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Planeamento Tributário

CAPITULO I-Teoria Geral do Imposto

Prof:Vasco Manuel

2018

Agenda

1.1 -Noção de imposto, o imposto


e algumas figuras afins

1.2- Sistemas fiscais, princípios de


tributação e definição da base
tributável

1.3- Sistema Fiscal Angolano


1.1-Noção de imposto, o imposto e algumas
1 figuras afins.
TEORIA GERAL DO IMPOSTO

Noção de Imposto
1.1.1-Definição de Imposto: é uma prestação pecuniária, coactiva, unilateral, a
título definitivo sem carácter de sanção devida ao Estado e outros entes públicos
com vista a realização de fins públicos.

O IMPOSTO é uma prestação:

- Pecuniária (em dinheiro ou em equivalente a dinheiro)


- Coativa (estabelecida na lei ou por força da lei)
- Unilateral (não corresponde qualquer contraprestação pela entidade beneficiária)
- a título definitivo (não dá direito a restituição)
- sem carácter de sanção (não tem caráter sancionatório)
- devida ao Estado e outros entes públicos
- com vista à realização de fins públicos
- fiscais
- extra-fiscais
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Noção de Imposto

IMPOSTO:

Artigo 3.º Código Geral Tributário (Classificação dos tributos)


5. São impostos os tributos com natureza unilateral, em virtude da sua
obrigação não constituir a contrapartida de qualquer prestação
individualizada do Estado e demais ente públicos

Noção de Imposto
1.1.2-O imposto e outras denominadas figuras afins

▪ Contribuição especial

▪ Taxa

▪ Empréstimo público forçado

▪ Contribuições para a segurança social

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Noção de Imposto
O imposto e outras denominadas figuras afins
▪ Contribuição especial

Artigo 3.º Código Geral Tributário (Classificação dos tributos)


6. São contribuições especiais:
a) As contribuições de melhoria e de maior desgaste (…);
b) As contribuições financeiramente constituídas por prestações
pecuniárias (…).

Noção de Imposto
O imposto e outras denominadas figuras afins
▪ Taxa
São prestações coactivas bilaterais – há uma contraprestação por parte do
sujeito activo, que se traduz numa vantagem ou utilidade para o sujeito
passivo

Artigo 3.º Código Geral Tributário (Classificação dos tributos)


7. Consideram-se taxas, os tributos que constituam contraprestações
pecuniárias ou avaliáveis em dinheiro, exigidas por entidades públicas, em
regime de direito público, em virtude da prestação individualizada, concreta e
efectiva de um serviço público, da utilização de um bem do domínio público
ou da remoção de um limite ou obstáculo jurídico ao exercício de uma
actividade.

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Noção de Imposto
O imposto e outras denominadas figuras afins
▪ Empréstimo público forçado
O empréstimo público forçado, embora coactivo, não é:
- unilateral ( dá lugar a pagamento de juros);
- a título definitivo (há lugar a reembolso)

Pode haver lugar a um imposto implícito quando o juro é inferior à taxa de


mercado

Noção de Imposto
O imposto e outras denominadas figuras afins
▪ Contribuições para a segurança social
Controvérsia doutrinária sob o ponto de vista jurídico:
- taxa
- prémio de seguro de direito público
- imposto

Tendência mais recente: imposto

No plano económico-financeiro: imposto

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Sistemas fiscais, princípios de tributação
TEORIA GERAL DO IMPOSTO

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3 -Sistemas fiscais, principios


de tributaçáo e definição da
base tributável

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1.3.1-Sistemas Fiscais

Para que serve um sistema fiscal?

Artigo 101.º CRA (Sistema fiscal)


“O sistema fiscal visa satisfazer as necessidades financeiras do Estado e outras
entidades públicas, assegurar a realização da política económica e social do Estado e
proceder a uma justa repartição dos rendimentos e da riqueza nacional.”

Artigo 10.º Código Geral Tributário (Fins da tributação)


2. A tributação deve igualmente promover a estabilidade financeira do Estado, através
da diversificação das suas fontes de receitas.

Sistemas Fiscais
Classificação dos sistemas fiscais

• Critérios sociopolíticos

• Critérios socioeconómicos

Atendendo principalmente ao nível de fiscalidade e à estrutura fiscal

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Sistemas Fiscais
Nível de fiscalidade

É dado pela relação entre receitas fiscais e um indicador do rendimento


nacional, em geral o PIB, a preços de mercado

Fornece uma indicação da preferência que numa dada economia é dada aos
bens coletivos (maior nível de fiscalidade) em comparação aos bens privados
(menor nível de fiscalidade)

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Sistemas Fiscais
Nível de fiscalidade

Receitas Públicas em 2014

Outras Contribuições
receitas; 4,1% sociais; 0,3%

Impostos não
petrolíferos
25,7% Impostos
petrolíferos;
70,2%

Fonte: Ministério das Finanças (OE 2015)

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Sistemas Fiscais
Fases da vida de um imposto:
As fases da vida de um imposto são:
-Incidência
-Lançamento
-Liquidação
-Cobrança (Pagamento)

A Incidência define a matéria colectável do imposto e identificam os sujeitos


passivos da relação jurídica fiscal a que o mesmo dará lugar.

O lançamento: corresponde ao momento do inicio da aplicação da lei, e a


determinaçao concreta da matéria colectável.

A Liquidação: é a operação aritmética de aplicação de uma taxa a matéria colectável


apurada no lançamento, para a determinação do montante exacto do imposto a
pagar.
Cobrança: é a fase final da vida de um imposto para que tende toda a relação
juridica fiscal

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Sistemas Fiscais
Princípios de tributação
As regras de ADAM SMITH para um “bom sistema fiscal”:
Segundo ADAM SMITH, para que haja um bom sistema fiscal é indispensável a
existência de:

- justiça;

- certeza;

- comodidade;

- economia.

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Sistemas Fiscais
Princípios de tributação

Visão atual dos princípios de tributação em sociedades modernas:

- equidade;

- eficiência económica;

- simplicidade.

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Sistemas Fiscais
Princípios de tributação

Visão atual dos princípios de tributação em sociedades modernas:

Artigo 4.º Código Geral Tributário (Princípios de tributação)


1. A tributação respeita os princípios da igualdade, da legalidade fiscal, da
equivalência e o da justiça material
2. (…)
3. A obrigação de imposto depende da capacidade económica dos
contribuintes, revelada pelo rendimento ou o património e a sua utilização.

