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Metrologia Industrial - Marco Antonio Ribeiro 5 Edição PDF
Metrologia Industrial - Marco Antonio Ribeiro 5 Edição PDF
Industrial
Fundamentos da Confirmação Metrológica
5a Edição
5a Edição
Quem pensa claramente e domina a fundo aquilo de que fala, exprime-se claramente e
de modo compreensível. Quem se exprime de modo obscuro e pretensioso mostra logo que
não entende muito bem o assunto em questão ou então, que tem razão para evitar falar
claramente (Rosa Luxemburg)
© 1993, 1994 e 1995, 1996 e 1999, Tek Treinamento & Consultoria Ltda
Salvador, Inverno 1999
Prefácio
Não use adjetivos, use números!
A maioria das pessoas ainda pensa que Metrologia se refere apenas à Dimensão e Comprimento e trata de
paquímetros, micrômetros, cálibres e similares. Este preconceito deve ser eliminado, pois Metrologia é a Ciência
da Medição e se refere à medição de qualquer grandeza física. A importância da Metrologia é evidente, pois ela
é uma ferramenta absolutamente essencial para a garantia da qualidade de qualquer produto ou serviço de
engenharia.
O presente trabalho foi escrito como suporte de um curso ministrado a engenheiros e técnicos ligados, de
algum modo, à medição de alguma grandeza física. Ele enfoca os aspectos técnicos, físicos e matemáticos da
medição da grandeza física.
Inicialmente, é apresentado o Sistema Internacional de Unidades (SI), com sua história, características e
as regras para a escrita correta de nomes, símbolos, prefixos e múltiplos das unidades das grandezas físicas.
Os Algarismos Significativos são conceituados e tratados, para que sejam usados e entendidos corretamente.
São vistos os conceitos básicos da Estatística da Medição para tratar corretamente os erros aleatórios,
conceituando médias, desvios, distribuições e intervalos de confiança da medição.
As Quantidades Medidas são definidas e classificadas sob diferentes enfoques e são apresentados os
conceitos, unidades, formas e padrões das sete quantidades de base, das duas suplementares e das principais
derivadas, nas áreas da física, química, eletrônica e instrumentação.
A seguir são vistas os Instrumentos de Medição, onde são apresentados os diferentes métodos de
medição, as aplicações da medição na indústria e os diferentes tipos de instrumentos usados nas medições. O
desempenho do instrumento é analisado e são apresentadas as especificações típicas e os parâmetros da
precisão e da exatidão. Os erros aleatórios, sistemáticos e grosseiros da medição são conceituados e
apresentados os meios para eliminar, diminuir ou administrar tais erros, considerando sua fonte de origem.
Finalmente, é analisada a Confirmação Metrológica da medição, onde são definidos os conceitos de
calibração e ajuste, os diferentes tipos de padrões, as abrangências das normas e a situação dos laboratórios
nacionais (INMETRO) e internacionais.
São apresentados como Apêndices: o Vocabulário de Metrologia (A), o exemplo típico de um
procedimento para Calibração de Malhas de Instrumentos de Processo (B), comentários sobre as Normas
ISO 9000 (C) e a relação dos Laboratórios da Rede Brasileira de Calibração (D) publicada em MAI 97, pela
CQ Qualidade, Editora Banas.
O autor ficará mais feliz, se ao fim da leitura do presente trabalho, as pessoas passarem a usar mais
números que adjetivos.
O trabalho está continuamente sendo revisto, quando são melhorados os desenhos, editadas figuras
melhores, atribuídos os créditos a todas as fotografias usadas.
Sugestões e críticas destrutivas são benvidas, no endereço do autor: Rua Carmen Miranda 52, A 903, CEP
41820-230, Fone (0xx71) 452-3195 e Fax (0xx71) 452-3058, Móvel(071) 9989-9531 e no e-mail:
marcotek@uol.com.br
Levítico, 19
• 35: Não façais nada contra a equidade, nem no juízo, nem na regra, nem no
peso, nem na medida.
• 36: Seja justa a balança e justos os pesos; seja justo o alqueire e justa a medida
Ezequiel, 45
• 10. Tereis balanças justas, efa justa e bato justo.
• 11. A efa e o bato serão duma mesma medida, de maneira que o bato contenha a
décima parte do hômer e a efa a décima parte do hômer; o hômer será a medida
padrão.
Amós, 8,
• 5. Quando passará a lua nova, para vendermos o grão? E o sabado, para expormos
o trigo, diminuindo a medida, e aumentando o preço, e procedendo dolsamente com
balanças enganadoras...
Miqueias, 6,
• 11. Justificarei ao que tem balanças falsas e uma bolsa cheia de pesos enganosos?
Conteúdo
3. Quantidades Medidas
i
Metrologia Industrial
ii
Metrologia Industrial
iii
1
Sistema Internacional (SI)
Objetivos de Ensino
1. Relatar como apareceram as unidades e se desenvolveu o sistema métrico, que se
tornou o Sistema Internacional de Unidades.
2. Apresentar as unidades, símbolos, prefixos e modificadores das quantidades físicas.
3. Recomendar as regras de formatação e escrita correta das quantidades, unidades e
símbolos do Sistema Internacional.
4. Mostrar a conversão de unidades, através da análise dimensional.
5. Conceituar valor exato e aproximado através de algarismos significativos.
6. Mostrar as regras de arredondamento, soma, subtração, multiplicação e divisão de
algarismos significativos.
7. Apresenta o formato da notação científica dos números.
8. Discutir os métodos apropriados para fazer os cálculos e apresentar o resultado de modo
conveniente e entendido para todos os ramos da engenharia.
1.1
Sistema Internacional
Antigüidade Algumas pessoas tem a idéia errada
As antigas civilizações já tinham que o sistema métrico atual, o SI, seja uma
percebido a necessidade de criação de criação recente e intencional para
unidades para a troca de mercadorias. Os confrontar a tecnologia americana. Ele
padrões de peso datam de 7000 A.C. e os apareceu antes de os Estados Unidos se
padrões de comprimento datam de 3000 tornarem uma potência tecnológica. A
A.C. Os babilônicos e os romanos já tecnologia americana pode realmente ser
haviam estabelecido padrões e nomes melhorada pela coerência do SI. Em 1975,
para unidades. Originalmente, os padrões nos Estados Unidos, foi decretado o Ato de
e unidades eram escolhidos por Conversão Métrica, dando à indústria
conveniência prática e se baseavam em americana a oportunidade de se mudar
medidas do corpo humano. Depois, voluntariamente para o sistema SI. Nos
verificou-se que era preferível desenvolver Estados Unidos ainda há uma resistência
padrões baseados em fenômenos naturais para mudar as unidades, principalmente
reprodutíveis em vez de padrões baseados pelos segmentos da indústria que são
no corpo humano. estritamente domésticos e pelo público em
Como existe um grande número de geral. Isto é natural, pois a mudança altera
dimensões, é necessário um sistema de um modo de vida consagrado e requer
unidades para se ter medições confiáveis e uma reeducação e aprendizado de novos
reprodutíveis e para uma boa comunicação termos.
entre todos os envolvidos com as Sistema Decimal
medições. O desenvolvimento tecnológico
A idéia de um sistema decimal de
em transportes e comunicações e o
unidades foi concebida pelo inglês Simon
aumento do comércio globalizado tem
Stevin (1548-1620). Em 1671, o padre
mostrado a necessidade de uma
francês Gabriel Mouton, definiu uma
linguagem comum de medição, um
proposta para um sistema decimal,
sistema capaz de medir qualquer
baseando-se em medidas da Terra, em
quantidade física com unidades que
vez de medidas relacionadas com
tenham definição clara e precisa e uma
dimensões humanas.
relação lógica com as outras unidades.
As unidades decimais foram também
Sistema inglês consideradas no primeiros dias da
O sistema inglês, também chamado de Academia Francesa de Ciências, fundada
imperial, é usado na Inglaterra, Estados em 1666. O que tornou o sistema métrico
Unidos e Canadá, mas mesmo nestes uma realidade foi a aceitação social e
países há muitas diferenças em seus política da Revolução Francesa. Em seu
detalhes. O insuspeito cientista inglês entusiasmo para romper as tradições
William Thompson, Barão Kelvin (1824- européias existentes, os líderes da
1907), dizia que o Sistema Imperial Inglês Revolução acreditaram que até o sistema
de unidades era absurdo, ridículo, de medição deveria ser mudado porque o
demorado e destruidor de cérebro. De fato, existente fora criado pela monarquia. Uma
a maioria das unidades se baseava em comissão de cientistas franceses foi
medidas do corpo humano, geralmente do formada para estabelecer um novo sistema
corpo do rei de plantão. Por exemplo, a de medição baseado em normas absolutas
jarda (yard) era a distância do nariz ao e constantes encontradas no universo
polegar com o braço estendido do rei físico. Tayllerand propôs um sistema
inglês Henry I (circa 1100). decimal internacional de pesos e medidas
O sistema inglês não é coerente e há a tous de temps, a tous les peuples.
vários múltiplos entre a maioria das Embora este trabalho tenha iniciado nesta
unidades. Por exemplo, para o época, a finalização da comissão foi muito
comprimento tem-se demorada e difícil.
12 polegadas para um pé
3 pés para uma jarda
1760 jardas para uma milha.
1.2
Sistema Internacional
Sistema CGS Sistema MKSA
O primeiro sistema métrico oficial, Depois do Tratado do Metro, tornou-se
chamado de centímetro-grama-segundo necessário definir claramente os
(CGS), foi proposto em 1795 e adotado na significados e as unidades de massa, peso
França em 1799. Em 1840 o governo e força. Em 1901, a 3a CGPM declara que
francês, em resposta a uma falta do o kilograma é uma unidade de massa e o
entusiasmo público para o uso voluntário termo peso denota uma quantidade de
do sistema, tornou obrigatório o sistema força. A decisão de definir o kilograma (e
CGC. Outros países do mundo também grama) de um modo diferente do que foi
adotaram oficialmente o sistema CGS. Em definido no sistema CGS requer um novo
1866, no início de seu desenvolvimento sistema, MKS, baseado no metro-
tecnológico, os Estados Unidos kilograma-segundo.
promulgaram um ato tornando legal o Em 1935, a Comissão Internacional de
sistema métrico. Eletrotécnica (IEC) incorpora uma quarta
Em 1873 a Associação Britânica do unidade base de corrente, o ampère. Com
Avanço da Ciência recomendou o uso do esta adição, o sistema ficou conhecido
sistema CGS e desde então ele foi como MKSA (ou Giorgi).
aplicado em todas as áreas da ciência. Por
causa do uso crescente do sistema métrico 1.3. Sistema Internacional (SI)
através da Europa, o governo francês
Em 1960, a 11a CGPM deu
convidou várias nações para uma
formalmente o nome de Systeme
conferência internacional para discutir um
International d'Unites, simbolizado como SI
novo protótipo do metro e um número de
(Sistema Internacional) e o estabeleceu
padrões idênticos para as nações
como padrão universal de unidades de
participantes.
medição. SI é um símbolo e não a
Em 1875, o Tratado do Metro definiu os
abreviatura de Sistema Internacional e por
padrões métricos para o comprimento e
isso é errado escrever S.I., com pontos.
peso e estabeleceu procedimentos
O SI é um sistema de unidades com as
permanentes para melhorar e adotar o
seguintes características desejáveis:
sistema métrico. Este tratado foi assinado
por 20 países, inclusive o Brasil. Coerente
Foi constituída a organização Ser coerente significa que o produto ou
internacional Conference Generale des o quociente de quaisquer duas unidades é
Poids et Mesures (CGPM), para fornecer a unidade da quantidade resultante. Por
uma base razoável de unidades de exemplo, o produto da força de 1 N pelo
medição precisa e universal. Esta comprimento de 1 m é 1 J de trabalho.
organização consiste do Comitê
International des Poids et Mesures (CIPM) Decimal,
que fornece a base técnica e que possui o No sistema decimal, todos os fatores
laboratório de trabalho Bureau envolvidos na conversão e criação de
International des Poids et Mesures (BIPM). unidades são somente potências de 10. No
A CGPM é constituída pelos delegados de SI, as únicas exceções se referem às
todos os estados membros da Convenção unidades de tempo baseadas no
do Metro e se reúne de seis em seis anos calendário, onde se tem
para: 1 dia 24 horas
1. garantir a propagação e 1 hora 60 minutos
aperfeiçoamento do SI, 1 minuto 60 segundos
2. sancionar os resultados de novas
determinações metrológicas
fundamentais
3. adotar decisões que se relacionem
com a organização e
desenvolvimento do BIPM.
1.3
Sistema Internacional
Único, A utilização do SI é recomendada pelo
No sistema, há somente uma unidade BIPM, ISO, OIML, CEI e por muitas outras
para cada tipo de quantidade física, organizações ligadas à normalização,
independente se ela é mecânica, elétrica, metrologia e instrumentação.
química, ou termal. Joule é unidade de
energia elétrica, mecânica, calorífica ou É uma obrigação de todo técnico
química. entender, respeitar e usar o SI
corretamente.
Poucas Unidades de base
As sete unidades de base são
separadas e independentes entre si, por 1.4. Política IEEE e SI
definição e realização.
A política (Policy 9.20) adotada pelo
Unidades com tamanhos razoáveis, IEEE (Institute of Electrical and Electronics
Os tamanhos das unidades evitam a Engineers). A política de transição para as
complicação do uso de prefixos de unidades SI começou em 01 JAN 96,
múltiplos e submúltiplos. estágio 1, que requer que todas as normas
novas e revisões submetidas para
Completo aprovação devem ter unidades SI.
O SI é completo e pode se expandir No estágio 2, a partir de 01 JAN 98, dá-
indefinidamente, incluindo nomes e se preferencia às SI. A política não aprova
símbolos de unidades de base e derivadas a alternativa de se colocar a unidade SI
e prefixos necessários. seguida pela unidade não SI em
parêntesis, pois isto torna mais difícil a
Simples e preciso,
leitura do texto. É recomendável usar
O SI é simples, de modo que cientistas, notas de rodapé ou tabelas de conversão.
engenheiros e leigos podem usá-lo e ter No estágio 3, para ocorrer após 01 JAN
noção das ordens de grandeza envolvidas. 2000, propõe-se que todas as normas
Não possui ambigüidade entre nomes de novas e revistas devem usar
grandezas e de unidades. obrigatoriamente unidades SI. AS
Não degradável unidades não SI só podem aparecer em
notas de rodapé ou em anexos
O SI não se degrade, de modo que as
informativos.
mesmas unidades são usadas ontem, hoje
Foram notadas três exceções:
e amanhã.
1. Tamanhos comerciais, como séries de
Universal bitola de fios AWG e conexões
Os símbolos e nomes de unidades baseadas em polegadas, não precisam
formam um único conjunto básico de ser transformados em termos SI.
padrões conhecidos, aceitos e usados no 2. Soquetes e plugs
mundo inteiro. 3. Quando houver conflitos com normas
ou práticas de indústria existentes,
Conclusão deve haver uma avaliação individual e
O SI oferece várias vantagens nas aprovado temporariamente pelo IEEE.
áreas de comércio, relações A implementação do plano não requer
internacionais, ensino e trabalhos que os produtos já existentes, com
acadêmicos e pesquisas científicas. parâmetros em unidades não SI, sejam
Atualmente, mais de 90% da população do substituídos por produtos com parâmetros
mundo vive em países que usam em unidades SI.
correntemente ou estão em vias de mudar
para o SI. Os Estados Unidos, Inglaterra,
Austrália, Nova Zelândia, África do Sul
adotaram legalmente o SI. Também o
Japão e a China estão atualizando seus
sistemas de medidas para se conformar
com o SI.
1.4
Sistema Internacional
1.5
3. Estilo e Escrita do SI
2. Múltiplos e Submúltiplos
3.1. Introdução
Como há unidades muito pequenas e
O SI é uma linguagem internacional da
muito grandes, elas devem ser
medição. O SI é uma versão moderna do
modificadas por prefixos fatores de 10. Por
sistema métrico estabelecido por acordo
exemplo, a distância entre São Paulo e Rio
internacional. Ele fornece um sistema de
de Janeiro expressa em metros é de 4 x
9 referência lógica e interligado para todas
10 metros. A espessura da folha deste
-7
livro é cerca de 1 x 10 metros. Para evitar as medições na ciência, indústria e
estes números muito grandes e muito comércio. Para ser usado sem
pequenos, compreensíveis apenas para os ambigüidade por todos os envolvidos, ele
cientistas, usam-se prefixos decimais às deve ter regras simples e claras de escrita.
unidades SI. Assim, a distância entre São Parece que o SI é exageradamente
Paulo e Rio se torna 400 kilômetros (400 rigoroso e possui muitas regras
km) e a espessura da folha de papel, 0,1 relacionadas com a sintaxe e a escrita dos
milímetros (0,1 mm). símbolos, quantidades e números. Esta
Os prefixos para as unidades SI são impressão é falsa, após uma análise. Para
usados para formar múltiplos e realizar o potencial e benefícios do SI, é
submúltiplos decimais das unidades SI. essencial evitar a falta de atenção na
Deve-se usar apenas um prefixo de cada escrita e no uso dos símbolos
vez. O símbolo do prefixo deve ser recomendados.
combinado diretamente com o símbolo da Os principais pontos que devem ser
unidade. lembrados são:
1. O SI usa somente um símbolo para
qualquer unidade e somente uma
Tab. 2 - Múltiplos e Submúltiplos
unidade é tolerada para qualquer
Prefixo Símbolo Fator de 10 quantidade, usando-se poucos
yotta Y +24 nomes.
zetta Z +21 2. O SI é um sistema universal e os
exa E +18 símbolos são usados exatamente da
peta P +15 mesma forma em todas as línguas,
tera T +12 de modo análogo aos símbolos para
giga G +9 os elementos e compostos químicos.
mega** M +6 3. Para o sucesso do SI deve-se evitar
kilo** k +3 a tentação de introduzir novas
hecto* H +2 mudanças ou inventar símbolos. Os
deca* da +1 símbolos escolhidos foram aceitos
deci* d -1 internacionalmente, depois de muita
centi* c -2 discussão e pesquisa.
mili** m -3 Serão apresentadas aqui as regras
micro** µ -6 básicas para se escrever as unidades SI,
nano n -9 definindo-se o tipo de letras, pontuação,
pico p -12 separação silábica, agrupamento e
femto f -15 seleção dos prefixos, uso de espaços,
atto a -18 vírgulas, pontos ou hífen em símbolos
zepto z -21 compostos. Somente respeitando-se estes
yocto y -24 princípios se garante o sucesso do SI e se
obtém um conjunto eficiente e simples de
Observações unidades.
* Exceto para o uso não técnico de centímetro e em No Brasil, estas recomendações estão
medidas especiais de área e volume, devem-se evitar estes contidas na Resolução 12 (1988) do
prefixos. Conselho Nacional de Metrologia,
** Estes prefixos devem ser os preferidos, por terem Normalização e Qualidade Industrial.
potências múltiplas de 3
1.6
Sistema Internacional
3.2. Maiúsculas ou Minúsculas T para tera; t para tonelada e T para a
grandeza tempo.
Nomes de Unidades S para siemens, s para segundo
Os nomes das unidades SI, incluindo os M para mega e M para a grandeza
prefixos, devem ser em letras minúsculas massa
quando escritos por extenso, exceto P para peta e Pa para pascal e p para
quando no início da frase. Os nomes das pico
unidades com nomes de gente devem ser L para a grandeza comprimento e L
tratados como nomes comuns e também para a unidade litro.
escritos em letra minúscula. Quando o m para mili e m para metro
nome da unidade fizer parte de um título, H para henry e Hz para hertz
escrever o nome das unidades SI do W para watt e Wb para weber
mesmo formato que o resto do título. Os símbolos são preferidos quando as
Exemplos: unidades são usadas com números, como
A corrente é de um ampère. nos valores de medições. Não se deve
A freqüência é de 60 hertz. misturar ou combinar partes escritas por
A pressão é de 15,2 kilopascals. extenso com partes expressas por
símbolo.
Temperatura
Letra romana para símbolos
No termo grau Celsius, grau é
considerado o nome da unidade e Celsius Quase todos os símbolos SI são
é o modificador da unidade. O grau é escritos em letras romanas. As duas
sempre escrito em letra minúscula, mas únicas exceções são as letras gregas µ (mi
-6
Celsius em maiúscula. O nome de unidade ) para micro (10 ) e Ω (ômega) para ohm,
de temperatura no SI é o kelvin, escrito em unidade de resistência.
letra minúscula. Mas quando se refere à Nomes dos símbolos em letra
escala, escreve-se escala Kelvin. Antes de minúscula
1967, se falava grau Kelvin, hoje, o correto
é kelvin. Exemplos: Símbolos de unidades com nomes de
A temperatura da sala é de 25 graus pessoas tem a primeira letra maiúscula. Os
Celsius. outros símbolos são escritos com letras
A temperatura do objeto é de 303 minúsculas, exceto o símbolo do litro que
kelvin. pode ser escrito também com letra
A escala Kelvin é defasada da Celsius maiúscula (L), para não ser confundido
de 273,15 graus com o número 1. Exemplos:
A corrente é de 5 A.
Símbolos O comprimento da corda é de 6,0 m.
Símbolo é a forma curta dos nomes das O volume é de 2 L.
unidades SI e dos prefixos. É incorreto Símbolos com duas letras
chamá-lo de abreviação ou acróstico. O
símbolo é invariável, não tendo plural, Há símbolos com duas letras, onde
modificador, índice ou ponto. somente a primeira letra deve ser escrita
Deve-se manter a diferença clara entre como maiúscula e a segunda deve ser
os símbolos das grandezas, das unidades minúscula. Exemplos:
e dos prefixos. Os símbolos das grandezas Hz é símbolo de hertz, H é símbolo de
fundamentais são em letra maiúscula. Os henry.
símbolos das unidades e dos prefixos Wb é símbolo de weber, W é símbolo
podem ser de letras maiúsculas e de watt.
minúsculas. A importância do uso preciso Pa é símbolo de pascal, P é prefixo peta
15
de letras minúsculas e maiúsculas é (10 )
mostrada nos seguintes exemplos: Uso do símbolo e do nome
G para giga; g para grama Deve-se usar os símbolos somente
K para kelvin, k para kilo quando escrevendo o valor da medição ou
N para newton; n para nano quando o nome da unidade é muito
1.7
Sistema Internacional
complexo. Nos outros casos, usar o nome O comprimento da estrada é de 110-
da unidade. Não misturar símbolos e km.
nomes de unidades por extenso. O comprimento da estrada é de 110 k
Exemplo correto: O comprimento foi m.
medido em metros; a medida foi de 6,1 m. O comprimento da estrada é de 110
Exemplo incorreto: O comprimento foi Km.
medido em m; a medida foi de 6,1 metros.
3.3. Pontuação
Símbolos em títulos
Os símbolos de unidades não devem Ponto
ser usados em letra maiúscula, como em
Não se usa o ponto depois do símbolo
título. Quando for necessário, deve-se usar
das unidades, exceto no fim da sentença.
o nome da unidade por extenso, em vez de
Pode-se usar um ponto ou hífen para
seu símbolo.
indicar o produto de dois símbolos, porém,
Correto: ENCONTRADO PEIXE DE 200
não se usa o ponto para indicar o produto
KILOGRAMAS
de dois nomes.
Incorreto: ENCONTRADO PEIXE DE
Exemplos corretos (incorretos):
200 KG
O cabo de 10 m tinha uma massa de 20
Símbolo e início de frase kg.
Não se deve começar uma frase com (O cabo de 10 m. tinha uma massa de
um símbolo, pois é impossível conciliar a 20 kg..)
regra de se começar uma frase com A unidade de momentum é o newton
maiúscula e de escrever o símbolo em metro
minúscula. (A unidade de momentum é o newton.
Exemplo correto: Grama é a unidade metro)
comum de pequenas massas. A unidade de momentum é o produto
Exemplo incorreto: g é a unidade de N.m
pequenas massas. A unidade de momentum é o produto N-
m
Prefixos
Marcador decimal
Todos os nomes de prefixos de
unidades SI são em letras minúsculas No Brasil, usa-se a vírgula como um
quando escritos por extenso em uma marcador decimal e o ponto como
sentença. A primeira letra do prefixo é separador de grupos de 3 algarismos, em
escrita em maiúscula apenas quando no condições onde não se quer deixar a
início de uma frase ou parte de um título. possibilidade de preenchimento indevido.
No caso das unidades de massa, Quando o número é menor que um,
excepcionalmente o prefixo é aplicado à escreve-se um zero antes da vírgula. Nos
grama e não ao kilograma, que já possui o Estados Unidos, usa-se o ponto como
prefixo kilo. Assim, se tem miligrama (mg) marcador decimal e a virgula como
e não microkilograma (µkg); a tonelada separador de algarismos.
corresponde a megagrama (Mg) e não a Exemplo (Brasil)
kilokilograma (kkg). A expressão meio metro se escreve
Aplica-se somente um prefixo ao nome 0,5 m.
da unidade. O prefixo e a unidade são O valor do cheque é de R$2.345.367,00
escritos juntos, sem espaço ou hífen entre
eles. Exemplo (Estados Unidos)
Os prefixos são invariáveis. A expressão meio metro se escreve:
Exemplo correto: O comprimento é de 0.5 m.
110 km O valor do cheque é de
Exemplos incorretos: US$2,345,367.00
O comprimento da estrada é de 110km.
O comprimento da estrada é de 110
kms.
1.8
Sistema Internacional
3.4. Plural Símbolos
Os símbolos das unidades SI não tem
Nomes das unidades com plural plural.
Quando escrito por extenso, o nome da Exemplos:
unidade métrica admite plural, 2,6 m 1m
adicionando-se um s, for 0,8 m -30 oC
1. palavra simples. Por exemplo: o
0 C 100 oC
ampères, candelas, joules, kelvins,
kilogramas, volts. 3.5. Agrupamento dos Dígitos
2. palavra composta em que o
elemento complementar do nome Numerais
não é ligado por hífen. Por exemplo: Todos os números são constituídos de
metros quadrados, metros cúbicos, dígitos individuais, entre 0 e 9. Os números
unidades astronômicas, milhas são separados em grupos de três dígitos,
marítimas. em cada lado do marcador decimal
3. termo composto por multiplicação, (vírgula).
em que os componentes são Não se deve usar vírgula ou ponto para
independentes entre si. Por exemplo: separar os grupos de três dígitos.
ampères-horas, newtons-metros, Deve-se deixar um espaço entre os
watts-horas, pascals-segundos. grupos em vez do ponto ou vírgula, para
Valores entre +1 e -1 são sempre evitar a confusão com os diferentes países
singulares. O nome de uma unidade só onde o ponto ou vírgula é usado como
passa ao plural a partir de dois (inclusive). marcador decimal.
A medição do valor zero fornece um Não deixar espaço entre os dígitos e o
ponto de descontinuidade no que as marcador decimal. Um número deve ser
pessoas escrevem e dizem. Deve-se usar tratado do mesmo modo em ambos os
a forma singular da unidade para o valor lados do marcador decimal.
zero. Por exemplo, 0 oC e 0 V são
reconhecidamente singulares, porém, são Exemplos:
lidos como plurais, ou seja, zero graus
Celsius e zero volts. O correto é zero grau Correto Incorreto
Celsius e zero volt. 23 567 23.567
Exemplos: 567 890 098 567.890.098
1 metro 23 metros 34,567 891 34,567.891
0,1 kilograma 1,5 kilograma 345 678,236 89 345.678,236.89
34 kilogramas 1 hertz 345 678,236 89 345 678,23 689
60 hertz 1,99 joule
8 x 10-4 metro 4,8 metros por Números de quatro dígitos
segundo
Os números de quatro dígitos são
Nomes das unidades sem plural considerados de modo especial e diferente
Certos nomes de unidades SI não dos outros. No texto, todos os números
possuem plural por terminarem com s, x ou com quatro ou menos dígitos antes ou
z. Exemplos: lux, hertz e siemens. depois da vírgula podem ser escritos sem
Certas partes dos nomes de unidades espaço.
compostas não se modificam no plural por: Exemplos:
1. corresponderem ao denominador de 1239 1993
unidades obtidas por divisão. Por 1,2349 2345,09
exemplo, kilômetros por hora, lumens 1234,5678 1 234,567 8
por watt, watts por esterradiano. Tabelas
2. serem elementos complementares
As tabelas devem ser preenchidas com
de nomes de unidades e ligados a
números puros ou adimensionais. As suas
eles por hífen ou preposição. Por
respectivas unidades devem ser colocadas
exemplo, anos-luz, elétron-volts,
no cabeçalho das tabelas. Por exemplo,
kilogramas-força.
1.9
Sistema Internacional
uma tabela típica de dados relacionados original. Vírgulas, espaços, barras,
com algumas propriedades do vapor pode parêntesis e outros símbolos aplicáveis
ser escrita como: podem ser usados para preencher os
espaços e evitar fraudes.
Tab.3. Variação da temperatura e volume Exemplos:
específico com a pressão para a água pura R$ 21.621,90 dinheiro (real)
Temperatura, T Volume, V
16HHC-656/9978 número de peça
Pressão, 610.569.958-15 CPF
P K m3/kg
(071) 359-3195 telefone
kPa
50,0 354,35 3,240 1 3.6. Espaçamentos
60,0 358,95 2,731 7
70,0 362,96 2,364 7 Múltiplos e submúltiplos
80,0 366,51 2,086 9
Não se usa espaço ou hífen entre o
prefixo e o nome da unidade ou entre o
Normalmente, em tabelas ou listagens,
prefixo e o símbolo da unidade. Por
todos os números usam agrupamentos de
exemplo,
três dígitos e espaços. Adotando este
kiloampère, kA
formato, se diminui a probabilidade de
milivolt, mV
erros.
megawatt, MW
Assim, a primeira linha da tabela
significa Valor da medição da unidade
pressão P = 50,0 kPa A medição é expressa por um valor
temperatura T = 354,35 K numérico, uma unidade, sua incerteza e os
volume específico V = 3,240 1 m3/kg limites de probabilidade. O valor é
Gráficos expresso por um número e a unidade pode
ser escrita pelo nome ou pelo símbolo.
