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veers AnoV, n.28, setembro/outubre, 2000 - R$ 7,00 Pe REAeeLas Dre eee ce eel Caes adoram brincar, correr,-saltar, exercitar-se... Ge... +Mas, Se algo nao vai bem, vocé ja pode receitar o melhor para ele: Baked QUADRISOL’5 Antiinflamatério, antipirético e analgésico Para artrose, traumatismo, luxacdes, torcdes, artrite, hérnia de disco, displasia coxo-femural, edemas e inflamacdes em geral «+ bose de Vedoproen,meléclaantinflmatcia néo-esterbide deco gerasdo, * Excelente foleréncia e margem de seguranca. a + Fornuogdoexcsiva em gel poativel do pene saute * Dosagem: Iml/10kg em 1 56 dose didria, pit Para o tratamento das inflamacées e alivio das dores dos sistemas osteo-articular e PRE En Creech —~— EN .¢40) fo):} 3 He Anestesiologia - 23 Utilizagao de analgésicos em pequenos animals Use of analgesics in smal animals Clinica médica - 36 Aspectos clinicos de cées com leishmaniose visceral no municipio de Aragatuba - S40 Paulo (ras) Ginical aspects fom dogs naturally infected vith visceral loishmaniasis m Aragatiba - Sao Paulo Stato (Brazil) Oncologia - 46 Tumor ovariano de eélutas de ‘Sertol-Leydlg:relato de caso em cadela poodte com hiperacrenocorticismo Ovarian SerirLeyig col tuner a ferae peel doo SECOES Wh hyperaorenocortcism case report Editorial - 5 Seguranca no Langamentos - 64 trabalho - 55 Novidades do setor Opiniao - 6 FFaga facil, dardos e veterinario zarabatanas i Especial Negécios e bem-estar animal - 10 ee equipamentos Servigos e especialidades - 68 Prestadores de servicos para cis veternarios Agenda - 70 Clinica Veterinaria, Ano V, 0.28, setemorofoutubro, 2000 3 OY ey CE a sions) kennel paleaner ie = parce A Camco es . meres et ae httpi/www.editoraguara.com.br a set ae Sener | eee le = evacsinaturasGeditoraguara.combr jt. tne hain na pe i" eomrcree = vate sn ‘niéco whrenira acorn | EMIUFE é cvredacao@editoraguara.com.br me fu tgrtsiy | Hemet ef quara@editoraguara.com.br Bu feed fone: Join ern non \luil, midla@editoraguara.com.br cic tigate | eon a or 50 7 agente De ‘defaisuiwebez004 come a finuwones esd cniews DESKTOP PUBLISHING ‘skagen oe fea Gl ue Ponqiaen soe Elion Cuore ia hee Seatac | Beeman Zhu Poe Baris osc FoTOLITOS E DIGITALt- | eee | ici PUBLICIOADE / ADVERTISING _ZACAO DE IMAGENS / iat cu ‘ie | Oe ne Pains Braco Faure and seans pote Ragemiesset | moti Senseo a » Pig sas me rear a fe JORNALISTA / JOURNALIST a Seinedant | mbentroir Ise Sst Hoesen foe wie aan sda ay eet | FOTOGRAFO / PHOTOGRAPHER Re ae | emciaenat febemam Carlos Vasconcelos ae {Genome Stacie ‘i ee enue ite fet — | Snatemacmae | RiirmteaeRte CONSULTORIA JURIDICA/ —_IMPRESSAO / PRINT tg kame CONSULTING ATTORNEY ae iainwenn | Aaa cole tt comes de Cue toe Epa | wsomehemie tat TIRAGEM/cIRCULATION — Saints: | eontt) 251-2670 10,000 exemplar ae | suteetooee Anat CORRESPONDENCIA E ASSINATURAS a aw f2feas ane susscniprion tetvtonitena | raya | SHOR ora seats tap cocoons meres | ri | aus elena ses onan (0) ss64208 Soren fe esmactanm | Sestneomie Seitort" ste Paao oP onasi. | eter tepeincmme | Ae es 6 uma soviea tenico-certtica berastal, igita aor clinioos _ SHDRORNSSESFEEL “Marcio Cairo svi A, Nescones | Sue l betel ge abil | ate Fee pen cen cate fora oom | aude creme ners nina | seas i ng gen titccmemscamnacancsensiovesc. fait ae ee ee ites | eae Sain Fee ees ren dma emetic os en oe a “reno ree raesge Asigos clentilcosinéditos,revistes de literatura, relatos de caso © comunicagées breves enviados & Redacio sto avaliados pela equipes Beate fae do pareter nical, 9 acral encaminicco aos consltoes cientlicos, A equipe decid sobre a eonveniene publicagao, de forma integral ou parcial, encaminhando ao autor sugest6es © possiveis comegdes. Para esta primeira avaliagad; solicitas Hroe Gu fos soja envlade copia do artigo ede suas imagens origina tos, slides ou iiistragbes), com Wentlieagae, dos autores fendeteco,leleione e e-mail. Os artigos de todos as catozorios devern ser acompanvtados de versa em lingua inlesa de: ttl, resume fide 600.3 000 caracteres)¢ unitermos [3 46). O material enviaca deve necescariamente posuiyalém da. apresentacay impressa, Copia fi dicate de 3.5" Imagens como tabels, grafico: elitr nao podem ser provenientes de literatura, mesmo que seja ineada Fone Ie fot ins dese praia de te, un css pos a9 cit eis aoa Sulolizacdo pare publicagdo, As relerencies bibliograicas serio ndicades a0 longo do texto spenas por numerOs, que correspondesa0a ligestan co final Co aitgs, evtanco cltacoes de aulores e datas. A apresensagao das referencias a0 nal do artigo deve segue ae norma ale da ABNT, {© matenal deve ser enviado para’ Revista Clinica Veterinaria { Redacao Caixa Postal 66002 CEP 05311-970 Sao Paulo - SP ‘por e-mail: cvredacaov@editoraguara.com bt Fone: (11) 3641-6845, Fax: (11) 3835-4555 4 nica Veterinaria, Ano V, 9.28, setemrojoutubro, 2000) bem-estar animal vem ganhando destaque em varios segmentos, como na politica, na pesquisa, no ensino, na preservacao ¢ o principal, na consciéncia das pessoas. Um exemplo disto 6 0 fato de ja existirem diversos criadores de caes que optam pela nao rea- lizagao de cirurgias estéticas. Os padroes de racas de caes que normalmente indicam 0 corte de orelhas, j4 descrevem como deve ser a orelha do animal, quando integra. Infelizmente, ainda no ha um padrao para cauda integra, para as racas em que s3o amputadas. Na discussao das cirurgias estéticas um item é muito importante: a liberdade de escolha de realizé-las ou nao. No caso das amputacoes de cauda, ainda nao ha o que escolher, pois os padrdes descrevem apenas que a cauda deve ser amputada. Desta maneira, forga-se a esco- tha da amputacao, principalmente para criadores que precisam levar caes a pista para estar promovendo seu plantel. No novo século que se aproxima, a liberdade de escolha é um tema que tem merecido muitas discussdes. Outro exemplo 6 0 caso dos alimentos transgénicos. Discute-se a obriga- toriedade dos alimentos ditos transgénicos terem suas embalagens identificadas, para que o consumidor possa escolher 0 que deseja. Outra polémica é a telefonia celular, imprescindivel na atualidade, mas que jd é vista como causa de problemas cancerigenos. Além do telefone, outros aparelhos eletrodomésticos pro- duzem radiagdes ndo-ionizantes que pouco-a-pouco afetam a nossa satide. A cada inovacao descobrimos conseqiiéncias indesejaveis, que muitas vezes nao sao divul- gadas com a devida atencao. Sabemos, também, que por tras de todas essas questdes, 0 inte- resse econdmico é invariavelmente muito grande. Com relagao a liberdade de escolha ressaltamos, ainda, o momento politico atual, onde estamos mais uma vez, prestes a eleger nossos representantes no executivo e legislative municipal - pessoas que alterardo nossa vida e que, por isso, devem ser por nés escolhidas com atencao e responsabilidade. Portanto, se vocé nao quiser usar indiscriminadamente o telefone celular, nem ingerir ali- mentos transgénicos, acreditar que as orelhas e as caudas dos ces devem ser preservadas, desejar administragées puiblicas integras e competentes, nao pense que estd indo em direcéo contraria a evolucdo, mas apenas tentando fazer as coisas com consciéncia. Feliz dia do médico veterinario. Arthur de Vasconcelos Paes Barretto Maria Angela Sanches Fessel de especialsta em nossa profissao, a0 que consta nas les, Todavia, exis- tem as formas idéneas @ as duvidosas. Se- ria 0 caso de nés, médicos veterndrios, aproveitarmo-nos de algum modelo ja exis- tent? Talvez o americano? Tentarei discorter sobre o modelo daque- le pais, e sobre aquele que alguns querem implementar aqui. Vooé faz a escolha. O ve- terindrio americano recebe os ttulos de es- pecialsta em cirurgia geral, odontologi cardiologia, anestesiologia, ete, dados pe- los Col6gios desias especiaidades. A forma de obtengdo & a seguinte, com algumas va- riagSes coniorme o caso: exige-se um tem po minimo de graduacio (em odontologi 40 cinoo anos), um numero de casos ate cides naquela area (em odontologia, so 50%), fotografias, filmes e tudo que prove ‘que sua clinicavhospital esté equipada com ‘05 mais madernas aparelhos (especialstas nfo adaptam ou improvisam), um minimo de casos atendidos nos itimas anos (500 para odontologia), seu curriculum vitze, @ Um orientador que jd tenha o titulo (aprova- do nos exames). Nao se exige mestrado ou dovtorado, Toda a