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Sistemas Fiscais
Princípios de tributação

O princípio da equidade:

• Critério do benefício
Os impostos devem incidir sobre as pessoas em proporção dos benefícios ou
vantagens que estas retiram das despesas Públicas

• Critério da capacidade contributiva (“ability to pay”)


Cada pessoa deve pagar impostos de acordo com a sua capacidade
contributiva, medida através do rendimento, riqueza ou consumo e tendo em
conta a sua situação pessoal

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Sistemas Fiscais
Princípios de tributação

O princípio da equidade:

• Equidade horizontal
Tributar de forma idêntica as pessoas que têm igual capacidade contributiva

• Equidade vertical
As pessoas que têm diferentes capacidades contributivas devem ser tributadas de
forma desigual

Qual o grau e ritmo de progressividade que garante equidade vertical?

Justificações económicas para a progressividade:


- Igualdade de sacrifícios;
- Importância decrescente das necessidades satisfeitas

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Sistemas Fiscais
Princípios de tributação

O princípio da eficiência económica:

• Efeito rendimento
Variação na procura de uma determinada quantidade de um produto que é
resultado da variação no poder de compra.

• Efeito substituição
Substituição da quantidade procurada por bens de valor mais baixo, como
consequência do aumento dos impostos

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Sistemas Fiscais
Princípios de tributação

O princípio da simplicidade:

• Custos de administração
Variação na procura de uma determinada quantidade de um produto que
é resultado da variação no poder de compra.

• Custos de cumprimento
- Custos monetários
- Custo de tempo
- Custos psicológicos

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Sistema Fiscal
4 Angolano
TEORIA GERAL DO IMPOSTO

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Sistema Fiscal Angolano

SISTEMA FISCAL
ANGOLANO

Impostos sobre o Impostos sobre o Impostos sobre a Contribuições


Rendimento Património Despesa para a Segurança
Social
Imposto Industrial Imposto Predial Imposto de
Urbano Consumo (IC) Taxa Contributiva
Imposto sobre o
Rendimento do Imposto de SISA Taxa de Circulação
Trabalho (IRT)
Imposto sobre as Imposto do Selo
Imposto sobre a Sucessões e (IS)
Aplicação de Doações
Capitais (IAC)

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Cap. II- TRIBUTAÇAO DO
RENDIMENTO
CAP II-Tributação Do Rendimento
2.1-Imposto Industrial (
2.1.1-Insidencia do Imposto Industrial
Segundo o ponto 1 do Artigo 1º do código do imposto Industrial, o imposto
industrial incide sobre os lucros imputáveis ao exercício de qualquer
actividade de natureza comercial ou industrial, ainda que acidentais.
As pessoas colectivas que operam em Angola, estão sujeitas a tributar o
imposto industrial sobre os seus rendimentos em cada exercício económico.
Segundo a Lei nº19/14, o imposto industrial incide simplesmente a pessoas
colectivas, visto que o seu âmbito de incidência não abrange
as pessoas com carácter singular e os seus rendimentos de carácter
comercial ou industrial.
Deste modo, estão sujeitos ao imposto industrial pelos rendimentos
realizados; as pessoas colectivas nacionais ou estrangeiras que
exerçam qualquer actividade de natureza comercial ou industrial.

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Estão sujeitas ao pagamento do imposto industrial as seguintes actividades:

1º- A actividade das explorações agrícolas, aquícolas, avícolas, pecuárias


piscatória e silvícolas;
2º- As actividades de mediação agencia ou representação na realização de
contratos de qualquer natureza;
3º- As actividades reguladas pela entidade de supervisão de seguros, entidade
de supervisão de jogos, pelo Banco Nacional de Angola e pela comissão do
Mercado de Capitais;
4º- As actividades de sociedades cujo o objecto consista na mera gestão de uma
carteira de imóveis, de participações sociais ou títulos;
5º- A actividade das fundações, fundos autónomos cooperativas e associações
de beneficência.
2.1.2- Isenções e Benefícios Fiscais
Segundo o artigo 6º do código do imposto industrial, as isenções e
benefícios fiscais resultantes do acordo celebrado entre o Estado Angolano
ou outro ente Publico legalmente competente para o efeito, mantem-se em
vigor nos termos da legislação ao abrigo do qual foram concedidas com as
devidas adaptações.
-O mesmo artigo realça ainda que, os termos de duração das isenções
benefícios fiscais referidas no paragrafo anterior, constam obrigatoriamente
de documento escrito emitidos pelas autoridades públicas referidas no
numero anterior, devendo ser disponibilizado pelo contribuinte sempre que
solicitado pelas autoridades.
-A não apresentação da documentação comprovativo do direito á isenção de
imposto ou do direito a benefícios fiscais, presume-se a sua não existência.
-A criação de aparência perante a administração tributária ou terceiros do
direito a isenção de imposto ou do direito a benefícios fiscais, no âmbito de
transacções sujeitas a imposto industrial, constitui infracção sancionada nos
termos do código Geral Tributário e da Legislação Penal.
-A criação de aparência perante a administração tributária ou terceiros do
direito a isenção de imposto ou do direito a benefícios fiscais, no âmbito de
transações sujeitas a imposto industrial, constitui infracção sancionada nos
termos do código Geral Tributário e da Legislação Penal.
-Ficam isentas do imposto industrial as companhias de navegação
marítimas ou aéreas, se, no país da sua nacionalidade, as companhias
angolanas de igual objecto social gozarem da mesma prorrogativa.
2.1.3-Grupos de tributação (A,B,C e seu funcionamento)

Os contribuintes do imposto industrial em Angola, estão divididos em 2


grupos de tributação nomeadamente: o grupo A e o grupo B.
Grupo A:
Neste grupo estão os contribuintes de imposto com tributação que incide
nos lucros efectivamente obtidos pelos contribuintes e determinados através
da sua contabilidade.