Os números colocados nos eixos do
Deve-se deixar um espaço entre o número
gráficos (abcissa e ordenada) são puros ou
e o símbolo ou nome da unidade. Os
adimensionais. As unidades e símbolos
símbolos de grau, minuto e segundo são
das quantidades correspondentes são
escritos sem espaço entre os números e
colocadas nos eixos, uma única vez.
os símbolos. Exemplos:
O gráfico da tabela anterior fica assim
670 kHz 670 kilohertz
20 mm 10 N
36’ 36 oC
Modificador da unidade
Quando uma quantidade é usada como
adjetivo, pode-se usar um hífen entre o
valor numérico e o símbolo ou nome. Não
se deve usar hífen com o símbolo de
ângulo (o) ou grau Celsius (oC). Exemplos:
Pacote de 5-kg.
Filme de 35-mm.
o
Temperatura de 36 C
Produtos, quocientes e por
Fig. 1. Variação da temperatura e volume com a
pressão Deve-se evitar confusão, principalmente
em números e unidades compostos
Números especiais
envolvendo produto (.) e divisão (/) e por .
Há certos números que possuem regras O bom senso e a clareza devem
de agrupamento especificas. Números prevalecer no uso de hífens nos
envolvendo números de peça, documento, modificadores.
telefone e dinheiro, que não devem ser
alterados, devem ser escritos na forma Símbolos algébricos
1.10
Sistema Internacional
Deve-se deixar um espaço de cada lado escrevendo os nomes por extenso.
dos sinais de multiplicação, divisão, soma Por exemplo, o correto é kilômetro
e subtração e igualdade. Isto não se aplica por hora ou km/h. Não usar
aos símbolos compostos que usam os kilômetro/hora ou km por hora.
sinais travessão (/) e ponto (.). 2. Deve-se usar somente um por em
Não se deve usar nomes de unidades qualquer combinação de nomes de
por extenso em equações algébricas e unidades métricas. A palavra por
aritméticas; usam-se os símbolos. denota a divisão matemática. Não se
Exemplos: usa por para significar por unidade
4 km + 2 km = 6 km ou por cada (além do cacófato). Por
6N x 8 m = 48 N.m exemplo, a medição de corrente de
26 N : 3 m2 = 8,67 Pa vazamento, dada em microampères
100 W : (10 m x 2 K) = 5 W/(m.K) por 1 kilovolt da voltagem entre
10 kg/m3 x 0,7 m3 = 7 kg fases, deveria ser escrita em
15 kW.h microampères por cada kilovolt da
voltagem entre fases. No SI, 1
3.7. Índices mA/kV é igual a 1 nanosiemens (nS).
Outro exemplo, usa-se metro por
Símbolos segundo quadrado e não metro por
São usados índices numéricos (2 e 3) segundo por segundo.
para indicar quadrados e cúbicos. Não se 3. os prefixos podem coexistir num
deve usar abreviações como qu., cu, c. símbolo composto por multiplicação
Quando se escrevem símbolos para ou divisão. Por exemplo, kN.cm,
unidades métricas com expoentes, como kΩ.mA, kV/mm, MΩ, kV/ms,
2
metro quadrado, centímetro cúbico, um por mW/cm .
segundo, escrever o índice imediatamente 4. os símbolos de mesma unidade
após o símbolo. podem coexistir em um símbolo
Exemplos: composto por divisão. Por exemplo,
10 metros quadrados = 10 m2
2
kWh/h, Ω.mm /m.
14 centímetros cúbicos = 14 cm3 5. Não se misturam unidades SI e não-
1 por segundo = s-1 SI. Por exemplo, usar kg/m3 e não
kg/ft3.
Nomes de unidades 6. Para eliminar o problema de qual
Quando se escrevem unidades unidade e múltiplo deve-se expressar
compostas, aparecem certos fatores com uma quantidade de relação como
quadrado e cúbico. Quando aplicável, percentagem, fração decimal ou
deve-se usar parêntesis ou símbolos relação de escala. Como exemplos,
exclusivos para evitar ambigüidade e a inclinação de 10 m por 100 m pode
confusão. ser expressa como 10%, 0.10 ou
Por exemplo, para kilograma metro 1:10 e a tensão mecânica de 100
quadrado por segundo quadrado, o µm/m pode ser convertida para 0,01
símbolo correto é kg.m2/s2. Seria incorreto %.
interpretar como (kg.m)2/s2 ou (kg.m2/s)2 7. Deve-se usar somente símbolos
aceitos das unidades SI. Por
3.8. Unidades Compostas exemplo, o símbolo correto para
As unidades compostas são derivadas kilômetro por hora é km/h. Não usar
como quocientes ou produtos de outras k.p.h., kph ou KPH.
unidades SI. 8. Não se usa mais de uma barra (/) em
As regras a serem seguidas são as qualquer combinação de símbolos, a
seguintes: não ser que haja parêntesis
1. Não se deve misturar nomes separando as barras. Como
extensos e símbolos de unidades. exemplos, escrever m/s2 e não
Não usar o travessão (/) como m/s/s; escrever W/(m.K) ou (W/m)/K
substituto de por, quando e não (W/m/K.
1.11
Sistema Internacional
9. Para a maioria dos nomes derivados Mpa (megapascal) para tensão
como um produto, na escrita do mecânica
3
nome por extenso, usa-se um kg/m (kilograma por metro cúbico)
espaço ou um hífen para indicar a para densidade absoluta.
relação, mas nunca se usa um ponto 2. Quando conveniente escolhem-se
(.). Algumas unidades compostas prefixos resultando em valores
podem ser escritas como uma única numéricos entre 0,1 e 1000, porém,
palavra, sem espaço ou hífen. Por sem violar as recomendações
exemplo, a unidade de momento anteriores.
pode ser escrita como newton metro 3. Em cálculos técnicos deve-se tomar
ou newton-metro e nunca muito cuidado com os valores
newton.metro. Também, é correto numéricos dos dados usados. Para
escrever watt hora, watt-hora ou evitar erros nos cálculos, os prefixos
watthora, mas é incorreto watt.hora. devem ser convertidos em potências
10. Para símbolos derivados de de 10 (exceto o kilograma, que é
produtos, usa-se um ponto (.) entre uma unidade básica da massa).
cada símbolo individual. Não usar o Exemplos:
6
ponto (.) como símbolo de 5 MJ = 5 x 10 J
3
multiplicação em equações e 4 Mg = 4 x 10 kg
6
cálculos. Exemplos: 3 Mm = 3 x 10 m
N.m (newton metro) 4. Devem ser evitados prefixos no
Pa.s (pascal segundo) denominador (exceto kg). Exemplos:
kW.h ou kWh (kilowatthora) Escrever kJ/s e não J/ms
Use 7,6 x 6,1 cosa e não Escrever kJ/kg e não J/g
7,6.6,1.cosa Escrever MJ/kg e não kJ/g
11. Deve-se ter cuidado para escrever 5. Não se misturam de prefixos, a não
unidades compostas envolvendo ser que a diferença em tamanho seja
potências. Os modificadores extrema ou uma norma técnica o
quadrado e cúbico devem ser requeira. Exemplos:
colocados após o nome da unidade a Correto: A ferramenta tem 44 mm de
qual eles se aplicam. Para potências largura e 1500 mm de
maiores que três, usar somente comprimento.
símbolos. Deve-se usar símbolos Incorreto: A ferramenta tem 44 mm
sempre que a expressão envolvida de largura e 1,5 m de
for complexa. comprimento.
Por exemplo, kg/m2 , N/m2 6. Não se usam unidades múltiplas ou
12. Para representações complicadas prefixos múltiplos. Por exemplo, Usa-
com símbolos, usar parêntesis para se 15,26 m e não 15 m 260 mm; usa-
simplificar e esclarecer. Por exemplo, se miligrama (mg) e não
3
m.kg/(s .A) microkilograma (µkg)
7. Não usar um prefixo sem a unidade.
3.9. Uso de Prefixo Usar kilograma e não kilo
1. Deve-se usar os prefixos com 10
Usar megohm e não megs
-
elevado a potência múltipla de 3 (10
3 -6 3 6
, 10 , 10 , 10 ). Deve-se usar a
notação científica para simplificar os
casos de tabelas ou equações com
valores numéricos com vários dígitos
antes do marcador decimal e para
eliminar a ambigüidade da
quantidade de dígitos significativos.
Por exemplo, usam-se:
mm (milímetro) para desenhos.
kPa (kilopascal) para pressão
1.12
Sistema Internacional
3.10. Ângulo e Temperatura 3.11. Modificadores de Símbolos
1. Os símbolos de grau (o) e grau As principais recomendações
Celsius (oC) devem ser usados relacionadas com os modificadores de
quando se escreve uma medição. símbolos são:
Quando se descreve a escala de 1. Não se pode usar modificadores dos
medição e não uma medição, deve- símbolos SI. Quando é necessário o
se usar o nome por uso de modificadores das unidades,
extenso.Exemplos: ele deve ser separado do símbolo ou
Os ângulos devem ser medidos em então escrito por extenso. Por
graus e não em radianos. exemplo, não se usam Acc ou Aca,
O ângulo de inclinação é 27o. para diferenciar a corrente contínua
2. Não se deve deixar espaço entre o e da alternada. O correto é escrever 10
C, devendo se escrever oC e não o A cc ou 10 A ca, com o modificador
C. separado do símbolo. Como o
3. A maioria das temperaturas é dada modificador não é SI, pode ser
na escala Celsius; a escala Kelvin é escrito de modo arbitrário, como cc.,
usada somente em aplicações c.c., dc ou corrente contínua.
científicas. Exemplo: 2. Nas unidades inglesas, é comum
A temperatura normal do corpo usar sufixos ou modificadores nos
humano é 36 oC. símbolos e abreviações para dar
4. Quando se tem uma série de valores uma informação adicional. Por
de temperatura ou uma faixa de exemplo, usam-se psia e psig para
temperatura, usar o símbolo de indicar respectivamente, pressão
medição somente após o último absoluta e manométrica. Psia
valor. Exemplos: significa pound square inch absolute
A temperatura em Salvador varia de e psig significa pound square inch
18 a 39 oC. gauge. No sistema SI, é incorreto
As leituras do termômetro são: 100, colocar sufixos para identificar a
150 e 200 oC. medição. Exemplos:
5. É tecnicamente correto usar prefixos Usar pressão manométrica de 13
SI com os nomes e símbolos, como kPa ou 13 kPa (manométrica) e
grau Celsius (oC), kelvin (K) e grau não 13 kPaG ou 13 kPag.
angular (o). Porém, é preferível evitar Usar pressão absoluta de 13 kPa ou
esta prática, pois os nomes 13 kPa (absoluta) e não 13 kPaA
resultantes são confusos e difíceis de ou
serem reconhecidos. É preferível 13 kPaa.
ajustar o coeficiente numérico para 3. Sempre deixar espaço após o
não usar o prefixo. símbolo da unidade SI e qualquer
6. Um método simples para comparar informação adicional. Exemplo:
altas temperaturas Celsius com Usar 110 V c.a. ou 110 V (ca) e não
temperaturas Farenheit é que o valor 110 V CA ou 110 V ca, para
Celsius é aproximadamente a voltagem de corrente alternada.
metade da temperatura Farenheit. O 4. A potência e a energia são medidas
erro percentual nesta aproximação é em uma unidade SI determinada e
relativamente pequeno para valores não há necessidade de identificar a
Farenheit acima de 250. Para valores fonte da quantidade, desde que 100
menores, subtrair 30 antes de dividir watts é igual a 100 watts,
por 2; isto fornece uma precisão independente da potência ser
razoável até valores Farenheit de - elétrica, mecânica ou térmica.
40. Exemplos:
Usar MW e não MWe (potência
elétrica ou megawatt elétrico).
Usar kJ e não kJt (kilojoule termal).
1.13
Sistema Internacional
4. Algarismos Significativos Qualquer dígito, entre 1 e 9 e todo zero
que não anteceda o primeiro dígito não
zero e alguns que não sucedam o último
4.1. Introdução dígito não zero é um algarismo
O mundo da Metrologia é quantitativo e significativo. O status do zero é ambíguo,
depende de números, dados e cálculos. por que o zero também é usado para
Atualmente, os cálculos são feitos com indicar a magnitude do número.
calculadoras eletrônicas e computadores, Por exemplo, não há dificuldade em
que executam desde operações simples determinar a quantidade de algarismos
de aritmética até operações que um significativos dos seguintes números:
engenheiro nunca seria capaz de fazer 708 3 algarismos significativos
manualmente. Os microcomputadores se 54,9 3 algarismos significativos
tornam uma parte dominante da 3,6 2 algarismos significativos
tecnologia, não apenas para os 8,04 3 algarismos significativos
engenheiros mas para toda sociedade. As 980,9 4 algarismos significativos
calculadoras e computadores podem 0,830 06 5 algarismos significativos
apresentar os resultados com muitos Em um número, o dígito menos
algarismos, porém o resultado final deve significativo é o mais à direita, dígito mais
ter o número de algarismos significativos significativo é o mais à esquerda. Por
de acordo com os dados envolvidos. exemplo, no número 2345, 2 é o dígito
Quando se executam cálculos de mais significativo e 5 é o menos
engenharia e apresentam-se os dados, significativo.
deve-se ter em mente que os números Para qualquer número associado à
sendo usados tem somente um valor medição de uma grandeza, os algarismos
limitado de precisão e exatidão. Quando se significativos devem indicar a qualidade da
apresenta o resultado de um cálculo de medição ou computação sendo
engenharia, geralmente se copiam 8 ou apresentada. Os dados de engenharia e os
mais dígitos do display de uma resultados de sua computação devem ser
calculadora. Fazendo isso, deduz-se que o apresentados com um número correto de
resultado é exato até 8 dígitos, um tipo de algarismos significativos, para evitar de dar
exatidão que é raramente possível na uma impressão errada de sua exatidão. A
prática da engenharia. O número de quantidade de algarismos significativos
dígitos que podem ser apresentados é está associado à precisão, exatidão e ao
usualmente muito menos que 8, por que método de obtenção destes dados e
ele depende de problemas particulares e resultados.
envolve outros conceitos de algarismos
significativos, precisão, tolerância, 4.3. Algarismo Significativo e o Zero
resolução e conversão. O zero nem sempre é algarismo
significativo, quando incluído em um
4.2. Conceito número, pois ele pode ser usado como
Dígito é qualquer um dos numerais parte significativa da medição ou pode ser
arábicos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. usado somente para posicionar o ponto
Algarismo ou dígito significativo em um decimal.
número é o dígito que pode ser Por exemplo, no número 804,301 os
considerado confiável como um resultado dois zeros são significativos pois estão
de medições ou cálculos. O algarismo intercalados entre outros dígitos.
significativo correto expressa o resultado Porém, no número 0,0007, os zeros são
de uma medição de forma consistente com necessários para posicionar a vírgula e dar
a precisão medida. O número de a ordem de grandeza do número e por isso
algarismos significativos em um resultado pode ser ou não significativo. Porém, se o
indica o número de dígitos que pode ser número 0,0007 for a indicação de um
usado com confiança. Os algarismos instrumento digital, ele possui quatro
significativos são todos aqueles algarismos significativos.
necessários na notação científica.
1.14
Sistema Internacional
Também no número 20 000 os zeros
-3
são necessários para dar a ordem de 7 x 10 1 dígito significativo
-3
grandeza do número e por isso nada se 7,0 x 10 2 dígitos significativos
-3
pode dizer acerca de ser ou não ser 7,000 x 10 4 dígitos significativos
-3
significativo. Assim o status do zero nos 7,000 00 x 10 6 dígitos significativos
números 20 000 e 0,007 é ambíguo e mais
informação é necessária para dizer se o A notação científica serve também para
zero é significativo ou não. Quando não há se escrever os números extremos (muito
informação adicional, se diz que 0,0007 e grandes ou muito pequenos) de uma forma
20 000 possuem apenas 1 algarismo mais conveniente Por exemplo, seja a
significativo. multiplicação dos números:
No número 2,700, os zeros não são 1 230 000 000 x 0,000 000 000 051 = 0,063
necessários para definir a magnitude deste
número mas são usados propositadamente É mais conveniente usar a notação
para indicar que são significativos e por científica:
isso 2,700 possui quatro dígitos
9 -11 -2
significativos.. (1,23 x 10 ) x (5,1 x 10 ) = 6,3 x 10
1.15
Sistema Internacional
Por exemplo:
1.16
Sistema Internacional
é o duvidoso, pois é escolhido R = 1,35 Ω, tem-se erro de ±0,01 Ω, ou
arbitrariamente, pois está entre 6 e 7, seja, 1,34 Ω < R < 1,36 Ω.
muito próximo de 6. A leitura de 6,3 estaria Para a outra resistência de R = 1,3500
igualmente correta. A leitura da segunda Ω a precisão é de 0,0001 Ω, ou seja,
escala será 6,20 pois a leitura cai entre as 1,3499 Ω < R < 1,3501 Ω
divisões 2 e 3, também muito próximo de Se o resultado de um cálculo é R =
2. Também poderia ser lido 6,21 ou 6,22, 1,358 Ω e o terceiro dígito depois da
que seria igualmente aceitável. vírgula decimal é incorreto, deve-se
escrever R = 1,36 Ω.
Fig. 3. Escalas de mesmo tamanho mas com A distância X é determinada onde o comprimento toca
diferentes divisões entre os dígitos. a escala superior (4,4) mais o número da unidade na
escala inferior que se alinha com a linha da escala principal
(a 6a linha) que fornece a medição do centésimo (0,06).
Assim, a distância X é 4,46 unidades.
Em paquímetros e micrômetros,
medidores de pequenas dimensões, é Fig. 4. Escala principal e escala vernier
clássico se usar a escala vernier, para
melhorar a precisão da medida. A escala
vernier é uma segunda escala que se Devem ser seguidas regras para
move em relação à principal. A segunda apresentar e aplicar os dados de
escala é dividida em unidades um pouco engenharia na medição e nos cálculos
menores que as unidades da principal. Por correspondentes. As vezes, os
exemplo, observar a escala da Fig. 3, que engenheiros e técnicos não estão
possui duas partes: a unidade principal e a preocupados com os algarismos
unidade decimal são lidas na escala significativos. Outras vezes, as regras não
superior e a unidade centesimal é lida na se aplicam. Por exemplo, quando se diz
escala inferior. Para fazer a medição da que 1 pé = 0,3048 metro ou 1 libra = 0,454
distância X, primeiro se lê as unidades à kilograma, o dígito 1 é usado sozinho. O
esquerda da linha de indicação da régua, mesmo se aplica quando se usam
que são 4,4. Depois a leitura continua no números inteiros em equações algébricas.
centésimo, que é a linha da escala inferior Por exemplo, o raio de um circuito é a
que se alinha perfeitamente com a linha da metade do diâmetro e se escreve: r = d/2.
escala principal. Neste exemplo, elas se Na equação, não é necessário escrever
alinham na 6a linha, de modo que elas que r = d/2,0000, pois se entende que o 2
indicam 0,06 e a medição final de X é 4,46. é um número inteiro exato.
Na expressão da medição, o valor é Outra confusão que se faz na
sempre aproximado e deve ser escrito de equivalência se refere ao número de
modo que todos os dígitos decimais, algarismos significativos. Obviamente, 1
exceto o último, sejam exatos. O erro km equivale a 1.000 metros porém há
admissível para o último dígito decimal não diferenças práticas. Por exemplo, o
deve exceder a 1. odômetro do carro, com 5 dígitos pode
Por exemplo, uma resistência elétrica indicar 89.423 km rodados, porém isso não
de 1,35 Ω é diferente de uma resistência significa 89.423 000 metros, pois ele
de 1,3500 Ω. Com a resistência elétrica de deveria ter 8 dígitos. Se o odômetro
tivesse 6 dígitos, com medição de 100
metros, ele indicaria 89 423,6 km.
1.17
Sistema Internacional
Por exemplo, as corridas de atletismo caso, é direto o entendimento da
de rua tem distâncias de 10 km, 15 km e quantidade de algarismos significativos.
21 km. As corridas de pista são de 100 m, Nos displays digitais, o último dígito é o
800 m, 5000 m e 10 000 m. Quem corre 10 também duvidoso. Na prática, é o dígito
km numa corrida de rua correu que está continuamente variando.
aproximadamente 10 000 metros. A Um indicador digital com quatro dígitos
distância foi medida por carro, por bicicleta pode indicar de 0,001 até 9999. Neste
com hodômetro calibrado ou por outros caso, os zeros são significativos e servem
meios, porém, não é possível dizer que a para mostrar que é possível se medir com
distância é exatamente de 10.000 m. até quatro algarismos significativos. O
Porém, quem corre 10 000 metros em uma indicador com 4 dígitos possui 4 dígitos
pista olímpica de 400 metros, deve ter significativos.
corrido exatamente 10 000 metros. A
distância desta pista foi medida com uma
fita métrica, graduada em centímetros.
Poucas maratonas no mundo são
reconhecidas e certificadas como de 42
195 km, pois a medição desta distância é
complicada e cara.
1.18
Sistema Internacional
termopar tipo J, onde a precisão resultante Assim, para calibrar um instrumento
do sensor, fios e junta de compensação é com precisão de 1%, deve-se usar um
o o
da ordem de ±5 C, na faixa de 0 a 100 C, padrão com precisão entre 0,3% a 0,1%.
o display digital basta ter 2 ½, para indicar, Quando se usa um padrão de 1% para
por exemplo, 101 oC. Não faz sentido ter calibrar um instrumento de medição com
o
um display indicando 98,2 ou 100,4 C pois precisão de 1%, o erro do instrumento de
a incerteza total da malha é da ordem de medição passa para 2%, por que
o
±5 C. O mesmo raciocínio vale para um
display analógico, com escala e ponteiro. 1% + 1% = 2% ou (0,01 + 0,01 = 0,02)
1.19
Sistema Internacional
que a dimensão é dada com excesso nem sempre é entendido ou feito
de algarismos significativos. adequadamente. A retenção de um
2. Quantidades podem ser expressas número excessivo de algarismos
omitindo-se os zeros significativos. A significativos resulta em valores artificiais
dimensão de 2" pode significar cerca indicando uma precisão inexistente e
de 2" ou pode significar uma exagerada. O corte de muitos algarismos
expressão muito precisa, que deveria significativos resulta na perda da precisão
ser escrita como 2,000". No último necessária. Todas as conversões devem
caso, enquanto os zeros ser manipuladas logicamente,
acrescentados não são significativos considerando-se cuidadosamente a
no estabelecimento do valor, elas precisão pretendida da quantidade original.
são muito significativos em expressar A precisão indicada é usualmente
a precisão adequada conferida. determinada pela tolerância especifica ou
Portanto, é necessário determinar uma por algum conhecimento da quantidade
precisão implicada aproximada antes do original. O passo inicial na conversão é
arredondamento. Isto pode ser feito pelo determinar a precisão necessária,
conhecimento das circunstâncias ou pela garantindo que não é nem exagerada e
informação da precisão do equipamento de nem sacrificada. A determinação do
medição. número de algarismos significativos a ser
Se a precisão da medição é conhecida, retido é difícil, a não ser que sejam
isto fornecerá um menor limite de precisão observados alguns procedimentos
da dimensão e alguns casos, pode ser a corretos.
única base para estabelecer a precisão. A A literatura técnica apresenta tabelas
precisão final nunca pode ser melhor que a contendo fatores de conversão com até 7
precisão da medição. dígitos.
A tolerância em uma dimensão dá uma A conversão de quantidades de
boa indicação da precisão indicada, unidades entre sistemas de medição
embora a precisão, deva ser sempre envolve a determinação cuidadosa do
menor que a tolerância. Uma dimensão de número de dígitos a serem retidos depois
1,635 ±0,003" possui precisão de ± da conversão feita. Converter 1 quarto de
0,0005", total 0,001" . Uma dimensão óleo para 0,046 352 9 litros de óleo é
4,625 ±0,125" está escrita incorretamente, ridículo, por que a precisão pretendida do
provavelmente por causa da decimalização valor não garante a retenção de tantos
das frações. O correto seria 4,62 ±0,12, dígitos. Todas as conversões para serem
com uma precisão indicada de ±0,005 feitas logicamente, devem depender da
(precisão total de 0,01) precisão estabelecida da quantidade
Uma regra útil para determinar a original insinuada pela tolerância especifica
precisão indicada a partir do valor da ou pela natureza da quantidade sendo
tolerância é assumir a precisão igual a um medida. O primeiro passo após o cálculo
décimo da tolerância. Como a precisão da conversão é estabelecer o grau da
indicada do valor convertido não deve ser precisão.
melhor do que a do original, a tolerância O procedimento correto da conversão é
total deve ser dividida por 10 e convertida multiplicar a quantidade especificada pelo
e o número de algarismos significativos fator de conversão exatamente como dado
retido. e depois arredondar o resultado para o
número apropriado de algarismos
4.9. Algarismo Significativo e significativos à direita da vírgula decimal ou
Conversão para o número inteiro realístico de acordo
com o grau de precisão implicado no
Uma medição de variável consiste de quantidade original.
um valor numérico e de uma unidade. A Por exemplo, seja um comprimento de
unidade da medição pode ser uma de 75 ft, onde a conversão métrica é 22,86 m.
vários sistemas. Na conversão de um Se o comprimento em pés é arredondado
sistema para outro, o estabelecimento do para o valor mais próximo dentro de 5 ft,
número correto de algarismos significativos então é razoável aproximar o valor métrico
1.20
Sistema Internacional
próximo de 0,1 m, obtendo-se 22,9 m. Se o significativo duvidoso contido na
arredondamento dos 75 ft foi feito para o adição ou na subtração.
valor inteiro mais próximo, então o valor 5. Para combinações de operações
métrico correto seria de 23 m. Enfim, a aritméticas, fazer primeiro as
conversão de 75 ft para 22,86 m é multiplicações e divisões, arredondar
exagerada e incorreta; o recomendável é quando necessário e depois fazer a
dizer que 75 ft eqüivalem a 23 m. somas e subtrações. Se as somas e
Outro exemplo envolve a conversão da subtrações estão envolvidas para
pressão atmosférica padrão, do valor posterior multiplicação e divisão,
nominal de 14,7 psi para 101,325 kPa. faze-las, arredondar e depois
Como o valor envolvido da pressão é o multiplicar e dividir.
nominal, ele poderia ser expresso com 6. Em cálculos mais complexos, como
mais algarismos significativos, como solução de equações algébricas
14,693 psi, onde o valor métrico simultâneas, quando for necessário
correspondente seria 101,325, com três obter resultados intermediários com
dígitos depois da vírgula decimal. Porém, algarismos significativos extras,
quando se estabelece o valor nominal de garantir que os resultados finais
14,7 o valor correspondente métrico sejam razoavelmente exatos, usando
coerente é de 101,3, com apenas um o bom senso e deixando de lado as
dígito depois da vírgula. regras acima.
7. Quando executar os cálculos com
4.10. Computação matemática calculadora eletrônica ou
microcomputador, também ter bom
Na realização das operações
senso e não seguir as regras
aritméticas, cada número no cálculo é
rigorosamente. Não é necessário
fornecido com um determinado número de
interromper a computação em cada
algarismos significativos e o resultado final
estágio para estabelecer o número
deve ser expresso com um número correto
de algarismos significativos. Porém,
de algarismos significativos. Quando se
depois de completar a computação,
fazem as operações aritméticas, deve-se
considerar a precisão global e
seguir as seguintes recomendações.
arredondar os resultados
1. Fazer a computação de modo que
corretamente.
haja um número excessivo de
8. Em qualquer operação, o resultado
dígitos.
final deve ter uma quantidade de
2. Arredonde o número correto de
algarismos significativos igual à
algarismos significativos. Para
quantidade da parcela envolvida com
arredondar, aumente o último
menor número de significativos.
número retido de 1, se o primeiro
Exemplos de arredondamento para três
número descartado for maior que 5.
algarismos significativos:
Se o dígito descartado for igual a 5, o
último dígito retido deve ser
1,8765 1,88
aumentado de 1 somente se for
8,455 8,46
ímpar. Se o dígito descartado for
6,965 6,96
menor que 5, o último dígito retido
10,580 10,6
permanece inalterado.
3. Para multiplicação e divisão, Soma e Subtração
arredonde de modo que o número de Quando se expressam as quantidades
algarismos significativos no resultado de massa como M = 323,1 g e m = 5,722
seja igual ao menor número de g
algarismos significativos contidos nas significa que as balanças onde foram
parcelas da operação. pesadas as massas tem classes de
4. Para adição e subtração, arredonde precisão muito diferentes. A balança que
de modo que o dígito menos pesou a massa m é cem vezes mais
significativo (da direita) do resultado precisa que a balança de M. A precisão da
corresponda ao algarismo mais
1.21
Sistema Internacional
balança de M é 0,1 g; a precisão da Usando-se a regra do dígito reserva,
balança de m é de 0,001 g. tem-se
Somando-se os valores de (m + M) 132,7 + 1,27 + 0,06 + 20,96 + 46,15 =
obtém-se o valor correto de 328,8 g. O 201,14
valor 328,822 g é incorreto pois a precisão Fazendo-se o arredondamento no final,
do resultado não pode ser melhor que a tem-se 201,14 = 201,1.
precisão da pior balança. Para se obter
este resultado, considerou-se a massa M = Exemplo 2
323,100, inventando-se por conta própria Achar a soma das raízes quadradas dos
dois zeros. Em vez de se inventar zeros seguintes números, com precisão de 0,01
arbitrários, desprezam-se os dígitos
conhecidos da medição de m;
N = 5+ 6+ 7 + 8
arredondando 5,722 para 5,7.
O valor correto de 328,8 pode ser obtido
através de dois caminhos diferentes: Usando-se a regra do dígito decimal
1. arredondando-se os dados reserva, tomam-se os dados com precisão
de 0,001.