documentagéo, varias ‘centenas de délares, s40 enviados ao Col io, que, apés alguns meses de andise, en- viathe a resposta quanto & sua aptiléo a rea- lizar 0 exame, Voo®, entéo, compila o que fa- ta, atende mais casos, reaz algumas rato ‘Faas, por exempo,¢ envia adacumentagao } 4 varias formas de se obter um titulo novamenta ao Colégio. Se qualificado, voc’ iré fazer os exames, {que ocorrem em 2 ov 3 dias. Podem ser es- critos, ora e praticos. Voo8 arca com todas as despesas inclusas. Para o titulo de espe- Cialista em odontologia, vooé ainda leva con- sigo todos os materials e instrumentals, co- ‘mo fotopolimerizador, amalgamador, resi- nas, instrumentos cirdrgioos, canetas eto. O titulo de mestrado ou doutorado permite caracteri- Zar 0 conhecimento do vete- rinario como especialista? Eles forecem apenas 0 aparelho de radio- arafia e 05 animals. A taxa de repeténcia & alta, chegando a 70% na especiaidade cita- da, Vocé tem trés oportunidades em cinco ‘anos, ainda nesta especialidade, A prova es- crita 6 muito minuciosa, com 170 questes de milla escolha. O examinador, exceto nas provas ora, ngo sabe a quem deu de- terminada nota, pois ha um sistema de se- «uranca que, com a adago de némeros, faz om que 0s examinadores no identfiquem quem executou a prova, seja ela prética ou teérca, Isso garante a idoneidade do exa- me. O veterinario que é aprovado pode, a partir de entdo, utilizar o titulo de ‘especia- lista’, Hoje ha uma demanda enorme por eles nos hospitais veterinarios. Nos EUA nao existe 0 receio de se perder um cliente 420 se encaminhar um caso, Plo contri, muitos clientes ja sabem o que significa ter ‘seu animal atendido por um veterinério es- pecialista e inclusive buscam hospitais que (0s convatam, E no Brasil? Realidades diferentes anali- ‘sadas, ha os que querem dar 0 titulo aos ve- terinérios que tenham apenas o mestrado v0 doutorado, Sera quo esse ttl perm- te caracterzar 0 conhecimento do veternd- Tio como especialista? Eu, como mestre @ doutor em cirurgia, posso me considerar es- Pecialista em ortopedia, entao? Qu, quem sabe, em ottalmologia, ou odontologia? E Justo e idéneo? Nao creio. E mais, na minha ‘opiniao, os primeiros diretores de um colégio brasileiro que, oxalé conduziréo um exame nos moldes americanos, deverdo, um dia, submeter-se & mesma prova, prepareda pe- lo primeiro grupo aprovado no primeiro exa- me, Desta forma, os veterinarios de "notorio saber" provarao e garantirao a idoneidade da sua notoriedade! Minhas Unicas preocu- pacdes sdo estas: seriedade e crediblidade, na tentativa de levar nossa profissdo a um salto gigantesco de desenvolvimento. Marco Antonio Gioso Prot. dr. do Depto. de Cirurgia/ FMVZ-USP Seu animal merece esse afeto. LINHA ‘Shampoos e sabonetes com alto nivel de rendimento, Embalagens priticas, modernas e econdmicas. Esséncias exclusivas com fixador importado de grande durabilidade. “A composigao perfeita que realmente limpa e perfuma. QUIMICA € BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL LTDA 7 ga t= CEP 978-12 Far: PAK) 2581399 FAX (1 258.1281 suis Gusti Pore Agr AE ogpesorsomb ‘wri com br T BRASIL 9092... 6 Clinica Veterinaria, Ano V,n.28, setembro/outubro, 2000, Taye DOC acl ee So o alimento do seu amigo. Familia Petisko Itambé: o alimento perfeito para caes e gatos ee | Peles Bi arn i Ren ° H poe See Poe cues ere ones Perea ene ee oa Fairs cs eee eee eee errr Perrier Led | nadine ae ee ee Sante I = ie, pelagem sadia meet eet (canbe) Per eee er ees eed Se eens teee nase ett Inscreva-se e concorra a sorteios bimestrais de assinaturas da revista Clinica Veterindria WOCIRCR| sr De Gaytofz000 TO cortemplades NEC = hy ee ae | ciMFeL e Weontomodoe ‘renown MCGILINa 16 e 17 de junho de 200 dria - Rio de J Brasil wiww.jz.com.br/felina.htr felina@jz.com.br Robert G. Sherding no Brasil Maior autoridade mundial em Medicina Felina Protege contra doenca Periodontal e coadjuvante no EUs 0 Coe Sotelo rendre a eee PLC Ae0) Ry Are Ce Re eee Praesens Tel (21) 286-2846 / Fax (21) 537-9134 8 Clinica Veterinaria, Ano V, 9.28, setombro/outubro, 2000 Vocé mais do que ninguém, sabe o que é | melhor para 0 seu cliente. Premier Pet ¢ 0 primeiro alimento Super Premium produzido no Brasil, formulado pelo Or. Thomas Willard, uma das maiores autoridades em nutri¢ao de caes e gatos do mundo. Possui formula fixa, desenvolvida para carnivores, utlizando somente protein animal, de frangoe de ovo, garantindo alta digestibildade © maior absorcao dos nutrientes. Rico em fibras de (Se) polpa de beterraba, permite um melhor funcionamento do intestino, com fezes mais firmes e de menor volume. Tem excelente palatabilidade, faciltando a adaptagao do animal Tem o equilbro perfeito dos acidos graxos © 3 ¢ Q6, presentes no oleo de peixe ena gordura de frango, © que diminui a resposta alta densidade energetica,resultando em menar consumo do alimento, Um produto com qualidade Super Premium, | ‘sem corantes ou aromatizantes. Garanta a satide de seus clientes. Dé Premier Pet para eles. Vocé s6 encontra Premier Pet em pet shop: me 0800 55 66 66 ine © alimento definitivo ‘© marido se separou da muther, sto, revoltada, p68 alcool © fogo no cao due Gra do ex-maride. O cdo foleceu alguns Glas depois. O marco usou 50 para Consegur o guaraa da fh” Pao projeto de [ei do deputado Non6, isto setla apenes uma contravenede penal com uma pena hrs Cee pect russ a animai deputado José Thomaz Nond (depjosethomaznono@camara govt) & o autor do projeto que pretende acabar com a punigao, que pode ser de datengao de um més @ um ano, além de mute, para quem cometarcrueidade contra animais doméstcos « domesicados. Ele preva retreda no artigo 32 da Lei de Crimes Ambienzis, das paavras “domésicos e domestcados’. © proto de lei ja foi aprovado pela Conisséo do Meio Ambiente da qual o responsavel 6 0 ministo José Sarney Filho (sameyllho@mmagovr ou pesidenciae® sammragou.br (© passo final 6 a aprovacao na Comisséo de Justga na Camara dos Deputados, na qual © relator € 0 deputado dr. Rosinha Bem-estar dos animais e interagao homem- animal ja é proposta de campanha politica tps! Awww grimald-a3019.can.br bem-estar animal vem se tornando um tema melhor dfuncido entre os dversos segmenios da populacéo brasileira com o passar do tempo, Concondando com a tendéncia mundial, tamioém em nosso pals, e889 assunto vem ganhando espago na midia e nas mentes dé parcela jd considerdvel dos residentes, Principalmente, das grandes cents. Nas vésperas de eleigdes municinas, ja 6 possivel encontrar cidedos brasiles cis- posios a trabalar, nas esters legisltvas @ fexecutivas do poder, em prol da garantia dos direitos dos animais e seu bem-estar. Um exemplo dassa nova érea de interes- 2 poltico pode ser encontrado, facimente, através da internet, na qual 08 candidatos clerecem aos eletores, informagées sobre seus curiculos, bem como suas propostas @ s2us objetivo, 10 ‘Ste de condidata a vereadora na Cckdade de Sao Paulo fern como proposte 0 bor-ostar dos cnimais 8 importancia da interagao homem-onimal, representada peel figura dos cass guias do egos € ces trelnados para ular deficlentesfhicos, ezattearaatesmaireeee nn No site da dra. Monica Grimaldi, advoga da criminaista especiaizada em logislagao de animals e meio ambient, vice-presidente da Associagéo Cao Guia de Cego e candi data 2 vereadora na cidade de Séo Paulo, SSP, podemos encontrar informagées varia: das como a Declaragdo dos Direltos dos An mais, les e links para diversas entidades de protegdo animal e atualidades sobre legisla io ambiental || Bem-estar Animal Ed Projeto acaba com punicdo para maus-tratos domésticos e domesticados (htto://www.camara.gov.br/dr.rosinha, dep drosinha@camara govir, )@ 0 presidente 6 o deputado Ronaldo Cézar Coolho (dep ronaldocezarcnelho@ camara gov br ‘Crueldades realezadas conira anna ‘dométticos © domeslicados devem dear do ser ctlme? Vote sim ou nto no ste hitp://unwwenquetes.com.br Ee fie Interagoes x Homem-Animal 4)\4. t Conferéncia_Intemaclonal sobre Interagées Homem-Animal sera realzada no Rio de Janeiro, de 13 a 15 de setembro de 2001 @ tora como anfiides a Arca Brasil @ AFIRAC-Franca em nome da IAHAIO (International Association of Human-Animal Interaction Organizations). Essa é 2 primeira confréncia do género a ser realzada na América do Sul com apresentagdes que inci todos 0s aspectos de nossas relagdes com os arimais, como histria, cultura, demo: graia, sade publica, veterindra, terapéuta, Psicologia, socilagia, otologla e experiéncias inter-culurais. Especialistas reconhecidos em todo o mundo farao palestas de plenario, pr: sertando as mais ecentes pasquisas das varias {reas relacionadas 20 t6pico principal da conte rncia. Reuniées paralelas serao agendadas ‘nos dos las anteriores & conferéncia principal (0s objetivos da conferencia sao: + avalar nossasrelagdes com os animais para 0 século XX, colocando citrencas cuturals den- ‘ro de uma perspectva global, + reunircientsiase proissionas Iberas de todo ‘o mundo, iieressados nos aspectos das intera- (96es homem-aimal; * apresentar pesquisas ¢ programas sobre os bboneficios da interagdo do homem com os ani= mais, visando o bemvestar de ambos, bem como ‘obeneticio da pet therapy + apresentar pesquisas © programas sobre as relagGes com animais de companhia suas ne- ‘cessidades no ambiente doméstoo, abordando ‘a problemiatca dos animeis abandonados; * Incentvare dar assisténcia aos responsdveis por policas que visem compreender melhor a necessidade de integra animais na sociedade, tanto em nivel nacional quanto internacional CCinica Veterinéria, Ano V, n.28, setembrofoutubro, 2000 TER Pee tt TW de setembro DIA DO VETERINARIO ) | 4 algum tempo, criadores europeus comegaram a optar pelo nao corte de orelhas. Sites inernacionais de associagies de criadores, por exempla, das racas boxer @ schnauzer, possuem fichas dos padrées das raga onde descrevem como deve ser a orelhe cortada ou integra. Alguns sites sao mais tendenciosos ao corte, outros fo totalmente contra 0 site da Asso- cago Dinamarquesa de Criadores de Boxer traz, em sua pagina prin: Cipal, iustracdo de uma cabega de boxer com as orelhas intagras e fotos de exposig’es com varios. animais ‘com orelhas integras, BOXER-KLUBBEN’ ‘0 ste do Clube do Boxer (Dinamarca), bias boxer-kluaben dL, evidercia fem fodas os suas imagens anima com coraihas integres. ee Cet pence Eas No Brasi, a consciantizagao do bem-estar animal tem ‘razido adeptos 20 movimento “anti-corte de orelhas’. Regina Coloneri, presidente da Sociedade Paulista do Boxer e proprietaria do canii Macoré é uma das pes s0as que tém grande partcinagao na diuso desta conduta, ciando e levando em expo sigs animais que possuem orelhasintegras. Monique SentAnna Ribeiro, médica vete- rindlae erladora de boxers, também participa {de exposigdes com animais com orelhas in- tegras. Cria também rotwelers e ja tom dis ‘cutido com pessoas da rea sobre a opcao de 1ndo fazer a caudectomia estétca nesta e em cutas raga O toma ainda 6 polémico ¢ exstom mais adepios ao corte do que a preservacéo das orelhas e da cauta, Independente de possuit a oreha integra eee eg 8cimo. ste do Cant Macors, rT nimal e DEVIN aa ARCA = hilpy/fwermacore.com br. que raz 0 auras da ;aG9 boxer, descievendo as Caractetisicas dos oreinas fegras no fo¢0 @ fotos de seus animals. A esquerda, Watusl, codela premiada do Con Macore, que possul as oreinas integra: (uno, um c&o nao pode ter suas qualdades desmerecidas numa exposigdo por néo ter a orelha cortada. Isto seria preconceito e nao deveria fazer parte da conduta de um juiz de exposigées. boxer e o schnauzer, por exempo, 540 des que possuem no padréo da raga, a descrigao de como deve ser a oralha, quando integra e quando cortada. Porém, nas ragas ‘quo amputam a causa, na descrigdo somente de como esta deve ser quando amputada Nao haa descrigao de como ela deve ser ‘quando integra Em fungdo disto, a Arca Brasil, orga- nizadora do Congresso do Bemesta Animal, programou para 0 congresso deste ano uma mesartedonda sobre 0 tema, que sera ‘composta por pessoas que representam ‘amas as condutas, Mad Me TeCOROLOP ECC a PRBS Ryo VETOES B ec aC 2. Aquele que exerce a veterinaria; médico veterinario. gundo os animais) ada minuto Nossa homenagem a estes grandes profissionais. Parabéns! os oes © Le ae Mee Vee O ANIMAL NA SOCIEDADE DO NOVO MILENIO. 3 ill #8987937081 © CONGRESSO LATINO-AMERICANO ‘DO BEM-ESTAR ANIMAL. 12a 14 Outubro 2000 © Temas principais: © Bem-estar animal como diferencial na profissdo veterinaria ¢ Leishmaniose: controle x eliminagao animal ¢ Pet Terapia e Equoterapia: o ee do animal na reabilitacdio do homem e “Castra¢do” ‘antes da puberdade * Doma racional * Cirurgias estéticas: a ética e o bem-estar animal ¢ Rinhas de ces: técnicas da SWAT contra a violéncia e o crime * Controle da raiva e das populacées de Ges € gatos em drea urbana ® Projeto de controle populacional de gatos abandonados em Roma. 2 EON RO -A ETICA SOBRE O USO DE ANIMAIS PARA FINS DIDATICOS. 15 Outubro 2000 = Workshops © COMPORTAMENTO ANIMAL EUTANASIA * HOMEOPATIA 15 Outubro 2000 ARCA BRASIL: promovendo o bem-estar animal neste e no préximo milénio. Apoio: AVS * CAFES CBM * CFMY » CNg » Conssho Regione de Biologia * CRW\SP » CRMV-R * Exprost ~ Mola Direlo # FAPESP + FUNASA » Hotel Rancho Sivedra « HSUS » IAHAIO + Inst Posour © OPAS © Freltura de Embu dos Artes * SPM * Tehnovet ‘Apoio das revistas: Cinica Veoriniria « CAES & CIA « Focirhos «Pat News *FetCeser Lois Listas Local: Hotel Fazenda Rancho Silvestre * Embu das Artes (20 minutos de Sao Paulo}, Informacées: www.arcabrasil.org.br ¢ Tels: (11) 3819-1511/211-6991 BARA SASL Reprerorane boon nc hirer Acton fx Her ne rons Onprtas _OAawese ulna, __o que ele FE reese er, a solucao certa, na dose certa. BEM-ESTAR ANIMAL Congresso do ees Sa ARCA mrs POE (Clinica A ética na publicacao de trabalhos envolvendo o uso de animais O que se pretende destacar aqui sao as novas politicas editoriais, isto 6, as modificagdes que vém ocorrendo na politica de publicagao dos trabalhos realizados com animais, e a importancia dessas modificagdes para o bem-estar animal; pois, assim como a publicagao é uma importante etapa do trabalho cientifico, 6 também a etapa que reflete os valores aceitos pela sociedade. partir dos anos 70, houve um signifi ‘ativo crescimento do debate acerca dda pesquisa realizada com animais, especialmente em decorréncia dos movi- ‘mentos sociais reivindicadores dos direitos dos animais, Uma maior consciéncia em re lagao a questio “como devernos tratar os ani mais?” pode ser percebida pela quantidade de diferentes idéias e argumentos que surgi= ram, assim como pelas dliferentes tentativas de controle da pesquisa biomédica que en- volve 0 uso de animais. Os principais fend menos associados a essas tentativas de con- trole foram: 0 surgimento de lois mais rigoro- sas em diversos patses, 0 aparecimento dos ‘omits institucionais de ética no uso de ani- mais, 0 controle por parte das agéncias d rnanciamento e as novas politcas editorias. £ importante citar que, em alguns patses, essas formas de controle ainda ndo aleancaram ex- pressio significativa, ¢, mesmo quando exis- tem, esto sujeltas a controvérsias quanto as formas de atuagio, ¢ a variadas interpreta goes quanto 2 sua eficécia em garantir 0 bem-esiar animal. Mas © que se pretende destacar aqui sio as novas politicas edito- Flais Isto €, as modiffcagdes que vem ocor- rendo na politica de publicacao dos traba- thos realizados com animais, ea importancia ‘dessas modificagdes para o bemestar ani- ‘mal; pois, assim como a publicag3o é uma importante etapa do trabalho cientiico, & também a etapa que reflete os valores aceitos, pela sociedade. Um episédio polémico relacionado 8 ‘questio ética em artigos publicados ocorreu fem 1966. Henry Beecher, professor da escola de medicina da Universidade de Harward, identiicou, através de publicagoes em con- cceituadas tevistas da rea médica, vinte € dduas pesquisas, conduzidas na pratica clini- ‘ca norte-americana, que nao respeitaram rhormas éticas [4 estabelecidas internacional- mente, Fssa dentincia foi publicada por Bee ‘cher em um artigo no New England Journal ‘of Medicine em 1966, e tomou-se importan- te referencia associada ao despertar da conse cigncia pliblica sobre os abusos cometidos ‘em pesquisas com seres humanos em nome da ciénca, Nesse caso, a identificagao e a denuncia de problemas éticos em trabalhos publicados foi mais um, dentre outros fatores relevantes assaciados ao surgimento da Bioética no int- 16 (Cnica Veterinér cio dos anos 70. Consequentomente, refor mas. importantes foram impulsionadas 0 ‘campo da ética nas pesquisas envolvendlo se- res humanos. Ese considerarmos os aspectos éticos em pesquisas tealizadas com animais? Seré que, ‘além dos critérios