A obrigatoriedade de tributação do grupo A incide sobre:


1º As empresas e entes equiparados;
2º As sociedades constituídas nos termos da Lei das sociedades comerciais
ou Leis das sociedades unipessoais, com proveitos totais anuais de valor
igual ou superior a Kz 500.000,00;
3º As sociedades constituídas nos termos da lei das sociedades comerciais
ou Leis das sociedades unipessoais, de capital social igual ou superior a Kz
2.000.000,00.
-Estão ainda inclusos no grupo A as associações, fundações e cooperativas
cuja actividade gere proveitos adicionais as dotações e subsídios recebido
dos seus associados ou cooperantes.
-Consideram-se ainda incluídas no grupo A, as sucursais de sociedades
não residentes no território Angolano.
-Podem optar pela sua inclusão no grupo A quaisquer contribuintes desde
que mencionem a sua pretensão até ao final do mês de Fevereiro do ano a
que o imposto industrial respeite, mediante alteração no registo geral do
contribuinte, solicitando por escrito na repartição fiscal com competência
sobre o sujeito passivo do imposto.
-Os contribuintes que tiverem optado pela sua inclusão no grupo A , só
depois de decorridos 3 anos podem requerer seu reingresso no grupo B.
Grupos De Tributação
Grupo B
Quanto ao grupo de tributação B, consideram-se os que tem incidência sobre
os lucros efectivamente obtidos pelos contribuintes e determinados pela sua
contabilidade, ou sobre os lucros que presumivelmente os contribuintes
obtiveram, quando não directamente apuráveis através dos elementos
contabilísticos disponibilizados pelo contribuinte.
São tributados pelo grupo B, todos o contribuintes não abrangidos pelo grupo
A, bem como, os da mesma natureza subjectiva, davam imposto somente
pela prática de alguma operação ou acto isolado de natureza comercial ou
industrial.
2.1.4-DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLECTAVEL
A matéria colectável para o imposto industrial, é determinada com base na
declaração fiscal e demostrações financeiras do contribuinte cuja a
elaboração é obrigatória nos termos do código do imposto industrial, plano
geral de contabilidade e dos planos de contas das instituições financeiras e
seguradoras.
-Na ausência, insuficiência ou falta de idoneidade dos elementos
necessários para a determinação do imposto devido, a Administração
Tributária pode utilizar métodos indirectos de apuramento da matéria
colectável, utilizando inclusivamente a informação contabilístico e fiscal do
contribuinte que se relacionem com o sujeito passivo nos termos do Código
Geral Tributário.
-O lucro a ser tributado, reporta-se ao saldo revelado pela conta de
resultados do exercício elaborado em obediência aos princípios
contabilísticos estabelecidos na legislação em vigor, e consistira na
diferença entre todos os proveitos ou ganhos realizados e os custos ou
gastos incorridos no exercício.
2.1.4.1-Exemplo do calculo do imposto industrial
EXERCICIOS….

A empresa Mardav Lda com tributação do Grupo A, apresentava no


final de Exercicio do ano N os seguintes valores:
Vendas--------------------------------------21.000.000,00kz
Prestação de serviço--------------------11.000.000,00kz
Outros proveitos Operacionais------- 2.000.000,00Kz
Salários-------------------------------------- 5.500.000,00Kz
Amortização-------------------------------- 2.380.000,00kz
Outros Custos e Perdas Op.---------- 4.950.000,00kz
Resultado financeiro--------------------- 105.000,00kz
Resultado não operacional------------- 231.000,00kz
Calcule o Imposto Industrial da empresa aos 31 de Dezembro de N a
partir da demostração de resultados.
Cap. III- IMPOSTO SOBRE O
RENDIMENTO DE TRABALHO
3.0-Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (IRT)
O Imposto de Rendimento de Trabalho é aquele que incide sobre os
rendimentos por conta própria ou por conta de outrem, expressos em
dinheiro, de natureza contratual ou não contratual, periódicos ou ocasionais
fixos ou variáveis independentemente da sua proveniência, local, moeda,
forma estipula para o seu calculo e pagamento.
3.1-Caracteristicas do IRT
A tributação do rendimento das pessoas singulares de maneira geral tem
sido uma tarefa complexa e sensível no âmbito da ciência de tributação.
A titulo de exemplo, as pessoas singulares em Angola até recentemente
eram tributadas em sede de vários impostos, conforme a manifestação da
capacidade contributiva preenchesse a norma de incidência de um imposto
em especifico.
Constata-se no entanto que uma única pessoa singular exercendo diferentes
actividades e dai advirem diferentes rendimentos ou património, estará
sujeito a diferentes impostos, plasmados no mesmo sistema fiscal, o que
torna desse modo o sistema tributário Angolano demasiado desfavorável ao
contribuinte.
O código de imposto sobre os Rendimentos do trabalho, aprovado pela Lei
nº18/14 de 22 de Outubro, enquadra os Rendimentos do trabalho em três
categorias, nomeadamente:
-Rendimento de trabalho por conta de Outrem;
-Rendimento de trabalho por conta Própria;
-Rendimento pelo exercício de actividades comerciais industriais de pessoas
singulares.
3.2-Insidencia objectiva do IRT, não Sujeição e Isenções do IRT
3.2.1-Insidencia
Segundo o Art.º 1.º do código do IRT, O IRT incide sobre os rendimentos por
conta própria ou por conta de outrem, expressos em dinheiro ainda que
auferidos em espécie de natureza contratual ou não contratual, periódicos
ou ocasionais, fixos ou variáveis independentemente da sua proveniência,
local, moeda, forma estipulada para o seu calculo e pagamento
-Para efeitos do imposto de Rendimento de Trabalho constituem
rendimento os seguintes: as remunerações recebidas a titulo de
ordenados, vencimentos, Salários ,Honorários, Avenças, Gratificações,
Prémios, Comissões, Emolumentos, Participações em multas,
rendimentos comerciais e industriais, outras remunerações
acessórias, etc…
Considera-se ainda como Rendimento de trabalho: Abonos por falhas,
subsídios diários de representação, viagens ou deslocações e qualquer
outras importâncias de mesma natureza;
3.2.2-Não Sujeição
Não estão sujeitos ao Imposto de Rendimento de Trabalho segundo o Art.º
2.º do Código do IRT os seguintes:
1-As prestações sociais pagas pelo instituto Nacional de Segurança Social,
no âmbito da protecção social obrigatória nos termos da lei;
2-As gratificações de fim de carreira devidas no âmbito da relação Juridico-
Laboral;
3-Abonos por falha, em montante que não ultrapassem o limite máximo
estabelecido para os funcionários públicos;
4-Abonos de família pago pela entidade empregadora, em montante que
não ultrapasse o limite máximo de 5% do ordenado base mensal do
trabalhador, excluídos os trabalhadores sujeitos ao regime remuneratório da
função pública
5-As contribuições para a segurança social;
6-Os subsídios de renda de casa até ao limite de 50% do valor do contrato
de arrendamento, excluídos os trabalhadores sujeitos ao regime
remuneratório da função pública;
7-As compensações pagas a trabalhadores por rescisão contratual e que
não ultrapassem os limites máximos previstos na Legislação Laboral ;
8-Os salários e outras remunerações devidas aos trabalhadores eventuais
agrícolas e aos trabalhadores domésticos contratados directamente por
pessoas singulares ou agregados familiares;
9-Subsidios a cidadãos nacionais com deficiência motoras, sensoriais e
mentais;
10-Os subsídios diários, subsídios de representação, subsídios de viagem e
deslocação, atribuídos a funcionários do estado e que não ultrapassem os
limites estabelecidos na legislação específica, etc,etc.
3.2.3-Isenções
Os rendimentos isentos do Rendimento de Trabalho são:
1-Os rendimentos auferidos por agentes das missões diplomáticas e
consulares estrangeiras sempre que haja reciprocidade de tratamento;
2-Rendimentos auferidos pelo pessoal de serviços de organizações
internacionais, nos termos estabelecidos em acordos ratificados pelo orgão
competente do Estado;
3-Os rendimentos do pessoal dos serviços de organizações-não nos termos
estabelecidos nos acordos com entidades nacionais com reconhecimento
prévio por escrito do Director Nacional de Impostos;
4-Rendimentos auferidos por cidadãos nacionais com idade superior a 60
anos derivado do trabalho por conta de outrem;
5- Rendimentos auferidos por deficientes físicos e mutilados de guerra, cujo
grau de invalidez ou incapacidade seja superior a 50%, bem como as
actividades do grupo A B auferidos pelos antigos combatentes, deficientes
de guerra comprovada com um documento da autoridade competente, e
5- Rendimentos auferidos por deficientes físicos e mutilados de guerra, cujo
grau de invalidez ou incapacidade seja superior a 50%, bem como as actividades
do grupo A e B auferidos pelos antigos combatentes, deficientes de guerra e
familiares do combatente desaparecido ou falecido, desde que devidamente
registados e documentados pela autoridade competente.
3.3- Incidência Subjectiva do IRT e grupos de tributação