M = 323,1 g
m = 5,7 g 2,236 + 2,449 + 2,646 + 2,828 = 10,159
---------------
M + m = 328,8 g
Arredondando-se no final, tem-se 10,16.
2. arredondando-se o resultado final Sem a regra do dígito decimal reserva
M = 323,1 g seria 10,17 (verificar).
Quando o número de parcelas é muito
m = 5,722 g grande (centenas ou milhares),
--------------- recomenda-se usar dois dígitos decimais
M + m = 328,822 g = 328,8 g reservas. Quando se somam várias
parcelas com o mesmo número de
Deste modo, o número de algarismos algarismos depois da vírgula decimal,
significativos da soma é igual ao número deve-se considerar que o máximo erro
da parcela com o menor número de absoluto da soma é maior do que das
algarismos significativos. parcelas. Por isso, é prudente arredondar
Quando há várias parcelas sendo para um dígito a menos.
somadas, o erro pode ser maior se as
Exemplo 3
parcelas forem arredondadas antes da
soma. Recomenda-se usar a regra do Determinar a soma
dígito decimal de reserva, quando os
cálculos são feitos com um dígito extra e o 1,38 +8,71 + 4,48 + 11,96 + 7,33 =
arredondamento é feito somente no final 33,86
da soma.
Exemplo 1 Porém, o resultado mais conveniente é
Seja a soma: 33,9, com três algarismos significativos,
que é o menor número de significativos
132,7 + 1,274 + 0,063321 + 20,96 + 46,1521 das parcelas.
O máximo erro absoluto de uma soma
ou diferença é igual à soma dos erros
Com qualquer método, o resultado final máximos absolutos das parcelas. Por
deve ter apenas um algarismo depois da exemplo, tendo-se duas quantidades com
vírgula, pois a parcela 132,7 tem apenas precisões de 0,1 é lógico entender que a
um algarismo depois da vírgula. soma ou diferença destas quantidades são
Se todas as parcelas forem determinadas com precisão de 0,2, por
arredondadas antes da soma, se obtém que, na pior situação, os erros se somam.
132,7 + 1,3 + 0,1 + 21,0 + 46,2 = Quando há muitas parcelas, é improvável
201,3
1.22
Sistema Internacional
que todos os erros se somem. Nestes Assim, a área S está contida entre
casos, usam-se métodos de probabilidade
para estimar o erro da soma. Um critério é 219,3 cm2 (5,1 x 43,0)
arredondar, desprezando-se o último
228,96 cm2 (5,3 x 43,2)
algarismo significativo. Ou seja, quando
todas as parcelas tiverem n algarismos
significativos, dar o resultado com (n-1) Assim, os dígitos depois do segundo
algarismos significativos. algarismo significativo são duvidosos e a
As regras da subtração são resposta correta para a área é:
essencialmente as mesmas da soma.
Deve-se tomar cuidado quando se S = 2,2 x 102 cm2
subtraem dois números muito próximos,
pois isso provoca um grande aumento do O número de dígitos decimais corretos
erro relativo. e o máximo erro relativo indicam
qualidades semelhantes ligadas com o
Exemplo 4
grau de precisão relativa. A multiplicação
ou divisão de números aproximados
(327,48 ± 0,01) - (326,91 ± 0,01) = (0,57 ± 0,02) provocam a adição dos erros relativos
O erro relativo de cada parcela vale máximos correspondentes.
aproximadamente 0,01/300 = 0,003%. No exemplo do cálculo da área do
O erro relativo do resultado vale cerca retângulo, o erro relativo de a (5,1) é muito
de (0,02/0,57) = 3,5%, que é mais de 1000 maior que o de b ( 43,1) e por isso o erro
vezes maior que o erro relativo das relativo da área S é aproximadamente
parcelas. igual ao de a. S tem a mesma quantidade
Quanto mais à esquerda, mais de algarismos significativos que a; ambos
significativo é o dígito. O dígito na coluna tem dois algarismos.
dos décimos é mais significativo que o Se os fatores do produto são dados
dígito na coluna dos centésimos. O dígito com quantidades diferentes de algarismos
na coluna das centenas é mais significativo decimais corretos, deve-se arredondar os
que o dígito na coluna das dezenas . números antes da multiplicação, deixando
O resultado da soma ou subtração não um algarismo decimal reserva, que é
pode ter mais algarismos significativos ou descartado no arredondamento do
dígitos depois da vírgula do que a parcela resultado final. quando há mais que 4
com menor número de algarismos fatores com igual número de dígitos
significativos. decimais corretos (n), o resultado deve ter
(n-1) dígitos decimais corretos.
Multiplicação e Divisão
Quando se multiplicam ou dividem dois Exemplo 6
números com diferentes quantidades de Calcular o calor gerado por uma
dígitos corretos depois da vírgula decimal, corrente elétrica I percorrendo uma
o número correto de dígitos decimais do resistência R durante o tempo t, através de
resultado deve ser igual ao menor dos
números de dígitos decimais nos fatores.
Q = 0,24 I2 R t
Exemplo 5
Achar a área S do retângulo com Como a constante (0,24) tem dois
dígitos decimais corretos, o resultado final
a = 5,2 m só poderá ter dois dígitos depois da
b = 43,1 m vírgula. Assim, não se justifica
praticamente tomar valores de I, R e t com
É incorreto dizer que a área S = 224,12 mais de três dígitos decimais corretos (o
m2. Na realidade, terceiro dígito já é o decimal reserva a ser
a está entre 5,1 e 5,3 descartado no final).
b está entre 43,0 e 43,2 As constantes não afetam o número de
dígitos decimais corretos no produto ou
1.23
Sistema Internacional
divisão. Por exemplo, o perímetro do
círculo com raio r, dado pela expressão L = Tab. 4. Resultados
2 π r, o valor de 2 é exato e pode ser Operação Resultado Limite sup Limite inf Resultado
escrito como 2,0 ou 2,000 ou como se
x+y 218,1 219,2 217,0 218
quiser. A precisão dos cálculos depende x-y 211,9 213,0 210,8 212
apenas da quantidade de dígitos decimais x.y 666,5 691,2 642,0 6,7x102
x/y 69,3548 72,0000 66,8750 69
da medição do raio r. O número π também y/x 0,01442 0,01495 0,01389 0,014
é conhecido e a quantidade de A quantidade x = 215 é definida por três
significativos pode ser tomada algarismos significativos de modo que o
arbitrariamente. dígito 5 é o menos significativo e duvidoso.
Exemplo 7 Como ele é incorreto por ±1, então o limite
Calcular superior é 216 e o inferior é 214.
A quantidade y = 3,1 tem dois
D = 11,32 x 5,4 + 0,381 x 9,1 + 7,43 x 21,1 algarismos significativos e tem incerteza
de ±0,1, variando entre 3,2 e 3,3. Os
limites superiores mostrados na tabela são
para estimar o valor das parcelas,
a soma dos limites inferiores de x e y. No
calculam-se estas parcelas com o
resultado final, se deve considerar só um
arredondamento correto.
dígito duvidoso, e quando possível, com
Como 5,4 possui apenas dois
apenas dois dígitos significativos.
algarismos significativos, tomam-se as
parcelas com três algarismos (com um Exemplo 9
dígito decimal reserva) e arredonda-se o Determinar a área de um quadrado com
resultado final para dois algarismos lado de (10 ±1) metro.
significativos. A área nominal do quadrado é igual a
11,32 = 127,7 x 5,4 = 690 100, que é o produto de 10 x 10. Porém, a
0,381 x 9,1 = 3,47 = 3 incerteza de ±1 metro em cada lado do
7,43 x 21,1 = 157 quadrado é multiplicada pelo outro lado, de
modo que a incerteza total da área do
Resultado final = 850 quadrado é de ±21 metros! Chega-se a
Resultado correto: 8,5 x 102 este resultado multiplicando-se 10 ± 1 por
O cálculo com dígitos desnecessários é 10 ± 1:
inútil e pode induzir a erros, pois podem
dar a ilusão de uma precisão maior que a 10 ± 1
realmente existe. 10 ± 1
Todos os graus de precisão devem ser _____
coerentes entre si e em cada estágio dos 100 ± 10
cálculos. Nenhum dos graus de precisão ±10 ± 1
deve ser muito menor ou maior do que o _________
correto. 100 ± 20 ± 1
Exemplo 8
Seja portanto
x = 215 100 ± 21
y = 3,1
ou mais rigorosamente
Calcular:
x+y x-y x.y
2
x/y y/x (100 -19 + 21) m .
determinando:
1. resultado calculado Outro modo de se chegar a este
2. limite superior calculado resultado é considerar que cada lado de 10
3. limite inferior calculado ± 1 metro varia de 9 a 11 metros e por isso
4. resultado final correto as áreas finais variam de um mínimo de 81
(9 x 9) e um máximo de 121 (11 x 11) e
1.24
Sistema Internacional
como a área nominal é de 100, o valor com feitos mentalmente, sem uso de
a tolerância é de 100 - 19 (81) +21 (121). calculadora ou mesmo de lápis e papel.
Este exemplo é interessante pois é Esta regra tem somente uma exceção
análogo ao cálculo da incerteza de uma importante. Se o primeiro algarismo na
grandeza que depende de duas outras incerteza δx é 1, então é recomendável se
grandezas. A incerteza da grandeza manter dois algarismos significativos em
resultante é igual à derivada parcial da δx. Por exemplo, se um cálculo resulta em
grandeza principal em relação a uma uma incerteza final de
grandeza vezes a incerteza desta δx = 0,14, um arredondamento para δx =
grandeza mais a derivada parcial da 0,1 é uma redução proporcional muito
grandeza principal em relação a outra grande de modo que é razoável reter dois
grandeza vezes a incerteza desta outra algarismos significativos para expressar δx
grandeza. Ou seja, em matemática, = 0,14. O mesmo argumento poderia ser
quando usado se o primeiro número for 2, porém a
redução não é tão grande (metade da
z = f(x, y) redução se o algarismo fosse 1).
Assim que a incerteza na medição é
com estimada, os algarismos significativos do
x = x ± ∆x valor medido devem ser considerados.
y = y ± ∆y Uma expressão como
a incerteza ∆z é igual a
velocidade medida = 6 051,78 ± 30 m/s
∂f ∂f
∆z = y +x
∂x ∂y é certamente bem ridícula. A incerteza de
30 significa que o dígito 5 pode ser
4.11. Algarismos e resultados realmente tão pequeno quanto 2 ou tão
grande quanto 8. Claramente, os dígitos 1,
Devem ser estabelecidas algumas 7 e 8 que vem depois do 5 não tem
regras para determinar as incertezas para nenhum significado prático. Assim, a
que todas informações contidas na expressão correta seria
expressão sejam entendidas velocidade medida = 6050± 30 m/s
universalmente e de modo consistente
entre quem escreve e quem lê. Regra para expressar resultados
Como a quantidade δx é uma estimativa O último algarismo significativo
de uma incerteza, obviamente ela não em qualquer expressão do
deve ser estabelecida com precisão resultado deve ser usualmente
excessiva. Por exemplo, é estupidez da mesma ordem de grandeza
expressar o resultado da medição da (mesma posição decimal) que
aceleração da gravidade g como a incerteza.
1.25
Sistema Internacional
80 ± 40
1.26
2
Estatística da Medição
Objetivos de Ensino
1. Apresentar os fundamentos de estatística aplicados à medição, como média, desvio, distribuição,
flutuação, faixa de variação e intervalo.
2. Mostrar as expressões matemáticas e significados físicos das diferentes médias: aritmética,
ponderada e geométrica.
3. Apresentar os diferentes tipos de desvio: desvio do valor médio, de população e da amostra.
4. Conceituar os parâmetros de medida da precisão: desvio padrão e variância.
5. Mostrar a distribuição normal e suas propriedades.
6. Apresentar os intervalos de confiança da medição.
7. Mostrar o tratamento das medidas com grandes desvios.
8. Conceituar o método de regressão para curvas de calibração.
1. Estatística Inferencial
1.1. Introdução
A premissa básica da metrologia é: medição incluem outros instrumentos
nenhuma medição é sem erro. Ou na auxiliares. As condições de contorno do
lógica positiva: toda medição possui erro. instrumento de medição podem influir no
Por isso, nem o valor exato da medição e seu desempenho. Estas condições
nem o erro associado com a medição incluem a temperatura, umidade, pressão
pode ser conhecido exatamente. Na ambiente, vibração, choque mecânico,
metrologia, como na física, existe o alimentação externa. O instrumento de
princípio desconfortável da medição é o elo mais importante de toda
indeterminação. As incertezas e os erros o sistema de medição. É ele que faz a
da medição devem ser tratados medição e espera-se que ele não influa
metodicamente para que as medições no valor da medição feita.
práticas tenham alguma utilidade e
confiabilidade. 1.2. Conceito
A confiabilidade da medição não A ciência da estatística envolve a
depende somente das variações nas coleta, organização, descrição, análise e
entradas controladas mas também das interpretação de dados numéricos. A
variações em fatores incontrolados e estatística é a parte da matemática que
desconhecidos. fornece um método organizado para
O operador é quem faz a medição e manipular dados que apresentem
toma nota do resultado. Ele pode variações aleatórias. A estatística revela
cometer erros grosseiros e acidentais somente a informação que já está
nestas tarefas. O equipamento de presente em um conjunto de dados.
suporte do instrumento de Nenhuma informação nova é criada pela
2.1
Estatística da Medição
2.2
Estatística da Medição
2.3
Estatística da Medição
2.4
Estatística da Medição
2.5
Estatística da Medição
2.6
Estatística da Medição
2.7
Estatística da Medição
2.8
Estatística da Medição
n
x + x 2 +...+ x n ∑ xi
xm = x = 1
n µ= i =1
com n → ∞
onde n
xm = x = valor médio ou a média
x1, x2, ... xn = valor de cada medição Através do conceito dos mínimos
n = número de leituras. quadrados do erro pode-se demonstrar
Também pode se escrever, de modo matematicamente que a média aritmética
abreviado: é a melhor estimativa do valor verdadeiro
de um dado conjunto de medições.
n O instrumentista deve sempre fazer
∑ xi de duas a cinco replicações de uma
xm = i =1 medição. Os resultados individuais de um
n conjunto de medições são raramente os
mesmos e usa-se a média ou o melhor
Diz-se que a média é a somatória dos valor para o conjunto. O valor médio
valores de x, começando de i igual a 1 e central é sempre mais confiável do que
terminando em n dividido por n. Σ é a qualquer resultado individual. A variação
letra grega Sigma. nos dados deve fornecer uma medida da
incerteza associada com o resultado
2.9
Estatística da Medição
central. A média serve como o valor 4.2. Média da Raiz da Soma dos
central para um conjunto de medições Quadrados
replicadas.
Quando se tem dados com sinais
A média de dados aleatórios não é
positivos e negativos e as suas
mais aleatória mas é determinística. Por
influências se somam, não se pode tirar
exemplo, a média das somas dos pontos
a média aritmética pois a soma algébrica
obtidos pelo lançamento de dois dados é
dos dados cancelam seus valores. Por
um número determinado igual a 7.
O valor médio tem as seguintes isso, inventou-se a média Raiz quadrada
propriedades matemáticas práticas e da Soma dos Quadrados (RSQ), que é
úteis à metrologia: dada pela expressão:
1. a média é a melhor estimativa
para um conjunto de medições X RSQ = ( x 12 + x 22 +...+ x n2 )
disponíveis.
2. a média tem a mesma dimensão Em metrologia, esta relação
das medições e fica entre os matemática (algoritmo) é a mais usada
valores mínimo e máximo das para determinar o erro final resultante de
medições. vários erros componentes aleatórios e
3. quando se multiplica uma variável independentes entre si.
aleatória por uma constante, sua Em estatística, o desvio padrão (σ) é
média será multiplicada pela calculado através de uma relação que
mesma constante. também envolve a raiz quadrada da
4. a média da soma de duas soma dos quadrados dos desvios de
variáveis aleatórias é a soma de cada medição (di). Tem-se
suas médias.
5. se uma constante é somada à
variável aleatória, a mesma ( d 12 + d 22 +...+ d n2 )
σ=
constante é somada ao seu valor n
médio.
6. a média do produto de duas 5. Desvios
variáveis aleatórias independentes
é igual ao produto de seus valores Como ocorre com as médias, há
médios. também vários tipos de desvios, embora
7. mesmo que a distribuição dos o mais usado para medida da precisão
valores seja simétrica, a seja o desvio padrão.
distribuição da área não é
simétrica, pois, se 5 está no meio 5.1. Dispersão ou Variabilidade
de 0 e 10, mas 52 não está no A medida do ponto central isolado não
meio de 02 e 102. dá uma descrição adequada dos dados
Exemplo experimentais. Deve-se considerar
As medições do valor de um resistor também a variabilidade ou espalhamento
dão: dos dados. Por exemplo, se alguém tem
os pés na geladeira e a cabeça no forno,
52,3 Ω 51,7 Ω pode-se dizer que a média da
53,4 Ω 53,1 Ω temperatura é boa, mas a sensação será
80,0 Ω horrível, por causa da grande faixa de
espalhamento entre as duas
O valor médio destas medições,
temperaturas.
desprezando o valor de 80,0 Ω que é
Por isso foram desenvolvidos outros
grosseiro, vale 52,6 Ω. parâmetros importantes de dados
52,3 + 517
, + 53,4 + 53,1 experimentais associados ao grau de
Rm = = 52,6 Ω
4 espalhamento do conjunto de dados,
como faixa, desvio médio, variância,
2.10
Estatística da Medição
2.11
Estatística da Medição
σ=
∑ ( x i − µ) 2 se tornar desprezível para n grande.
Assim, o valor do desvio padrão é
n
ajustado para dar uma estimativa não
polarizada da precisão. Isto é conseguido
onde dividindo-se a soma dos quadrados dos
(xi - µ) é o desvio da média da ia desvios por (n - 1) em vez de n. Diz-se
medição. que (n-1) é o número de grau de
liberdade e n é o número total de
2.12
Estatística da Medição
2.13
Estatística da Medição
2.14
Estatística da Medição
n
∑ ( x i − x) 2
σ2 = i =1
n
para grandes populações (n > 20) e onde
n é o grau de liberdade da população.
Tem-se, para pequenas populações (n <
20)
n
∑ ( x i − x) 2
Fig. 4. Desvio padrão das médias s2 = i =1
(n − 1)
s
s=
n
5.12. Variância
A variância (V) é simplesmente o
quadrado do desvio padrão (s2). A
variância também mostra a dispersão
das medições aleatórias em torno do
valor médio.
A unidade da variância é o quadrado
da unidade das quantidades medidas.
2.15
Estatística da Medição
2.16
Estatística da Medição
maioria dos valores estão agrupados no literatura técnica, onde se determina P(x)
lado direito da distribuição. a partir de n, x.
Curtose (Kurtosis) Distribuição Retangular
A curtose (kurtosis) é a característica Na distribuição retangular os valores
que descreve o pico em uma distribuição. possíveis são igualmente prováveis. Uma
É uma medida relativa para comparar o variável aleatória que assume cada um
pico de duas distribuições. Uma maior dos n valores, x1, x2, ...,xn com igual
curtose significa um pico maior de probabilidade de 1/n.
freqüência relativa, não maior quantidade Em metrologia, os erros sistemáticos
de dados. possuem distribuição retangular de
Há três classes de curtose: platicúrtica probabilidade. Para qualquer valor da
(curva plana e esparramada), medição, ele é constante.
leptocúrtica (curva com pico estreito e
alto) e mesocúrtica (intermediária entre
as duas outras).
2.17
Estatística da Medição
2.18
Estatística da Medição
2.19
Estatística da Medição
2.20
Estatística da Medição
2π
obtém-se uma curva idêntica para os
dois conjuntos de dados.
Qualquer distribuição normal pode ser 7. Intervalos Estatísticos
transformada em uma forma padrão O valor exato da média de uma
(standard). Para fazer isso, a variável x é
população de dados, µ, nunca pode ser
expressa como o desvio de sua média µ determinado exatamente por que tal
e dividida por seu desvio padrão σ, ou determinação requer um número infinito
seja, muda-se a variável x para outra de medições. O que se faz é tirar uma
variável z dada por: amostra significativa da população, com
x−µ
z= n dados (n > 20) e achar a média
σ
aritmética dos dados desta amostra, µ.
Na prática, usa-se uma amostra com (n <
Para uma amostra da população, tem-se
20) e tem-se a média x . Nesta situação,
a teoria estatística permite estabelecer
x−x
z≈ limites em torno da média da amostra, x ,
s
e garantir que a média da população, µ,
caia dentro destes limites com um dado
A variável z é o desvio da média dado
grau de probabilidade. Estes limites são
em unidades de desvio padrão. Assim,
chamados de limites de confiança e o
quando
intervalo que eles definem é conhecido
como o intervalo de confiança. Estes
(x - µ) = σ, z é igual a um desvio
limites são determinados multiplicando-
padrão;
se o desvio padrão disponível (da
Quando (x - µ) = 2σ, z é igual a dois
população ou da amostra) por um fator
desvios padrão.
de cobertura, f, que está associado com
Quando se tem uma particular
um grau de probabilidade, P%. Os limites
destruição normal de uma variável
de confiança definem um intervalo em
aleatória x, com uma dada média (µ) e torno da média da amostra que
desvio padrão (σ), achar a probabilidade provavelmente contem a média da
de x cair dentro de um determinado população total.
intervalo é equivalente a encontrar a área
debaixo da curva limitada pelo intervalo. 7.1. Intervalo com n grande (n > 20)
Porém, pode-se achar diretamente esta
área das tabelas de distribuição normal Quando se tem n > 20, a média das
padrão. medições é µ e o desvio padrão é σ. A
A curva da distribuição normal padrão medição pode ser reportada como:
apresenta as seguintes propriedades:
1. A média ocorre no ponto central de x = µ ± fσ (P%)
máxima freqüência e vale zero (µ = 0).
2. O desvio padrão é igual a 1 (σ = 1). onde
2.21
Estatística da Medição
µ- fσ < x < µ + fσ x = x ± ts
2.22
Estatística da Medição
2.23
Estatística da Medição
2.24
Estatística da Medição
2.25
Estatística da Medição
2.26
Estatística da Medição
2.27
3
Quantidades Medidas
Objetivos de Ensino
1. Conceituar as quantidades físicas quanto a energia e propriedades: intensivas ou
extensivas, variáveis ou constantes, continuas ou discretas, mecânicas ou elétricas,
dependentes ou independentes.
2. Apresentar os conceitos e notação da função e da correlação. Mostrar a função linear.
3. Listar as sete quantidades físicas de base e as duas complementares, mostrando
seus conceitos, unidades e padrões.
4. Listar as quantidades físicas derivadas mais comumente encontrada na Engenharia,
de natureza mecânica, elétrica, química e de instrumentação, mostrando seus
conceitos, unidades, padrões e realização física.
3.1
Quantidades Medidas
É possível se ter quantidades Na elaboração de listas de quantidades
adimensionais ou sem dimensão. do processo que impactam a qualidade do
Geralmente são definidas como a divisão produto final é também necessário o
ou relação de duas quantidades com conhecimento total das características da
mesma dimensão; o resultado é sem quantidade.
dimensão ou adimensional. Uma
Energia e Propriedade
quantidade adimensional é caracterizada
completamente por seu valor numérico. As variáveis de quantidade e de taxa de
Exemplo de quantidade adimensional é a variação se relacionam diretamente com
densidade relativa, definida como a divisão as massas e os volumes dos materiais
da densidade de um fluido pela densidade armazenados ou transferidos no processo.
da água (líquidos) ou do ar (gases). Em As variáveis extensivas independem das
instrumentação há vários números propriedades das substâncias. Elas
adimensionais úteis como número de determinam a eficiência e a operação em
Reynolds, Mach, Weber, Froude. O valor si do processo. As variáveis de quantidade
numérico da quantidade, associado à incluem volume, energia, vazão, nível,
unidade também é adimensional. Por peso e velocidade de maquinas de
exemplo, no comprimento 10 metros (10 processamento.
m), 10 é um número adimensional e As variáveis de energia se relacionam
metros é a unidade de comprimento com a energia contida no fluido ou no
usada, cujo símbolo é m. equipamento do processo. Elas podem
determinar indiretamente as propriedades
1.3. Classificação das Quantidades finais do produto e podem estar
relacionadas com a qualidade do produto.
As quantidades possuem características Elas deixam de ser importantes assim que
comuns que permitem agrupá-las em os produtos são feitos. Elas independem
diferentes classes, sob diferentes da quantidade do produto e por isso são
aspectos. intensivas. As variáveis de energia
Quanto aos valores assumidos, as incluem temperatura e pressão.
quantidades podem ser variáveis ou As variáveis das propriedades das
constantes, contínuas ou discretas. substâncias são especificas e
Sob o ponto de vista termodinâmico, as características das substâncias. Todas as
variáveis podem ser intensivas ou grandezas especificas são intensivas. Por
extensivas. Em outras palavras, elas definição, o valor especifico é o valor da
podem ser variáveis de quantidade ou de variável por unidade de massa. Por
qualidade. exemplo, energia especifica, calor
Com relação ao fluxo de energia especifico e peso especifico. As principais
manipulada, as variáveis podem ser variáveis de propriedade são: a densidade,
pervariáveis ou transvariáveis. viscosidade, pH, condutividade elétrica ou
Sob o ponto de vista de função, as térmica, calor especifico, umidade absoluta
variáveis podem ser independentes ou ou relativa, conteúdo de água, composição
dependentes. química, explosividade, inflamabilidade,
Obviamente, estas classificações se cor, opacidade e turbidez.
superpõem; por exemplo, a temperatura é
uma quantidade variável contínua de Extensivas e Intensivas
energia intensiva, transvariável; a corrente O valor da variável extensiva depende
elétrica é uma variável continua de da quantidade da substância. Quanto
quantidade, extensiva e pervariável. maior a quantidade da substância, maior é
Para se medir corretamente uma o valor da variável extensiva. Exemplos de
quantidade é fundamental conhecer todas variáveis extensivas: peso, massa, volume,
as suas características. A colocação e a área, energia.
ligação incorretas do medidor podem O valor da variável intensiva independe
provocar grandes erros de medição e até da quantidade da substância. Em um
danificar perigosamente o medidor. sistema com volume finito, os valores
intensivos podem variar de ponto a ponto.
3.2
Quantidades Medidas
Sob o ponto de vista termodinâmico, as Pode-se considerar incoerente chamar
variáveis de energia e das propriedades uma constante de variável. Porem, uma
das substâncias são intensivas, porque quantidade constante é um caso especial
independem da quantidade da substância. de uma quantidade variável. A constante é
Exemplos de variáveis intensivas: pressão, a variável que assume somente um valor
temperatura, viscosidade, densidade e fixo durante todo o tempo. Como, na
tensão superficial. prática sempre há uma variabilidade
natural em qualquer grandeza, deve-se
Pervariáveis e Transvariáveis
estabelecer os limites de tolerância, dentro
Uma pervariável ou variável através dos quais a grandeza se mantém
(through) é aquela que percorre o constante.
elemento de um lado a outro. Uma Em instrumentação, raramente se mede
perváriável pode ser medida ou continuamente uma constante. Como ela é
especificada em um ponto no espaço. constante, basta medi-la uma única vez e
Exemplos: força, momento, corrente considerar este valor em cálculos ou
elétrica e carga elétrica. compensações. Por exemplo, a diferença
Uma transvariável ou variável entre dois de altura do elemento sensor e do
pontos (across) é aquela que existe entre instrumento receptor influi na pressão
dois pontos do elemento. Para medir ou exercida pela coluna líquida do tubo
especificar uma transvariável são capilar. Esta altura é definida pelo projeto,
necessários dois pontos no espaço, mantida na instalação e considerada na
usualmente um ponto é a referência. calibração. Ela não é medida
Exemplos: deslocamento, velocidade, continuamente, porem, quando há
temperatura e voltagem. alteração de montagem, o novo valor da
Todos os objetos em um sistema altura é considerado na calibração do
dinâmico envolvem uma relação medida ou instrumento.
definida entre uma transvariável e uma O objetivo do controle de processo é o
pervariável. Por exemplo, o capacitor, de manter constante uma variável ou
resistor e indutor elétricos podem ser deixá-la variar dentro de certos limites.
definidos em termos da relação entre a Parâmetro é uma quantidade constante
transvariável voltagem e a pervariável em cada etapa da experiência, mas que
corrente. assume valores diferentes em outras
Variáveis e Constantes etapas. Deve-se escolher os parâmetros
mais significativos entre as várias
A variável de processo é uma grandeza
características do processo. Por exemplo,
que altera seu valor em função de outras
quando se faz uma experiência para
variáveis, sob observação ao longo de um
estudar o comportamento da pressão de
tempo. Constante ou variável constante é
líquidos em um tanque, usando-se líquidos
aquela cujos valores permanecem
com densidades diferentes entre si, a
inalterados durante o tempo de
densidade, constante para cada liquido e
observação e dentro de certos limites de
diferente entre os líquidos, é chamada de
precisão.
parâmetro.
Por exemplo, seja um tanque cheio de
água. A pressão que a coluna de água Contínuas e Discretas
exerce em diferentes pontos verticais é Variável contínua é aquela que assume
variável e depende da altura. Porem, ao todos os infinitos valores numéricos entre
mesmo tempo, a densidade da água pode os seus valores mínimo e máximo. Na
ser considerada constante, com um natureza, a maioria absoluta das variáveis
determinado grau de precisão, em é continua; a natureza não dá saltos. Uma
qualquer ponto do tanque. Diz-se, então, variável contínua é medida. Exemplo de
que a pressão da água é uma quantidade uma variável contínua: a temperatura de
variável em função da altura liquida e a um processo que varia continuamente
densidade da água é uma quantidade entre 80 e 125 C.
o
3.3
Quantidades Medidas
prática, as variáveis discretas estão padrão, baseado no fio de liga platina-
associadas a eventos ou condições. Uma prata.
variável discreta é contada. Por exemplo, As unidades elétricas SI derivadas
uma chave só pode estar ligada ou podem ser definidas em função de
desligada. O número de peças fabricadas quantidades mecânicas.