cientficos, os aspectosét ‘cos também estio sendo considerados pelas revista cientficas? Sera que reformas impor= tants também estio oconendo nesse campo? De uma forma geral as revistas cientificas sempre estiveram preocupadas com a ques- ‘tho do mérito cientifico e no questionavam (0s aspectos éticos, como por exemplo 0 so- frimento e os danos causados aos, animais durante a tealizacao da pesquisa. € preciso reconhecer que algumas modificagdes vem ‘ocorrendo. Tals modificacées tém essencial: mente a intengio’de fazer ver a0s pesquisa ddotes que, se nao conduzirem seus experi- ‘mentos em animais de acordo com certs cri- ‘érios humanitirios, encontargo dificuldades na hora de publicar os resultados. (Um dos momentos mais significativos nes se processo cle moclficacdo da responsabil dade editorial em relacdo a publicagio de ppesquisas realizadas com animals ocorrea fem 1988. Nessa date, o Comité Internacional los Editores de Revistas Médicas, que repre- sentava cerca de 300 revistas, publicou ins: trugSes aos autores sobre aspectos que deve- riam ser observados ao prepararem seus arti- 105, € um dos requisitos referiase aos aspec- tos éticos no uso de animais. Embora de for ma resumida,a instuc3o chamava a atencio para a necessidade de que se indicasse se ha via sido adotada alguma dirttz institucional, algum manual de normas ou alguma lei nacio- nal referente 20 cuidado ¢ a utilizagio dos animais de laboratério, Antes da década de 80, foram poucas as iniciativas editorials em relacio as questoes ica, A Sociedade Americana de Fisiologia foja primeira a divulgar, em 1959, que os ar- tigos que violassem os principios referenies a cuidado e ao uso de animais por ela esta- boelecidos, nao seriam aceitos para publica- ‘Glo em suas revistas . Posteriormente, em 1975, a revista Pain, através do seu editor Patrick D. Wall’, anunciou que n3o publica ria artigas decorrentes de experimentos em {que o soirimento animal nao tivesse sido ali- viado. Js no inicio da década de 80, foram as revistas veterindria ~ tais como a American Journal of Veterinary Research, a Canadian Veterinary Joumal e a Veterinary Quarterly - ‘que fizeram esse tipo de recomendagio. Em 1983, 0 Conselho dos Editores de Biologia’, ‘que representa cerca de 100 revistas na drea biol6gica, referiu-se, pela primeira vez em seu manual, 2 importancia dos autores verificarem se obedeceram a padres estabelecidos, em relagdo aos cuidados com ‘os animais durante 0s experimentos, mencionou a importancia da anestesia ¢ dos comités institucionais. £, a partir de 1988, ‘como jd citado, um numero cada vez maior de revisas cientficas estabeleceram novas polticas em relaco 3 utilizagao de animais. ‘As pollticas estabelecidas variam de revs ta para revista, j4 que nao existe uma polti- ‘ca formal estabelecida internacionalmente. A primeira modificagdo introduzida, geralmen- teé uma referéncia & Gtica no uso de animals nas insirugdes para os autores. Por exemplo, ra revista’ Animal Welfare encontiamos 0 seguinte pardgrafo nas intruges para os au- tores: “Animal Welfare nao publicars artigos sabre estudos que envolveram softimento, testresse ou dor desnecessérios, e nem danos prolongados" Geralmente, as revistas indicam parime- tros a serem seguidos, sugerem a adovdo, por parte do pesquisador, de algum "guideline! espectiico ou, simplesmente, recomendam 0 respeito & leyslagao existente no pals. Mais recentemente,algumas revisas vem exigindo ‘que © estudo tenha sido aprovado por um co- Imité institucional, como © "The Jounal of Immunology’. Outras revstas,além de instrui- em os autores, instruem também os consul tores cientiicos para que considerem os as- ppectos éticos dos trabalhos a eles encami- nhados, tal como a Experientia, que adota as ditetrizes estabelecidas pela Swiss Academy ‘of Medical Sciences em associagio 3 Swiss Academy of Sciences”. O artigo 5.7 dessas diterizes estabelece que "As revista cientf- ‘as nio devem aceitar os resultados de tais cexperimentos (isto 6, aqueles que contrarian ipios aticos e as diretrizes) para pu- E algumas revistas possuem tam- bbém um comité de ética para avaliar especial- -mente procedimentos questionavels de ponto de vista ético. No Brasil, recentemente, o corpo editorial desta rovista- Clinica Veterinaria’ — demons- trou que jd tem a preacupacao de estabelecer ‘Ano V, n.28, sotombro/outubro, 2000, A Schering-Plough Veterinaria e vocé no combate 4 verminose Fficiéncia no combate dos vermes intestinais! sa), Linha Especial Pet & Schering-Plough Ve ms BEM-ESTAR ANIMAL F uma poica vottada para o bem estar animal Inicialmente informou que os pesquisadores devem seguir os "Princfpios Etcos da Experi= mentagao Animal’, estahelecids pelo Colé- Bio. Brasileiro de’ Experimentaco. Animal {COBEA) e dvulgou tas prneiios. Alem dis- So, apés essa fas inical, pretends estabe- lecer também um comité de tia. Tal fato demonstra que a tendéncia intrnacional js presenta os primeirs rflexos também em 10330 pats "A ptt da. avaliagao dessasattudes das catoras,algumas quests ganham relevdn Cia, e tts dels serdo aqui apontadas. A pi- mera elas nos taza Seguin dovida Serd Aue, com tas iniciativas, as revista realmen tetém como exercer controle sobre 0s cuida- dos referetes aos animals? ‘A ideia € que tas instrugdes deve tam byém exercer um importante papel educativo, pois 0 pesquisador sera levado a considerar tssas quests ao planejar seu trabalho, jf {que nao deseja te problemas no momento dd publicilo. ainda, certasexigéncias mais dletahadas em relagSo 3 descrcéo do traba- tho realizado, no que se reere aos anima, podem sor ites até mesmo para evitar qué procedimentas inadequados venham a. ser repetidos por outros pesquisadores. ssa Questo fot abordada no artigo intitulado "A fair press for animals”, publicado na New Scientist er 1982. Esse artigo teve 0 objetivo de chamar a atengio para a necessdade de serem fornecidas maiores informacées nas paublicacoescientficas, ais como: a justi tiva do uso de animais naquela area espect- fica de pesquise, especialmente com rela- 0 20 nero de sueltos utlizados,e se a dor € 0 extresse envolvidos forem *modera- dos* ou "substanciais'. Deve ser incluida também uma jstificatva sobre o porque de ter sido utilizada aquela espécie animal, © porque nao foram uitlizados animais de or ‘ens inieriores. Sugre, anda, que os animais Io sejam arolados na sogSo de "matriais", mas que seja criada uma segdo inttlada “anima | que 0s animals nao S20 objeto. ‘Também ‘deve constar detalhes sobre a , Podem ser associados aos analgési- cos, incrementando-se tanto a analgesi como a sedagio "*. Os a2 agonistas ¢ 08 opidides agem sinergicamente quando utilizados conjuntamente. ‘A maior vantagem dos 02 agonistas € ‘que podem ser antagonizados pela yoim- ‘bina ou pela tolazolina”. So férmacos ‘que niio so controlados, ou seja, até a presente data, s0 fceis de se adquirir™ Antiinflamatérios nao-esteroidais (AINEs) ‘A maioria dos AINEs sto indicados para 0 tratamento da dor de grau leve a 26 Clinica Veterinéria, Ano V, n.28, setembro/outubro, 2000 ya Anestesiologia ‘moderado ¢ no pés-operat6rio de proce~ ddimentos ortopédicos ‘Podem ser administrados na dor severa quando associados com opisides™”™*. ‘Também so indicados em pacientes que apresentam meningite, edemas (mastites), panosteftes, osteodistrofia hi- pertrGfica, artroses e osteoartrtes, bem como aps procedimentos cirdirgicos que cursem com pouca manipulagao ou que produzam dor leve, como hémias inguinais e bidpsias de tumores dsseos, centre outros”, Para a obtenco de melhores resulta- dos, com minima incidéncia de efeitos, aadversos, alguns cuidados devem ser to- mados quando se pretende administrar um AINE””, A dose deve ser calculada adequadamente para a espécie animal - ‘Zo ou gato - em que iremos utilizé-la'” (Figura 4). Outros cuidados seriam o in- tervalo de administragao, o uso de medi- cacao testada ¢ aprovada para adminis- ‘trago em animais e a monitoracdo dos possiveis efeitos que os AINEs possam causar no trato gastrintestinal "=". A prescrigio de férmacos da linha humana deve ser feita de forma criteriosa pois so comuns, nas formulagies desses ‘medicamentos, associagbes de analgési- cos-amtipiréticos - como a dipi paracetamol - com opisides como a co- deina'", ou os anti-histamfnicos ". Tanto ‘a codeina quanto os anti-histamfnicos es- tio presentes em doses excessivas para 