Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
UNIDADE 1 - MÉTODOS E TÉCNICAS DE TRADUÇÃO ...................................... 4
UNIDADE 2 – TRADUÇÃO E QUESTÕES CULTURAIS ..................................... 13
UNIDADE 3 - A INTRADUZIBILIDADE DA TRADUÇÃO E AS RELAÇÕES DE
PODER: AS ESCOLHAS DO TRADUTOR .......................................................... 20
CONCLUSÃO ....................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 33
INTRODUÇÃO
3
UNIDADE 1 - MÉTODOS E TÉCNICAS DE TRADUÇÃO
Fonte: https://br.depositphotos.com/
4
Nesta Unidade discutiremos e exemplificaremos os principais procedimentos
técnicos utilizados pelos tradutores durante a confecção das traduções.
A TRADUÇÃO PALAVRA-POR-PALAVRA
1
Lingua de tradução
2
Texto na lingua original
5
A TRADUÇÃO LITERAL
Exemplo:
It is a beautiful house.
A TRANSPOSIÇÃO
6
(ela) disse desculpando-se. - verbo reflexivo
A MODULAÇÃO
It is difficult to understand.
7
Deaf as a door nail.
He is as blind as a bat.
EQUIVALÊNCIA
Bless you!
Saúde!
You’re welcome.
De nada.
As easy as pie.
Molezinha.
8
OMISSÃO
EXPLICITAÇÃO
COMPENSAÇÃO
9
RECONSTRUÇÃO POR PERIODOS
MELHORIAS
The work will be developed in four stages. The first is to make teachers aware of the
issues. At this stage each group will present an oral summary of their work to be
debated at meetings with the school principals, and art, language, and social studies
teachers. (Farias, 1988 apud Barbosa, 1990, p. 71)
TRANSFERÊNCIA
10
- aclimatação ou decalque: adaptação dos empréstimos a língua que os
recebe.
EXPLICAÇÃO
DECALQUE
11
ADAPTAÇÃO
Hobgoblin = Saci-Pererê
12
UNIDADE 2 – TRADUÇÃO E QUESTÕES CULTURAIS
Fonte: https://br.depositphotos.com/
13
cunhou dois termos de grande importância para a disciplina: tradução
domesticadora e tradução estrangeirizante. Segundo Venuti, a tradução é vista com
suspeita porque domestica textos estrangeiros, inscrevendo neles valores
linguísticos e culturais inteligíveis para comunidades domésticas específicas. Esse
processo de inscrição opera na produção, circulação e recepção da tradução dentro
e fora da academia. A seleção de textos estrangeiros e o desenvolvimento de
estratégias de tradução podem estabelecer cânones peculiarmente domésticos
para literaturas estrangeiras, que revelam exclusões e admissões, centros e
periferias que se distanciam daqueles existentes na língua estrangeira. Os textos
estrangeiros são reescritos de forma a se encaixarem em estilos e temas que
prevalecem naquele período nas literaturas domésticas, em detrimento de discursos
tradutórios mais caracterizados pela historicidade, que recuperam estilos e temas
do passado, inserindo-os nas tradições domésticas, ou seja, do lugar onde o texto
está sendo traduzido e não de onde ele foi escrito (VENUTI, 2002, 129 -130).
14
Uma tradução domesticadora seria aquela que procura apagar as opacidades
geradas pela diferença entre as duas culturas e línguas em contato, de forma a
tornar a leitura mais fluente, menos desafiadora. A domesticação transmite a ilusão
de que lemos o texto escrito pelo autor original e não uma tradução. Venuti critica a
estratégia de domesticação embora reconheça que a tradução inevitavelmente
realiza um trabalho de domesticação pela condição de estar escrita na língua
“doméstica”. Venuti advoga a favor da tradução de um texto sem que se apague
totalmente o “ar de estrangeiridade” dele (VENUTI, 2002, 17).
15
da língua maior” (Venuti, 2002, 28 - 34).
16
uma vez que esses projetos se dirigem a comunidades
culturais específicas, estão simultaneamente engajados na
formação de identidades domésticas.” (Venuti, 2002, 145).