é um exemplo de variável discreta. O volt (V), unidade de diferença de
potencial e força eletromotriz, é a diferença
Mecânicas e Elétricas
de potencial entre dois pontos de um fio
As quantidades mecânicas são as condutor percorrido por uma corrente
derivadas do comprimento, massa, tempo constante de 1 A, quando a potência
e temperatura. São exemplos de dissipada entre estes pontos é igual a 1 W.
quantidades mecânicas: O ohm (Ω), unidade de resistência
1. área e volume que dependem elétrica, é a resistência elétrica entre dois
apenas do comprimento. pontos de um condutor quando uma
2. velocidade e aceleração que diferença de potencial constante de 1 V
envolvem comprimento e tempo. aplicada a estes pontos produz no
3. força, energia e potência que condutor uma corrente de 1 A, o condutor
envolvem massa, comprimento e não sendo fonte de qualquer força
tempo eletromotriz.
4. freqüência que depende apenas do O coulomb (C), unidade de quantidade
tempo. de eletricidade, é a quantidade de
A produção contínua de eletricidade se eletricidade transportada em 1 s por uma
tornou realidade com a invenção da pilha corrente de 1 A.
por Volta, em 1800. A análise dos circuitos O farad (F), unidade de capacitância, é
elétricos começou em 1827, quando a capacitância entre as placas do capacitor
George Simon Ohm descobriu a relação onde aparece uma diferença de potencial
entre voltagem, corrente e resistência. de 1 V quando é carregado por uma
Nesta época as unidades destas quantidade de eletricidade de 1 C.
grandezas ainda não eram estabelecidas. O henry (H), unidade de indutância
Os valores de corrente eram medidos com elétrica, é a indutância de um circuito
um arranjo de agulha compasso e bobina. fechado em que uma força eletromotriz de
Os valores da tensão elétrica eram 1 V é produzida quando a corrente elétrica
estabelecidos em termos de potencial de varia uniformemente à taxa de 1 A/s.
uma pilha voltaica específica. Os valores O weber (Wb), unidade de fluxo
de resistência eram estabelecidos em magnético, é o fluxo que, ligando um
termos da resistência de um comprimento circuito de uma volta produz nele uma
particular de fio de ferro com um diâmetro força eletromotriz de 1 V se for reduzido a
específico. zero em uma taxa uniforme de 1 s.
Era evidente a necessidade de um O tesla (T) é a densidade de fluxo de 1
sistema universal de unidades no campo Wb/m2.
elétrico, relacionadas com as unidades As principais variáveis envolvidas na
mecânicas já estabelecidas, como indústria de processo são quatro:
comprimento massa e tempo. Em 1832, temperatura (grandeza de base), pressão
Karl Friedrich Gauss mediu a intensidade (mecânica), vazão volumétrica ou mássica
do campo magnético da terra em termos (mecânica) e nível (mecânica). Em menor
de comprimento, massa e tempo. Em freqüência, são também medidas a
1849, Wilhelm Kohlraush mediu a densidade (mecânica), viscosidade
resistência em termos destas unidades. (mecânica) e composição (química).
Wilhelm Weber, em 1851, introduziu um Porem, na instrumentação, são
sistema completo de unidades elétricas manipulados os sinais pneumático (20 a
baseado em unidades mecânicas. Estes 100 kPa) e eletrônico (4 a 20 mA cc). Por
princípios de Weber formam a base do causa da instrumentação eletrônica, as
sistema atual de medições elétricas. Em quantidades elétricas como voltagem,
1861, a Associação Britânica para o resistência, capacitância e indutância se
Avanço da Ciência introduziu o ohm
3.4
Quantidades Medidas
tornaram muito importantes, pois elas anormal. Os limites de operação normal
estão ligadas naturalmente aos são aqueles assumidos pela variável
instrumentos eletrônicos de medição e quando não há problemas no controle
controle de processo e de teste e automático do processo. Quando há falhas
calibração destes instrumentos. no controle automático e estes limites são
atingidos, geralmente existem alarmes que
1.4. Faixa das Variáveis chamam a atenção do operador para
assumir o controle manual do processo. O
Faixa e Largura de Faixa operador deve levar os valores da variável
Os limites mínimo e máximo definem a novamente para dentro dos limites de
faixa (range) de operação do sistema. A operação normal, atuando manualmente
faixa de operação da entrada é definido nos instrumentos e equipamentos do
como estendendo de xmin até xmax. Esta processo. Quando, por motivos de falha
faixa define sua largura de faixa de entrada em algum equipamento ou instrumento da
(span), expressa como a diferença entre malha de controle automático, a variável
os limites da faixa continua se afastando dos limites de
operação normal, geralmente são
ri = xmax - xmin estabelecidos outros limites de
desligamento (trip ou shut down). Quando
De modo análogo, a faixa de operação a variável atinge os valores de
da saída é especificada de ymix para ymax. A desligamento, todo o processo é
largura de faixa da saída ou fundo de desligado, para proteger o operador ou os
escala de operação é expressa como: equipamentos envolvidos.
Há variáveis que podem assumir
ro= ymax - ymin valores negativos e positivos, em função
do processo e da unidade usada. Por
Por exemplo, a faixa de temperatura de exemplo, a pressão manométrica pode ter
um ambiente pode ser de 15 a 30 oC. A valores positivos e negativos (vácuo).
largura de faixa vale 15 oC; (30 - 15 oC = Porem, a pressão absoluta só pode
15 oC). A faixa de temperatura de -15 a 30 assumir valores positivos. A temperatura
oC tem largura de faixa de 45 oC; [30 - (- na escala Celsius pode assumir valores
15) oC = 45 oC]. negativos ou positivos; porem, a
A faixa de medição sempre vai de 0 a temperatura absoluta ou termodinâmica só
100%, porem o 0% pode ser igual ou pode assumir valores positivos, em kelvin.
diferente de zero. A terminologia das faixas Faixa e Desempenho do Instrumento
é a seguinte:
Em Metrologia, é importante se
0 a 100 oC - faixa normal
conhecer a faixa calibrada do instrumento
10 a 100 oC - faixa com zero suprimido
e o seu ponto de trabalho, pois
-10 a 100 oC - faixa com zero elevado
tipicamente, a precisão do instrumento é
O conceito de faixa com zero elevado
expressa ou em percentagem do fundo de
ou suprimido é particularmente importante
escala ou em percentagem do valor
na calibração de transmissores de nível.
medido.
Limites de Faixa O instrumento com erro de zero e de
É importante evitar extrapolação além largura de faixa possui precisão expressa
da faixa da calibração conhecida durante a em percentagem do fundo de escala. Por
medição pois o comportamento do sistema exemplo, a medição de vazão com placa
de medição não é registrado nesta região. de orifício tem incerteza expressa em
A faixa de calibração deve ser percentagem da vazão máxima medida ou
cuidadosamente escolhida e deve ser do fundo de escala.
consistente com a faixa de operação do Instrumento com erro devido apenas à
sistema de medição. largura de faixa possui precisão expressa
Na prática, uma variável pode ter limites em percentagem do valor medido. Por
de operação normal e limites de operação exemplo, transmissor inteligente de
3.5
Quantidades Medidas
pressão diferencial, turbina medidora de Quando a função é conhecida, pode-se
vazão. ter:
3.6
Quantidades Medidas
exemplo, na medição da vazão com placa entre a altura e o peso das pessoas, e de
de orifício, onde a pressão diferencial um modo geral, as pessoas mais altas
gerada pela placa é proporcional ao pesam mais que as pessoas mais baixas.
quadrado da vazão que se quer medir, Outro exemplo, é a correlação entre o
usa-se o extrator de raiz quadrada para ato de fumar e a duração da vida das
tornar linear a relação entre a pressão pessoas. Quando se diz que o fumo reduz
diferencial e a vazão. a duração da vida de uma pessoa, também
O incremento de uma função linear é há um correlação ou dependência
diretamente proporcional ao incremento do correlativa, porque, embora haja muitas
argumento: exceções, experimentalmente se verifica
∆y = k ∆x que a vida média dos não fumantes é
maior do que a dos fumantes, quando se
Esta propriedade do incremento é a considera a distribuição da probabilidade
base da interpolação linear. Suponha que da duração da vida.
se conheçam os valores de uma função y Define-se como coeficiente de
= f(x) para correlação a medida da interdependência
x = xo e x = (xo + h): entre duas variáveis. O coeficiente varia
continuamente entre +1 e -1, passando
f(xo) = yo pelo valor zero intermediário. Quando o
(fxo + h) = y1 coeficiente é zero, não há correlação entre
as duas variáveis e elas são totalmente
mas os valores para a função y para x independentes. O coeficiente de
entre x0 e (x0 + h) sejam correlação +1 indica uma correlação
desconhecidos. A função pode ser positiva perfeita, quando uma variável é
substituída por um segmento de reta que linear e diretamente proporcional a outra;
1. assuma mesmos valores para x0 e quando uma aumenta a outra também
(x0 + h) aumenta. O coeficiente de correlação -1
2. substitua a função por uma linha reta indica uma correlação negativa perfeita,
entre x0 e (x0 + h) onde uma variável é inversamente
proporcional a outra; quando uma aumenta
y1 − yo a outra diminui linearmente.
y = yo + ( x − xo )
h Deve-se distinguir claramente entre a
Tal substituição é possível e válida no relação determinística (função
caso da função f(x) diferir levemente da matemática), onde não há exceção alguma
função linear no intervalo entre xo e (xo + e a dependência correlativa (correlação),
h). A interpolação é usada, na prática, em onde há muitas exceções que contradizem
tabelas com pequenos intervalos e quando a relação, mas que não afetam a validade
os sucessivos valores da função diferem geral da inferência de probabilidade.
levemente entre si. A extrapolação linear
se processa de modo semelhante. 2. Quantidades de Base do SI
Correlação As unidades SI são divididas em três
Correlação é a relação entre duas classes:
variáveis aleatórias que não é função 1. unidades de base
determinística. Por exemplo, a relação 2. unidades suplementares
entre o peso e a altura das pessoas é uma 3. unidades derivadas
correlação. O peso não depende As sete grandezas de base possuem os
unicamente da altura da pessoa. Se o seguintes nomes (unidades), dimensão:
peso fosse função apenas da altura, todas 1. comprimento (metro), L
as pessoas mais altas seriam mais 2. massa (kilograma), M
pesadas que as mais baixas. Mas, na 3. tempo (segundo), T
realidade, pessoas de mesma altura tem 4. temperatura (kelvin), Θ
pesos diferentes e pessoas com alturas 5. corrente elétrica (ampere), I
diferentes podem ter pesos iguais. Mesmo 6. quantidade de matéria (mol), N
com tantas exceções, há uma correlação 7. intensidade luminosa (candela), J.
3.7
Quantidades Medidas
As grandezas de base eram importante para usar e entender o sistema.
anteriormente chamadas de grandezas As três classes de unidades formam um
fundamentais. As sete unidades base sistema de medição coerente, pois o
foram selecionadas pela CGPM ao longo produto ou quociente de qualquer
do tempo e para atender as necessidades quantidade com múltiplas unidades é a
dos cientistas em suas áreas de trabalho. unidade da quantidade resultante.
As primeiras quantidades definidas eram
de natureza mecânica. Depois se definiu a 2.1. Comprimento
grandeza elétrica (corrente), a
termodinâmica (temperatura), luminosa Introdução
(intensidade luminosa) e a química O comprimento é uma grandeza de
(quantidade de matéria). base cujo símbolo é L. Na prática, o
Há três quantidades totalmente comprimento vem em outros parâmetros,
independentes: massa, comprimento, como variação relativa (m/m), área (m2),
tempo. Somente a massa tem um padrão volume (m3), ângulo (m/m), velocidade
material. Hoje, pesquisa-se para se reduzir (ms-1) e aceleração (ms-2).
as unidades a duas independentes: massa A medição de comprimento pode ser de
e tempo. As unidades de base são bem valor absoluto e relativo. A medição do
definidas e independentes comprimento absoluto requer um padrão
dimensionalmente. definido; para medir comprimento relativo o
As duas unidades suplementares foram padrão não é fundamental. É diferente
adicionadas na 11a CGPM (1960). medir o comprimento de uma estrutura em
1. ângulo plano (radiano) termos absolutos e medir a variação da
2. ângulo sólido (esterradiano). estrutura provocada por uma tensão
Como a CGPM deixou de chamá-las de mecânica.
base ou derivadas, elas são consideradas Experimentalmente se percebe que o
suplementares. Foram levantadas espaço pode ser descrito em termos de
questões acerca da razão destas unidades três parâmetros de comprimento (x, y, z).
não serem adotadas como de base. Por Três coordenadas são suficientes para
analogia, elas poderiam ser consideradas descrever a posição de um ponto no
como de base. espaço. Restringindo-se o grau de
liberdade mecânica, define-se a posição.
Para medir a posição ao longo de uma reta
Tab. 1 - Grandezas e Unidades de Base SI definida, basta um comprimento. Para
plotar a posição em um plano definido são
Quantidade Física Unidade Símbolo necessários dois sensores. Estes
Comprimento metro m conceitos são muito importantes em
Massa kilograma kg robótica, pois um robô é um controlador de
Tempo segundo s posição.
Temperatura kelvin K
Corrente elétrica ampere A Unidades
Intensidade luminosa candela cd
Quantidade de substância mol mol
A unidade SI de comprimento é o
metro, com símbolo m.
A etimologia da palavra metro é metron,
Em 1980, a CIPM decidiu, para manter grego, que significa medir e este termo foi
a coerência interna do SI, considerar as usado pela primeira vez em 1670, pelo
unidades radiano e esterradiano como padre matemático Gabriel Mouton (1618-
unidades derivadas sem dimensão. 1694), que definiu 1 metro como 1/10 000
As unidades derivadas são aquelas 000 da distância entre o Equador e o Polo
formadas pelas relações algébricas entre Norte da Terra.
as unidades de base, suplementares e Em 1790, Laplace definiu o metro pelo
outras derivadas. mesmo procedimento, porem usou
A classificação das unidades SI em três múltiplos de 10, dividindo o ângulo reto em
classes é arbitrária e não é realmente 100 graus (em vez de 90) e o grau em 100
3.8
Quantidades Medidas
minutos (em vez de 60) e 1000 metros onda da radiação de transição entre as
eram a distância de 1 minuto deste grau na linhas laranja vermelha, níveis 2p10 e 5d5
superfície da Terra. Usando o mesmo do espetro do átomo de Kr-86, no vácuo.
procedimento, porem, com o ângulo reto Esta definição tem problemas, o principal é
de 90 graus e o grau com 60 minutos, que este número somente é conseguido
1000 metros seriam equivalentes a uma por extrapolação, pois não é possível
milha náutica, ou seja, o metro valeria estender uma quantidade exata de ondas
1,853 184 metros atuais. Posteriormente, o alem de alguns 20 centímetros. Para se
metro foi definido de modo a ser igual a obter o número requerido de comprimentos
1/10 000 000 da distância do Polo Norte ao de onda para um metro, várias medições
Equador, ao longo do meridiano da terra individuais eram feitas por sucessão e
passando por Dunquerque, França e adicionadas. Este procedimento de
Barcelona, Espanha, duas cidades ao nível medição, por sua natureza, aumenta a
do mar e no paralelo 45o. Desse modo, a probabilidade de erro. Mas, a despeito
circunferência da terra tem destas limitações, a exatidão está dentro
8
aproximadamente 40 000 000 m. O metro de 2 partes em 10 .
atual é aproximadamente igual ao wand, A 17a CGPM (1983) redefiniu o metro
unidade padrão de comprimento criada no como a distância percorrida pela luz,
Egito em 3500 A.C., para medir a variação durante a fração de 1/299 792 458 de um
do nível do Rio Nilo, para fins de coleta de segundo, no vácuo. Esta nova definição dá
água e irrigação. uma exatidão 10 vezes melhor que a da
Na 1a CGPM (1889) o metro foi definido técnica com Kr-86, cerca de 2 partes em
-9
como o padrão físico constituído de uma 10 .
barra de platina (90%) e irídio (10%), que Na prática industrial, raramente se exige
era considerado o Metro Protótipo este grau de exatidão, porem deve-se ter
Internacional. uma margem adequada para compensar a
perda de incerteza toda vez que os
padrões são transferidos para um aparato
mais conveniente. O valor da velocidade
da luz, c, igual a 299 792 458 ms-1 é o
resultado de padrões numéricos
escolhidos para o tempo e comprimento.
Assim, o valor da velocidade da luz não é
uma constante fundamental. Os padrões
de tempo (com incerteza de 10-14) são
mais reprodutíveis em termos de incerteza
Fig. 2. Corte da barra do Metro Protótipo que os de comprimento (incerteza de 10-
Internacional 8), de modo que, se a velocidade da luz é
A 7a CGPM (1927) definiu o metro definida como um número fixo, então, em
como a distância entre dois traços princípio, o padrão tempo servirá como um
gravados sobre a barra de platina iridiada, padrão de comprimento, desde que exista
apoiada sobre dois rolos de, no mínimo, 10 um aparato conveniente para converter
mm de diâmetro, situados simetricamente tempo para comprimento através da
num mesmo plano horizontal à distância velocidade da luz.
de 571 mm um do outro, a 0o C e à A realização do metro recomendada
pressão atmosférica normal . Pela pela 17a CGPM (1983) é obtida por um
comparação física das linhas desta barra dos seguintes métodos:
com um protótipo secundário se consegue 1. através do comprimento L do trajeto
7
uma exatidão dentro de 2 partes em 10 percorrido por uma onda
A 11a CGPM (1960) substituiu o padrão eletromagnética plana, no vácuo,
físico do metro por padrão de receita. O durante um intervalo de tempo t (L =
metro foi definido como o comprimento ct) ou
igual a
1 650 763,73 vezes o comprimento de
3.9
Quantidades Medidas
2. através do comprimento de onda no Em grandes distâncias, usa-se o
vácuo de uma onda eletromagnética kilômetro, onde não se usam mais que três
de freqüência f (L = c/f). dígitos depois da vírgula. Em pequenas
A realização mais prática do metro é distâncias, como em acabamento
pela medição do comprimento da radiação mecânico e física, pode-se usar o
630 nm do laser hélio neon estabilizado micrômetro (µm) e o nanometro (nm) para
por iodo, que dá uma precisão de 3 partes números mais exatos.
em 1011. Os padrões secundários são
Padrões e Calibração
calibrados por interferometria, com
precisão de 10-9. O padrão de comprimento era uma
As outras unidades de comprimento barra de platina irídio preservada em
usadas incluem o milímetro, centímetro, Sèvres, França. Atualmente o metro é
kilômetro e micrômetro. Estes múltiplos e redefinido em termos de receita.
submúltiplos servem para selecionar Na prática laboratorial, o interferômetro
prefixos que sejam múltiplos de 1000. a laser é usado, com incerteza de 10-8. O
O uso do milímetro (mm) é comum em interferômetro óptico é fácil de usar e é
desenhos mecânicos. Os valores preciso, mas muito caro.
expressos em milímetros devem ser Na prática industrial, a medição de
números inteiros, a não ser que a precisão peças é feita através de paquímetros e
requeira dígitos depois da vírgula. micrômetros, que são calibrados com
O centímetro é usado apenas em blocos padrão (gage block). Os blocos são
medidas não técnicas e em produtos de de aço dimensionalmente estável e duro e
consumo. Também é usado em unidades formam um conjunto que fornece
derivadas, como pressão (kgf/cm2), dimensões precisas em uma grande faixa
condutividade (S/cm). em pequenos degraus. Os blocos são os
padrões de comprimento da indústria. As
oficinas mecânicas devem ter conjuntos de
blocos, que devem ser periodicamente
enviados a um laboratório externo para fins
Fig. 3. Régua metálica para medição de de calibração e certificação.
comprimentos com pequena precisão Para comprimentos da ordem de
metros, fitas flexíveis são usadas, por
causa do baixo custo e grande facilidade
de manuseio. Elas devem ser calibradas
contra interferômetros a laser, com
incertezas de 10-6. Para aplicações
industriais, é fácil calibrar os medidores de
comprimento. O problema mais sério da
Fig. 4. Paquímetro para medir pequenas calibração é o grande tempo envolvido,
dimensões pois o padrão deve ser observado por um
período longo para garantir que ele seja
estável durante a calibração.
3.10
Quantidades Medidas
Unidade Padrões
O kilograma* é a unidade SI de massa O padrão primário da unidade de massa
com símbolo é kg. é o protótipo internacional do kilograma do
O kilograma tem as seguintes BIPM. A massa de padrões secundários de
características: 1 kg em liga de platina irídio ou em aço
1. única unidade de base com prefixo inoxidável é comparada à massa do
(kilo = mil), protótipo por meio de balanças cuja
2. única unidade de base definida por precisão pode ser da ordem de 10-8,
um artefato (padrão físico), fazendo-se a correção do empuxo do ar.
3. escolhido em 1889 e praticamente Como visto, o peso é uma força. Os
sua definição não sofreu nenhuma objetos são pesados, pela comparação do
modificação ou revisão. peso desconhecido com um peso
O kilograma padrão protótipo é um conhecido. O equipamento usado para
cilindro de platina (90%)-irídio (10%) pesar coisas é a balança. A etimologia de
mantido no Bureau de Pesos e Medidas balança é latina: bi-lancis ou dois pratos. A
em Sèvres, França. O protótipo possui palavra balança ainda é usada, mesmo
diâmetro e altura iguais a 39 mm. Esta quando se tem dois pratos para a
forma é uma aproximação da esfera, que pesagem. No lugar do segundo prato,
tem a propriedade de apresentar a menor onde se colocaria o peso conhecido, são
razão entre a superfície e o volume. 63 usados mola, pesos calibrados embutidos
duplicações deste cilindro estão ou um servomotor.
distribuídas nos vários laboratórios Há quatro classes de balanças, cada
nacionais de normas e servem como uma baseada no número de intervalos
padrão de massa para estes países. A usados dentro da capacidade da escala.
precisão é 1 parte em 109, ou seja, 1 µg Por exemplo, se uma balança de
em 1 kg. No Brasil, o kilograma padrão laboratório tem uma capacidade de 200,00
está preservado no INMETRO, em Xerém, gramas e ela lê dois decimais, ela deve ter
RJ. 20 000 intervalos na escala. A OIML
A unidade SI de massa já foi o grama (Organization International de Metrologie
(na prática, o mais usada é a grama) Legal) classifica as balanças em 4 classes
definido como a massa de um centímetro (Tab. 2).
cúbico (cubo com lado igual a 1/100 de
metro) de água em sua temperatura de
o
máxima densidade (4 C).
3.11
Quantidades Medidas
Tab. 2 - Classificação de Balanças Na indústria são usados pesos padrão para calibrar
Classe Nome da Classe Intervalos da escala e determinar a exatidão das balanças. O peso
I Especial 50 000 < n
a padrão é um objeto com massa conhecida, feito de
(Fina) material resistente à corrosão (bronze, ouro, prata,
II Alta exatidão 5 000 <n < 100 platina, aço inoxidável, ligas nobres). Os
(Precisão) 000 laboratórios nacionais estabelecem classes de
III Média exatidão 500 < n < 10 000 pesos, com limites de tolerância aceitáveis e
(Comercial) especificações para materiais e construção. Por
IV Exatidão ordinária 100 < n < 1 000 exemplo, em uma oficina, os pesos de Classe S são
(Grosseira) usados para calibração de rotina e para aferição de
a
balanças analíticas.
n - número de intervalos da escala
Balança
A balança é um instrumento para a
comparação de massas e pesos. A
balança analítica é um instrumento de
pesagem com uma capacidade máxima
que varia de uma grama a alguns
kilogramas com uma precisão mínima de
-5
10 , na capacidade máxima. A balança
mecânica se baseia no princípio da
alavanca de primeira classe (o ponto de
apoio está entre as duas forças). As
balanças mecânicas analíticas podem ser
do tipo de braços iguais e do tipo de
substituição. Atualmente, são disponíveis
balanças eletrônicas, com detetor de nulo,
malha de realimentação para controlar a
força de balanço e indicação digital com
-6
precisão típica de 10 . O sensor da Fig. 9. Balança eletrônica analítica. (Toledo)
balança é o strain-gage. Massa e Peso (Força)
No uso de balanças de precisão são Massa é uma medida invariante da
requeridos alguns cuidados para minimizar quantidade de matéria de um objeto. Peso
as incertezas, como: é a força de atração entre um objeto e a
1. qualquer balança deve ser colocada Terra e varia com a posição geográfica. O
em um suporte sólido, de mármore peso P de um corpo com massa m, em um
ou concreto e distante de fontes de local com aceleração da gravidade g, vale:
calor, vibração e corrente de vento, P = mg
2. nivelar a balança, Há confusão entre força e massa,
3. não colocar objetos além da principalmente por que já foi usada a
capacidade nominal da balança, unidade base de kilograma força para
3. a balança deve ser limpa após o uso, força. Atualmente, no SI há uma unidade
4. não usar ou colocar material base para massa (kilograma) e outra
corrosivo próximo da balança, unidade derivada para força (newton). O
5. o braço de suporte da balança deve peso é uma força, resultante da gravidade
estar sempre engajado. Quando não da Terra e como tal, sua unidade é
em uso, todos os pesos devem ser também o newton. Porém, o peso também
voltados para a posição zero e os é expresso como kilograma força. Por
pratos colocados na posição suporte, preguiça, expressa-se o peso em unidade
6. estudar o manual da balança de kilograma, criando a confusão: peso é
fornecido pelo fabricante, massa ou força? O peso é uma força.
7. calibrar periodicamente a balança e A unidade SI de força é o newton, onde:
os pesos associados.
3.12
Quantidades Medidas
1 N = 1 kg . 1 m/s2 2.3. Tempo
3.13
Quantidades Medidas
colocada lado a lado para aumentar ou níveis hiperfinos do estado básico do
diminuir uma escala. átomo de Ce133. O segundo é realizado por
Qual é a duração de um segundo e um relógio de césio, com precisão de 2
como é possível armazenar esta medição? partes em 1011. Pode-se obter precisão de
As tentativas da medição do tempo através 1 parte em 1012. O relógio atômico não
do movimento do pêndulo se mostraram atrasa ou adianta um segundo em 6 000
inexatas por causa da dificuldade de medir anos.
exatamente as posições do pêndulo móvel.
Unidades
O segundo foi inicialmente definido
como a fração de 1/86 400 do dia solar A unidade base SI do tempo é o
médio (período médio da revolução da segundo, com o símbolo s.
Terra sobre seu eixo) Como o dia solar Além do segundo, outras unidades continuam sendo
não é constante mas varia com a usadas, principalmente os ciclos do calendário,
velocidade de rotação da Terra, cerca de como ano, dia e os múltiplos do segundo, como
3 segundos por ano, foi selecionado um minuto e hora. Exemplos destes usos são:
novo padrão mais exato e reprodutível. velocidade em kilômetro por hora (km/h) e
A 11a CGPM (1960) redefiniu o velocidade rotacional de máquina em rotações por
segundo baseando-se no ano trópico. Por minuto (r/min) ou RPM. Os ciclos do calendário,
esta definição sugerida pela União como dia, semana, mês e ano, devem ser evitadas
Astronômica Internacional e para uso pois há muitas interpretações diferentes. Quando
científico, o segundo vale usados, os ciclos do calendário devem ser definidos;
1/31 556 925,974 7 do ano tropical no por exemplo, um mês pode ser 1/12 do ano ou 30
tempo de 12 h das efemérides de 0 janeiro dias.
1900. O tempo de efeméride é uma
Excepcionalmente, as unidades de
medida uniforme do tempo definido pelo
tempo não estão relacionadas em
movimento orbital dos planetas. Uma falha
potências de 10; tem-se:
grave desta definição é que não se pode
60 segundos equivalem a 1 minuto
medir um intervalo de tempo pela
60 minutos equivalem a 1 hora
comparação direta com o intervalo de
24 horas equivalem a 1 dia
tempo definindo o segundo. A medição
A ISO propôs uma nova seqüência de
astronômica do tempo resulta em erro
dígitos para indicar datas. A nova
provável estimado de 10-9 que é muito
seqüência sugerida é do tipo YMD (ano,
grande em comparação com a definição do
mês e dia). Por exemplo 27 de maio de
segundo.
1943 deve ser escrito como 1943-05-27.
Este formato mostra a seqüência lógica
em que os dados devem ser
cronologicamente armazenados.
O tempo do dia também pode ser
expresso em quatro dígitos, baseados nas
24 horas do dia. Por exemplo, 12:34 (doze
horas e trinta e quatro minutos). A hora do
dia pode ser expressa em base de 24
Fig. 10 O segundo é definido no SI como a duração de horas por dia ou em 12 horas antes do
9 192 531 770 períodos da radiação correspondente à meio dia e 12 horas depois do meio dia. É
transição entre os dois hiperníveis do Ce-133.
o sistema americano AM (anti meridien) e
PM (pos meridien).