O imposto de Rendimento de Trabalho é devido pelas pessoas singulares quer


residam quer não em território nacional cujo os rendimentos sejam obtidos por
serviços prestados de forma directa ou indirecta a pessoas singulares ou
colectivas com domicilio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no
país.
Deste modo, o IRT dividem-se em 3 Grupos de Tributação nomeadamente o
Grupo A, B e C.
-No grupo A, incluem-se todas as remunerações recebidas pelos
trabalhadores por conta de outrem e pagas por uma entidade patronal por
força de vinculo laboral como definido nos termos da lei Geral de Trabahlo e
os rendimentos dos trabalhadores cujo vinculo de emprego se encontra
regulado pelo regime jurídico da função publica,
-No grupo B, incluem-se todas as remunerações recebidas pelos
trabalhadores por conta própria que desempenhem, de forma independente,
actividades constantes na lista de profissões anexa ao presente código, e os
rendimentos auferidos por titulares de cargos de gerência ou administração
ou por titulares de orgãos sociais de sociedades.
-No grupo C, todas as remunerações recebidas pelo desempenho de
actividades industriais e comerciais que se presumem todas as constantes
na tabela de lucros mínimos em vigor.
3.4- Determinação da matéria colectável do IRT

O cálculo da matéria colectável do grupo A é feita da seguinte forma:


´1º- A dedução á retribuição global das contribuições obrigatórias para a
segurança social;
2º- Dedução das componentes remuneratórias não sujeitas ou isentas, nos
termos do presente código.
Para o grupo B, apura-se da seguinte forma:
1º-Quanto aos rendimentos pagos por pessoas colectivas ou singulares com
contabilidade organizada, a matéria colectável corresponderá a 70% do
valor pago;
2º- Em relação aos rendimentos pagos por entidades que não disponham de
contabilidade organizada, a matéria colectável será apurada com báse na
contabilidade ou nos registos contabilísticos do sujeito passivo ou com base
nos registos disponíveis sobre compra e vendas e serviços prestados, ou
ainda com base nos dados que a administração fiscal disponha
-No apuramento do rendimento colectável dos trabalhadores por conta
própria sem contabilidade organizada, são deduzidos os seguintes
encargos:
1º- Renda de instalação
2º- Remuneração do pessoal permanente não superior a 3;
3º- Consumo de energia eléctrica e água;
4º- Comunicações
5º- Seguros com o exercício da actividade;
6º- Outras despesas indispensáveis a formação do rendimento incluídas as
verbas para reintegração das instalações.

São consideradas despesas dos profissionais que por várias razões não
disponham de contabilidade organizada, 30% dos rendimentos brutos dos
mesmos, pois em caso de possuírem contabilidade deverão apurar com
base no custo real até ao limite aqui estabelecido.
Para o grupo C, o rendimento colectável dos contribuintes, é o constante da
tabela dos lucros mínimos.

