável pensarmos em estabelecer diretrizes para a produção de informação, já


que tal hipótese em muito se relaciona com ideais de controle, monopólio ou censura da
informação, assim, a resposta deste impasse estaria não no controle da produção
informacional e sim na formação do senso crítico dos interlocutores de modo a não
absorverem passivamente todo e qualquer tipo de informação.
[...] a informação é qualificada como um instrumento modificador da consciência do
homem e de seu grupo. Deixa de ser uma medida de organização para ser a
organização em si; é o conhecimento, que só se realiza se a informação é percebida e
aceita como tal e coloca o indivíduo em um estágio melhor de convivência consigo
mesmo e dentro do mundo em que sua historia individual se desenrola.
(BARRETO, 1994, p.1)
O que se propõe quanto a informação, seus veículos, e seu uso é a capacitação do
receptor para que este atue de forma independente. A alienação sempre estará presente, mas
não com força total como outrora onde não havia a liberdade do conhecer. Não dá para
resolver um problema sem conhecê-lo, portanto não se pode combater a alienação sem saber
qual a sua ação, a solução está no uso da informação como instrumento de combate às
ideologias que se mascaram naturalizadas, escondendo as reais necessidades de cada
indivíduo. O lema da atualidade prega que a informação é poder, portanto cabe a nós saber
usá-lo.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sociedade contemporânea vivencia experiências ímpares quanto ao desenvolvimento
de tecnologias para todas as áreas da vida, e em destaque as tecnologias que trabalham com
comunicação, informação e interação humana. Todo aparelho que conecta o sujeito aos
universos paralelo virtual é uma ponte para um novo mundo de ideias.
A tendência dessas relações homem e máquina é somente crescer, cada vez mais
dependente das funções digitais as tecnologias e mídias se tornaram extensões da vida
humana. É interessante pensar com era realizada a comunicação nos tempos mais pacatos do
desenvolvimento tecnológico, a demora de dias, meses, ou mesmo anos para alcance das
informações, enquanto que o imediatismo não se permite demorar por minutos. Entretanto, a
velocidade que nos é posta e a facilidade que é oferecida para ter informações do nosso redor
e do mundo não parecem ser usada de forma útil.
Apesar de toda a exposição do mundo informacional, alguns ainda insistem em se
manter presos em velhos costumes, ou velhas tradições. Não se fala de princípios, mas de
descoberta do direito de pensar, e poder modificar esses pensamentos. O correto seria que
quanto mais informações houvesse mais mentes abertas se formariam. Mentes abertas no
sentido de estarem sempre dispostas a conhecer mais e transformar seus ideais. Este é o poder

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da informação a modificação através do conhecimento. A força intelectual é o que diferencia


os dominadores dos dominados, e é a ausência da habilidade de uso da informação para
libertação que tem sustentado a desigualdade que se estende pela história, a naturalização
ideológica é a prova concreta de como uma informação pode ser tomada como verdade e
repassada como uma lei que obriga a todos a aceitar tudo que lhe é imposto, pelo simples
motivo de ter sido “sempre assim”, como se não houvesse espaço para revoluções. As
tecnologias informacionais e a conscientização pelo indivíduo de sua liberdade para ter suas
próprias ideias são as vantagens que a atualidade oferece, porém o que se percebe é que o
indivíduo não se apropria da autonomia de manter-se informado e usar isso a seu favor, para
não se tornar refém dos discursos prontos. Talvez pelo fato desta ferramenta ter passado tanto
tempo “trancafiada” a sua utilidade ainda não tenha sido compreendida por todos.
A informação e seus veículos, a informação como combatente da dominação, a
informação na sociedade foram os termos tratados neste trabalho com o propósito de discutir
a importância da informação em uma sociedade que ainda está aprendendo a usá-la, sem
deixar de trazer a tona o bibliotecário, que entre muitos profissionais estava destinado a se
tornar obsoleto, e acabou por receber uma tarefa a mais com as modificações de documentos e
interesses, e passa a ser agente operante na aprendizagem do uso informacional. O ser
humano é capaz de contestar, protestar e realizar transformações, por isso a supervalorização
da informação. Um país que possui domínio de conhecimento dificilmente será subjulgado a
qualquer espécie de ideologia ou política que queira se estabelecer, e como já foi tratada, a
alienação não deixará de existir, entretanto, quem tiver o antídoto não se deixará contaminar.

INFORMATION AS A CONTRIBUTION INSTRUMENT FOR SOCIETY


TRANSFORMATION

ABSTRACT
This article has the purpose to present some reflections on the dynamics of the information
society and the ways in which it might be used as a means of education and intellectual
emancipation. This paper aims to describe which information access resources are common in
our society with emphasis on the role of libraries as information centers and librarians as
intermediaries thereof. Technological advances combined with the exposure of Internet access
facilitated the movement of different types of content in society creating questionings about
the veracity and intentionality of such content. Of course it is impossible to understand the
subjectivity in the process of production and dissemination of some content, but the purpose
of this article is to demonstrate how some content on the society can be harmful to
interlocutors, serving as a way of political and ideological instrumentation. Starting with the
theoretical approaches of Althusser, Charaudeau, and the Brazilian philosophy Chauí, it is
clear that there are dominant ideologies that curtail social experience, so the objective is to
demonstrate how information enables critical thinking training in order to prevent possible

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information manipulation.
Keywords: Information. Domination. Ideology. Society. Librarian.

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