O átomo exibe transições de nível de Realização
energia hiperfina muito regulares e é Diversos laboratórios credenciados
possível contar estes ciclos de energia. A possuem aparelhos para produzir
13a CGPM (1967) redefiniu o segundo oscilações elétricas com a freqüência de
como a duração de vibração do átomo de Ce-133. Os padrões
9 192 631 770 períodos da radiação de tempo de césio são disponíveis
correspondente à transição entre os dois
3.14
Quantidades Medidas
comercialmente, com incertezas da ordem estabilidade ao circuito. O oscilador é
de 10-13 e 10-14. acionado na freqüência natural do cristal e
Os sinais horários difundidos por ondas a realimentaçào do cristal mantém a
de rádio são dados na escala do Tempo freqüência do oscilador igual à freqüência
Universal Coordenado (UTC), cujo natural durante longos períodos de tempo.
emprego foi recomendado pela 15a CGPM A estabilidade a longo prazo da freqüência
(1975). O UTC difere do Tempo Atômico varia em função da qualidade do oscilador,
5 8
Internacional (TAI) de um número inteiro de uma parte em 10 a uma parte em 10 .
de segundos. A diferença UTC-TAI foi A estabilidade a curto prazo, medida em
fixada em -10 s no dia 1o janeiro de 1972 e
9
horas, é de uma parte em 10 . Pequenas
tornou-se igual a -22 s em 1o de janeiro de variações de freqüência ocorrem devidas
1985. Periodicamente há correções no ao envelhecimento do cristal e são da
UTC, preferivelmente em fim de dezembro ordem de 1 a 10 ppm (parte por milhão)
ou de junho (solstícios) ou fim de março por ano.
ou de setembro (equinócios), de modo que Um contador eletrônico comercial típico,
o UTC permaneça próximo do tempo de uso geral, de preço moderado tem uma
definido pela rotação da Terra com resposta de freqüência de 10 MHz e
aproximação menor que 0,9 s. Os tempos possui display de 8 dígitos.
legais dos países estão defasados de um Na indústria, se usa também o UTC
número inteiro de horas (fusos horários) de através dos serviços telefônicos de Hora
acordo com o UTC e a cidade de Certa (ramal 130) das concessionárias.
Greenwich (Inglaterra) é a hora de
referência. 2.4. Temperatura
A exatidão da medição do tempo pode
requerer correções da relatividade, Conceito
principalmente quando os relógios de A temperatura é uma quantidade
comparação estão distantes. fundamental, conceitualmente diferente na
O TAI é definido como a escala de natureza do comprimento, tempo e massa.
tempo coordenada estabelecida por um Quando dois corpos de mesmo
sinal de referência geocêntrica como a comprimento são combinados, tem-se o
unidade da escala de segundo do SI, tal comprimento total igual ao dobro do
que ela seja realizada pelo geoide em original. O mesmo vale para dois intervalos
rotação. Para os relógios fixos em relação de tempo ou para duas massas. Assim, os
à Terra e ao nível do mar, o segundo do padrões de massa, comprimento e tempo
TAI é igual ao segundo realizado podem ser indefinidamente divididos e
localmente. A 2000 m de altitude ele se multiplicados para gerar tamanhos
mostra mais longo (+2,2 x 10-13 s). arbitrários. O comprimento, massa e
Padrões tempo são grandezas extensivas. A
temperatura é uma grandeza intensiva. A
Na indústria, são usados contadores
combinação de dois corpos à mesma
eletrônicos, que são instrumentos
temperatura resulta exatamente na mesma
multitarefas baseados em circuitos digitais
temperatura.
para medir tempo e outras quantidades
A maioria das grandezas mecânicas,
correlatas, como freqüência, totalização,
como massa, comprimento, volume e
período, relação de períodos, intervalo de
peso, pode ser medida diretamente. A
tempo e média. O componentes usados
temperatura é uma propriedade da energia
nestes instrumentos incluem um relógio
e a energia não pode ser medida
interno, portas lógicas, comparadores,
diretamente. A temperatura pode ser
escalonadores e contadores.
medida através dos efeitos da energia
O relógio interno, que fornece a base de
calorífica em um corpo. Infelizmente estes
tempo para o contador eletrônico digital, é
efeitos são diferentes nos diferentes
o sensor de tempo. O relógio é um
materiais. Por exemplo, a expansão termal
oscilador a cristal que gera um trem de
dos materiais depende do tipo do material.
pulsos. O circuito oscilador incorpora um
Porém, é possível obter a mesma
cristal piezoelétrico (quartzo) para dar
3.15
Quantidades Medidas
temperatura de dois materiais diferentes, Escolhendo-se os meios de definir a
se eles forem calibrados. Esta calibração escala padrão de temperatura, pode-se
consiste em se tomar dois materiais empregar qualquer uma das muitas
diferentes e aquecê-los a uma propriedades físicas dos materiais que
determinada temperatura, que possa ser variam de modo reprodutível com a
repetida. Coloca-se uma marca em algum temperatura. Por exemplo, o comprimento
material de referência que não tenha se de uma barra metálica, a resistência
expandido ou contraído. Depois, aqueça os elétrica de um fio fino, a milivoltagem
materiais em outra temperatura gerada por uma junção com dois materiais
determinada e repetível e coloque uma distintos, a temperatura de fusão do sólido
nova marca, como antes. Agora, se iguais e de vaporização do liquido.
divisões são feitas entre estes dois pontos,
Escalas
a leitura da temperatura determinada ao
longo da região calibrada deve ser igual, Para definir numericamente uma escala
mesmo se as divisões reais nos de temperatura, deve-se escolher uma
comprimentos dos materiais sejam temperatura de referência e estabelecer
diferentes. uma regra para definir a diferença entre a
Um aspecto interessante da medição de referência e outras temperaturas. As
temperatura é que a calibração é medições de massa, comprimento e tempo
consistente através de diferentes tipos de não requerem concordância universal de
fenômenos físicos. Assim, uma vez se um ponto de referência em que cada
tenha calibrado dois ou mais pontos quantidade é assumida ter um valor
determinados para temperaturas numérico particular. Cada milímetro em um
específicas, os vários fenômenos físicos metro, por exemplo, é o mesmo que
de expansão, resistência elétrica, força qualquer outro milímetro. Escalas de
eletromotriz e outras propriedades físicas temperatura baseadas em pontos notáveis
termais, irá dar a mesma leitura da de propriedades de substâncias dependem
temperatura. da substância escolhida. Ou seja, a
A lei zero da termodinâmica estabelece dilatação termal do cobre é diferente da
que dois corpos tendo a mesma dilatação da prata. A dependência da
temperatura devem estar em equilíbrio resistência elétrica com a temperatura do
termal. Quando há comunicação termal cobre é diferente da prata.
entre eles, não há troca de coordenadas Assim, é desejável que a escala de
termodinâmicas entre eles. A mesma lei temperatura seja independente de
ainda estabelece que dois corpos em qualquer substância. A escala
equilíbrio termal com um terceiro corpo, termodinâmica proposta pelo barão Kelvin,
estão em equilíbrio termal entre si. Por em 1848, fornece uma base teórica para a
definição, os três corpos estão à mesma escala de temperatura independente de
temperatura. Assim, pode-se construir um qualquer propriedade de material e se
meio reprodutível de estabelecer uma faixa baseia no ciclo de Carnot.
de temperaturas, onde temperaturas Escala Prática Internacional de
desconhecidas de outros corpos podem Temperatura
ser comparadas com o padrão, colocando-
O estabelecimento ou fixação de pontos
se qualquer tipo de termômetro
para as escalas de temperatura é feito
sucessivamente no padrão e nas
para que qualquer pessoa, em qualquer
temperaturas desconhecidas e permitindo
lugar ou tempo possa replicar uma
a ocorrência do equilíbrio em cada caso.
temperatura específica para criar ou
Isto é, o termômetro é calibrado contra um
verificar um termômetro. Os pontos
padrão e depois pode ser usado para ler
específicos de temperatura se tornam
temperaturas desconhecidas. Não se quer
efetivamente nos protótipos internacionais
dizer que todas estas técnicas de medição
de calor. A Conferência Geral de Pesos e
de temperatura sejam lineares mas que
Medidas aceitou esta EPIT, em 1948,
conhecidas as variações, elas podem ser
emendou-a em 1960, e estabeleceu uma
consideradas e calibradas.
3.16
Quantidades Medidas
nova em 1968 (com 13 pontos) e em 1990 ou uniformemente. Tendo-se vários
(com 17 pontos). pontos, a escala pode ser calibrada
A Escala Prática Internacional de em faixas estreitas, onde os efeitos
Temperatura (EPIT) foi estabelecida para não linearidade podem ser
ficar de conformidade, de modo desprezados.
aproximado e prático, com a escala 2. nenhum termômetro pode ler todas
termodinâmica. No ponto tríplice da água, as temperaturas. Muitos pontos fixos
as duas escalas coincidem exatamente, permite um sistema robusto de
por definição. A EPIT é baseada em calibração.
pontos fixos, que cobrem a faixa de
temperatura de -270,15 a 1084,62 oC.
Muitos destes pontos correspondem ao Tab. 3 - Pontos Fixos da Escala
estado de equilíbrio durante a Prática Internacional de Temperatura
transformação de fase de determinado (1990)
material. Os pontos fixos associados com Ponto Material Estado Temperatura
o ponto de solidificação ou fusão dos 1 He Vapor -270,15 a -268,15
material são determinados à pressão de 2 e-H2
a
Ponto triplob -259,346 7
uma atmosfera padrão (101,325 Pa) 3 e-H2 Vapor ~-256,16
4 e-H2 Vapor ~-252,85
5 Ne Ponto triplo -248,593 9
6 O2 Ponto triplo -218,791 6
oC
7 Ar Ponto triplo -189,344 2
(K) oF (oR)
8 Hg Ponto triplo -38,834 4
9 H20 Ponto triplo 0,01
10 Ga Fusão 27,764 6
100 212
11 In Fusão 156,598 5
escala 12 Sn Fusão 231,928
10 18 13 Zn Fusão 419,527
14 Al Fusão 660,323
15 Ag Fusão 961,78
0 32 16 Au Fusão 1064,18
17 Cu Fusão 1084,62
0 Notas:
a
O
C = (oF - 32)/1,8 F=1,8C+32 - eH2 hidrogênio em concentração de
equilíbrio das formas ortomolecular e
paramolecular,
sensor b
- Ponto triplo: temperatura em que as
Fig. 11 - A unidade SI da temperatura termodinâmica é fases sólida, líquida e gasosa estão em
o kelvin, K, que é definido como a 1/273,16 da temperatura equilíbrio.
termodinâmica do ponto triplice da água .
3.17
Quantidades Medidas
temperatura é definida por um termômetro Termômetros com sensores de
de resistência de platina, que é calibrado resistência de platina e termopares
em conjuntos específicos de pontos fixos geralmente são usados como padrões
com equações de interpolação secundários.
cuidadosamente definidas.
o Unidades
Acima de 1064,18 C, a temperatura é
definida por pirômetro óptico de radiação, A 9a CGPM (1948) escolheu o ponto
onde a lei de Planck relaciona esta tríplice da água como ponto fixo de
radiação com a temperatura. referência, em lugar do ponto de gelo
A EPIT é continuamente revista e uma usado anteriormente, atribuindo-lhe a
nova versão pode estender a faixa para o temperatura termodinâmica de 273,16 K.
extremo inferior de 0,5 K, substituindo o Foi escolhido o grau kelvin (posteriormente
instrumento de interpolação a termopar passaria para kelvin) como unidade base
com uma resistência de platina especial e SI de temperatura e se permitiu o uso do
atribuir valores com proximidade grau Celsius (oC), escolhido entre as
termodinâmica para os pontos fixos. opções de grau centígrado, grau
Atualmente o mínimo valor definido na centesimal e grau Celsius para expressar
EPIT é 13,81 K. intervalos e diferenças de temperatura e
também para indicar temperaturas em uso
prático.
Em 1960, houve pequenas alterações
na escala Celsius, quando foram
estabelecidos dois novos pontos de
referência: zero absoluto e ponto tríplice da
água substituindo os pontos de
congelamento e ebulição da água.
A 13a CGPM (1967) adotou o kelvin no
lugar do grau kelvin e decidiu que o kelvin
fosse usado para expressar intervalo e
diferença de temperaturas.
Atualmente, kelvin é a unidade SI base
Fig.11. Calibrador de temperatura da temperatura termodinâmica e o seu
símbolo é K. O correto é falar
simplesmente kelvin e não, grau kelvin. O
kelvin é a fração de 1/273,16 da
A calibração de um dado instrumento temperatura termodinâmica do ponto
medidor de temperatura é geralmente feita tríplice da água.
submetendo-o a algum ponto fixo Na prática, usa-se o grau Celsius e o
estabelecido ou comparando suas leituras kelvin é limitado ao uso científico ou a
com outros padrões secundários mais cálculos que envolvam a temperatura
precisos, que tenham sido rastreados com absoluta. Um grau Celsius é igual a um
padrões primários. A calibração com outro kelvin, porem as escalas estão defasadas
instrumento padrão é feita através do de 273,15. A temperatura Celsius (Tc)
seguinte procedimento: está relacionada com a temperatura kelvin
1. colocam-se os sensores dos (Tk) pela equação:
dois instrumentos em contato
íntimo, ambos em um banho de Tc = Tk - 273,15
temperatura,
2. varia a temperatura do banho A constante numérica na equação
na faixa desejada, (273,15) representa o ponto tríplice da
3. permite que haja equilíbrio em água 273,16 menos 0,01. O ponto de 0 oC
cada ponto e tem um desvio de 0,01 da escala Kelvin,
4. determinam-se as correções ou seja, o ponto tríplice da água ocorre a
necessárias. 0,01 oC ou a 0,00 K.
3.18
Quantidades Medidas
Os intervalos de temperatura das duas volátil (glicerina ou óleo de silicone) ou um
escalas são iguais, isto é, 1 oC é fluido volátil (éter etílico). A temperatura é
exatamente igual a 1 K. medida através da variação da pressão do
O símbolo do grau Celsius é oC. A letra gás ou da pressão de dilatação do fluido
maiúscula do grau Celsius é, às vezes, não volátil ou da pressão de vapor do
questionada como uma violação da lei de fluido volátil.
estilo para unidades com nomes de A medição de temperatura por termopar
pessoas. A justificativa para usar letra se baseia na milivoltagem gerada pela
maiúscula é que a unidade é o grau e diferença de temperatura entre as duas
Celsius (C) é o modificador. junções de dois metais diferentes.
A temperatura pode ser realizada A medição de temperatura por
através do uso de células de ponto tríplice resistência elétrica se baseia na variação
da água, com precisão de 1 parte em 104. da resistência elétrica de metais ou
Medições práticas tem precisão de 2 termistores depender da variação da
partes em 103. A escala e os pontos fixos temperatura medida.
são definidos em convenções
Calibração do termômetro
internacionais que ocorrem
periodicamente. Geral
A calibração de um termômetro envolve
a determinação de sua indicação de
temperatura em um número de
temperaturas conhecidas. Estas
temperaturas podem ser conhecidas
1. pelo estabelecimento de uma
condição altamente reprodutível,
como os pontos de mudança de
estados de substancias puras (ponto
de fusão ou solidificação, ponto de
ebulição ou liquefação, ponto triplo)
2. pelo fornecimento de um ambiente
isolado termicamente, cuja
temperatura é medida precisamente
Fig. 13. Pirômetro de radiação, usado como
medidor portátil de temperatura por um termômetro padrão.
Para se ter calibrações exatas, a
Medição da Temperatura condição de referência de temperatura
A medição pode ser medida por deve ser mantida constante, dentro dos
sensores mecânicos e elétricos. Os limites de precisão, durante períodos
principais sensores mecânicos são o longos de tempo comparados com as
bimetal e o sistema de enchimento termal. constantes de tempo dos termômetros.
Os principais sensores elétricos são o A interpolação entra na calibração de
termopar e o detetor de temperatura e dois modos:
resistência (RTD). 1. a escala de temperatura (IPTS-90) é
O sensor bimetal funciona baseando-se definida em 11 pontos de referência
na dilatação diferente para metais primários e 27 secundários. Apenas
diferentes. A variação da temperatura 15 destes pontos caem entre 0 e
o
medida causa variação no comprimento e 1000 C. Não é prático reproduzir
no formato da barra bimetal, que pode ser mais do que umas poucas destas
usada para posicionar o ponteiro na escala condições definidas na calibração
de indicação de temperatura. prática de um termômetro, de modo
O sistema de enchimento termal é que deve-se usar a interpolação
formado por um bulbo sensível, um sensor para determinar a temperatura de
de pressão, um tubo capilar de interligação outros condições.
e um fluido de enchimento. O fluido pode 2. usando condições de ponto fixo ou
ser gás (tipicamente nitrogênio), fluido não um termômetro de referência
3.19
Quantidades Medidas
padrão, a calibração pode ser Hg causa uma variação de
o
praticamente feita somente em um temperatura de 0,0037 C.
número limitado de temperaturas 4. Ponto de fusão do chumbo =
o
dentro da faixa de aplicação do 505,1181 K ou 321,9681 C, que
termômetro a ser calibrado. Uma pode ser realizada com exatidão
o
interpolação da calibração do reprodutível de 0,05 C , usando
termômetro entre os pontos de banhos comerciais com tempos de
calibração deve ser feita para repouso de, no mínimo, 10 minutos.
fornecer uma tabela de calibração 5. Ponto de fusão do zinco = 692,73 K
o
de trabalho. ou 419,58 C, que pode ser
Termômetro com resistência de platina realizada com exatidão reprodutível
o
padrão é empregado para fornecer de 0,05 C ,
temperaturas de referência entre os pontos 6. Ponto de fusão do alumínio =
o o
fixos de 0 e 650 C na IPTS-91.O 933,52 K ou 660,37 0,1 C, que
termômetro pode ser usado para medir a pode ser realizada com exatidão
o
temperatura de banhos de temperatura reprodutível de 0,1 C.
o
com precisão de ±0,01 C. Outros pontos de fusão são definidos
A precisão de instrumentos de pela IPTS 90 como temperaturas primarias
interpolação e das calibrações de ou secundarias e podem ser usados para
termômetros resultantes diminui na calibração de sensor até o ponto do ouro,
o
proporção que se afasta dos pontos fixos 1227,58 K ou 1064,43 C, porém, eles são
definidos ou pontos de calibração e a difíceis de implementar, na prática.
situação piora mais ainda quando se Ambientes de temperatura controlados
extrapola para pontos fora da faixa de ou variáveis comumente usados na
temperatura (abaixo do mínimo e acima do calibração de termômetros são banhos
máximo). A calibração de termômetros agitados de água, óleo, mistura de sais,
deve sempre incluir, no mínimo, um ponto câmara fluidizada de sólidos granulares e
abaixo e um acima dos limites da faixa de blocos metálicos equalizados em fornalhas
temperatura. aquecidas eletricamente. Quando se usa
Aplicando temperaturas de calibração ambientes isotermais, é necessário se ter
muito acima de sua faixa máxima pode um termômetro padrão para determinar a
diminuir a exatidão resultante do temperatura de calibração verdadeira.
termômetro e até mesmo danificar o Tradicionalmente, o sensor padrão
sensor. usado é o de platina padrão, com invólucro
de quartzo ou pyrex ou termopar tipo S (Pt
Pontos fixos de calibração
– 10% RH/90% Pt).
As calibrações dos termômetros podem Para fazer a calibração,
ser feitas em vários pontos fixos de 1. define-se a faixa calibração do
temperatura que são realizáveis termômetro
praticamente em um laboratório. Os 2. seleciona-se o número de pontos
principais pontos são: fixos ou um banho de temperatura
o
1. Ponto de gelo = 273,15 K ou 0 C, com termômetro padrão
que pode ser realizada com 3. obtém-se um conjunto de pares de
o
exatidão reprodutível de 0,05 C . temperatura (indicada pelo
2. Ponto de triplo d'água = 273,16 K ou instrumento e pelo padrão)
o
0,01 C, que pode ser realizada com 4. faz-se uma curva ou uma função
o
exatidão reprodutível de 0,01 C, matemática que descreva a relação
usando equipamento disponível indicação x temperatura
comercialmente . 5. aplica-se algum método de encaixe
3. Ponto de ebulição d'água = 373,15 de pontos, para avaliar as incertezas
o
K ou 100,0 C, que pode ser envolvidas
realizada com exatidão reprodutível produz-se uma tabela de calibração
o
de 0,1 C, @ pressão atmosférica para o termômetro particular.
de 760 mm Hg. A variação de 1 mm
Calibração de Termômetros
3.20
Quantidades Medidas
A calibração de qualquer termômetro O desvio possível do termômetro de
requer um meio cuja temperatura seja referência deve ser considerado para o
conhecida com precisão. Uma escolha estabelecimento da precisão da calibração.
óbvia seria usar o meio em que a Em caso de um termômetro recentemente
temperatura seja conhecida através de leis calibrado que é conhecido ser estável de
da natureza. Por exemplo, o ponto triplo da sua historia passada, o desvio pode ser
água, o ponto de fusão do zinco e outros desprezado. Caso contrário, o desvio deve
pontos de mudança de estado de ser incluído no calculo da precisão total.
substâncias puras. Como estes meios Valores típicos de desvio são 0,005 a 0,05
requerem um esforço complicado para sua oC por ano, dependendo da qualidade e
produção e manutenção, eles são usados da manipulação do termômetro de
principalmente para a calibração de referência.
termômetros padrão. Para os termômetros
Precisão do equipamento de medição.
industriais, usa-se um método mais rápido,
simples e prático, envolvendo um meio O equipamento de medição, como
simples como banho de gelo ou um banho pontes, galvanômetros e multímetros
de óleo cuja temperatura seja medida com digitais são usados para medir a saída do
um termômetro padrão de precisão. A termômetro de referência. O arranjo mais
precisão ou o termômetro padrão é preciso seria um termômetro com
chamado de termômetro de referência. resistência de platina como referência e
A indicação de um termômetro sob um ponto de relação. Neste caso, a
calibração é comparada com a do precisão resultante em termos de
termômetro de referência em vários pontos temperatura seria equivalente a alguns
diferentes de temperatura cobrindo toda a milésimos de oC.
faixa desejada. Este método é chamado de Desvio do equipamento de medição.
calibração por comparação, diferente da
A não ser que o equipamento de
calibração em pontos fixos que envolve o
medição tenha sido calibrado
uso dos pontos notáveis de mudança de
recentemente, deve-se incluir um valor de
estado. Um arranjo típico para a calibração
desvio à precisão total da calibração. A
de comparação de temperatura envolve
faixa equivalente para a temperatura seria
um banho de calibração (banho de gelo ou
0,01 a 0,1 oC por ano.
de óleo), um termômetro de referência e
Estes quatro componentes devem ser
um meio para medir a leitura dos
considerados para a determinação da
termômetros de referência e sob
precisão com que se pode medir a
calibração.
temperatura do meio ou banho de
A precisão de uma calibração por
calibração. Deve-se considerar também a
comparação é determinada pela precisão
precisão em que se pode medir a saída do
dos equipamentos e pelo procedimento de
termômetro sendo calibrado, que depende
calibração. Usam-se vários componentes
da precisão inicial e do desvio do
na calibração por comparação.
equipamento de medição.
Precisão do termômetro de referência.
Considerações do Procedimento
Ela depende da precisão inicial do
Além dos limites de precisão
termômetro de referência e seu desvio.
associados com o termômetro de
Valores típicos para a precisão inicial de
referência e o equipamento de medição,
um termômetro de referência são 0,001 a
deve-se considerar o procedimento. Os
0,1 oC, dependendo do tipo do termômetro
componentes envolvidos aqui incluem a
e seu método de calibração. A melhor
estabilidade e uniformidade do banho. A
precisão seria conseguida com um
uniformidade do banho deve ser expressa
termômetro com resistência de platina
em termos da máxima diferença de
padrão calibrado no NIST, com a precisão
temperatura devida à distribuição espacial
de alguns milésimos de oC.
da temperatura que pode existir entre a
Desvio do termômetro de referência. temperatura do termômetro de referência e
o termômetro sendo calibrado.
3.21
Quantidades Medidas
Um bloco equalizador feito de alumínio uma faixa moderada de temperatura. Os
ou cobre ajuda a se manter o erro de termômetros devem ser calibrados em
uniformidade o mínimo possível e pode mais de um ponto. Os pontos adicionais de
melhorar a estabilidade. O erro devido a calibração elevam os erros acima dos
instabilidade do banho pode também ser limites de 0,04 e 0,55 oC.
reduzido fazendo-se medições múltiplas Os fatores adicionais que introduzem
dos dois termômetros e fazendo-se a erros na calibração incluem o auto-
media das medições. A contribuição da aquecimento em RTDs, erros de imersão
estabilidade do banho para a precisão da durante a calibração em RTDs e
calibração pode ser expressa em termos termômetros, erros de resistência de
do desvio padrão das medições. O impacto isolação, erros associados com redução de
negativo da uniformidade e estabilidade do dados de calibração. Estas considerações
banho na precisão final da calibração pode indicam que a melhor precisão conseguida
ser ainda minimizada fazendo-se o para um termômetro industrial não pode
seguinte: ser melhor do que 0,1 oC, mesmo para um
1. fazer a medição uma ou duas horas sensor novo que tenha sido calibrado
depois que a temperatura do banho tenha recentemente. Uma vez que o termômetro
sido estabilizada em um dado ponto de é instalado no processo, a precisão pode
calibração. Isto reduz o erro de começar a se deteriorar quando o sensor
uniformidade do banho. envelhece. A taxa desta deterioração
2. fazer medições simultâneas da saída depende da qualidade do termômetro, sua
do termômetro de referência e do instalação, condições de processo e outros
termômetro sendo calibrado. Isto minimiza fatores.
o erro de estabilidade. As limitações de como um termômetro
As medições anteriores podem ser industrial pode ser bem calibrado e manter
realizadas em um arranjo controlado por sua calibração indicam que a faixa de ±0,1
computador. Para máxima precisão e a ±1,0 oC é a melhor precisão que se pode
eficiência, o computador pode ser conseguir com um termômetro industrial
programado para usado em faixa moderada de temperatura
1. monitorar e controlar o banho, em uma instalação típica industrial.
2. monitorar a estabilidade do banho, obviamente, o termômetro pode indicar a
3. fazer medidores e temperatura verdadeira do processo mas o
4. processar os dados de calibração. usuário não pode estar certo de que se
O sistema pode incluir uma unidade de está medindo a temperatura melhor do que
chaveamento para permitir a varredura de ±0,1 a ±1,0 oC. O afastamento da
vários termômetros calibrados temperatura medida do valor verdadeiro
simultaneamente. depende de vários fatores:
O computador pode estabelecer a 1. tipo do termômetro sendo usado,
temperatura do banho para um ponto de 2. faixa de temperatura sendo medida,
calibração desejado, monitorar a 3. condições do processo e do ambiente
temperatura até que ela fique estável de onde o termômetro está exposto.
acordo critérios predeterminados de Geralmente, RTDs oferecem melhor
estabilidade, fazer as medições, coletar os precisão do que os termopares. Também,
dados e processar os dados para fornecer em faixas moderadas de temperatura, uma
a carta de calibração do termômetro. Com melhor precisão é conseguida no inicio da
tal arranjo, os erros de estabilidade e faixa do que na extremidade superior da
uniformidade pode ser minimizados. faixa. Por exemplo, é muito mais simples
Agora, deve-se estimar a melhor medir com precisão a temperatura
precisão que pode ser obtida em um ponto ambiente da sala do que a temperatura de
de calibração. Tipicamente, tem-se 300 oC no processo industrial.
incertezas entre 0,04 a 0,55 oC em um
ponto de calibração. Isto estabelece a faixa Termômetros de vidro
para a precisão que pode ser obtida em Mesmo um termômetro de haste de
um dado ponto de calibração dentro de vidro deve ser calibrado periodicamente,
3.22
Quantidades Medidas
onde se inspecionam visualmente e modificar, o termopar e os fios de extensão
verificam as dimensões, permanência do de termopar devem ser periodicamente
pigmento, estabilidade do bulbo e precisão calibrados. A calibração consiste em
da escala. Depois da calibração, podem verificar se as suas características se
ser feitas correções, aplicados fatores de afastaram dentro da tolerância (termopar
correção ou o termômetro pode ser bom) ou além da tolerância (termopar deve
descartado. ser descartado).
Para maiores detalhes, deve se As técnicas de calibração do termopar
consultar a norma ASTM E 77 – 92: tem sido melhoradas constantemente em
Standard Test Method for Inspeciton and velocidade e confiabilidade, por causa do
Verification of Thermometers. Várias uso do microprocessador. A técnica antiga
normas ASTM cobrem os termômetros consistia em ligar o instrumento receptor
clinicos. do termopar aos terminais de um
potenciômetro portátil de milivoltagem,
Termômetros a bimetal
medir a temperatura destes terminais com
O termômetro a bimetal possui todos os um termômetro padrão, ajustar a saída do
componentes de medição – sensor, potenciômetro para dar a indicação teórica
condicionador e indicador – em um único no receptor e anotar o ajuste do
invólucro. O sensor a bimetal integral ao potenciômetro. Finalmente, se procurava a
instrumento não pode ser calibrado temperatura correspondente em tabelas
isoladamente mas somente pode ser padrão. Este processo consumia muito
inspecionado visualmente, para verificar tempo e era susceptível a erros potenciais.
corrosão ou danos físicos evidentes. A medição de temperatura nos
O que se faz é calibrar o sistema de terminais é necessária porque um
indicação, colocando-se o termômetro em termopar contem inerentemente duas
um banho de temperatura e comparando junções de metais diferentes e não apenas
as indicações do termômetro com as uma. A saída de voltagem deste sistema
indicações de um termômetro padrão de termopar é afetada pelas temperaturas
colocado junto. O termômetro a bimetal de ambas as junções. A medição da
pode ser calibrado e, se necessário, temperatura da junção de medição, deste
ajustado nos pontos de zero e de largura modo, requer o conhecimento da
de faixa. temperatura da junção de referência. Em
Termopares muitos instrumentos, a junção de
referência ocorre nos terminais de ligação
Os termopares transformam calor em
neste instrumento receptor.
eletricidade. As duas extremidades de dois
O microprocessador simplificou muito a
fios de metais diferentes, como ferro e
calibração do termopar. Sua memória pode
constantant, são trançadas juntas para
conter as curvas de temperatura (voltagem
formar duas junções: uma de medição e
x temperatura) para os diferentes
outra de referência. Um voltímetro ligado
termopares. Estas curvas são geradas
em serie irá mostrar uma voltagem
usando-se equações publicadas pelo
termelétrica gerada pelo calor. Esta
National Institute of Standards and
voltagem é função da
Technology. Um instrumento a
1. diferença de temperatura entre a
microprocessador também faz a medição
junção de medição e a junção de
da temperatura da junção de referência,
referência.
incorporando-a em um resultado
2. tipo do termopar usado
compensado corretamente. Quando a
3. homogeneidade dos metais
calibração do instrumento baseado em
O mesmo resultado é obtido se as
microprocessador recebe uma voltagem,
extremidades de referência de dois fios
ele imediatamente translada para a
são ligadas diretamente aos terminais do
unidade de temperatura (oC), de acordo
voltímetro; estes terminais formam agora a
com tabelas contidas na sua memória e
junção de referência.
indica digitalmente estes valores.