3.5- Segurança Social


A segurança social, é definida na Lei nº 7/04 de 15 de Outubro que é a Lei
do Sistema de Segurança Social, segundo a qual o sistema tem por
objectivo garantir a subsistência material dos cidadãos na situação de falta
ou diminuição de capacidade para o trabalho, bem como em caso de morte,
dos familiares sobreviventes.
3.5.1-Beneficiários da segurança social
1º- Trabalhadores por conta de outrem;
2º- Trabalhadores por conta própria;
3º- Trabalhadores por conta de outrem que tenham cessado a sua
actividade profissional por invalidez ou limite de idade;
4º-Os familiares a cargo dos trabalhadores abrangidos pela segurança
social
5º- Os cidadãos estrangeiros que trabalhem em Angola, desde que tal se
encontre previsto por lei ou por acordos internacionais.
De salientar que a inscrição no sistema de S.S é de carácter obrigatório,
com excepção aos trabalhadores por conta própria e os trabalhadores
estrangeiros que provem estarem abrangidos pela segurança social do país
de origem.
A incidência da SS é sobre os salários remunerações adicionais, quer para
trabalhadores por conta própria, quer para trabalhadores por conta de
outrem.
Para os devidos efeitos, são considerados salários e remunerações
adicionais os proveitos que nos termos da Lei Geral do Trabalho e da Lei
salarial, o trabalhador tem direito pela prestação do trabalho e pela
cessação do contrato tais como:
1º- O salário Base;
2º- Salários especiais que nos termos da Lei Salarial, sejam atribuídos para
certos postos de trabalho que exijam um tratamento salarial especifico ;
3º- Os prémios e outros estímulos materiais atribuídos por força da Lei
Salarial e seus diplomas regulamentares;
4º-As retribuições pela prestação de trabalho extraordinário e pela prestação
de trabalho nocturno ou por turnos;
5º- Os subsídios de residência, de renda de casa e outros de natureza
analógica, que tenham carácter de regularidade;
6º- Os subsídios de alimentação, de função e de responsabilidade;
7º- A diuturnidade, a participação nos lucros da empresa e os abonos por
falha;
8º- As indemnizações por despedimento sem justa causa e as quantias
pagas aos trabalhadores em cumprimento de acordo de cessação de
trabalho, etc, etc.
As taxas de contribuição para o sistema correspondem a 8% para as
entidades empregadores, e uma taxa de 3% para os trabalhadores por conta
de outrem.
As entidades empregadoras são responsáveis pela entrega das
contribuições até ao dia 20 do mês seguinte a que diz respeito, bem como
pela entrega das folhas de remuneração.

EXERCÍCIOS……
Cap. IV- IMPOSTO DE SELO
4.1-Caraterização do Imposto de selo
O imposto de selo é um imposto de característica indirecta, regulado pelo
próprio código do imposto de selo publicada por decreto presidencial nº
3/14 de 21 de Outubro.
4.2- Incidência Objectiva e subjectiva
Objectivamente estão sujeitos ao imposto de selo, todos actos, contratos,
documentos, títulos, operações e outros factos, nos termos previstos na
tabela anexa a este código ou em Leis especiais.
Os sujeito subjectivos estão plasmados no respectivo código ( Artgº 2º do
código do imposto de selo) que designadamente são: Notários,
conservadores de registo Civil, comercial, predial e de outros bens sujeitos
ao registo, bem como outras entidades públicas, incluindo estabelecimentos
e organismos do estado, relativamente a aos actos, contratos e outros factos
em que que sejam intervenientes excepção dos celebrados em notário
relativos a créditos e garantias concedidos por instituições de crédito
sociedades financeiras e entidades equiparadas.
As entidades concedentes de crédito e de garantias ou credoras de juro,
prémios, comissões e outras contra prestações derivadas de contrato de
natureza financeira, instituições de crédito, sociedades financeiras ou de
seguro residentes em território nacional, Empresas seguradoras, etc,etc…

4.3-Isenções Objectivas e Subjectivas


Estão subjectivamente isentos do imposto de selo, o Estado e quaisquer dos
seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que personalizados (
excepto as empresas publicas), as instituições de previdência e segurança
social, Associações de utilidade Publica reconhecidos nos termos da Lei,
bem como as instituições religiosas legalmente constituídas ( com excepção
aquelas que actuem no âmbito do desenvolvimento de actividades
económicas de natureza empresarial)
Quanto as isenções objectivas, estão isentos do imposto de selo, os créditos
concedidos até ao prazo máximo de cinco dias, o micro crédito, os créditos
concedidos no âmbito de conta jovem, ou de terceira idade, e outras com
designação diferente mas de igual propósito cujo o valor de crédito não
ultrapassa 17.600,00 Kwanzas mensais; os créditos originados da utilização
de cartões de crédito cujo reembolso se limita ao capital em divida; os
créditos destinados a apoiar as exportações, desde que devidamente
documentadas com os respectivos despachos aduaneiros, etc, etc.

4.4-Liquidação do imposto de selo


A liquidação do imposto de selo, efectua-se por meio de guia mediante a
aplicação da respectiva verba. Esta liquidação compete aos sujeitos
passivos da relação tributária deste imposto conforme Artigo 2º do
respectivo código. Como se trata de operações crédito ou de garantias,
prestada por instituições de crédito ou sociedades financeiras a
responsabilidade pelo imposto devido é solidário.
O imposto devido pelas operações aduaneiras é liquidado pelos serviços
Aduaneiros da Administração Geral Tributária. Nos documentos de
liquidação do imposto, são mencionados o valor do imposto e a data de
liquidação nos contratos em que o estado ou os demais entes públicos, com
excepção das empresas publicas, sejam parte. A liquidação do imposto
deverá ser efectuada no memento do pagamento da prestação, devendo
para tal o imposto liquidado ser transferido ou depositado na Conta Única do
tesouro, isso até dia 15 do mês seguinte ao da arrecadação através de DLI.
4.5-Pagamento do imposto
O pagamento do imposto de selo, é efectuado pelos sujeitos passivos deste
imposto, definidos no respectivo código, mediante a presentação do DLI,
descriminando, em anexo o imposto cobrado nos termos de cada dos
artigos da tabela do imposto de selo, devendo as entidades escriturar em
conformidade com a sua contabilidade e os respectivos livros de registo. O
imposto de selo é pago até final do mes seguinte aquele em que a obrigação
tributária se tenha constituído.
Calculo do Imposto de Selo
Exemplo:

A empresa Mardav Lda com sede no município do Lubango, dedica-se ao


comercio a grosso e retalho de vestuarios e calçados. No mês de Janeiro
vendeu mercadorias no valor de 3.800.000,00 tendo recebido do cliente
2.800.000,00 e o resto será pago dentro de 120 dias. Segundo a tabela de
incidência do imposto de selo, a taxa será de 1%.
Faça o processamento da venda e o apuramento do respectivo imposto de
selo.
Resolução do exercicio:
1º Lançamento: Processamento das facturas

31.1-Clientes 61-Vendas

3.800.000 3.800.000

2º Lançamento: Recebimento dos clientes: 31-Clientes


45-Caixa
2.800.000 2.800.000
3º- Liquidação do imposto (Processamento do imposto);