0s ‘animais, ¢ podem Ihes ser prejuciciais. Assim, € importante evitar os medica- mentos que tenham em suas formulagdes tais associagtes" grande receio com relagao & admi- nistragio de AINEs por veterinirios, sio seus efeitos adversos, sobretudo os gas- trintestinais. Porém, se houver escolha © prescri¢io adequada da medicagio, 05 animais dificilmente apresentarao esses efeitos”. Os efeitos colaterais iniciam-se em fungao da inibi¢ao da sintese de algu- mas classes de prostaglandinas (PGs), principalmente a PGE © a PGh que 50 responsiveis pela ago vasodilatadora nos rins, além de estarem envolvidas na liberagio de renina e na transferéncia de eletrolitos"". Nos rins, ha diminuigao do fluxo sanguineo renal ¢ da filtr glomerular, Na mucosa estomacal, ago vasodilatadora fisiol6gica das PGs, principalmente da PGE2, proporci- ‘ona um sistema de tamponamento pelo bicarbonato que conseeue atenuar a acdo corrosiva do + Acetominofen Figura 4 - Agentes AINEs aprovados sm pequenos cnimais AINEs aprovados em cies AINEs aprovados em gatos + Acido Acetilslictico Acido cloridrico + Acido Acetilslieitico j (HCI) presente no q +Acido Tolfenamico suco géstrico; aini-_* Cesprofeno + Carprofeno, + Dipirona + Dipirona bigao desta pelos AINEs pode acar- retar a ndo neutrali- + Fenilbutazona + Keiorolae zagio do HCI". + Ketoprofeno Por sua vez, as + Meloxicam goes inibitorias + Vedaprofeno sobre as tromboxa- nas causam aumen- to de processos he- morrigicos, jé que a coagulagdo © a agregagio plaquetéria_encontram-se ‘comprometidas *. Sabe-se que a ocor- réncia de efeitos colaterais sera agravada ‘caso haja uilizagdo conjunta de corticos- tensides” (Os AINEs podem causar, ainda, inibi- ‘go plaquetiria (inibem a sintese de trom- boxano) e prejuizo da motilidade uterina, podendo prolongar a gestacao ™®. ‘A administragio de AINEs € total- ‘mente contra-indicada nas doengas ero- sivas do trato gastrintestinal, como a dl- cera gastrica ou qualquer distirbio gas- ‘tintestinal; na insuficiéncia renal; quan- do 0 animal apresentar volume intravas~ ccular contraido, como na hipertensao terial ena insuficiéncia cardiaca conges- tiva (ICC); na hipovolemia; na. asc quando do uso de diuréticos & na pre- senga de asma”, B absolutamente veta- dda a administragao concomitante de dois ‘ou mais AINEs”. O uso desses medica- mentos na doenca do disco interverte- bral, nas docneas hepéticas, na tromboci- topenia, na doenga de Von Willebrand's & em animais que estejam utilizando anti- coagulantes € desaconselhavel”. Recentemente, constatou-se que exis- tem pelo menos dois tipos de cicloxige~ nases, que determinam no organismo ferentes fungdes fisiolégicas: a cicloxi- genase 1 (COX-1) e a cicloxigenase 2 (COX-2)”™, Os produtos da quebra do Acido araquidénico pela COX-| levam a formagio de PGs relacionadas a reagves fisiolégicas comuns renais € gastrinte nais; enguanto que 03 produtos origina- dos pela cisto da COX-2 levam & forma- {¢40 de PGs que participam dos eventos inflamatérios ®=", Esta descoberta. tem aberto novos caminhos para esclarecer 05 processos relacionados ao surgimento de ‘efeitos colaterais™. Isso vai direcionar + Flunixin Meglumine + Fenilbutazona + Flonixin Meglumine + Ketorolac + Ketoprofeno + Nedaprofeno {as pesquisas sobre novos AINES, que se jam mais seletivos em relagdo a COX-2, ‘ou seja, que inibam preferencialmente & COX-2¢, se possivel, somente esta, E neste sentido que os AINEs recentemen- te langados no mercado promovem me- nos efeitos adversos, uma vez. que so mais seletivos para a COX-2"*, ‘Os agentes. antiprostaglandinas po- dem ser associados & vasoconstrigao da arteriola aferente (a PGE, é um compe- tidor primério da angiotensina TI, ¢ mi- nimiza a inducdo de vasoconstrigdo re- nal pela norepinefrina nos momentos de 'stress") & faléncia pré-renal ou renal vvasogénica nos animais com doenea re~ nal preexistente ou insuficigncia renal coexistente, Também debilitam a adesio plaquetiria devido & redugdo da produ- ‘¢do de tromboxano™”, Dipirona ‘A dipirona & indicada para o trata- mento da dor leve, e € um potente anti- pirstico”. Possui poucos efeitos renais & sobre o trato gastrintestinal, € € mais se gura que os demais AINEs”. Apresenta- se tanto na forma injetével como em comprimidos”, Infelizmente este férmaco € pouco usado devido & sua no aprovagio nos BUA; no entanto na Europa e no Cana- 64 € largamente empregado para proce- dimentos que cursam com dor leve, € ‘como antipirstico”™". Indica-se a dose de 25mg/ky IV/IMINO, a cada 8 horas, para cies © a ‘mesma dose para gatos, porém em inter- valos de 24/48 horas IV/VO. Ketoprofeno keroprofeno € um antiinflamat6rio ndo-esteroidal (AINE) que, além das pro- priedades antiinflamat6ria © antipirética, 28 Clinica Veterinéria, Ano V, 9.28, setembro/outubro, 2000 destaca-se pelo alto poder analgésico que apresenta, Este medicamento possui atividade antibradicinina, que se soma ‘a0 modo de acdo elissica dos inibidores da cicloxigenase, diminuindo 0 efeito potencializante da fase vascular da inf magio, ¢ também a dor”. O potente efeito antidlgico do ketoprofeno, mani- festado em doses menores. aquelas ne- cessérias para o efeito antiinflamatério, indicou a existéncia de mecanismo de ‘ago no sistema nervoso central", O ketoprofeno inibe de forma direta a bra- dicinina, vasodilatador e poderoso media- dor da dor, além de exercer acio'sobre 0 sistema nervoso central, inibindo a per- cepeao da dor, o que pode contribuir pa- ra um maior grau de analgesia". O emprego do ketoprofeno mostra-se bastante efetivo para proporcionar recu- peraciio anesiésica isenta de excitacio, & ‘com adequada sedagao™. O ketoprofeno € indicado para 0 uso ‘em pacientes que foram submetidos a procedimentos que causaram dor leve, possuindo bons efeitos antiinflamat6rio e analgésico. Pode ser usado em proce- dimentos dolorosos moderados quando associado a um opidide, e na analgesia profilética™ ‘Tem acio prolongada de 24 horas” Possui apresentagoes injetivel e oral, «eapresenta boa tolerdincia tanto por cies ‘como por gatos”. E potent inibidor da sintese de pros- taglandina, portanto existe um risco de toxicidade gastrintestinal ¢ renal”. Nio deve ser usado na presenca de hipovole- mia e hipotensio ou concomitantemente a outro AINE ou corticdide*. Esse agente é indicado na dose de 2mgikg IV/SC/IM para cio, € somente pela via SC no gato para dor cintrgica e para dor crénica 2mg/kg VO, a cada 24 horas, de 3 a 5 dias” arprofeno carprofeno ¢ indicado para os pro- cedimentas que ocasionam dor leve ou que cursem com inflamagao importante como trauma e cirurgias ortopédicas, mas pode também ser usado naquelas dores de grau moderado, se for adminis trado juntamente com um opitide™™ bloqueio da PGE2 € PGl: € pequeno, portanto seu uso € mais seguro e as possi- bilidades de comprometimento do ‘rato gasrintestinal e dos tins sdo menores*”. Nos BUA, sua forma injetavel ainda nfo foi avaliada®; no Brasil, encontra- ‘mos apenas comprimidos disponiveis no comércio. Pode ser empregado por longos perio- dos, sendo indicado para melhora da sintomatologia de osteoartrite no cio” ‘Apesar de ser bem tolerado por feli- nos, deve-se evitar longo periodo de administrago nao deve ser usado em pacientes que tenham algum problema hepatico” Indica-se a dose de 2.0mg/kg IMSCIIV/VO, acada 12 ou 24 horas”. Ketolorac O ketolorac € usado no homem, nos EUA, e em animais na Europa™, E um AINE injetivel para reduzir em até 40% ‘o requerimento de naredticos em pacien- tes que passaram por extensa resseccio de clon”. E fregiiente seu uso para al vviar 0s processos dolorosos, de modera- dos a severos, no pés-operatério em hu- ‘manos, Possui tanto formulagdes para vvia parenteral quanto para via oral, © tem rapido inicio de a¢20, boa tolerin- Cia, € potencial nio aditivo®. O ketoro- lac possui agdes similares a outros AINEs no que diz respeito aos poderes antinla- at6rio, analgésico © antipinético®. Os efeitos adversos também so similares Aqueles de outros AINES™: Pode ser usado como analgésico em cirurgias ortopédicas. na dose de O,1Smg/kg - uma dose imedistamente no ps-operatdrio®, podendo ser repeti do apenas uma vez entre 8 a 12 horas. Flunixin meglumine © flunixim meglumine € um bom analgésico e antipirético possuindo, en- tretamto, curta meia-vida, que no cdo & de aproximadamente 4 horas e, no gato, de 3 horas. E bem tolerado quando usado em gatos". E