Como a homogeneidade dos fios
componentes do termopar pode se
3.23
Quantidades Medidas
A
Tab. 5. Incertezas de calibração em termopares calibrados pelo método de comparação
o
Tipo Faixa, C Pontos de calibração Incerteza
Pontos Valores interpolados
observados
C
E 0 a 870 cada 100 0,5 1
C
0 a 870 300, 600 e 870 0,5 2
D
0 a 350 cada 100 0,1 0,5
D
-160 a 0 cada 50 0,1 0,5
C
J 0 a 760 100, 300, 500 e 750 0,5 1
D
0 a 350 cada 100 0,1 0,5
C
K 0 a 1250 cada 100 0,5 1
C
0 a 1250 300, 600, 900 e 1200 0,5 2
D
0 a 350 cada 100 0,1 0,5
D
-160 a 0 cada 50 0,1 0,5
C
ReS 0 a 1450 cada 100 0,3 0,5 a 1100 e 2 a 1450
C
0 a 1450 600 e 1200 0,3 1 a 1100 e 3 a 1450
C
B 0 a 1700 cada 100 0,3 0,5 a 1100 e 3 a 1700
C
0 a 1700 600 e 1200 0,3 1 a 1100 e 5 a 1700
D
T 0 a 370 cada 100 0,1 0,2
D
0 a 100 50 e 100 0,05 0,1
D
-160 a 0 cada 60 0,1 0,2
A
Valores foram extraídos da Circular 590 do National Bureau of Standards (hoje NIST)
C
Em fornos tubulares, por comparação com um termopar tipo S calibrado
D
Em banhos líquidos agitados, por comparação com um RTD de platina calibrado
3.24
Quantidades Medidas
3.25
Quantidades Medidas
Conceito Conceito
A 9a CGPM (1948) adotou a definição O nome desta grandeza é quantidade
de ampere, baseando-se em unidades de matéria, tendo como base o nome
mecânicas existentes, como a corrente francês quantité de matière, porém é
constante que, se mantida em dois usado também o nome quantidade de
condutores retos paralelos de substancia, por causa da influencia do
comprimento infinito, de seção circular inglês amount of substance. Este nome
desprezível e colocados em uma recorda o latim quantitas materiae,
distância de 1 m, no vácuo, produzem utilizado para designar a grandeza que
entre estes condutores uma força igual a hoje se chama massa. Deve-se esquecer
2 x 10-7 N por metro de comprimento. este significado pois a massa e a
Outra definição mais prática e quantidade de matéria são grandezas
realizável estabelece que 1 ampere é a diferentes.
corrente elétrica que deposita 1,118 mg Mol é a unidade de quantidade de
de prata em 1 s de uma solução saturada matéria, criada para os químicos, em
de óxido de prata. 1971. Um mol contem a mesma
quantidade de átomos que 0,012
kilograma de carbono C-12.
Anteriormente, o oxigênio (O2-16) era
usado como referência, porem, por
desavenças entre físicos e químicos e
por causa da existência de três isótopos
do oxigênio (16, 17 e 18), em 1960
houve um acordo entre eles para se usar
o isótopo 12 do carbono.
Fig. 14 - O ampere e sua definição SI. A lei de Avogrado estabelece que
iguais volumes de gases ideais, à
Unidade mesma temperatura e pressão, contem o
O ampere é a unidade SI base de mesmo número de moléculas. O número
corrente elétrica e o seu símbolo é A. de moles pode ser expresso como o
Realização da Unidade Base SI número de unidades elementares
dividido pelo número de Avogadro (6,02 x
A corrente elétrica pode ser realizada 1023). A unidade elementar pode ser
pela balança de corrente de Ayrton- átomo, molécula, íon, elétron, fóton ou
Jones, com precisão de 2 partes em 106. um grupo especifico de tais unidades,
A resistência elétrica pode ser medida porém a entidade usada deve ser
com precisão de 5 partes em 108 pelo especificada.
capacitor calculável de Thompson- O mol é numericamente igual à massa
Lampard e o volt pode ser medido com 3 molecular em gramas, erroneamente
partes em 108 usando os efeitos chamada de peso molecular. O mol não
Josephson, que são insatisfatórios. é uma unidade de massa mas deve ser
Padrões considerada como tendo uma dimensão
Como a precisão da realização do própria. As vezes se pensa que a
ampere pela balança de corrente é muito existência da massa tornaria
pobre quando comparada com a desnecessária a quantidade de matéria.
precisão de intercomparação de células Há situações na química e física onde é
padrão e resistores, e também por causa desejável basear as medições das
da dificuldade de armazenar o valor propriedades em um componente
realizado do ampere, os Laboratórios fundamental da matéria, como a
Nacionais de Padrão usam bancos de molécula e o átomo. As massas
células padrão e resistores como expressas em unidades de kilograma são
padrões primários mantidos. muito pequenas e com exatidões
3.26
Quantidades Medidas
3.27
Quantidades Medidas
Ângulo Plano
3.28
4
Instrumentos de Medição
Objetivos de Ensino
1. Relacionar as necessidades e aplicações das medições das variáveis, em controle,
monitoração e alarme de processos industriais.
2. Apresentar as principais funções da medição e controle: deteção da variável,
condicionamento do sinal, apresentação dos dados e atuação no processo.
3. Mostrar os principais tipos de instrumentos, pelo princípio de funcionamento, atuação,
alimentação, natureza do sinal.
4. Apresentar o conceito de elemento sensor, terminologia e princípios básicos de
funcionamento.
5. Apresentar os principais condicionadores de sinal: transmissor, filtro, amplificador,
linearizador, conversor A/D e D/A.
6. Conceituar e especificar os principais instrumentos de display: indicador, visor,
registrador, contador-totalizador e controlador.
7. Conceituar as características estáticas e dinâmicas dos instrumentos, como exatidão e precisão.
8. Apresentar os parâmetros da precisão, como linearidade, repetitividade, reprodutibilidade,
sensitividade, zona morta, velocidade de resposta e confiabilidade.
9. Diferenciar as expressões de precisão, em percentagem de fundo de escala e do valor medido.
10. Mostrar a filosofia para escolher e especificar a precisão necessária do instrumento.
11. Conceituar rangeabilidade.
12. Conceituar erro e apresentar os diferentes tipos e causas de erros, grosseiros, aleatórios e
sistemáticos.
13. Apresentar os tipos de erros em função do tempo, origem.
14. Mostrar as fontes do erro sistemático: inerente ao instrumento, influência, modificação e carga
do instrumento.
15. Apresentar a filosofia para determinação do erro resultante.
4.1
Instrumentos de Medição
4.2
Instrumentos de Medição
4.3
Instrumentos de Medição
4.4
Instrumentos de Medição
4.5
Instrumentos de Medição
4.6
Instrumentos de Medição
4.7
Instrumentos de Medição
4.8
Instrumentos de Medição
Sinal digital ou discreto é aquele que só Fig. 7. Instrumento com display analógico e
pode assumir valores descontínuos. O digital
sinal digital é constituído de pulsos ou de
bits. Pulsos só podem ser contados; bits
podem ser manipulados. Um exemplo relacionando todos estes
São exemplos de sinais digitais: conceitos é a medição do tempo pelo
1. Saída de pulsos da turbina medidora relógio. O tempo é uma grandeza
de vazão, onde cada pulso analógica. O tempo pode ser medido por
escalonada pode corresponder, por um relógio mecânico, com tecnologia
exemplo, a 1 litro/segundo de vazão. analógica e mostrador analógico. Tem-se
2. palavra de 4 bits, 1101. engrenagens, molas, pinos acionando um
ponteiro que percorre uma escala circular
Função Matemática graduada. O ponteiro se move
Há funções ou tarefas que são continuamente. Este mesmo tempo pode
tipicamente analógicas, como registro e ser medido por um relógio eletrônico, com
controle de processo. Só é possível tecnologia digital mas com mostrador
registrar um sinal analógico. Por exemplo, analógico. A tecnologia do relógio é digital
quando se quer registrar a vazão, tendo-se pois tem um microprocessador e um cristal
uma turbina medidora com saída de oscilante. A indicação é analógica, pois é
pulsos, deve-se converter o sinal de pulsos constituída de escala e ponteiro. Porém, o
em analógico. O controle é também uma ponteiro se move com pequenos saltos,
função analógica. O seu algoritmo mostrando que está sendo acionado por
fundamental, PID, é matematicamente pulsos. Finalmente, o tempo pode ser
analógico e continuo. O controle liga- indicado por um relógio digital. A
desliga é um caso particular, com uma tecnologia do relógio é digital e o indicador
saída discreta (digital). Um controlador é também digital. O display são números
digital envolve uma tecnologia digital para que variam discretamente. Resumindo: a
executar a função analógica de controle. variável analógica tempo pode ser indicada
Funções tipicamente digitais são através de relógio analógico (mecânico) ou
alarme, contagem de eventos e totalização digital (eletrônico) com display analógico
de vazão. Quando se totalizam pulsos (escala e ponteiro) ou digital (números).
escalonados de medição de vazão, basta
Tecnologia
contá-los. Quando se totaliza um sinal
analógico proporcional à vazão, é A tecnologia eletrônica pode ser
necessário converter o sinal para digital e analógica ou digital.
depois contar os pulsos correspondentes. A base dos circuitos analógicos é o
A indicação pode ser indistintamente amplificador operacional, que manipula e
analógica ou digital. computada variáveis analógicas (corrente
e voltagem). Os componentes passivos
(resistência, capacitor e indutor) servem
para polarizar os circuitos. Os
componentes ativos (transistores,
amplificadores operacionais) operam na
região de amplificação linear.
Instrumento digital usa circuitos e
técnicas lógicas para fazer a medição ou
para processar os dados. Basicamente,
um instrumento digital pode ser visto como
um arranjo de portas lógicas que mudam
os estados em velocidades muito elevadas
para fazer a medição. A base dos circuitos
digitais são os circuitos integrados digitais,
constituídos de portas lógicas (AND, OR,
NAND, NOR, NOT), multivibradores (flip-
4.9
Instrumentos de Medição
4.10
Instrumentos de Medição
4.11
Instrumentos de Medição
para desempenhar tarefas não imagináveis wired). Esta forma de lógica contradiz a
até então. multifuncionalidade e eficiência. Sempre
O instrumento a microprocessador se havia problemas para controlar e chavear
tornou extremamente versátil, onde os as várias funções do instrumento.
procedimentos de medição se tornaram O microprocessador, como parte
mais facilmente administráveis, ajustes, integrante do instrumento, tornou a lógica
calibração e teste se tornaram automáticos fixa do instrumento multifuncional em
e o seu desempenho metrológico foi programável. O programa que executa
melhorado. O microprocessador fornece suas múltiplas funções fica armazenado
1. procedimentos computacionais mais em memórias eletrônicas (ROM ou
eficientes, PROM). Por este motivo, o instrumento
2. analise estatística dos resultados microprocessador é também chamado de
3. resultados linearizados e corrigidos programa armazenado. A lógica
4. funções programáveis. armazenada torna o instrumento fácil de
Houve uma mudança radical na filosofia ser programado e de ser atualizado, sem
do projeto do instrumento. Como o mudanças significativas no circuito. A
microprocessador se tornou uma parte lógica programável tornou o preço do
integral do instrumento, os enfoques são instrumento muito menor, por causa da
totalmente diferentes com relação à padronização e simplicidade dos
estrutura, circuito e controle do componentes.
instrumento. As principais vantagens do
Exatidão melhorada
instrumento microprocessado são:
1. multi funcionalidade estendida e A exatidão do instrumento
expandida em programas flexíveis, microprocessado foi muito melhorada. Os
2. consumo de energia foi reduzido erros sistemáticos podem ser diminuídos
drasticamente, por vários motivos:
3. adaptação fácil a interfaces padrão 1. um ajuste de zero automático no
de bus para sistemas integrados de início de cada medição,
medição 2. uma auto-calibração automática
4. facilidade de controle por causa da 3. auto-teste e auto-diagnose.
interface 4. medição replicada do valor e a
5. operação e uso mais simples, computação estatística para dar o
economizando tempo. resultado mais esperado.
6. tamanho miniaturizado 5. apresentação do resultado em
7. confiabilidade maior, por ter poucos display de modo que os resultados
componentes, componentes mais estranhos são descartados.
confiáveis por causa do Capacidades expandidas
encapsulamento que o torna imune à
O microprocessador estende e expande
umidade e temperatura.
as capacidades do instrumento, tornando-o
Multifuncionalidade adaptável a várias formas de técnicas de
A idéia de instrumento multifuncional medição, como medição inferencial
não é nova. Porém, sem o uso do (indireta) e acumulativa.
microprocessador, um instrumento O instrumento microprocessado pode
multifuncional era, na prática, a montagem fazer várias medições simultâneas e fazer
de várias sub-unidades funcionais em um computações matemáticas complexas
único invólucro. Em serviço, o usuário destes sinais, para compensar, linearizar e
escolhia sua função através de chaves filtrar os resultados finais. Em resposta a
convenientes. Deste modo, ele montava as um simples comando entrado através de
várias sub-unidades em uma configuração seu teclado, o microprocessador pega a
adaptada para medir a função escolhida. O técnica de medição certa, armazena os
algoritmo de projeto do instrumento ficava resultados das várias medições diretas, faz
inalterado. O instrumento multifunção os cálculos e apresenta o resultado final
convencional usava lógica fixa com todos condicionado no display. A medição é
os circuitos e fios físicos soldados (hard-
4.12
Instrumentos de Medição
indireta, porém ela parece direta para o 4. subtrair uma constante do resultado
operador. 5. dividir o resultado por uma constante
Por exemplo, na medição da vazão de 6. apresentar o resultado em unidades
gases, um computador de vazão logarítmicas
microprocessado recebe os sinais 7. linearizar resultados
correspondentes ao medidor de vazão
Análise estatística
(transmissor associado à placa, turbina,
vortex), pressão, temperatura e Os instrumentos microprocessados
composição. Todos estes sinais são podem gerar o valor médio, valor eficaz
computados internamente e o totalizador (root mean square), a variância, o desvio
pode apresentar o valor da vazão padrão de uma variável aleatória sendo
instantânea compensada em massa ou analisada e o coeficiente de correlação de
volume, o valor do volume ou massa duas variáveis aleatórias. Há instrumentos
acumulado e a densidade do gás. Para o microprocessados projetados
operador, tudo parece como se o especificamente para fazer a analise
computador estivesse fazendo a medição estatística dos sinais.
diretamente da vazão mássica. Melhoria do Desempenho Metrológico
Em outro exemplo, seja a medição da
As características metrológicas do
potência dissipada através de um resistor
instrumento são aquelas diretamente
por um voltímetro microprocessado. O
relacionados com seu desempenho, em
operador diz ao voltímetro para medir a
geral e com sua precisão, em particular.
resistência do resistor, armazenar o
Todo instrumento está sujeito a erros
resultado e depois medir a voltagem
sistemáticos, aleatórios e acidental. Todos
através do resistor e finalmente computar a
estes erros podem ser minimizado nos
potência.
instrumentos a microprocessador.
Controle simplificado Geralmente, os erros sistemáticos são
Inicialmente, se pensa que o provocados por desvio do zero, desvio do
instrumento multifunção programável é fator de ganho do circuito condicionador de
mais complicado. O instrumento inteligente sinal e não linearidades internas do
possui um conjunto de teclas (teclado) instrumento.
externo e na sua parte frontal. Através das O microprocessador incorporado no
teclas diretas ou combinação de teclas se instrumento pode eliminar os erros
pode selecionar as funções, faixas e sistemáticos.
modos de medição. Por exemplo, um Ele elimina o erro de desvio de zero,
voltímetro digital tem um teclado com 17 armazenando o valor correspondente ao
teclas e pode fornecer um total de 44 zero do instrumento e subtraindo
combinações de funções, faixas e modos. automaticamente este valor das leituras do
O instrumento ainda pode ter alarmes que instrumento.
operam quando o operador faz Ele elimina o erro de ganho do
movimentos errados e aperta teclas instrumento, armazenando um número
incompatíveis. quando o instrumento é desligado e que
corresponde a um valor definido da
Operações matemáticas do resultado voltagem de entrada. Quando o
É possível que o operador queira uma instrumento é religado para fazer novas
função matemática de um resultado e não medições, o instrumento microprocessado
somente no resultado em si. O instrumento faz comparações e usa um fator de
microprocessado pode fornecer várias correção para aplicar nas novas medições.
transformações funcionais, como: O instrumento pode ainda fazer
1. multiplicar o resultado por um fator correções para os erros devidos a variação
constante da freqüência do sinal (o ganho do
2. apresentar o erro absoluto da condicionador de sinal em uma dada
medição freqüência é diferente do ganho em sua
3. apresentar o erro percentual da freqüência de referência.) O instrumento
medição armazena na memória a sua freqüência de
4.13
Instrumentos de Medição
4.14
Instrumentos de Medição
4.15
Instrumentos de Medição
4.16
Instrumentos de Medição
Cobre
Junção Cobre
medição
Bloco de referência
Fig. 10. Sensores mecânicos de pressão
4.17
Instrumentos de Medição
4.18
Instrumentos de Medição
4.19
Instrumentos de Medição
4.20
Instrumentos de Medição
4.21
Instrumentos de Medição
4.22
Instrumentos de Medição
4.23
Instrumentos de Medição
4.24
Instrumentos de Medição
Medidor FT FQ 0 13 5 0 4
digital Contador
Medidor Conversor
analógico A/D Contador
FE
Totalizador
(a) Totalização de sinal analógico
Fig. 19. Contagem e totalização de variáveis
Integrador-Totalizador FT 0 13 5 0 4
O integrador totaliza um sinal e a sua
indicação de saída é um contador. O
totalizador integra o sinal analógico, por FE
isso é chamado de integrador. Quando o
sinal é em pulsos, o totalizador conta os M
pulsos e por isso é chamado erradamente
de contador. O contador é a saída do (constante K)
totalizador. (b) Totalização de pulsos escalonados
O totalizador pode receber sinais
analógicos ou digitais. O contador só pode Fig. 20. Sistema de totalização de vazão
receber pulsos. Funcionalmente, quando o
integrador recebe um sinal analógico, ele o
converte para sinais de pulsos e conta os
pulsos. Quando o integrador recebe
diretamente pulsos, ele os escalona e os
conta. Pulso escalonado é aquele que já
possui um significado quantitativo do
volume, ou seja, o contador basta contá-
los e o display é o volume correto
acumulado.
Em instrumentação eletrônica é possível
fazer a contagem de pulsos sem erro,
usando circuitos digitais e bits de paridade.
Mas isso não significa que a totalização é
isenta de erros, pois pode haver erros na
conversão do sinal analógico para pulsos.
O medidor digital que gera pulsos também
4.25
Instrumentos de Medição
4.26
Instrumentos de Medição
4.27
Instrumentos de Medição
4.28
Instrumentos de Medição
perigoso e errado. Precisão e exatidão são pode não ter erros e ser exato porém a
conceitos diferentes. distância percorrida depende, dentre
A precisão é uma condição necessária outros fatores, do diâmetro e do desgaste
para a exatidão, porém, não é suficiente. dos pneus.
Pode-se ter um instrumento muito preciso,
Tolerância
mas descalibrado, de modo que sua
medição não é exata. Mas um instrumento Tolerância é o máximo afastamento
com pequena precisão, mesmo que ele permissível de uma medição para o seu
forneça uma medição exata, logo depois valor verdadeiro ou nominal. A tolerância é
de calibrado, com o tempo ele se desvia e a faixa total que uma quantidade especifica
não mais fornece medições exatas. Para o é permitida variar. Numericamente,
instrumento ser sempre exato, é tolerância é a diferença algébrica entre o
necessário ser preciso e estar calibrado. valor máximo e mínimo dos limites de erros
permitidos.
Por exemplo, a medição de temperatura
com erro de ±1 oC, tem a tolerância de 2
oC. A tolerância da freqüência, cujo erro
assimétrico é dado por +2% e -5% é de
7%. Quando um fabricante declara em sua
especificação que a resistência é de 100 Ω
e com limites de erro de ±0.1 Ω, a
tolerância é de 0,2 Ω.
No exemplo, em que o usuário compra
um lote de resistores de 100 Ω de um
fornecedor com tolerância de 0,4 Ω,
haverá um limite de ±0,2 Ω de cada lado
de 100 Ω. Quando ele medir a resistência
de cada resistor, a 20 oC, ele achará
Fig. 21. Expressão da precisão valores diferentes entre si e do valor
cotado pelo fabricante de 100.0 Ω. Será
obtida uma faixa de valores tais como 99.8
Por exemplo, um relógio de boa - 99,9 - 100.0 - 100,1 e 100.2 Ω
qualidade é preciso. Para ele estar exato, distribuídos aleatoriamente em torno de
ele precisa ter sido acertado (calibrado) 100.0. Assim, de conformidade com os
corretamente. Desde que o relógio preciso limites de erro combinados, ele deve
esteja exato, ele marcará as horas, agora rejeitar todos os resistores com valores
e no futuro com um pequeno erro. Seja menores que 99.8 e maiores que 100.2 Ω.
agora um relógio de má qualidade e O usuário do resistor tem duas
impreciso. Logo depois de calibrado, ele escolhas:
marcará a hora com exatidão, porém, com 1. ele pode projetar seu sistema de
o passar do tempo, a sua imprecisão fará medição usando o valor do fabricante
com ele marque o tempo com grandes de 100.0 Ω e aceitando que todos os
erros. Um instrumento impreciso é também resistores tenham desvios tolerados
inexato. Mesmo que ele esteja exato, com de ±0,2 ohm, e como conseqüência,
o tempo ele se afasta do valor verdadeiro e haverá um pequeno desvio no
dará grande erro. desempenho ideal projetado. Esta é
Outro exemplo é o odômetro de um a prática mais comum.
automóvel, que pode ter até seis 2. ele pode desenvolver um sistema de
algarismos significativos para indicar a medição muito preciso para medir
distância percorrida através da contagem cada resistência do lote e só usar as
de rotações do eixo. A exatidão de sua resistências com medidas iguais a
indicação depende de como as rotações 100,0 Ω. Isto teoricamente removeria
são contadas e de como as rotações o erro devido a incerteza da
refletem a distância percorrida. O contador resistência mas é demorado e caro.
4.29
Instrumentos de Medição
4.30
Instrumentos de Medição
eletromagnéticos.
Quando a medição é uma linha reta,
passando pelo zero porém com inclinação 50
Calibração
ideal
diferente da ideal, o instrumento necessita
de ajuste de largura de faixa ou de ganho. Tolerância total
Um desvio de largura de faixa envolve uma 25
variação gradual na calibração, quando a Ponto em que A% do vm = B% f.e.
medição se move do zero para o fim da
escala. Pode ser causada, em um sistema 0 25 50 75 100
mecânico, pela variação na constante da Entrada
mola de uma das partes do instrumento.
Em um instrumento eletrônico, o desvio de
largura de faixa pode ser provocado, como Fig.22. Expressão da linearidade
no desvio do zero, por uma variação da
característica de algum componente.
Quando a medição se afasta da linha Sensitividade
reta e os valores da medição aumentando Sensitividade é a relação da variação do
são diferentes dos valores tomados com a valor de saída para a variação do valor de
medição decrescendo, o instrumento entrada que a provoca, após se atingir o
apresenta erro de histerese. Tais erros estado de regime permanente. É expressa
podem ser provocados por folgas e como a relação das unidades das duas
desgastes de peças ou por erros de quantidades envolvidas. A relação é
angularidade do circuito mecânico do constante na faixa, se o instrumento for
instrumento. O desvio intermediário linear. Para um instrumento não-linear,
4.31
Instrumentos de Medição
4.32
Instrumentos de Medição
4.33
Instrumentos de Medição
4.34
Instrumentos de Medição
4.35
Instrumentos de Medição
Tab. 2. Erros de instrumento com imprecisão % do Fig. 24. Escalas linear, raiz quadrática e
V.M. logarítmica, com diferentes rangeabilidades
Vazão Erro absoluto Erro relativo Para expressar a faixa de medição
L/s L/s %
adequada do instrumento define-se o
100 1 1 parâmetro rangeabilidade. Rangeabilidade
50 0,5 1 é a relação da máxima medição sobre a
30 0,3 1 mínima medição, dentro uma determinada
10 0,1 1 precisão. Na prática, a rangeabilidade
1 0,01 1 estabelece a menor medição a ser feita,
depois que a máxima é determinada. A
rangeabilidade está ligada à relação
Unidade de Engenharia matemática entre a saída do medidor e a
É possível ter a precisão expressa na variável medida. Instrumentos lineares
forma do erro absoluto dado em unidades possuem maior rangeabilidade que os
de engenharia. Como o erro absoluto é medidores quadráticos (saída do medidor
constante, o erro relativo se comporta proporcional ao quadrado da medição).
como o erro do instrumento com Na medição de qualquer quantidade se
percentagem do fundo de escala. Por escolhe um instrumento pensando que ele
exemplo, no termômetro com erro absoluto tem o mesmo desempenho em toda a
de ±1 oC, independente da medição, o faixa. Na prática, isso não acontece, pois o
erro relativo aumenta quando a medição comportamento do instrumento depende
diminuir, exatamente como no instrumento do valor medido. A maioria dos
com percentagem do fundo de escala. instrumentos tem um desempenho pior na
medição de pequenos valores. Sempre há
4.7. Rangeabilidade um limite inferior da medição, abaixo do
qual é possível se fazer a medição, porém,
Tão importante quanto à precisão e a precisão se degrada e aumenta muito.
exatidão do instrumento, é sua
rangeabilidade. Em inglês, há duas
palavras, rangeability e turndown para
expressar aproximadamente a extensão de
faixa que um instrumento pode medir
dentro de uma determinada especificação.
Usamos o neologismo de rangeabilidade ±3% incerteza, 33% medição
para expressar esta propriedade.
±2% incerteza, 50% medição
100 100 100
90
90
80
80 90 70 ±1% valor medido
60
70
80 50
60
10 :1 3 :1 30 :1 40
50 70
30 Rangeabilidade 3:1
40
60 20
30
50
10 ±1% fundo de escala
20
40
10 30
20
0 0 0
4.36
Instrumentos de Medição
4.37
Instrumentos de Medição
4.38
Instrumentos de Medição
4.39
Instrumentos de Medição
0,001” 0,001”
0 0,00025”
0,0015”
Linha vertical acima do zero
representa o tamanho nominal de
Comentários:
1. A área de incerteza é igual à
precisão do comparador. No
caso, a área de incerteza é total
Fig. 27. Exemplo de uma relação 4:1
e a área de aceitação é zero.
2. Todas as medições caem na
área de incerteza e sempre deve
Comentários:
se considerar o seu impacto nas
1. A área de incerteza é igual à
tolerâncias permitidas.
precisão do comparador.
3. Por exemplo, uma tolerância
2. Quando as medições caem na área
permissível para um diâmetro de
de incerteza, deve-se verificar o seu
1 “ é ±0,001”:
impacto nas tolerâncias permitidas.
a) Medição real: 1,001’
3. Por exemplo, uma tolerância
b) Área de incerteza:
permissível para um diâmetro de 1 “
0,001”
é ±0,001”:
c) Discriminação permitida
a) Medição real: 1,001’
±0,001”
b) Área de incerteza:
4. Deste modo, a medição é
0,000 25”
considerada estar entre 1,099” e
c) Discriminação permitida
1,001”
±0,000 25”
Conclusão: a medição pode ser aceita
d) Deste modo, a medição é
em 1,099” ou rejeitada em 1,001”.
considerada estar entre
1,000 75” e 1,00125”
Conclusão: a medição pode ser aceita
em 1,000 75” ou rejeitada em 1,00125”.
4.40
Instrumentos de Medição
Área de Área de
aceitação incerteza
As condições de fora de tolerância do
padrão e do instrumento são colocadas em
três categorias gerais:
4.41
Instrumentos de Medição
10:1
9:1
8:1
7:1 Área de
Área de
aceitação
incerteza
6:1
5:1
4:1
3:1
2:1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
4.42
Instrumentos de Medição
5.43
Instrumentos de Medição
5. Erros da Medição (A ± e) = a.
e=A-a
5.44
Instrumentos de Medição
e
er = × 100%
a
Fig. 20 - Erros sistemático, aleatório e espúrio
onde
er é o erro relativo,
e é o erro absoluto
Os erros sistemáticos podem ser
a é o valor da grandeza medida
divididos em
O erro relativo é adimensional e
1. intrínsecos ao instrumento
geralmente expresso em percentagem.
2. influência
A precisão entre ±1% e ±10% é
3. modificação
geralmente suficiente para a maioria das
Os erros intrínsecos podem ser
aplicações residenciais e até industriais;
¾determinados
em aplicações científicas tem-se ±0,01 a ±
¾indeterminados
0,1%.
Por sua vez, os erros do instrumento determinados
O erro absoluto pode assumir valores
podem ser:
negativos e positivos, diferente do valor
¾zero absoluto do erro, que assume apenas
¾largura de faixa ou ganho valores positivos.
¾angularidade
¾quantização 5.4. Erro Dinâmico e Estático
Os erros indeterminados poder ser
devidos a Erro dinâmico
¾uso e desgaste Erro dinâmico é aquele que depende do
¾atrito tempo. Quando uma medição altera seu
¾inércia valor significativamente durante a medição,
Os erros de influência podem ter origem: ela pode ter erros dinâmicos.
¾mecânica O erro dinâmico mais comum é devido
¾elétrica ao tempo de resposta ou tempo
¾física característico do instrumento, quando há
¾química atrasos na variável medida. O erro
dinâmico pode desaparecer naturalmente
5.3. Erro Absoluto e Relativo com o transcorrer do tempo ou quando as
condições de operação se igualarem às
Erro absoluto condições especificadas para uso.