17
criar valores e práticas diferentes, qualquer que seja o cenário
doméstico” (VENUTI, 2002, 156).
18
pode deixar de produzir um texto que seja uma fonte potencial de mudança cultural.”
(VENUTI,2002, 167)
19
UNIDADE 3 - A INTRADUZIBILIDADE DA TRADUÇÃO E AS RELAÇÕES DE
PODER: AS ESCOLHAS DO TRADUTOR
Fonte: https://br.depositphotos.com/
20
termos de conceitos, metáforas, questões culturais e assim por diante. Palavras
podem ser traduzíveis, mas certos conceitos e sentimentos, por exemplo, talvez
não. Todavia, mais importante que fixar-nos nas impossibilidades, no que é
intraduzível, seria fixarmos no que de fato é, pois se nos prendêssemos apenas a
conceitos como fidelidade e intraduzibilidade, no fim, não haveria tradução alguma.
21
A tradução promove a circulação de textos, um fluxo, tanto material quanto
não material, simbólico, já que o processo tradutório é um complexo de escolhas e
atitudes diante da forma e do conteúdo que se apresentam ao tradutor. A tradução
pode ampliar as visões, criar novas e também exercer um papel delimitador. Ela
alimenta, renova e dá sobrevida ao texto traduzido. Traduzir significa perviver,
conceito-chave de Walter Benjamin em seu texto A tarefa do tradutor (BLUME
&PETERLE, 2013, 8).
22
desenvolvimento de movimentos relacionados a língua, mudanças em valores
culturais, à liberdade de gênero e movimentos de arte avant-garde, e outros.
Igualmente, a amplitude das estruturas de poder as quais a tradução tem se oposto
é impressionante, incluindo regimes coloniais e ditatoriais, com tradutores
desafiando a morte e a prisão; governos e interesses militares; leis, políticas oficiais
e valores do estado; instituições religiosas; histórias oficiais; estabelecimentos
literários; limitações de discurso; corporações multinacionais; e as estruturas do
neocolonialismo e da globalização difundidas. Essa ampla gama de opositores e
instituições escolhidas como alvo pelos tradutores precisam ser temas das
discussões em geral sobre tradução, resistência e ativismo (TYMOCZKO, 2002, p.
227-229).
23
Avila ressalta que para Spivak o segundo texto, tradutório, é também um
primeiro texto, autoral, e, portanto, também investido em reconstituir o lugar
soberano do sujeito à medida que sua suposta supremacia se vê ameaçada. Avila
relembra o conceito de pharmakón de Derrida – “um remédio e ao mesmo tempo
um veneno” que faz de toda tradução “uma inevitável ‘tradução incorreta’. É na
medida em que a tradução se implica como pharmakón (veneno) que ela se constitui
também – portanto, nunca puramente – como pharmakós (remédio). O remédio
quando bem administrado é benéfico e quando não é veneno. Essa duplicidade
confere à tradução o poder não de transcender, mas sim de habitar e transformar a
assimetria cultural que tende a reger o tradutor em sua mediação linguístico-cultural
da violência epistêmica – dissimulada, como logo veremos, na transcodificação
(BLUME &PETERLE, 2013, p. 29 - 30).
24
textos e que supostamente merecem respeito incondicional de qualquer um que
ousa entrar na sua “propriedade” textual. Arrojo considera que nessa tradição,
tradutores não apenas são alijados dos direitos e privilégios da autoria, mas também
têm que suportar a reputação de serem traidores e incompetentes, ao mesmo tempo
em que lhes pedem que sejam invisíveis e o mais humildes quanto possível (BLUME
&PETERLE, 2013, p. 85 - 86).
Marilyn Gaddis Rose afirma que uma tradução desafia os leitores com uma
fronteira provisória e um espaço interliminar de som, alusão e significado com o qual
eles devem colaborar, criticar e reescrever. Fazendo isso, eles enriquecem sua
experiência literária. Para Rose, seguindo essa perspectiva, a literatura só tem a
ganhar com a tradução (ROSE, 1997, p.2).