indicado na dose de Imgikg IV/IMISC, a cada 24 horas, para cies, € de 0.25 a Imgikg SC, a cada 24 horas, em gatos. O uso de flunixin € restrito a 3 dias consecutivos, pois 0 potencial de toxicidade para o trato gastrintestinal © renal € maior aps doses repetidas ™ Esses efeitos podem ser intensificados quando, durante a anestesia, ocorrer hi- potensio ¢ hipovolemia™”. Piroxieam eficiente no controle dainlamagio dotrato rinrio, mas pode causa efetos importantes © graves no trato gastrin- testinal e no sistema geniturindrio **. Por isso, deve ser empregado com mui- ta cautela, nfo sendo recomendado para © tratamento da dor musculoesquelética devido & sua toxicidade”. A dose para 0 cilo € de 0,3mgikg VO, a cada 24 horas, apenas durante dois dias”. Meloxicam E um analgésico relativamente recen- te e esti licenciado para cies nos EUA Europa, mas seu uso em gatos ainda nao esti autorizado**. O meloxicam é ba tante seletivo para COX 2, sendo muito mais seguro que os demais AINES uma vez que a possibilidade de promover efeitos adversos € bem menor". ‘Ainda é pouco conhecido no Brasil Dose: 0,3mg/kg no primeiro dia, se- guido de 0,lmg/ke, a cada 24 horas, du- rante 3 a 4 dias VO™, Acido tolfenimico Seu uso € indicado como adjuvante para o tratamento de infecgdes do trato respirat6rio*, Possui ago antipirstica, e ea0 ee MSC ea sos no trato gastrintestinal >", Nao apresen- ae pee nese 5 ta efeitos teratogénicos pode ser administra- rea iB coe i 0) do também para fémeas que estejam amamen- Gato 0,004-0,002 Ww 03 tando. Apds 5 a 10 minutos de administracao, Cao 0,001.0, 006 IC + que 30 min |i se observa o inicio de sua ago analgésica, mg/kghh) ‘que € adequada para o tratamento da dor de Gato 0,001-0,004 IC + que 30 min _graus leve a moderado e nos procedimentos or- Amng/kg/) topédicos Opies agonstnantagonists i a ‘A dose recomendada € de 0,5mg/kg, a cada ekotancl = Coca mice re 24 horas, durante um periodo méximo de 28 ae oe ie Sl dias seguidas e, se for necessério continuar 0 cae ona msc pal ‘ratamento, recomenda-se uma observacao do preonna eC eto COT IM 5h ‘animal durante 7 dias antes de recomegar a ad- Gato —_0,005-0001 1viM a8 Iministragzo, segundo o fabricante™°*. B um a gel de coloracio cinza opalescente, palatavel, Ketoprofen Cao, Gato. 1,0-2,0_IVSG,IM 4 para 2 administragao oral. Sua apresentagio é 20, Gato 10 vo apés 1= 24 uma seringa de 15ml contendo Smg/ml de ve~ daprofeno, "4, Acido acetilsalicilico (AAS O.AAS tem sido, historicamente, o medica- ‘mento utilizado com maior freqiiéncia para 0 Piroxicam C30 Lo ny {ratamento de osteoartrite em caes’. E efetivo, Meloxicam Cio " vo 18dia py relativamente barato ¢ facil de conseguir’. iMIV SC 4 E 0 mais antigo AINE. F téxico, podendo Acido causarirritagao gastrica, anemia aplastica ¢ he- tolfenamico Gato 49 sc 4 patotoxicidade ". Como sua meia-vida é longa ‘Acetominofen’ (40 horas), em gatos poder haver actimulo™, Paracetamol Cao 10 VO2-3xidia 8-12 sendo portanto, nessa espécie, agente de lenta AAS: Cio 10.0 VO 2 dia 8 metabolizacio”. Gato 100 VOINABH 40 Possui um bom efeito analgésico e antipiné Dipirona. Gio 250 IM, VO 8 tico™, Seu uso ndo esté aprovado nos EUA™. E Gato 25,0 Ww VO 24-48 um agente antitromboembélico usado como preventive em gato com doengas cardiovas Spt Deacon natin ssc culares™. ss eats, Tadose renomeniiada 6 dei Omura tails ee Nome genético Especalidadefarmactutica hi 2 aa pe atten cone, ne races quanto para gatos, porém 0 interval de pie eel aan Owe dems varia eae as das espéces; pa a pee cin a ra clies deve ser de 12 horas e, para gatos, de Meloxicam Metacam® - injetével 0,5%* a8 hors”. foe Teldene™ comp. 102mg" PE cians fcetominolen “hlenal™= comp. 00m Gap, ERE a WARSI, AE ee Se eats 6 Sanpete u ots on elses osoperstive ensigesice in the cat. Sourunl of Gaal Obs: a8 sepacialcades farmacsulcar citalas 220 alusivas apenas aes medicaman- Kain ence ena pica See coast TERE ar ta 8 HAS, none RN CCinica) efficacy of vedaprofen in dogs suffering from ‘Maboraliros raw CIDA Guatubos, SP TJansser Clog Farmaceules LTDA So ors aa cling ag Sa pliney Heer een fe Sana Seas irae te inne TERUREG Ras oa"Gisunce, se Staee. Seo Foue 30 (Clinica Veteriniria, Ano V, 0.28, setembrofoutubro, 2000 SEU GATO NAO PODE FALAR SOBRE SUA IDADE. SEU PELO FALA POR ELE. ? HAIR & SKIN 33 — be Porque a beleza de seu pélo também depende de sua alimentacéo. Royal Canin desenvolveu um novo alimento, completo e equilibrado, que embeleza, fortifica e cuida do pélo de seu gato adulto, qualquer que seja sua raca ou idade. Os veterinarios e nutricionistas da Royal Canin desenvolveram um principio ative exclusive "DERMSYSTEM" , que age sobre a pele e pelagem do gato, dando-Ihe beleza, volume, maciez e elasticidade, além de intensificar sua coloragao natural. HAIR & SKIN 33, deliciosos croquetes a base de ingredientes naturais, contém "HAIRBALL TRANSIT SYSTEM", fibras vegetais micronizadas, que limita a formacdo de bolas de pélos, causa de vémitos, e facilita sua eliminagéo promovendo um melhor transito digestivo. 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E 11.3872 2411 Infoweepavcem.r - www-cepav.cam.br ers orn Coeere AXtuercar PLus Fatorec Omega 3 Gaga 60 duaged (écidoc grax esencais) Vitaminas 4 GE Zinc CEPAV Clinica Veterinaria, Ano V, 9.28, setembro/outubro, 2000 33 Ee Mt mee ieleicome (pat) Cie RON MRO Coiei oy oe CCI TY de Cirurgia e Anestesiologia ieee cae Palestrantes Alceu C Andrea Nolan; |José J. T. Ranzani; José W. Catte- Antonio F. P. F Wouk; Antonio J.A. lan; Luiz A. . Silva; Luiz ©, Mar- Aguiar; Carlos A. E. Buschiazzo; | ques; Luiz C. L.C. Silva; Maria L nte 0 IV CBCAV ocorrerdo também: Carlos R. Daleck; Claudia R. Feli- JE. Faria; Mirela T. Costa; Natanicl um de Oftalmologia Veterinaria zolla; Claudia S. Fonseca; Claudio |. White Il; Ney L. Pippi; Nilo S. J “C6rnea e up to date da oftalmologia nos C. Natalini, Delphim G. Macoris; |T. Chaves; Paulo S. M. Barr EUAe Reino Unido” Denise T. Fantoni; Eduardo H. 8. |Peter Bedford; Paul Greenough; | - IV Forum de Gastroenterologia Eqdina Junior; Femando Q. Cunha; Firmi- | Ricardo 5. Silva; Robert Munger; mplicagoes pos-atendimento clin no M. Filho; Flavio Massone; |Roberto Foz; Ronald Hubscher, da sindrome c6lic Heloisa J. M. Souza; Humberto P| Ronald M. Bright Sheila C. Rahal Oliveira; Jacqueline Reid; Janis R.|Stefano Hagen; Valentim A M. Gonzalez; Joao G. P. Filho; | heller, Walter O. Berni Jorge S. Pereira; José A. B.A Silva Tnformag fax: (62) 8 vet.ufg br cio vet.ufg.be/main bird oes renrca | perc Eicon eocae ee ce Pe) ral Seo a ecu oe ee ec) eal idee eet Sic iehe eat) ell CURE Ce arr eee crs Peo eal i eet eee A PUN ney Pe ne a aeesO Dee ENTERNAGIONALS Be DEINEUROLOGIAS et ae a ee 4 ee ee ae ee ar Prpem lise, Edaedy ai ina eerie UM Mame TU ed z i sempre ar eer Te Sees eee reins IR tuk gen eet ec epee te ee ise ar Secaae the Oe eae rc tie cu ste ccMeerO eg pes epee ry vn ianastay Cussecs el Camere) GURUS ee Renan Ba eae a) eee ners pause UU) “ eae ori rersnseetaey ae eaters : Caen Boland = 1885 - 17h45- Conulsbes © eplepsia no eure Acie date ee ee opesenss rte rere mrt ad omens Cee ce nae) posioneurovetojanet _-recosta@vncom.br_-_afcunha@vn.com br ABYES Labyes quer compartilhar com todo o mercado veterinario brasileiro a certificagao do seu sistema y de elaboracao sob as normas internacionais de qualidade ISO 9002 er en teen pert) pee eee eae) eee ue) weoery Corre eee ESE Eeera cy Ee ee rT cee en Eon Peed eee 1@ Parand -Bloper @ Rio de Janeiro - Praxedes Ribeiro: (2 9 Sena cat @ ssoraute @ Sio Paulo Clinica médica Aspectos clinicos de cGes com leishmaniose visceral no municipio de Aragatuba - So Paulo (Brasil) Clinical aspects from dogs naturally infected with visceral leishmaniasis in Aracatuba - Sao Paulo State (Brazil) esumo ishnariose viscera 6 ua rtsopozoonose casa por un rotooéro do cope Lesa donovan que comroande a Leishmania (Leman novan a Leshan (Lestmani) infantum a Lachman (Losin) ‘hagas send eta lima observa no Eas O preset aba eve coo objet realza’adscrao inca de 215 ‘ice raturamerteacometos por lashmaiose visceral ro runic de Aart (Sa Paulo), e eransvar quai 35 atragces mais eqberiomert cborvacas, quo podom aur na Ganicageo do czeoe da doonea.O dagnésica de Intraniace vscaral fo ealzao oc ai do ram clopatlgee de pure aspativa de nfonedoe are ero As altrogéoe mals Heqlnte vam ireadenomegala (8%) sequi