Erro absoluto é simplesmente o desvio Por exemplo, quando se faz a medição
da medição, tomado na mesma unidade de de temperatura sem esperar que o sensor
engenharia da medição. No exemplo de atinja a temperatura medida, há erro
dinâmico que desaparece quando a
9,0 ± 0,1 mm, o erro absoluto é de 0,1 mm.
temperatura do sensor for igual a
O erro absoluto não é uma característica
temperatura do processo que se quer
conveniente da medição. Por exemplo, o
medir. Se a temperatura leva 3 minutos
erro absoluto de 1 mm pode ser muito
para atingir o valor final medido, qualquer
medição antes deste tempo apresentará
5.45
Instrumentos de Medição
5.46
Instrumentos de Medição
5.47
Instrumentos de Medição
Saída
relacionados à calibração, eles podem se
Calibração
referir aos pontos de zero, largura de faixa ideal
e não-linearidades provocadas pela 50
angularidade dos mecanismos. ±0,5% valor medido
Os erros do instrumento indeterminados 25
são inerentes aos mecanismos de
medição, por causa de sua estrutura
mecânica, tais como os atritos dos 0
mancais e rolamentos dos eixos móveis, a 25 50 75 100
Vazão
tensão irregular de molas, a redução ou
aumento da tensão devido ao manuseio
incorreto ou da aplicação de pressão
Fig. 21 - Erro de largura de faixa (span)
excessiva, desgaste pelo uso, resistência
de contato, atritos e folgas.
Os erros sistemáticos do instrumento
determinados e devidos à calibração
podem se referir a erro de
1. determinação,
2. hipótese
3. histórico
4. zero
5. largura de faixa
6. angularidade
7. quantização.
O erro de determinação resulta da
calibração incorreta do instrumento ou do
cálculo inadequado com os dados obtidos.
O erro de hipótese aparece quando se
espera que a medição siga uma
determinada relação característica
diferente da real.
O erro histórico são resultantes do uso,
do desgaste, do envelhecimento dos
materiais, de estragos, de má operação,
de atritos, de folgas nos mecanismos e
nas peças constituintes do instrumento.
5.48
Instrumentos de Medição
PADRÃO
Rastreabilidade
MENSURANDO
Calibração
Valor verdadeiro
Resolução
INSTRUMENTO
Repetitividade
Valor verdadeiro
convencional Medição Reprodutibilidade
Erro
Sistemático Aleatório
Exatidão Precisão
Incerteza
5.49
Instrumentos de Medição
ERROS DO INSTRUMENTO
Tempo Fonte
Dinâmicos Sistemáticos
Estaticos Aleatórios
Determinados Indeterminados
Mecânicos
Zero Uso Elétricos
Largura de faixa
Desgaste Físicos
Angularidade
Atrito Químicos
Quantificação Contato
Erros de
modificação
Erros de
influência
Variáveis
Y, Z
Fig. 11. Erros de modificação e de influência
5.50
Instrumentos de Medição
4.51
Instrumentos de Medição
4.52
Instrumentos de Medição
4.53
Instrumentos de Medição
4.54
Instrumentos de Medição
admite que todos os erros são na mesma da média. Somente uma combinação de
direção e se acumulam. erros dá o desvio de +4U, quatro
Alguém mais otimista poderia combinação dão um desvio de +2U e
estabelecer a precisão final do sistema seis combinações dão um desvio de 0U.
como igual à pior precisão entre os Os erros negativos tem a mesma
componentes. Ou seja, considera-se combinação. Esta relação de 1:4:6:4:1 é
somente a precisão do pior instrumento e uma medida da probabilidade de um
desprezam-se as outras precisões desvio de cada valor. Quando se
melhores. Pode-se ainda determinar a aumenta o número de medições, pode-
precisão final como a média ponderada se esperar uma distribuição de
das precisões individuais. freqüência como a mostrada na figura. A
Pode-se obter vários resultados ordenada no gráfico é a freqüência
válidos da soma de duas incertezas relativa de ocorrência de cinco
iguais a ±1 e ±1. combinações possíveis.
1. O pessimista pode obter a A tabela mostra a distribuição teórica
incerteza final de +2 ou -2, para dez incertezas de igual
assumindo que as incertezas se probabilidade. Novamente se verifica que
somam no mesmo sentido. a ocorrência mais freqüente é a de
2. O otimista pode achar que as desvio zero da média. A ocorrência
incertezas se anulam e a menos freqüente, de máximo desvio 10U
resultalnte mais provável é igual a ocorre somente em uma vez em 500
0. medições.
3. O realista intermediário faz a soma Cada componente de um sistema ou
conservativa: passo de um procedimento de contribui
com algum erro na medição. Visto como
um sistema dinâmico, uma medição não
12 + 12 = ±14
,
pode ser mais confiável que o
componente ou passo menos confiável.
que é um valor intermediário entre 0 e Um sistema de medição não pode ser
±2. mais preciso que o componente menos
Embora os três resultados sejam preciso. O conhecimento das fontes de
muito diferentes, pode-se explicar e erros dominantes e desprezíveis de um
justificar qualquer um deles. Não há uma sistema é muito importante e o
regra única ou recomendação de como conhecimento de sua fonte, aleatória ou
proceder. É uma questão de bom senso. sistemática, é que define o tratamento a
Quando realmente se quer saber a ser dados às medições. O conhecimento
precisão real do sistema, deve-se usar do modo que os erros se propagam são
um padrão que dê diretamente o valor importantes no uso e projeto de
verdadeiro e comparar com a leitura final instrumentos e procedimentos.
obtida. Mede-se a incerteza total em vez
de calculá-la, seguindo a máxima de
metrologia: não imagine quando puder
calcular e não calcule quando puder
medir.
Para se ter uma idéia qualitativa de
como pequenos erros produzem uma
incerteza total, imagine uma situação em
que quatro erros pequenos se combinam
para dar um erro total. Seja cada erro
com uma igual probabilidade de ocorrer e
que cada um pode fazer o resultado final
ser maior ou menor por um valor ±U.
A tabela mostra todas os modos
possíveis dos quatro erros serem
combinados para dar o desvio indicado
4.55
Instrumentos de Medição
4.56
Instrumentos de Medição
4.57
Instrumentos de Medição
4.58
Instrumentos de Medição
4.59
Instrumentos de Medição
4.60
5
Confirmação Metrológica
Objetivos de Ensino
1. Conceituar calibração e ajuste. Apresentar a cadeia de calibração e
rastreabilidade dos diferentes padrões.
2. Conceituar padrões físicos e de receita, primários, secundários e de trabalho.
3. Apresentar os cuidados de monitoração dos instrumentos de medição e teste.
4. Conceituar e diferenciar os vários tipos de normas. Apresentar a ABNT,
INMETRO, NIST e Código de Defesa do Consumidor.
5. Apresentar um caminho típico para obter a certificação da ISO 9000, através de
projeto, implantação e comprovação metrológica.
5.1
Confirmação Metrológica
5.2
Confirmação Metrológica
5.3
Confirmação Metrológica
5.4
Confirmação Metrológica
5.5
Confirmação Metrológica
5.6
Confirmação Metrológica
5.7
Confirmação Metrológica
5.8
Confirmação Metrológica
5.9
Confirmação Metrológica
5.10
Confirmação Metrológica
5.11
Confirmação Metrológica
5.12
Confirmação Metrológica
CALIBRAÇÃO
Comparar com valores
limites do Relatório
SIM
DENTRO Desfazer ligações com
padrões
NÃO
Etiquetar instrumento calibrado
Fazer ajustes de zero, span e Proteger e lacrar pontos de ajuste
outros aplicáveis conforme MF
AJUSTE
Arquivar Relatório de
Aplicar sinais de entrada Calibração
Ler sinais de saída
FIM
Comparar com limites do
Relatório de Calibração
NÃO
Desfazer ligações com padrões
MANUTENÇÃO Fazer manutenção corretiva
conforme procedimento
FIM
g. 2. - Diagrama de blocos da calibração de instrumento isolado
5.13
Confirmação Metrológica
CALIBRAÇÃO
DA MALHA Anotar valores lidos na Ficha Calibração
Comparar com limites estabelecidos
NÃO
Etiquetar malha calibrada
FIM
SIM
MENOR Malha não conforme para calibração
mas conforme para o processo
NÃO
FIM
Malha não conforme para processo.
Fazer relatório de não conformidade
FIM
5.14
Confirmação Metrológica
5.15
Confirmação Metrológica
5.16
Confirmação Metrológica
5.17
Confirmação Metrológica
5.18
Confirmação Metrológica
comercialmente disponíveis são exemplos ela fornece uma tensão constante e igual a
o
de calibração primária. 1,018 636 V @ 20 C.
Há ainda um outro significado para Mesmo que estes padrões não tenham
padrão primário, com relacionado com o a menor incerteza da pirâmide metrológica
seu grau de precisão ou posição na de sua quantidade física, eles são
pirâmide de rastreabilidade, mas com a chamados também de padrões primários.
sua fabricação. Existem instrumentos e
Padrão secundário ou de transferência
dispositivos que, por construção, possuem
uma propriedade conhecida e constante Os padrões secundários são também
dentro de determinado limite de incerteza. instrumentos de alta precisão mas de
Esta propriedade pode ser usada para menor precisão que a dos padrões
calibrar outros instrumentos ou padrões de primários e podem tolerar uma
menor precisão. Sob este enfoque, são manipulação normal, diferente do extremo
considerados padrões primários a placa de cuidado necessário para os padrões
orifício, bocal sônico, célula Weston, diodo primários. Os padrões secundários são
zener e resistência de precisão. usados como um meio para transferir o
A placa de orifício é considerada um valor básico dos padrões primários para
padrão primário de vazão, pois ela é níveis hierárquicos mais baixos e são
dimensionada e construída segundo leis calibrados por padrões primários.
físicas aceitas e confirmadas O padrão secundário é o padrão de
experimentalmente, de modo que ela transferência. Ele é o padrão disponível e
mede a vazão teórica dentro de usado pelos laboratórios de medição e
determinado limite de incerteza e desde calibração na indústria. Cada laboratório
que sejam satisfeitas todas as condições industrial é responsável exclusivo de seus
do projeto. A calibração de um sistema de padrões secundários. Cada laboratório
medição com placa de orifício não requer industrial deve periodicamente enviar seus
um padrão de vazão, mas somente um padrões secundários para os laboratórios
padrão de pressão diferencial, que é o nacionais para serem calibrados contra os
sinal gerado pela placa e relacionado com primários. Após a calibração, os padrões
a vazão medida. secundários retornam ao laboratório
Um bocal sônico é também um padrão industrial com um certificado de precisão
primário de vazão. Ele é dimensionado e em termos do padrão primário.
construído segundo uma geometria
definida e valores de pressão a montante
e jusante teóricos, de modo que, numa
determinada situação passa por ele uma
vazão conhecida e constante, que pode
ser usada para calibrar outros medidores
de vazão. Por construção e teoria, ele
grampeia um determinado valor de vazão
que passa por ele.
Analogamente ao bocal sônico, o diodo
zener é um padrão primário de tensão
elétrica. Por construção e por causa do
efeito Zener e em determinada condição
de polarização e temperatura, o diodo
zener mantém constante uma tensão
nominal através de seus terminais e esta
tensão conhecida e constante pode ser
usada para calibrar outros medidores de
tensão.
Uma célula Weston é um padrão
primário de tensão elétrica, pois, por
construção e sob determinada corrente,
5.19
Confirmação Metrológica
Padrão de trabalho
Os padrões de trabalho são dispositivos
de menor precisão e comercialmente
disponíveis, usados como padrões para
calibrar os instrumento de medição do
processo e dos laboratórios industriais.
Fig. 5.6. Instrumento padrão de oficina (HP) Eles são usados para o trabalho diário de
medições. Geralmente são portáteis e de
uso coletivo e por isso sua precisão se
Padrão de Oficina degrada rapidamente e requerem
Os padrões de oficina são dispositivos calibrações freqüentes. Atualmente, com a
de alta precisão e comercialmente tendência de se calibrar a malha de
disponíveis, usados como padrões dos processo in situ, os fabricantes de
laboratórios industriais. Eles não são instrumento desenvolveram padrões de
usados para o trabalho diário de medições, trabalho robustos e precisos para
mas servem como referência de calibração calibração dos instrumentos da área
para os instrumentos de uso geral e diário. industrial.
Os padrões de oficina devem ser mantidos Deve-se tomar cuidados especiais com
em condições especificas de temperatura o uso dos instrumentos padrão elétricos
e umidade. A calibração com os padrões portáteis em local industrial, observando e
de oficina é chamada de calibração cumprindo as exigências de classificação
secundária. Usa-se um dispositivo de mecânica, elétrica e de temperatura, para
calibração secundária para a calibração de não danificar o instrumento e
um equipamento de pior precisão. A principalmente, não explodir a área.
calibração secundária é a mais usada na
instrumentação. Por exemplo, a célula
padrão pode ser usada para calibrar um
voltímetro ou amperímetro usado como
padrão de trabalho. O voltímetro padrão
serve para calibrar um voltímetro de menor
precisão, que é usado para fazer as
medições rotineiras do trabalho.
5.20
Confirmação Metrológica
5.21
Confirmação Metrológica
5.22
Confirmação Metrológica
País Laboratório
Brasil INMETRO - Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial
EUA NIST - National Institute of
Standards and Technology (ex-
NBS, National Bureau of
Standards)
França Bureau International de Poids et
Mesures
UK National Physical Laboratory
Alemanha Physikalisch-Technische
Bundesanstalt (PTB)
Itália Instituto de Metrologia Gustavo
Colonnetti
4.8. INMETRO
O Sistema Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial
(SINMETRO) foi criado pela lei 5966 de 11
DEZ 73, com a finalidade de formular e
executar a política de Metrologia,
Normalização e Certificação de Qualidade
dos produtos brasileiros. O SINMETRO
estabelece o Sistema Nacional de Medição
(SNM) e é composto de:
1. INMETRO - Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial,
2. CONMETRO - Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial.
O INMETRO estabelece a base técnica,
legal e ética para todas as medições. O
processo de medição envolve amostras,
padrões físicos, materiais de referência
certificada, garantia da qualidade
metrológica, normas e procedimentos. O
INMETRO é também o depositário destes
parâmetros. Para realizar esta tarefa
extensa, o INMETRO criou a Rede Apostilas\Metrologia 5Calibração.DOC 24 SET 98 (Substitui 02 ABR 98)
5.23
Confirmação Metrológica
B.I.P.M
Laboratório Observatório
Laboratório Laboratório Laboratório
CST Nacional
do IPT de Furnas USP
Temperatura
Padrão
Eletricidade Referência
Pressão
Padrão
Transferênci
Massa
Vazão Padrão
Trabalho
Outros
Instrumento do
Usuário
5.24
A
Vocabulário de Metrologia
A.1
Vocabulário de Metrologia
A.2
Vocabulário de Metrologia
A.3
Vocabulário de Metrologia
A.4
Vocabulário de Metrologia
A.5
Vocabulário de Metrologia
A.6
Vocabulário de Metrologia
A.7
Vocabulário de Metrologia
A.8
Vocabulário de Metrologia
A.9
Vocabulário de Metrologia
A.10
Vocabulário de Metrologia
A.11
Vocabulário de Metrologia
A.12
Vocabulário de Metrologia
A.13
Vocabulário de Metrologia
A.14
Vocabulário de Metrologia
A.15
Vocabulário de Metrologia
A.16
Vocabulário de Metrologia
A.17
Vocabulário de Metrologia
6. Conceitos estatísticos
[7]
As definições dos termos básicos estatísticos dados aqui foram tiradas da ISO 3534-1 .
Esta norma deve ser a primeira fonte consultada para as definições de termos não incluídos
aqui.
A.18
Vocabulário de Metrologia
A.19
Vocabulário de Metrologia
A.20
Vocabulário de Metrologia
A.21
Vocabulário de Metrologia
A.22
Vocabulário de Metrologia
A.23
Vocabulário de Metrologia
A média aritmética
corrigida é o valor
estimado do mensurando
e o resultado da medição
Incerteza padrão da
média não corrigida Incerteza padrão
Correção de todos combinada da média
devida à dispersão das
efeitos sistemáticos
observações
Inclui a incerteza da média
não corrigida devida à
dispersão das observações e
à incerteza da correção
Distribuição desconhecida da
população inteira de observações
Distribuição desconhecida (aqui corrigidas possíveis
assumida ser normal) da população
inteira de observações não
corrigidas possíveis
Valor do mensurando
não conhecido
A.24
Vocabulário de Metrologia
c) Correção de todos os
efeitos sistemáticos
conhecidos
e) Erro residual
(desconhecível)
f) Valor do mensurando
(desconhecível)
g) Valores da
mensurando devidos à
definição incompleta
(desconhecível)
h) Resultado final da
medição
A.25
B
Normas ISO 9000
As normas não fornecem informações
1. Introdução específicas de como fabricar ou fabricar
um produto com qualidade. As normas não
As normas de qualidade ISO garantem que o fabricante certificado
apareceram de uma necessidade fornece um produto com qualidade. As
crescente de os países garantirem, de normas apenas garantem que um
algum modo, a qualidade de todas as fabricante possui um sistema de qualidade
práticas de fabricação e para garantir um no local e que estes procedimentos do
certo nível de consistência no valor dos programa de qualidade estão
produtos e serviços. Elas foram adotadas documentados e são observados por todos
no Brasil em 1990, porém apareceram na os empregados.
Europa no início dos anos 1980 e foram As normas são escritas de um ponto de
adotadas nos EUA em 1987. A Europa vista de contrato com duas partes. Elas
adotou estas normas como parte de seu são projetadas para modelar um sistema
tratado do mercado comum, de qualidade que irá encorajar um
estabelecendo que sem a certificação ISO vendedor a satisfazer as exigências de
não há negócio. Embora isso seja qualidade que um comprador pode esperar
exagerado, os países envolvidos do produto final.
concordam que este conjunto de normas As normas ISO 9000 não foram escritas
de qualidade são muito importantes no pela e para a Comunidade Européia, mas
mercado mundial. por uma organização mundial, com mais
As normas ISO 9000 são uma série de de 100 membros, em Genebra, Suíça. O
cinco normas - ISO 9000, 9001, 9002, Brasil é representado pela ABNT
9003 e 9004 - usadas para documentar, (Associação Brasileira de Normas
implementar e demonstrar um programa Técnicas), uma empresa não
de garantia da qualidade da empresa. Elas governamental responsável pelas normas
fazem isto, de um modo muito genérico, brasileiras.
apresentando três modelos de sistema de Em 1992, aproximadamente 52 países,
qualidade, resumidos nas normas ISO incluindo o Brasil, já tinham adotado
9001, 9002 e 9003. oficialmente as normas ISO 9000. Como
A ISO 9001 é o modelo para projeto e as normas são muito genéricas, qualquer
desenvolvimento, produção, instalação e país pode fazer pequenas modificações e
serviço. A ISO 9002 se aplica à produção e alterações de linguagem e publicá-las com
instalação e a ISO 9003 se aplica à títulos diferentes.
inspeção e teste finais. O guia para o uso A certificação ISO 9000 é dolorosa para
destas normas está incluído na ISO 9000 e companhias que não estão preparadas.
o guia para desenvolver o gerenciamento Pode-se levar mais de um ano para se
de qualidade e os elementos do sistema ficar pronto para uma primeira auditoria. O
estão descritos na ISO 9004. As definições processo de auditoria em si pode levar de
dos conceitos de qualidade estão descritas meses até alguns anos. Mesmo uma
em outro documento, ISO 8402, Quality companhia que já tenha um programa de
Vocabulary. gerenciamento de qualidade pode ter
B.1
Normas ISO 9000
B.2
Normas ISO 9000
B.3
Normas ISO 9000
B.4
Normas ISO 9000
B.5
Normas ISO 9000
B.6
Normas ISO 9000
B.7
Normas ISO 9000
identificar quando e se ações software antes dele ser usado para liberar
corretivas são necessárias. Se os material para uso ou venda.
registros estatísticos mostram que o
processo de medição está fora de O fornecedor irá
controle (i.e., existe uma causa e) manter registros de calibração para
especial), o usuário deve remover a os equipamentos de inspeção, medição e
causa antes da recalibração. ensaios;
f) avaliar e documentar a validade dos
O fornecedor irá resultados de inspeção e ensaios
d) identificar equipamento de inspeção, anteriores quando os equipamentos de
medição e ensaios com um indicador inspeção, medição ou ensaios forem
adequado, ou registros de identificação encontrados fora de aferição;
aprovados, para mostrar a situação da Um método muito usado para
calibração; evidenciar a calibração é a colocação de
etiquetas físicas em cada peca do
Fabricantes de instrumentos padrão de medição equipamento de inspeção, medição e
especificam e, geralmente, fornecem certificação da teste. A etiqueta é marcada com a
precisão e exatidão de seus equipamentos, quando identificação do dispositivo, o status
entregues. Estas especificações ou certificados de corrente de sua calibração, a identificação
capacidade devem ser comparadas com as da pessoa que fez a calibração e a
exigências do processo, contrato, sistema de próxima data de calibração.
qualidade e métodos de teste. A verificação da Na indústria petroquímica, onde
capacidade do dispositivo contra a especificação ou centenas de dispositivos de medição são
certificado do fabricante é recomendada. Esta usados no processo de produção,
informação deve ser incluída na documentação do alternativas práticas podem ser usadas,
sistema de qualidade para o equipamento de como registros baseados em computador
inspeção, medição e teste. com condições de verificar o status da
calibração. O usuário deve ser capaz de
Na indústria de processo, são comuns demonstra que o sistema efetivamente
equipamentos e procedimentos de evita o uso de medição de um
medição complexos. O desenvolvimento equipamento critico de inspeção, medição
de sistemas especiais de medição deve e teste quando sua data de calibração está
incluir determinações da precisão e vencida.
exatidão. Considerar, inclusive, o Além do status de calibração, os
laboratório do comprador nos estudos de registros de cada parte do equipamento de
métodos de testes para produtos inspeção, medição e teste, devem incluir
acabados. Estes estudos devem ser todos os dados da cláusula 4.11 (c).
conduzidos usando procedimentos aceitos, A manutenção de rotina e a verificação
como a norma ASTM 4691-87 Standard da precisão e exatidão dos sistemas de
Practice for Conducting an Interlaboratory medição durante a produção devem incluir
Test Program to Determine the Precision of o arranjo dos dados obtidos usando
Test Methods. amostras de referência ou padrão.
A avaliação de qualquer capacidade de Para cada sistema de medição incluído
sistema de medição deve incluir estudos no escopo desta exigência, é necessário
da variação devido a amostragem. Na identificar o equipamento e materiais
indústria petroquímica, a variância devida usados para fazer as medições. Os
aos procedimentos de amostragem é materiais particulares (p. ex., soluções
geralmente muito significativa. O controle analíticas padrão soluções buffer) devem
de procedimentos de amostragem é uma ser identificadas por um número de
parte necessário do controle do sistema de etiqueta ou de algum outro modo que
medição. satisfaça as exigências de segurança e
Onde é usado software de computador, indique a data de expiração do material.
como parte do sistema de medição, é
necessário testar o desempenho do
B.8
Normas ISO 9000
B.9
Normas ISO 9000
B.10
Normas ISO 9000
B.11
Normas ISO 9000
B.12
Normas ISO 9000
B.13
Normas ISO 9000
B.14
Normas ISO 9000
B.15
Normas ISO 9000
B.16
Normas ISO 9000
B.17
Normas ISO 9000
B.18
Conclusão final
B.19
C
Rede Brasileira de Calibração
Laboratório Cidade, Telefone Grandeza
UF s
ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland São Paulo, SP (011) 268-5111 Dimensão
Força
ABSI - Indústria e Comércio Ltda São Paulo, SP (011) 914-8987 Pressão
Balitek – Instrumentos e Serviços Ltda São Paulo, SP (011) 215-0088 Dimensão
Pressão
Ceman – Central de Manutenção Ltda Camaçari, BA (071) 832-8586 Dimensão
Pressão
Cepel - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica Rio de Janeiro, (021) 767-2111 Eletricidade
RJ Tempo
Certi - Fundação Centro Regional em Tecnologias Florianópolis, (0482) 34-3000 Dimensão
Inovadoras SC Força
Pressão
Cetec - Fundação Centro Tecnológico de Minas Belo (031) 486-1000 Força
Gerais Horizonte, MG
Cetemp/Senai RS - Centro Tecnológico de Porto Alegre, (051) 592-5618 Dimensão
Mecânica de Precisão RS
CMPJ – Centro de Mecânica de Precisão de Joinville, SC (047) 432-0133 Dimensão
Joinville
Copel – Companhia Parananense de Energia Curitiba, PR (041) 366-2020 Eletricidade
CSN – Companhia Siderúrgica Nacional Volta (0243) 44-705 Dimensão
Redonda, RJ
CST – Companhia Siderúrgica Tubarão Vitória, ES (027) 348-2162 Eletricidade
Pressão
Temperatura
CTA - Centro Técnico Aeroespacial São José dos (012) 340-3355 Dimensão
Campos, SP
Dresser Indústria e Comércio Ltda – Divisão de São Paulo, SP (011) 453-5477 Pressão
Manômetros Willy
Ecil S.A. Piedade, SP (0152) 44-3000 Temperatura
Embraco – Empresa Brasileira de (047) 441-2686 Dimensão
Compressores
Fucapi – Fundação Centro de Análise, Pesquisa (092) 237-5858 Dimensão
e Inovação Tecnológica
Furnas Centrais Elétricas SA Furnas, MG (035) 523-1001 Eletricidade
Tempo
Ibametro – Instituto Bahiano de Metrologia, Simões Filho, (071) 394-1172 Massa
Normalização e Qualidade Industrial BA
IEE/USP - Instituto de Eletrotécnica e Energia da São Paulo, SP (011) 815-2423 Eletricidade
Universidade de São Paulo
IFM - Instituto Fluminense de Metrologia SC Petrópolis, RJ (0242) 21-2652 Eletricidade
Ltda Pressão
Temperatura
INPE - Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais São José dos (012) 325-6274 Eletricidade
Campos, SP Tempo
Instituto Presbiteriano Mackenzie São Paulo, SP (011) 236-8766 Dimensão
C.1
Normas ISO 9000
Força
INT - Instituto Nacional de Tecnologia Rio de (021) 253-9294 Força
Janeiro, RJ
IOPE Instrumentos de Precisão Ltda São Paulo, SP (011) 265-4577 Temperatura
IPEI - Instituto de Pesquisas e Estudos São Bernardo (011) 419-0200 Dimensão
Industriais do Campo,
SP
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do São Paulo, SP (011) 268-2211 Dimensão
Estado de São Paulo SA Eletricidade
Força
Massa
Pressão
Temperatura
K&L Assistência Técnica em Instrumentos de (0474) 26-1712 Dimensão
Medição
Mitutoyo do Brasil Indústria e Comércio Ltda São Paulo, SP (011) 478-4544 Dimensão
Naka Instrumentação Industrial Ltda São Paulo, SP (011) 417-1177 Pressão
PUC/RJ - Pontifícia Universidade Católica do Rio Rio de Janeiro, (021) 259-5197 Dimensão
de Janeiro RJ Força
Pressão
Temperatura
PUC/RS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Porto Alegre, (051) 339-1511 Eletricidade
Grande do Sul RS Rádio
freqüência
Senai/RJ – Cetec de Metal Mecânica Euvaldo Lodi Rio de Janeiro (021) 569-1322 Dimensão
Sharp do Brasil S.A. Manaus, AM (092) 614-2533 Dimensão
Tempo
Siemens S.A. São Paulo, SP (011) 833-4405 Dimensão
Força
Pressão
Tempo
Tektronix Indústria e Comércio Ltda São Paulo, SP (011) 3741- Eletricidade
8417 Tempo
Tridmensional Leka’s Medições Ltda Rio de Janeiro, (021) 270-5888 Dimensão
RJ
Triel Engenharia Ltda Santos, SP (013) 227-5666 Eletricidade
Pressão
Unicamp - Centro de Tecnologia da Universidade Campinas, SP (0192) 39-1103 Dimensão
Estadual de Campinas
Yokogawa Elétrica do Brasil Indústria e Comércio São Paulo, SP (011) 548-2666 Eletricidade
Ltda Tempo
C.2
D
Fundamentos da Qualidade
Objetivos de Ensino
1. Apresentar a história da qualidade.
2. Conceituar qualidade e listar sua terminologia, características e aspectos.
3. Mostrar as três filosofias básicas de qualidade, segundo Deming, Crosby e Juran
D.1
Fundamentos da Qualidade
número de trabalhadores se reportando departamento de inspeção pudesse
ao supervisor se tornou muito grande, controlar os processos de produção. A
ficou impossível o supervisor controlar inspeção de 100%, geralmente
rigorosamente as operações individuais impraticável, foi substituída pelos planos
de cada trabalhador. Os inspetores de amostragem, que foram aceitos e
verificavam a qualidade do produto após estudados. Em 1946, formou-se a
determinadas operações e no final. Havia American Society for Quality Control
padrões para serem comparados com os (ASQC). Em 1950, foi desenvolvida a
produtos. Quando haviam discrepâncias série de normas MIL-STD-105, associada
entre o padrão e o item do produto, os à qualidade.
itens eram separados. Os itens não- Qualidade, definida como
conformes podiam ser retrabalhados e conformidade com a especificação, era
quando isso não fosse possível, controlada durante a produção, em vez
rejeitados. de ser inspecionada nos produtos. A
Os primeiros grupos de qualidade responsabilidade pela qualidade foi
eram os departamentos de inspeção. transferida para um departamento
Durante a produção, os inspetores independente (QC), que era agora
mediam os produtos contra considerado o guardião da qualidade. O
especificações. Os departamentos de departamento QC era separado da
inspeção não eram independentes; eles fabricação, para ter autonomia e
geralmente se reportavam ao independência.
departamento de fabricação cujos Embora as condições fossem idéias
esforços eles inspecionavam. Isso para se explorar os benefícios do controle
apresentava um conflito de interesses, estatístico da qualidade, as indústrias
pois o departamento de inspeção americanas se mostraram preguiçosas e
rejeitava uma batelada de produtos não- pouco interessadas com estas teorias
conformes e o departamento de relacionadas com qualidade. Foi o Japão,
fabricação queria aproveitar essa totalmente destruído pela guerra, que
batelada de produtos para venda, adotou rigorosamente os planos de
independente da qualidade. Havia o controle de qualidade e se submeteu a
conflito entre as mensagens de "produção programas intensivos de treinamento e
a qualquer custo" e "qualidade é o mais educação. Foram para o Japão, como
importante". Neste ambiente, a qualidade consultores e professores, os americanos
do produto melhorava muito lentamente. W. Edwards Deming (1950) e Joseph M.