75.3.1.1-Impost. Selo 34.9.4-Imposto de Selo


28.000,00 28.000,00

4º Pagamento do imposto;
34.9.4- Impost. Selo 45-Caixa

28.000,00 28.000,00 28.000,00


Cap. V- IMPOSTO DE PRODUÇÃO
E CONSUMO
Na ausência, insuficiência ou falta de idoneidade dos elementos
necessários a determinação do Imposto de consumo devido, a
Administração Geral Tributária utilizará métodos indirectos de apuramento
da matéria colectável, recorrendo inclusivamente a informação
contabilística e fiscal do contribuinte que se relacionem com o sujeito
passivo, nos termos do código Geral Tributário.
Está expressamente previsto que o imposto de consumo, constitui encargo
Dos adquirentes dos bens ou serviços.
5.5.5-Taxa do imposto de Consumo
A taxa geral para o imposto de consumo é de 10%, com excepção dos
bens que se encontram listados na tabela do imposto de produção e
consumo, onde são aplicáveis as taxas ai especialmente previstas

Este imposto agrupa diversas taxas, isto é, em taxas reduzidas de 2% a


5% reservados para a produção nacional e importação de bens sujeitos a
taxa reduzida de 2% constantes na tabela I anexa ao regulamento deste
imposto e todos os serviços com excepção dos serviços de hotelarias e
similares.
Por outro lado, temos as taxas consideradas agravadas aplicáveis aos
produtos tipicamente associados a produtos considerados de luxo ou que
não assumam um carácter de primeira necessidade, tais como: bebidas
alcoólicas, produtos de tabaco, viaturas automóveis e outros sujeitos a
taxas que variam de 20% á 30%.
Assim a taxa do imposto de produção e consumo segundo a tabela de
tributação é de 2%, 5%, 10%, 20% e 30%
5.1-Caracterização do imposto de Produção e Consumo
Este imposto é caracterizado como sendo um imposto indirecto e se
encontra regulamentado em suplemento do Diário da República de 21 de
Outubro de 2014-Decreto Legislativo Presidencial nº 3-A/14, que aprova a
revisão e a republicação do Regulamento do imposto de consumo.
O objectivo da revisão e republicação, consiste em aprimorar alguns
aspectos do regulamento do imposto de consumo, em particular quanto a
clarificação da figura do sujeito passivo de imposto e das obrigações de
liquidação e pagamento do imposto, bem como contribuir para a correcta
identificação do titular do encargo do imposto por via do mecanismo da
repercussão.

5.2-Incidencia do Imposto Sobre a Produção e o Consumo


O imposto de Produção e Consumo incide objectivamente sobre:
1º- Bens produzidos em ou importados para Angola (Produção e
importação de mercadorias seja qual for a sua origem);
2º- Bens vendidos ou arrematados pelas autoridades aduaneiras e por
outros serviços públicos;
3º- Consumo de água e energia;
4º Serviços de hotelaria e outras actividades conexas ou similares
incluindo restaurantes;
5ºLocação de áreas preparadas para recolha ou estacionamento colectivo
de viaturas
6º- Locações de áreas preparadas para conferencias, colóquios,
exposições, publicidade e outros eventos;
7º-Serviços de consultoria, nomeadamente de natureza jurídica, fiscal,
financeira, económica, imobiliária, contabilidade, informática, engenharia,
arquitectura, auditoria, revisão de contas e advocacia;
8º-Serviços de segurança privada;
9º- Serviços prestados por agencias de viagens ou operadores turísticos;
10º-Aluguer de Viaturas;
11º- Serviços de gestão de estabelecimentos comerciais, refeitório,
dormitórios, imóveis e condomínios
12º- Acesso a espectáculos e eventos culturais, recreação e desporto, etc,
etc.

Não se consideram Tributáveis no âmbito deste imposto, a produção dos

..
seguintes produtos:
Produtos agrícolas e pecuários não transformados;

..Produtos primários de silvicultura;


Produtos de pesca não transformados;
Produtos minerais não transformados.
5.2.1- Incidência Subjectiva
São sujeitos passivos do imposto sobre a produção e consumo, as
pessoas que pratiquem operações de produção , fabrico ou transformação
de bens, quaisquer que sejam os processos ou meios utilizados, bem
como os que procedam a arrematação ou venda de bens em hasta pública,
e as que procedam a importação de bens e forneçam quaisquer outros
serviços
Não se consideram tributáveis no âmbito deste imposto a produção dos

..
seguintes produtos:
Produtos agrícolas a pecuários não transformados;

. Produtos primários de silvicultura;


Produtos de pesca não transformados;
. Produtos minerais não transformados.
5.2.2- Incidência subjectiva
São sujeitos passivos do imposto sobre a produção e consumo, as
pessoas que pratiquem operações de produção, fabrico ou transformação
de bens, quaisquer que sejam os processos ou meios utilizados, bem
como as que procedam á arrematação ou venda de bens em hasta pública,
e as que procedam á importação de bens e forneçam a quaisquer outros

dos serviços referenciados no âmbito de incidência objectiva.


5.2.3-Isenções
Estão Isentas do imposto de consumo as seguintes operações:
1º- A exportação de bens e produtos pelo próprio produtor, ou entidade
vocacionadas para o efeito reconhecida nos termos da lei;
2º-Importação de bens pelas organizações Internacionais e missões
diplomáticas e consulares quando existe reciprocidade de tratamento;
3º- Produção de bens manufacturados por processo artesanais;
4º-As matérias primas e matérias subsidiárias, incorporadas no processo
de fabrico
os bens de equipamentos e peças sobressalentes, desde que devidamente
certificados pelos ministérios de tutela e declaração de exclusividade;
5º- Procriação de animais mediante informação dos serviços veterinários
em que essa procriação seja considerada, como podendo
Contribuir para o melhoramento e progresso da produção nacional
6º-Serviços que resultem de negócios jurídicos em que figurem como
adquirente uma sociedade investidora petrolífera, nacional ou estrangeira
que pratique operações petrolíferas, exclusivamente nas áreas de
concessão em fáse de pesquisa ou desenvolvimento até a data da primeira
produção comercial.
A isenção do imposto, depende sempre da emissão de um certificado de
Isenção, emitida pela Administração Geral Tributária, a requerimento da
sociedade investidora petrolífera.