ealoranSerdecratlogicas (queda capo, les ulcratia, prio intone pola goagoo domatte sober) (8%) nipooa (SB crcgtne (51%) ¢ ‘aca 47%). Rana ol um achado cnsstnio om 20% cos animals com lashmariso. De todos os cies os ages, 2% presoniaram sais cures, cractaizacs pnpalente ger woe 2"% peta; 20% Greco; 20% dra @ 10% molona. Observwam-se quadies do ppeumona on 103, e de pists om 3% ds arinaisacomps ‘haces. Outs achacs cine mportants, ram o compromsimets do itera uinéo em 19% eas aerars he- pica em 17%. dos anima: Alerarbesneldgcas fam nencseqlentometecbsenadss,peazendo um il de | os casos tereids Fel poste obcorar qu aseteatlogia causa pola Lihmana (shana chapel pe- ‘ce basa vara, parece sr soneate ada Leishmania iz, erdencand-se dvegéncas quarto e- era de aprecnent ds dverss somes Unitermos: Leshan viscera cae, especas clos Abstract: Visceral sharia is an fectusdsease of pope and arimals cause by a rtozoan pra of the gens Leishmania, such 25 Lashnana (Lestman) donan, Clsimana (Lestat) nantm and Llsene Lesher) chagast elt ound in ran. The purpose of fhe resen sluy was o eva the cna fndngs of 215 dogs natraly ied ty vzralkishmanas, in Araatuba. So Paulo Braz, and to demons whieh ocied ‘ost equety moder oe in he dag. The dagresis was based on ytlogal densa of aresots in Iymon nes smears and saraege tis The maoiy of he cogs showed adererepay (8%), kn abrarraies (ee, cecreasoe appl 08%) eryehogyprosi(°%) and weight as (63) Pla muaus membrares were ound 0% f the cog, Gaular sgn were dosened n 25 ol eco, mest ol wach had wes; 21% he dogs proses Dela, 20% presontad eres 20% tad darhoea, and 1% shovod ila. Preumoia was cbse in 13% anc piston 2%) ha aneal utes. Arata mga egal edn was ha arent fa unary ya 919% aa hepa anges in 17% oltre cases. Neuregesenomaltos wove ss requ, comping allo 4% the ‘inca esos. Was posse to very that cic snp associat win Lear (Lear) chagas ere similar hose caueed by Locimana(Loitmania) nant, alfough fhe frequen o tho deree symp was Sermenhat varie. Keywords, Visor leishmaniasis dog, cine! aspects Clinica Veterindria, n.28, .36-44, 2000 Introdugao A leishmaniose visceral, também co- nhecida como Calazar, € uma antropo- zoonose causada por um protozodrio do género Leishmania, As leishmanias fa- zem parte de dois grandes grupos: 0 gru- po que causa a leishmaniose tegumentar (leishmaniose cutinea, mucocuténea & cutinea difusa), € 0 grupo que causa a leishmaniose visceral. O grupo da leish- maniose visceral & composto pelas lei manias do complexo Leishmania dono- vani, que compreende a Leishmania (Leishmania) donovani, a Leishmania (Leishmania) infantum ¢ a Leishmania (Leishmania) chagasi, sendo esta iltimna encontrada no Brasil "2", Os veto- res implicados na transmissao das leish- rmanioses so insetos denominados fle- botomineos, conhecidos popularmente como mosquitos palha, birigui ou tatu- S, € que consistem de vérias espé- Mary Marcondes Feitosa Prof as. dr, de Clinica Veterinia do Curso de Medicina Vetrindria - UNESP - Aragatubs eosin este Fabiana Augusta Tkeda Médica Veter Auténema Maria Cecilia Rui Luvizotto Prof. as. ea de Patologia Goral do Curso de Modicina Veterndia~ UNESP -Aragatub Silvia Helena Venturoli Perri Prof. a. dea de Bioestatsticn do Crso de “Micina Veterindra - UNESP - Arigataba cies do género Lutzomyia, dentre as quais a L. longipaipis. Os insetos veto- res vivem em habitats variados, mas as formas. imaturas desenvolvem-se em ambientes terrestres timidos, ricos em ‘matéria organica e de baixa incidéncia luminosa' Os cies, considerados os principai reservat6rios fora do ambiente silvestre, sfo de grande importincia na manuten- io do ciclo da doenga. Essa importan- Gia advém do fato de ser, a leishmanio- se, mais prevalente na populagao canina que na humana, uma vez. que os casos humanos normalmente so precedidos or casos caninos, e porque os cies apresentam uma maior quantidade de pparasitos na pele do que o homem, o que favorece a infestacdo dos vetores *. A prevaléncia de leishmaniose em cies em reas endémicas pode atingir de 20 a 40% da populacio. Acredita-se que, em reas com altos indices de infecgao em des, a prevaléncia na populagio huma- na varie de 1 a 2%. Até 0 momento no foi evidenciada predisposicio sexual, racial ou etéria relacionada com a infeccao. A infeccao por Leishmania usualmente causa uma doenga sistémica erdnica. No entanto, existe uma forma de evolucdo aguda € grave, que leva o animal a 6bito em pou- cas semanas, Existe ainda uma forma de ‘evolugio latente, com duragao de cerca de dois anos, acompanhada ou nao de sintomas, que pode inclusive evoluir pa- ra a cura espontnea". Desta forma, & possivel classificar os cies do seguinte ‘modo: cies assintométicos, cies oligos- sintomaticos e cies sintométicos "A forma assintomética da doenca geral- ‘mente representa de 20 a 40% de uma populagao soropositiva”. Em cies sus- ceptiveis, apds a infeceio da pele, ocor- 36 (Clinica Veterinétia, Ano V,n.28, setembrofoutubro, 2000 re disseminagio do parasita por todo 0 corpo, com posterior desenvolvimento dos sintomas. Dependendo da imuno- competéneia do hospedeiro, os sinais clinicos tomam-se evidentes dentro de tum periodo que varia de um més a vérios anos", mas, uma vez iniciado 0 processo, a doenga evolui inevitavel ‘mente para a morte ‘A leishmaniose canina poste ser consi- derada como uma doenga imunomediada porque o parasita tem a capacidade de ‘modificar 0 sistema imunol6gico do hos- pedeiro. Numa infeccio por Leishmania, as células do sistema mononuclear fago- citério infectadas por parasitas atuam como células apresentadoras de ant nos, estimulando os linfcitos (CD4+) T auxiliares do tipo 1 (Tal), ou T auxili- ares do tipo 2 (Ta2). Se forem ativadas, a células Tal produzem citocinas tais como o interferon, 6 fator de necrose tu- moral ¢ a interleucina 2, que ativam 05 rmacrofagos. Os macréfagos. ativados por sua vez, estimulam a imunidade lular pela ativago de outras células ou por sua proliferacdo e, dessa forma, po- dem eliminar a infeccio. Em contraste, quando a infeogao esté associnda & indu- (20 de linfécitos Ta2, ocorre a prolifera- 620 de eélulas B e a produgdo de anti- Corpos. A conseqUente resposta das imu- noglobulinas é muito grande, entretanto ela € deletéria e nao protetora, dessa for- ‘ma, desenvolve-se a infecgao"*", Um perigo potencial da regulagao de linféci tos T prejudicada, e da atividade exube- rante de linfécitos B, 6 a geragdo de uma grande quantidade de imunocomplexos Circulantes, que se depositam nas paredes dos vasos sanguineos ¢ podem causar vvasculite, uveite, dermatite, poliatrite e ¢glomenuloneftite "=. Os imunocomple~ Xos circulantes podem também ligar 0 complemento s células sanguineas e, esta forma, diminuir a sua meia-vida, além de poderem estar associados ao de- senvolvimento de fenémenos patoldgi- cos, tais como a trombocitopenia © a anemia imunomediadas *. A prolifera Zo de linfécitos B, histi6citos e macré- fagos resulta em linfoadenopatia genera- lizada e hepatoesplenomegalia. Na en- fermidade natural estio ativados tanto 0 subtipo Tal quanto 0 subtipo Ta2, € a va- riedade dos sinais ea gravidade da doen- ca dependem do equilibrio entre esses dois sistemas *"*2", A resposta imu- no-humoral na leishmaniose canina varia de cio para clo, € esté provavel- ‘mente relacionada a fatores genéticos as- sociados ao hospedeiro, ¢ no a severida- de da infecgio' A imunossupressio pode promover a ocorréncia de infecodes concomitantes, {ais como pneumonias bacterianas e de- modiciose. Conseqtientemente, o quadro clinico pode ser complicado. Infeccoes combinadas com Ehrlichia, Babesia ¢ Dirofilaria sio muito comuns se a infec 80 por Leishmania ocorrer em regives nde estes organismos também sio endé- micos*"=" A leishmaniose visceral cani- nna tem sido reportada também em asso- Ciagio a certos tipos de neoplasias, como linfossarcoma de Sticker, leucemia lin fide, mieloma e hemangiossarcoma*™. ‘As manifestacées clinicas da doenga, no cio € no homem so similares, ¢ apresentam sinais.inespecificos, como febre irregular por longos periodos *, anemia, perda progressiva de peso © ca- quexia em seu estigio final", A anemia ocorre devido & perda de sangue, a lise de hemécias ou, mais freqiiente mente, a diminuicio da eritropoiese de- corrente de hipoplasia ou aplasia medu- lar", A emaciagao € geralmente um sinal de envolvimento visceral. Alguns cles