25
Kanavillil Rajagopalan, em seu artigo “Política do pós-colonialismo e lutas de
poder: sobre os ocasionais e muito conhecidos ataques do revisionismo nos estudos
da tradução”, afirma que a política do poder aparece em primeiro plano na tradução
quando o tradutor subverte a ordem das coisas exibida em um dado texto e tenta
preservá-las como são. Esse é, de fato, um gesto totalmente consciente e
deliberado, o subalterno falando em alto e bom tom. E o subalterno pode subverter
a lógica da opressão à qual foi sujeito precisamente em virtude do fato de ser capaz
de compreender totalmente as implicações do fato do seu lugar atribuído. Quando
a tradução ocorre em condições de relações desiguais de poder, torna-se algo como
uma briga por significados, uma luta para alavancar significados como se eles
estivessem abrigados no texto fonte, forçando-os contra a vontade de seus autores
– autoproclamados proprietários e custódios. Isso necessariamente envolve
ressignificar as colocações no texto fonte (BLUME &PETERLE, 2013, p.104-105).
26
1959, p. 233) ou citação expressa num contexto novo, pois
citando um texto de partida, um tradutor cria, por sua vez, um
texto que é uma representação com sua própria força
locutória, ilocutória e perlocutória que é determinada por
fatores relevantes no contexto de chegada. Desse modo,
mesmo num modelo simplificado, a ideologia de uma tradução
será uma mistura do conteúdo do texto de partida e dos vários
atos discursivos instanciados nesse texto que são relevantes
no contexto de partida, dispostos em camadas com a
representação do conteúdo, com sua relevância para o público
receptor, e os vários atos discursivos da própria tradução
dirigida ao contexto de chegada; bem como ressonâncias e
discrepâncias entre esses dois “discursos”” (BLUME
&PETERLE, 2013, p. 116-117).
27
Leal a ideologias dissidentes internas de uma cultura ou filiações e programas
externos a elas, o tradutor pode se tornar tanto o traidor interno como o agente
estrangeiro. O problema com tradutores para os centros de poder dominantes não
é que eles estejam entre as culturas e lealdades culturais, mas que eles se tornam
envolvidos demais com ideologias divergentes, programas de mudança, ou planos
de subversão que evitam o controle dominante. De fato, a ideologia da tradução é
um resultado da posição do tradutor (BLUME &PETERLE, 2013, p.144).
28
armar o poder militar e/ou político, por exemplo – e engano ” (BLUME &PETERLE,
2013, p.310).
29
sofisticado, as possibilidades de intervenção política também
se segmentam – circunscritas que estão pelo meio e pela
própria audiência. Mas persistem, ainda então possuidoras de
possíveis afiliações, de desenvolvimentos mais amplos,
inesperados, e que possam resultar em mudanças
socioculturais (BLUME &PETERLE, 2013, p.379).
30
passado, assim como no presente, reescritores criaram imagens de um escritor, de
uma obra, de um período, de um gênero e, às vezes, de toda uma literatura. Essas
imagens existiam ao lado das originais com as quais elas competiam, mas as
imagens sempre tenderam a alcançar mais_pessoas do a original correspondente
assim como hoje acontece (LEFEVERE, 2007, p.18-19).
CONCLUSÃO
31
Como observamos nesta disciplina, Metodologias da Tradução, além de precisar
se preocupar com as línguas com as quais trabalha, o tradutor precisa fazer uso de
estratégias que possibilitem e melhorem a qualidade da tradução ao mesmo tempo
em que precisa lidar com questões ideológicas, pessoais, politicas, culturais e
mercadológicas, por exemplo, sempre estando incluído entre diversas tensões e
questões referentes a aquisição e manutenção de poder.
32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
33
TYMOCZKO. M. (Ed.). Translation, resistance, activism. Amherst: University of
Massachusetts Press, 2002.
rd
BARKER, C. Cultural studies theory and practice. 3 . Ed. London: Sage
Publications, 2008.
34