5.5.4-Determinação da Matéria colectável


O Imposto de produção e consumo é calculado sobre o preço de custo
dos bens produzidos no território Angolano, sobre o valor aduaneiro ou
ainda sobre o preço do serviço.
No caso de produtos produzidos em território Nacional, o valor tributável
sujeito ao imposto, corresponde ao preço de custo incorridos com a
produção de bens, incluindo as matérias-primas e produtos incorporados,
mão de obra, tecnologia e outros bens ou serviços necessários á
produção.
Para a produção, estão exclusas do preço de custo, os custos de
distribuição, transporte, seguros ou outros que ocorram após a
armazenagem
Na ausência, insuficiência ou falta de idoneidade dos elementos
necessários a determinação do Imposto de consumo devido, a
Administração Geral Tributária utilizará métodos indirectos de apuramento
da matéria colectável, recorrendo inclusivamente a informação
contabilística e fiscal do contribuinte que se relacionem com o sujeito
passivo, nos termos do código Geral Tributário.
Está expressamente previsto que o imposto de consumo, constitui encargo
Dos adquirentes dos bens ou serviços.
5.5.5-Taxa do imposto de Consumo
A taxa geral para o imposto de consumo é de 10%, com excepção dos
bens que se encontram listados na tabela do imposto de produção e
consumo, onde são aplicáveis as taxas ai especialmente previstas

Este imposto agrupa diversas taxas, isto é, em taxas reduzidas de 2% a


5% reservados para a produção nacional e importação de bens sujeitos a
taxa reduzida de 2% constantes na tabela I anexa ao regulamento deste
imposto e todos os serviços com excepção dos serviços de hotelarias e
similares.
Por outro lado, temos as taxas consideradas agravadas aplicáveis aos
produtos tipicamente associados a produtos considerados de luxo ou que
não assumam um carácter de primeira necessidade, tais como: bebidas
alcoólicas, produtos de tabaco, viaturas automóveis e outros sujeitos a
taxas que variam de 20% á 30%.
Assim a taxa do imposto de produção e consumo segundo a tabela de
tributação é de 2%, 5%, 10%, 20% e 30%
Cap. VI- IMPOSTO PREDIAL
URBANO (IPU)
6.1-Caracteriza,ão do Imposto Predial Urbano
Este imposto foi aprovado por Diploma Legislativo Nº 4044/70 de 13 de
Outubro e com alteração pela Lei Nº 18/77, de 7 de Outubro, definindo a
tributação em sede deste imposto apenas os prédios urbanos, libertando
assim os prédios rústicos.
Em função da reforma fiscal feita em Angola, isto em 2011, efectuou-se
algumas alterações a esse código e consequentemente na própria figura
do Imposto Predial Urbano, tornando a inscrição de imóveis de maneira
mais simples e directa através de um modelo de formulário designado
modelo 5, a ser usado para o registo de qualquer imóvel.

Referenciamos em seguida, algumas definições de termos comuns


usados quando se trata do Imposto Predial Urbano.
Arrendatário: Toda e qualquer pessoa que toma um imóvel de
arrendamento.
Caderneta Predial: Documento que funciona como uma espécie de
identificação do imóvel. Este documento é emitido pela Repartição Fiscal e
contém todos os elementos da inscrição matricial.
Área Coberta: é a área total de cobertura do imóvel, incluindo anexos,
varandas, caves, terraços fechados e toda parte que lhe permita a
circulação comum do prédio.
Escritura pública de compra e venda: é um documento autêntico, realizado
pelo notário e que constitui a forma legal de transmissão de bens imóveis.
Contrato de Arrendamento: É o acordo bilateral pelo qual o senhorio
concedo ao arrendatário ( inquilino) a utilização temporária de um prédio
urbano ou parte dele, mediante uma retribuição que é a renda.
6.2-Incidencia do Imposto Predial Urbano
O IPU é um imposto sobre o património que incide sobre os rendimentos
de todos os prédios urbanos situados no território da República de Angola
quando estejam arrendados, ou sobre a detenção quando não arrendados.
O IPU é tributável a toda e qualquer pessoa jurídica ou física que possua
um imóvel com permanência superior a 6 meses( com excepção a
isenções determinadas por Lei) e incide sobre a renda dos prédios urbanos
arrendados ou sobre a sua detenção quando não arrendados.

No caso de prédios arrendados, o imposto incide sobre o valor da


respectiva renda expresso em moeda corrente. No caso de prédios não
arrendados o imposto incide sobre o valor patrimonial.
Para o caso dos prédios arrendados, o imposto predial Urbano, é devido
pelos titulares do direito aos rendimentos dos prédios, presumindo-se
como tais, as pessoas em nome de quem os mesmos se encontrem
inscritos na matriz, sendo devido pelo proprietário, usufrutuário ou
beneficiário do direito de superfície relativos aos prédios, no caso dos não
arrendados.
Tratando-se de propriedade resolúvel, o IPU será devido por quem tenha o
uso e o usufruto do prédio.
As pessoas singulares ou colectivas que que beneficiem da cedência
gratuita, a titulo precário de quaisquer prédio pertencentes a entidades
isentas de IPU são obrigadas ao pagamento de imposto pelos rendimentos
dos mesmos prédios
6.3-Sujeito Passivo do IPU
- Para prédios arrendados, o imposto é devido pelos titulares dos direitos
aos rendimentos.
- Para prédios não arrendados, o imposto é devido pelo proprietário,
usufrutuário ou beneficiário do direito de superfície relativo ao prédio.

Definição de prédio Urbano: É considerado como prédio Urbano toda a


fracção de território, abrangendo os edifícios e construção de qualquer
natureza nela incorporados ou assentes com carácter de permanecia (
período superior a 6 meses), desde que se verifiquem as seguintes
condições:
-O Prédio integre o património de uma pessoa singular ou colectiva, seja
susceptível em circunstâncias normais a produzir rendimentos;
-Esteja afecto a quaisquer fins que não sejam agricultura, sivicultura ou
pecuária.
São ainda considerados Prédios Urbanos, todo o edifício ou construção
que se encontre nas condições anteriores, mesmo que situado numa
fracção de território que constitua parte integrante de um património
diverso ou não tenha natureza contratual.
6.4-Isenções
Ficam isentos de imposto Predial Urbano:
- O estado, instituições públicas e associações que gozem de estatuto
de utilidade Pública;
- Estados estrangeiros quanto aos imóveis destinados as respectivas
representações diplomáticas ou consulares quando haja reciprocidade;
- Instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados
exclusivamente ao culto.
As isenções que se refere as alíneas b) e c) do nº 1 é reconhecida por
despacho do Director Nacional de Impostos a requerimento das entidades
interessadas e após parecer favorável do Ministério das Relações
Exteriores e do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos,
respectivamente.