Durante este período, foram Juran (1954).
desenvolvidos os fundamentos
Garantia da Qualidade
estatísticos da qualidade e a Bell
Telephone Laboratories montou uma Na década de 1960, o controle da
equipe de pioneiros do estudo da qualidade evoluiu para Garantia da
qualidade, como Walter A. Stewhart Qualidade (QA - quality assurance). O
(controle estatístico de processo), H. G. departamento de garantia da qualidade
Romig e H.F. Dodge (planos de assegurava a qualidade do processo e do
amostragem). produto através de auditorias
operacionais, treinamentos, análises
Controle da qualidade técnicas. Os consultores de QA atuavam
No período de 1940 a 1960, a fase da nos departamentos onde realmente
evolução é chamada de Controle estava a responsabilidade pela qualidade.
Estatístico da Qualidade. Nesta etapa, os O QA é uma área funcional responsável
grupos de inspeção evoluíram para os pela inspeção dos produtos, calibração
departamentos de Controle da Qualidade dos instrumentos, teste dos produtos e
(QC). O início da Segunda Guerra inspeção da matéria prima.
Mundial requereu produtos militares sem Neste período surgiu o conceito de
defeitos. A qualidade do produto era Defeito Zero (ZD - zero defect), que se
crucial para ganhar a guerra e isso baseava na obtenção de produtividade
somente seria garantido se o através do envolvimento do trabalhador.
D.2
Fundamentos da Qualidade
Esse conceito era adequado para a ou boicote do esforço da qualidade. O
NASA (National Aeronautics and Space comitê executivo define uma política
Administration) em lançamento de realística, os gerentes estabelecem
foguetes e satélites. objetivos atingíveis, os engenheiros
No Japão, surgiu o conceito de projetam produtos funcionais, confiáveis e
círculos de controle de qualidade, atraentes, as recepcionistas são gentis e
baseado no estilo participativo do eficientes e os operadores fabricam um
gerenciamento. Este princípio assume produto sem defeitos.
que a produtividade irá aumentar através A orientação para o cliente final é
de um moral elevado e motivação, que essencial, pois suas necessidades
são obtidos através de consulta e mudam e a organização deve detectar
discussão em grupos informais. essas variações e se adaptar para
atendê-las. Adaptar significa projetar
Gerenciamento da Qualidade Total
produtos estéticos, fabricar produtos sem
Na década de 1970, quando o assunto defeitos, entregar os produtos em tempo
qualidade se tornou mais crítico, QA e com lucro. Uma organização deve
evolui para o Gerenciamento da projetar e produzir e entregar o que o
Qualidade Total (TQM - total quality cliente quer e não o que a organização
management) ou o gerenciamento da pensa que o cliente quer.
qualidade em toda a companhia (CWQM
- company-wide quality management).Os 2. Conceito de Qualidade
grupos de qualidade da companhia são
menores, com mais autoridade e menor A noção de qualidade pode ser
responsabilidade direta pela qualidade. dividida em cinco categorias:
Por exemplo, o grupo de qualidade tem 1. transcendental,
autoridade para impedir a saída de um 2. baseada no produto,
produto defeituoso da porta da fábrica, 3. baseado no usuário,
enquanto a responsabilidade do controle 4. baseada na fabricação e
de qualidade atua no operador do 5. baseada no valor.
departamento de fabricação. Ainda foram identificados oito atributos
A qualidade está associada com cada na definição da qualidade:
indivíduo. O programa de qualidade total 1. desempenho,
envolve toda a organização, 2. características,
desenvolvendo e implantando uma ética e 3. confiabilidade,
cultura de qualidade. O foco do programa 4. conformidade,
é toda a companhia, orientado para o 5. durabilidade,
usuário e realizado competitivamente. 6. utilidade,
A qualidade não fica apenas em um 7. estética e
departamento. Para fabricar um produto 8. percepção da qualidade.
com qualidade ou entregar um serviço O termo qualidade pode ser definido
com qualidade requer a atenção e de vários modos, dependendo do
envolvimento de todos da organização. É enfoque e perspectiva do usuário.
responsabilidade da pessoa que faz Qualidade é:
diretamente o trabalho, da recepcionista 1. conformidade com especificações e
que atende alegremente as pessoas, da normas aplicáveis (Crosby)
telefonista que se comunica com o 2. adequação (fitness) ao uso (Juran)
mundo externo, do gerente que 3. satisfação das vontades,
supervisiona os empregados, do necessidades e expectativas do
instrumentista que mantém os comprador a um custo competitivo
instrumentos em operação, do 4. adequação do produto ou serviço
responsável pela embalagem do produto. ao seu uso pretendido como
Cada elemento da organização, desde o requerido pelo usuário.
comitê executivo que estabelece a
política de qualidade até a recepcionista
na portaria da firma, contribui para o êxito
D.3
Fundamentos da Qualidade
2.1. Conformidade comprador. O comprador é a razão da
existência da organização, mas o
Toda organização, se lucrativa ou sem
fabricante ou o fornecedor do serviço
fins lucrativos, de fabricação, serviços,
deve ter o seu lucro. Muitos clientes não
privada ou pública, tem especificações e
compram um produto ou serviço, a não
normas, que são elaboradas por
ser que ele tenham um preço razoável.
organizações para medir o desempenho e
corrigir os desvios dos níveis esperados.
3. Características da Qualidade
Por exemplo, em uma operação de
fabricação, as especificações detalham Pode haver um ou mais elementos
limites dimensionais, atributos físicos de para definir o nível de qualidade de um
uma característica da qualidade de uma produto ou serviço. Esses elementos são
peça. Em uma operação de serviço, as chamados de características da
normas estabelecem os métodos qualidade. Estas características podem
aprovados de comportamento ou serviço. ser agrupadas de vários modos:
estrutural, sensorial, tempo e ético.
2.2. Adequação ao uso As características estruturais incluem
A associação da qualidade com a as grandezas físicas como comprimento,
adequação ao uso é de Joseph Juran. É área, volume, massa, peso, resistência,
uma definição baseada no mercado e no viscosidade, densidade e muitas outras
comprador. Um produto ou serviço é variáveis de processo incluídas na
adequado para uso se ele satisfaz as instrumentação e controle do processo.
necessidades e exigências do comprador. As características sensoriais incluem o
É possível se ter um produto que gosto de uma comida, cheiro de um
esteja de conformidade com o uso em perfume, beleza de um modelo. As
termos de satisfação do comprador mas características que dependem do tempo
não se conforme com a especificação. A incluem a garantia, confiabilidade,
especificação de acabamento de mantenabilidade. As características éticas
superfície foi desenvolvida para um incluem honestidade, cortesia, amizade.
produto de consumo. A condição do As características da qualidade podem
acabamento da superfície é importante ser agrupadas em duas grandes classes:
porque ela melhora a aparência do variáveis e atributos.
produto e sua facilidade de venda. As
especificações foram escritas para todas 3.1. Variável
as superfícies, internas e externas. Variável é a característica que pode
Porém, se a superfície interna do produto ser medida e expressa por um valor
não está de conformidade com a norma e numérico, unidade e um limite de
como ela não pode ser vista pelo incerteza. São exemplos de variáveis:
comprador, ela não influencia 1. o diâmetro de eixo, como 10,0 ±0,1
negativamente na sua decisão de compra mm
e portanto a não-conformidade é aceita. 2. a massa de um corpo, como 8,5 ±0,2
Assim, um produto com uma imperfeição kg
pode ser adequado ao uso se tal 3. a densidade relativa de um fluido em
imperfeição não afeta seu desempenho, relação à agua, como 0,8
segurança ou atração para a venda. (adimensional)
4. a resistência elétrica de uma bobina,
2.3. Satisfação do comprador a um
como 24 Ω.
preço competitivo 5. o volume de um frasco, como 1,0 litro.
A qualidade do produto ou serviço é a
habilidade do produtor ou prestador de 3.2. Não-conformidade
serviço satisfazer as necessidades do Uma não conformidade é uma
comprador, ainda sendo capaz de ter característica de qualidade que não
lucro. Esta definição envolve os dois satisfaz a especificação requerida
lados da questão: o fornecedor e o estabelecida. Por exemplo, seja a
D.4
Fundamentos da Qualidade
espessura nominal de uma arruela de 5,0 ou não (defeituoso). O termo moderno
±0,2 mm. Uma arruela com espessura de para item defeituoso é item não-
5,1 mm é conforme e boa; uma arruela conforme. A definição do American
com 5,3 mm tem a espessura não- National Standards Institute (ANSI) e
conforme e deve ser retrabalhada para American Society for Quality Control
ficar dentro do especificado. (ASQC) é a seguinte (ANSI/ASQC A3,
Uma unidade não-conforme é aquela 1987):
que possui uma ou mais não- Defeito é um afastamento de uma
conformidades, de modo que a unidade característica de qualidade de seu nível
não é capaz de satisfazer a especificação ou estado pretendido que ocorre com
estabelecida e portanto, incapaz de uma gravidade suficiente para fazer o
funcionar como previsto. Uma peça com produto ou serviço associado não
o peso e o comprimento fora das satisfazer a exigência de uso pretendida,
tolerâncias estabelecidas é uma unidade de modo visível
não-conforme e como tal, deve ser
retrabalhada ou se isso não for possível, 3.5. Padrão e Especificação
rejeitada e jogada fora. Como a definição de qualidade
envolve a satisfação do usuário, as
3.3. Atributo necessidades do usuário devem ser
Atributo é uma característica de documentadas. Uma norma ou
qualidade se ela só pode ser classificada especificação se refere ao
como conforme ou não conforme, boa ou estabelecimento preciso que formaliza as
ruim, satisfaz ou não satisfaz, de acordo necessidades do usuário. Eles podem ser
com uma determinada especificação. referir a produto ou processo ou serviço.
O atributo é a característica da Por exemplo, a especificação de uma
qualidade que geralmente não pode ser peça pode incluir o diâmetro interno de
medida em uma escala numérica. Por 4,0 ±0,1 cm, diâmetro externo de 10,0
exemplo, o cheiro de um perfume, a cor ±0,2 cm, comprimento de
de um tecido são atributos, pois são 12,0 ± 0,3 cm. Isto significa que uma
caracterizados como aceitável ou não- peça aceitável deve satisfazer cada uma
aceitável. das dimensões acima, dentro das
Às vezes, uma variável pode ser tolerâncias estabelecidas.
considerada como atributo. Por exemplo, Segundo o National Institute of
o diâmetro de um eixo a ser usado em Standards and Technology (NIST),
um conjunto, é rigorosamente uma especificação é um conjunto de
variável, com uma dimensão, unidade e condições e exigências, de aplicação
tolerância. O eixo poderia ser medido por limitada ou específica, que fornece uma
um paquímetro ou micrômetro e o descrição detalhada do procedimento,
operador iria classificá-lo como conforme processo, material, produto ou serviço,
ou não-conforme. Uma alternativa mais para uso principalmente em compra e
rápida, seria comparar o diâmetro do eixo fabricação. Normas podem ser referidas
com um padrão ou inserir o eixo em um ou incluídas em um especificação.
furo padrão, de modo que ele seria Norma é um conjunto escrito de
classificado rapidamente como conforme condições e necessidades, de aplicação
ou não-conforme. A grande vantagem de geral ou restrita, estabelecida por uma
considerar o indicador bom ou não-bom é autoridade ou acordo, para ser satisfeita
a economia de tempo no teste. por um material, produto, processo,
procedimento, convenção, método de
3.4. Defeito teste; relacionada com características
Defeito está associado com uma físicas, funcionais, desempenho ou de
característica de qualidade que não conformidade.
satisfaz a especificação. A gravidade de Padrão é a representação física de
um ou mais defeito em um produto ou uma unidade de medição ou uma receita
serviço pode determinar se ele é aceitável
D.5
Fundamentos da Qualidade
que define o método para se obter uma
Custo
unidade de medição. Custo
D.6
Fundamentos da Qualidade
especificação de 5. Gerenciamento da Qualidade Total
20,0 ±0,4 mm, a fase do projeto deve ser
revista. Se for possível fabricar pinos 5.1. Introdução
somente com a tolerância de 20,0 ±0,4, a
especificação do produto é alterada. Em uma economia global, a fabricação
Caso seja mandatória a especificação de de produtos e a execução de serviços
20,0 ± 0,2 mm, deve-se alterar a não possui fronteiras. Uma indústria
ferramenta ou o método de produção, automobilística pode ter o gerenciamento
certamente com aumento do custo final na Alemanha, fabricar o motor no México,
do produto. Enfim, deve haver uma montar o carro no Brasil e vendê-lo e
constante interação entre o projeto e a prestar assistência técnica na Arábia
produção de modo que o projetado possa Saudita. Este carro, da concepção,
ser realmente fabricado. fabricação e entrega, deve incorporar
qualidade.
Na Europa, a International Standards
Organization (ISO) desenvolveu normas
(série 9000) para estabelecer uma
Qualidade
linguagem comum e entendimento dos
principais termos e conceitos na
qualidade. Nos Estados Unidos, o
American National Standards Institute
(ANSI) é a organização responsável pela
Qualidade de emissão de normas. As normas ANSI são
Conformidade tecnicamente equivalentes às normas
ISO.
As normas se referem à fabricação de
produtos e execução de serviços, pois
estes parâmetros estão quase sempre
Qualidade Qualidade de associados. Na maioria dos casos, um
de Projeto Desempenho fabricante de produtos é também um
entregador de serviços. Por exemplo,
Fig. 2. Aspectos da qualidade quando se pede uma refeição no
restaurante, a componente serviço da
comida é tão importante quanto a
componente produto, que é a comida em
si. O maître toma o pedido do cliente com
4.3. Qualidade de Desempenho todas as especificações da comida, o
A qualidade de desempenho está cozinheiro faz a comida usando produtos
relacionada com a operação do produto comprados de diversos fornecedores, o
quando realmente posto para usar ou garçom entrega a comida e serve o
quando o serviço foi executado e se cliente, de modo educado e cuidadoso. O
mede o grau de satisfação do ambiente deve ser adequado para a
consumidor. A qualidade de desempenho conversação, com música ambiente
é função da qualidade de projeto e da suave e temperatura adequada. E a conta
qualidade de desempenho. O teste final deve ser honesta para o cliente e deve
do produto é sempre feito pelo dar lucro ao dono do restaurante.
consumidor. A satisfação de suas Quando a qualidade dos bens e
expectativas é o principal objetivo. Se um serviços complexos deve ser controlada e
produto não funciona como é esperado, garantida, deve-se implantar um
deve-se fazer ajustes nas fases de programa de qualidade total. O objetivo
projeto e de conformidade. do programa é medir, detectar, reduzir,
eliminar e evitar deficiências na
qualidade. Deficiências podem ser
1. produtos com defeito
2. serviços descorteses
D.7
Fundamentos da Qualidade
3. entregas demoradas Para um mercado estabelecido, pode-
4. falta de assistência pós-venda se ter uma versão melhorada do produto
existente com preço equivalente, ou um
5.2. Sistema de Qualidade Total produto similar com preço mais baixo.
Pode-se também desenvolver um produto
Um sistema de qualidade é
especializado para um segmento de um
estabelecido na estrutura operacional de
mercado estabelecido. Esse produto
toda a companhia e planta, documentado
satisfaz as necessidades de um
em procedimentos efetivos e integrados
segmento específico do mercado alvo.
relativos ao gerenciamento e trabalhos
O marketing também identifica as
técnicos, para orientar as ações
necessidades, vontades e expectativas
coordenadas das pessoas, máquinas e
de produtos e serviços. Quase todo
informações da companhia e planta do
produto tem um componente serviço
modo melhor e mais prático possível para
associado, que é tão importante quanto o
garantir a satisfação da qualidade do
componente produto. Por exemplo, quem
usuário e custos econômicos da
compra um microcomputador IBM compra
qualidade.
também o serviço que está associado
5.3. Malha da Qualidade com o nome IBM.
Assim que as necessidades do usuário
Os principais elementos da malha de são identificadas, elas são comunicadas à
qualidade de um programa de organização em termos de um conjunto
gerenciamento de qualidade total, de necessidades resumidas em uma
conforme são os seguintes: especificação do produto. As
1. Marketing e pesquisa de mercado necessidades do cliente se transformam
2. Projeto, especificação, engenharia gradualmente em especificações do
e desenvolvimento do produto produto e do serviço, como
3. Procurement características de desempenho, estética,
4. Planejamento e desenvolvimento do embalagem, preço, exigências legais.
processo Finalmente, o marketing estabelece
5. Produção uma informação, monitoração e sistema
6. Inspeção, teste e exame de realimentação negativa. As
7. Embalagem e armazenamento necessidades do usuário se alteram e
8. Venda e distribuição uma organização deve continuamente se
9. Instalação e operação acomodar a essas alterações através do
10. Assistência técnica e manutenção ciclo de vida do produto. Se não houver
11. Descarte depois do uso esta adaptação, os produtos e serviços
Marketing e pesquisa de mercado irão envelhecer e não mais irão satisfazer
as necessidades do usuário.
A responsabilidade do marketing é A maioria dos produtos segue um ciclo
identificar o mercado, identificar as de vida consistindo de quatro estágios:
necessidades do cliente, desenvolver introdução, crescimento, maturidade e
uma descrição resumida do produto e declínio. Esses quatro estágios mostram
estabelecer um sistema de controle à o perfil de vendas de um produto.
realimentação negativa (feedback). Quando um produto é introduzido no
Um mercado pode ser inteiramente mercado, as vendas podem ser baixas
novo, já estabelecido ou um segmento de por que as pessoas ainda não conhecem
um mercado estabelecido. Pode-se o produto ou não conhecem os benefícios
desenvolver um produto totalmente novo resultantes de seu uso ou o produto pode
para um mercado novo. Este produto tem ter um preço muito alto. Em seu estágio
um preço normalmente muito elevado, de crescimento, através da propaganda,
para recuperar alguns custos de as pessoas tomam conhecimento de seus
desenvolvimento e pesquisa. Esse novo benefícios potenciais ou de sua
produto inicialmente não tem competição habilidade de satisfazer suas
e de modo que se alguém quiser comprá- necessidades. As vendas crescem. No
lo, deve pagar o seu alto preço. estágio de maturidade, os competidores
D.8
Fundamentos da Qualidade
desenvolvem produtos melhores com A qualidade no projeto é essencial
mesmo preço ou produtos com igual para um produto final ser livre de defeitos,
desempenho mas com preço menor. As seguro e confiável. Projeto ruim causa
vendas permanecem estáveis. falha prematura do produto. Se os erros
Finalmente, no estágio de declínio, a de projeto não são corrigidos, eles são
competição força a organização repetidos em cada produtos fabricado. O
desenvolver novos produtos ou abaixar o projeto bom implica em segurança e
preço do produto existente. De qualquer saúde. Se uma planta nuclear não é
modo, as vendas caem. projetada e construída com a segurança
em mente, um acidente pode liberar
Projeto, especificação, engenharia e
radioatividade na atmosfera, resultando
desenvolvimento do produto
em mortes (Chernobyl e Three Mile
A engenharia usando o resumo do Island).
produto, transforma as necessidades do O projeto também deve considerar a
usuário em especificações técnicas para confiabilidade, o efeito a longo prazo da
materiais, produtos e processos. No qualidade. Produto confiável é aquele que
desenvolvimento do produto, são raramente se estraga. Quando estragado,
considerados os seguintes parâmetros: o produto deve ser rapidamente
necessidades do usuário, custo, consertado. O instrumento é considerado
facilidade de fabricação e de teste e muito disponível quando raramente se
qualidade do projeto. estraga e é facilmente consertado.
A engenharia primeiro desenvolve uma
ideia e o conhecimento do que o usuário Matéria prima
quer ou espera. Geralmente, as Dependendo do produto e da indústria,
necessidades, vontades e expectativas muitos fabricantes usam cerca de 70% de
do usuário são vagas e a engenharia seu material de fornecedores externos.
somente tem uma ideia abstrata do Um produto final só é de boa qualidade
mercado. O marketing deve obter quando os seus componentes adquiridos
informações dos grupos enfocados, forem de boa qualidade. Assim, a compra
amostragens, pesquisas e outras fontes. e o controle de compra das matérias
O marketing acredita que a organização primas e peças de terceiros são
pode desenvolver um produto ou serviço fundamentais para a qualidade do
para satisfazer estas exigências. A produto final.
engenharia então determina se é possível Deve-se selecionar e monitorar os
desenvolver o produto dentro do tempo e fornecedores. A seleção dos
orçamento estabelecidos. fornecedores é um processo formal que
Mesmo durante as considerações da avalia os fornecedores quanto à sua
satisfação do cliente, os custos do habilidade de fabricar um produto sem
produto e sua entrada são sempre defeito, com preço competitivo, entregue
considerados. Se um produto tem um alto no tempo combinado e com suporte de
preço e uma imagem de qualidade, ele serviço adequado. A monitoração dos
vende pouco, o mercado é rico mas não é fornecedores garante que seus produtos
um mercado de massa. estão de conformidade com as
Às vezes, o engenheiro projeta um especificações. A monitoração inclui
produto no terminal do computador e não auditorias nas dependências do
solicita informação ou ajuda quanto à sua fornecedor relativas ao seu sistema de
capacidade de ser construído. Um qualidade, teste e melhoria do produto.
produto projetado com pequenas Um fabricante é um comprador de
tolerâncias é, às vezes, impossível de ser seus fornecedores. O comprador deve
fabricado ou operado. Tolerâncias muito comunicar aos seus fornecedores as
pequenas ou muito grandes podem suas especificações detalhadas, com
resultar em falhas prematuras, causadas desenhos, ordens de compra e contratos.
pela interferência de peças muito As necessidades do usuário devem
encaixadas ou muito folgadas. incluir:
D.9
Fundamentos da Qualidade
1. características de qualidade do determinados. Pode-se implantar o
produto controle estatístico de processo, que
2. características de serviço engloba as seguintes idéias básicas:
3. ambiente de operação 1. qualidade é a conformidade com as
4. identificações precisas de estética e especificações
grau de qualidade 2. processos e produtos variam
5. instruções de inspeção sempre
6. especificações do produto 3. as variações nos processos e
produtos podem ser medidas
Processo, planejamento e
4. as variações seguem padrões
desenvolvimento
identificáveis
Os processos de produção, quer 5. as variações devidas a causas
sejam de inspeção, montagem ou assinaláveis distorcem o formato da
fabricação, devem ser planejados para distribuição normal
que operem corretamente sob condições 6. as variações são detectadas e
controladas. Isto significa que os controladas através do controle
equipamentos de fabricação, produção e estatístico do processo.
os instrumentos de medição são O controle estatístico de processo
monitorados, calibrados e controlados envolve a comparação da saída de um
conforme programas elaborados para processo ou serviço com uma norma ou
fabricar produtos sem defeitos. A padrão e a tomada de ações corretivas
variabilidade causada pelos operadores, em caso de discrepância entre as duas.
materiais, métodos e máquinas é mantida O controle estatístico também envolve a
dentro de limites mínimos exequíveis. As determinação da habilidade de um
operações de produção são detalhadas. processo fabricar um produto que
As instruções de trabalho e manutenção satisfaça as especificações ou
são seguidas. O pessoal envolvido é necessidades desejadas.
treinado.
Inspeção, teste e exame
Produção
Inspeção, teste e exame são aplicados
A produção torna realidade o projeto a processos e produtos. O nível de teste
da engenharia. Os desenhos e depende do produto, do risco ao
especificações são transformados em consumidor, risco ao produtor, custo e
produto. Produção é um termo legislação vigente. Por exemplo, produtos
abrangente que inclui montagem, envolvendo a saúde e segurança públicas
fabricação e inspeção em linha. tem riscos associados com o produtor e o
A responsabilidade pela qualidade fica consumidor, se o produto falha. Este tipo
com o operador e o supervisor de de produto deve ser regulado por leis
produção. O supervisor de produção deve governamentais, que incluem testes e
comunicar a importância da qualidade ao inspeção. Por exemplo, produtos
pessoal da linha de montagem. Deve alimentícios e farmacêuticos possuem
haver uma dedicação honesta na legislação federal específica, que
perseguição e obtenção da excelência e estabelece testes, fabricação e
uma interminável e contínua melhoria. Se distribuição.
o programa de qualidade é apenas A qualidade do produto é somente tão
retórico ou teórico, o trabalhador da linha exata quanto os instrumentos de medição
de produção ou o operador do processo usados para verificar sua qualidade. Isto
sente a manipulação, rejeita-a e não se implica que qualquer instrumento de
empenhará para que o produto final tenha medição deve ser exato e preciso para
a qualidade desejada. fornecer o gerenciamento com suficiente
Assim que um processo entra em confiança nas decisões e ações
operação, ele é controlado manual ou baseadas nas medições. Indicadores
automaticamente para garantir as locais, instrumentos e equipamentos de
características de qualidade e quantidade teste automático devem ser escolhidos
do produto, dentro de limites para satisfazer ou exceder as exigências
D.10
Fundamentos da Qualidade
do usuário. Todo instrumento de medição do produto, mesmo antes de ser usado. É
deve ser calibrado ou aferido em importante monitorar e corrigir essa
intervalos regulares, com padrões situação porque ela afeta as vendas
apropriados. Todo padrão, em qualquer futuras.
nível hierárquico deve ser calibrado ou
Instalação e operação
aferido também em intervalos regulares,
nas próprias dependências ou em Produtos industriais complexos podem
laboratórios externos. requerer ferramentas, equipamentos,
A qualidade do produto pode ser métodos especializados ou pessoal
verificada através da entrada, em linha treinado para a sua instalação e
com o processo ou através da inspeção operação. Em um mínimo, as máquinas e
final. A matéria prima examinada quando produtos complexos devem ter manuais
chega. O controle estatístico do processo detalhados e claros, que descrevem a
é usado para controlar o desempenho em instalação e operação seguras. A
linha do processo. A inspeção final ocorre documentação de instalação e operação
antes que o produto é enviado para a inclui instruções de montagem, reparo,
estocagem ou para o usuário. instalação e operação, lista de peças de
O grau e a frequência da inspeção reposição e informação de serviço do
depende da importância da característica produto.
da qualidade e da capacidade do Assistência técnica e manutenção
processo. Se a qualidade de um produto
Assim que o produto é vendido, o
é essencial ao desempenho do produto,
comprador de um produto técnico ou
então o produto pode ser 100%
complexo poderia requerer assistência
inspecionado.
técnica para manter sua operação.
Embalagem e armazenamento Assistência técnica pode se resumir em
A qualidade somente pode ser mantida responder perguntas por telefone. Serviço
se os produtos são embalados, pós-venda de equipamento complexo
armazenados, manipulados e pode significar o envio de um técnico
transportados adequadamente. A especializado para reparar, substituir,
embalagem adequada protege o manter ou modificar uma peça sofisticada
conteúdo contra perigos devidos a do equipamento. A assistência técnica
vibração, choque mecânico, calor, pós-venda cria lealdade ao produto ou à
abrasão e corrosão. Alguns produtos marca, que gera novas vendas.
requerem cuidados especiais no Jogada fora depois do uso
armazenamento, manipulação e
Após o uso, um produto descartável
embalagem. Por exemplo, circuitos
deve ser jogado fora de modo adequado
eletrônicos integrados devem ser
e seguro. Se o produto não tem mais vida
embalados em sacos envelopes
útil, ele deve ser jogado fora. Porém, um
antiestáticos; produtos alimentícios
produto pode ter sua vida estendida,
perecíveis devem ser transportados em
quando reparável. Se ele deve ser jogado
containers refrigerados; equipamentos
fora, isso deve ser feito de modo a não
que entram em contato direto com
prejudicar a segurança, saúde ou
oxigênio, cloro ou outro oxidante forte
ambiente. Por exemplo, a legislação
deve ser isento de pó e óleo.
cuida e regula o lixo de produtos químicos
Vendas e distribuição tóxicos.
Assim que o produto é vendido, ele Depois que um produto sai da malha
deve ser entregue ao comprador em de qualidade, a malha recomeça com um
estado intacto, no prazo combinado e de outro produto, novo ou melhorado. Há
modo cortês. Se o produto é danificado muito poucos produtos ou serviços que
durante o transporte, o problema deve ser não seguem a malha da qualidade, por
tratado efetiva e eficientemente com o que os produtos devem se adaptar às
comprador. Se o pessoal de entrega é variações do mercado ou desaparecer.
mal educado, cria-se uma má impressão
D.11
Fundamentos da Qualidade
Marketing e pesquisa de
Assistencia técnica e
manutenção
Compra de matéria
prima e peças
Instalação e operação
Planejamento e
Venda e distribuição desenvolvimento do processo
Embalagem e Produção
Inspeção, teste e
Fig. 4. Malha típica de qualidade, conforme ANSI/ASQC Norma Q94: Quality Management
and Quaality System Elements – Guide lines.
D.12
Fundamentos da Qualidade
D.13
Fundamentos da Qualidade
D.14
Fundamentos da Qualidade
D.15
Fundamentos da Qualidade
D.16
Fundamentos da Qualidade
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Fundamentos da Qualidade
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Fundamentos da Qualidade
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