6.5-Determinação da matéria colectável


A matéria colectável, corresponde ao valor sobre o qual o imposto incide.
Para efeitos de IPU, a determinação da matéria colectável difere
consoante o prédio, esteja ou não arrendado.
1- O rendimento colectável dos prédios urbanos, quando arrendados, é
igual as rendas efectivamente recebidas em cada ano, liquidas de 40%
correspondentes a despesas relacionadas com o imóvel. Ou seja, a renda
recebida pelo arrendamento do imóvel devem ser deduzidos 40% para
despesas de manutenção do imóvel, e sobre os restantes 60% incide uma
taxa de imposto de 25%, o que resultará numa taxa efectiva de 15% sobre
as rendas efectivamente recebidas.
Considera-se como renda, tudo quanto o senhorio receba do arrendatário,
ou este satisfaça em sua vez, por efeito directo da cedência dos prédios e
dos serviços que porventura nele tenha estabelecido, quer estes serviços
sejam especiais para o arrendatário, quer comuns a outros arrendatários
do mesmo ou de diversos prédios e ainda que também aproveitem ao
próprio senhorio.
Exercicio: exemplificar com um exercício em concreto
O rendimento colectável dos prédios urbanos não arrendados corresponde
ao valor patrimonial. O valor patrimonial corresponde ao valor que resulte
da avaliação feita de acordo com o disposto no Artigo 31.º e seguintes, ou
ao valor pelo qual o imóvel tenha sido alienado, conforme o que seja maior.
Enquanto o valor patrimonial dos imóveis não for estabelecido, nos termos
do número anterior, continua a usar-se o valor que estiver inscrito na matriz

A matéria colectável de prédios não arrendados corresponde ao valor


patrimonial do imóvel, deduzido de Akz 5.000.000,00.
O valor patrimonial resulta da avaliação do imóvel ou do valor pelo qual o
imóvel tenho sido alienado, prevalecendo sempre o valor mais elevado.
Nos casos em que o prédio arrendado passar a situação de não arrendado
e vice-versa, a tributação será calculada, relativamente a esse ano, tendo
em conta os meses em que o prédio esteve em cada uma das referidas
situações.
Exemplo: exemplificar comum exercício em concreto
Quando o prédio arrendado passar á situação de não arrendado fica sujeito
a imposto como prédio não arrendado incidindo o imposto, nesse ano
sobre a proporção do valor patrimonial que corresponde ao remanescente
do ano
6.6-Taxas do imposto Predial Urbano
A taxa de Imposto Predial Urbano para prédios arrendados é de 25%,não
podendo disto, resultar imposto a pagar em montante inferior a 1% do valor
patrimonial do imóvel.
A taxa de imposto Predial Urbano para prédios não arrendados é de 0,5%
sobre o excesso de cinco milhões de kwanzas do valor patrimonial do
prédio.
Os contribuintes que disponham ou devam dispor de contabilidade
organizada, incluindo organismos públicos e qualquer pessoa, singular ou
colectiva, de direito público ou privado, a quem competir o pagamento ou
entrega de rendas relativas a imóveis, devem deduzir-lhes, na altura da
sua atribuição ou pagamento, a importância do imposto, e tratando-se de
prédios arrendados, o imposto é liquidado tomando por base o valor da

renda estabelecida no contrato.


6.7-Obrigatoriedade de retenção na Fonte do IPU
A taxa de imposto nominal do IPU é de 25% (antes 30%), a que se junta ao
aumento do valor da dedução das despesas relativas a conservação do
imóvel, que pode ir até ao valor de 40% do valor das rendas recebidas (na
prática a taxa efectiva é de 15%).
A nível da liquidação, os arrendatários com contabilidade organizada,
estão obrigados a proceder a retenção na fonte do valor correspondente a
15% da renda devida, para efeitos de liquidação do IPU sobre imóveis
arrendados.
Os arrendatários terão que entregar o valor retido na correspondente
Repartiçao Fiscal de Finanças onde estiver inscrito a matriz do respectivo
prédio urbano até ao ultimo dia do mês seguinte.
Posteriormente, os arrendatários estão obrigados a entregar aos senhorios
uma cópia do Documento de Arrecadação de Receitas (DAR), do imposto
retido e pago.
Para os casos de imóveis arrendados, as pessoas colectivas ou singulares
que tenham ou devam ter contabilidade organizada que sejam
arrendatárias de tais imóveis e a quem competir o pagamento das rendas ,
ficam obrigadas a reter e a entregar o imposto ao estado.
Obs: No caso de incumprimento desta obrigação ficam os mesmos
arrendatários responsáveis pela totalidade, do imposto e acréscimos, sem
prejuízo, no caso de retenção não ter sido efectuada, do direito de regresso
contra o devedor do imposto, mas apenas quanto á divida principal.
A multa a ser aplicada aos arrendatários está prevista no nº 4 do artigo
155º do CGT.

No caso de imóveis arrendados as pessoas sem contabilidade organizada,


estas poderão ou não reter o imposto devido ao Estado. Quando estas
pessoas não retenham, fica o senhorio (beneficiário) do direito ao
rendimento obrigado a pagar o imposto ao Estado.
Para casos de prédios não arrendados, fica o proprietário, usufrutuário ou
beneficiário do imóvel obrigado a pagar o imposto devido.
O Imposto Predial Urbano, é um imposto de pagamento anual e o mês
escolhido para essa obrigatoriedade é o mês de Janeiro, onde os titulares
do direito aos rendimentos dos prédios arrendados devem declarar as
rendas do ano anterior através do Modelo 1,e os proprietários de prédios
não arrendados devem declarar o valor patrimonial na submissão do
Modelo 1.
Note-se que a obrigação do pagamento do IPU, é exclusivamente do
contribuinte e poderá incorrer a juros e multas no caso de pagamento em
atraso, ou de não pagamento da obrigação tributária.
Para se evitar o pagamento de juros e multas, o contribuinte deverá
sempre observar as datas de vencimento das prestações e as condições
de pagamento determinadas.

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