perdem peso apesar de apresenta- rom normorexi, ¢ pacientes severamen. te afetados apresentam caquexi As alteragGes dermatoligicas so bas tante freqiientes em animais com leish- rmaniose visceral, ¢ incluem uma exces- siva deseamagao cutanea, principalmen- te na regio periocular e na borda das pi- nas, que pode, eventualmente, ser difusa por todo o corpo. Alguns animais apte~ sentam despigmentagao cutdnea, pruri- do, pelame seco, queda de pélos e reas de hiperqueratose e lignificagao, princi- palmente em locais correspondentes saligncias ésseas ". Podem também ser observadas tilceras © pequenos nédulos intradérmicos, provavelmente decor- rentes da multiplicagio das formas amastigotas na epiderme, produzindo lum processo inflamatério local, ou de uma vasculite necrotizante causada pela deposigao de imunocomplexos *'". As tilceras cutineas aparecem em qualquer sitio, mas sua maior incidéncia ocorre nas Zonas 6sseas salientes (dleras de deciibito), no plano nasal, na pina ¢ na regidio interdigital "A ulceragao também pode ocorrer por uma ago di- reta dos parasitas ou por uma vasculite UM NOVO CONCEITO a) Através dos GAGs obtém-se os efeitos de: © CONDROPROTECAO * CONDROREPARACAO Gece rod tratamento de processos art Cree eae en eet HAPPYVET:PHARMAJLTDAS roe ae jappyvel @agroveleriana.co™. bi Clinica Veterinaria, Ano V, .28, setembrofoutubro, 2000 37 Clinica médica necrotizante, em decorréncia da deposi- «20 de complexos imunes”, Observa-se também onicogrifose associada & pre- estimulando a matriz, verifica-se uma atrofia muscular, ini mente nos miisculos das fossas tempo- rais, Seguida, sucessivamente, pelo resto «la musculatura do corpo", Muitos ani- mais apresentam diminuigao da ativida- de fisica, associada a distirbios de loco- mogiio, que podem ser decorrentes de neuralgia, poliartrite, polimiosite, fissu- ras nos coxins, tlceras interdigitais ou ‘mesmo lesdes osteoliticas ou periostite proliferativa "= A deposigdo de imunocomplexos nos rins eventualmente resulta em glomeru- lonefrite proliferativa e,em muitos casos, em nefrite intersticial, podendo levar & insuficiéncia renal, que é muitas veres, a principal causa de morte em cies com leishmaniose "=, As leishmanias também se multiplicam em macréfagos do figado, produzindo hepatite ativa cronica e, ocasionalmente, hepatomega- lia, vOmitos, poliria e polidipsia, anore- xia perda de peso”. Apenas 1 a5% dos cles infectados mostram sinais de icteri- cia, apesar da ocorréncia de hepatite em muitos deles''*. As alteragdes hepaticas e renais levam 2 hipoalbuminemia que, Jjuntamente com fatores vasculares lo- cais, pode levar & formacao de edema de membros. Nas fases finais da doenca também podem ser observados ascite © edema generalizado, Alguns animai apresentam quadro de diarrgia erénica e milena, em decorréneia da presenga de uleeragdes de mucosa em estomago, intestino e e6lon. A enterite pode ser resultado de um dano parasitério dire- to”?"™*, ou conseqiiéncia de uma insu- ficineia renal", ‘Cies com leishmaniose podem apre- sentar tempo de coagulagdo protongado, epistaxe, hematiriae outros sinais de dig- tese hemomrégica por varias razdes, den- tre as quais a vasculite, a uremia, a insu- fici8ncia hepatica, o seqiestro esplénico de plaquetas e, eventualmente, a trom- bocitopenia por aplasia ou hipoplasia medular®*, ‘Alguns animais desenvolvem um ‘quadro de pneumonia intersticial, sendo possivel observar também miocardite aguda nao supurativa e pericardite * ‘Quadros de leishmaniose visceral podem 38 vir acompanhados de lesées oculares, principalmente blefarite associada a der- rmatite facial, embora nao seja raro encon- trar ceratoconjuntivite serosa bilateral Em alguns cdes pose-se observar também, uveite bilateral com intensa leucocitose marginal, associada a edema de cémea ‘ou com formacio de sinéquia, devido & presenga de Leishmania ou como con- seqiléncia da deposi¢ao de imunocom- plexos na iris € no corpo ciliar**"" No sistema nervoso observam-se dep6- sitos de antigenos de Leishmania © de imunoglobulinas no plexo corside, le- vando a uma coroidite, além de altera- Ges histoldgicas nas regides do encefilo © do cerebelo, tais como deposicao de substancia amildide e degeneracio neu- ronal", Na fase final da doenga po- dem ocorrer edema e paresia de mem- bros pélvicos’, Segundo alguns autores, a incidéncia de problemas locomotores em casos de leishmaniose visceral chega 130%, que podem ser decortentes de po- liartrite, sinovite, polimiosite ¢ osteomi- lite, Nestes casos, € possivel a identifi- cago da Leishmania no liquido sinovia Acredita-se que a causa da poliartite se- {ja 0 dep6sito de imunocomplexos circu- Tantes no liquido sinovial**, (O diagndstico da leishmaniose canina € semelhante ao diagndstico da doenga na espécie humana, e pode ser feito com base nas caracteristicas clinicas apresen- tadas pelos animais, pela demonstragao do parasita em pungdes aspirativas de rgios linfides, por provas sorolégicas © por meio de métodos moleculares (rea 0 em cadeia da polimerase - PCR)" As técnicas parasitolégicas possuem es- pecificidade de 100%, no entanto, sua lidade pode ser muito baixa, A identificagdo de Leishmania em prepa- ragies citol6gicas feitas a partir de pun- ‘gOes aspirativas de linfonodos é répida e facil", As formas amastigotas sao fa- cilmente reconhecidas por sua forma es- {érica a ovéide, medem de 2 a Sum € ccontém um niicleo arredondado e um ci- netoplasto alongado™. Denire as provas sorolégicas, as mais empregadas atual- ‘mente fo a imunofluorescéncia indire~ ta, 0 ELISA, a fixagdo de complemento © a aglutinagdo direta. Estas provas ge ralmente apresentam alta sensibilidade e especificidade, no entanto, podem apre- sentar resultados falsos-positivos ou fal~ sos-negativos “2, Recentemente, desenvolveu-se a téenica de PCR, que € ‘uma prova diagnésticaaltamente sensivel € especitica, com a qual é possivel iden- tificar e ampliar seletivamente 0 DNA do cinetoplasto do parasita. Infelizmen- te, s6 6 possivel a realizacio da técnica dde PCR em laboratsrios especializados”. Objetivo (O presente trabalho teve como objeti- vo realizar a descrigfo clinica de 215 lies naturalmente acometidos por leish- maniose visceral, ¢ demonsirar quais as alteragdes mais freqtientemente obser- ‘vadas, que podem auxiliar na identifica- lo de casos da doenga, Material e método Foram avaliados clinicamente 215 des naturalmente acometidos por leish- ‘maniose visceral, encaminhados a0 Hospital Veterinério do Curso de Me- dicina Veterinaria da UNESP - Campus de Aragatuba, no periodo de janeiro a novembro de 1999, Parte dos animais foi encaminhada ja com suspeita clini- ca de leishmaniose visceral devido & existéncia de uma epidemia da doenca na regido de Aracatuba. ‘Todos os ces apresentavam algum tipo de sintomatologia clinica, isto é, eram oligossintomiticos ou polissinto- ratios, ¢ foram submetidos a um exa- me fisico completo, sendo as observa- ges tabuladas em fichas individuais. Realizou-se ainda hemograma comple- to (eritrograma e leucograma) € conta- gem de plaquetas em todos os caes, urindlise tipo I e avaliagao da biog mica sérica (compreendendo a deter- minagio de proteina total; albumina; bilirrubina total, direta e indireta; fos- farase alcalina; alanina aminotransfe- rase: dosagens de uréia e cteatinina) nos cies com suspeita de envolvimen- to renal e hepiitico, diagnéstico da doenga foi realiza- do inicialmente através do achado de formas amastigotas do parasita em ci- topatologia de pungao aspirativa de linfonodos (Figuras | e 2). As pungdes, aspirativas foram realizadas com 0 au- xilio de uma agulha hipodérmica des- cartével 25x7, acoplada a uma scringa descartavel de Sml e a um citoaspira- dor de Valeri (Figura 3). Os esfregagos foram corados através de Corante Pandtico Rapido, ¢ observados em ‘> HermloorBatiin Carer Lid So Pau (Clinica Veterinaria, Ano V, n.28, setembro/outubro, 2000 COSEQUIN O Cosequin® é um produto nutraceutico patenteado e lider nos Estados Unidos para o tratamento de osteoartropatias, O Cosequin® ¢ um condroprotetor composto por uma combinagao de elementos naturais: Sulfato de ‘Condroitina, Glucosamina e Ascorbato de Manganés, estes a aca ele eee aa oe . sintese de Itquido sinovial e da matria extracelular £Ar1 z X © glucosaminoglicanos), a tese no tecido conjuntivo, = I Dr sa f a dor, elimina a inflamagio ¢ A ] ‘T | i 1 e imento normal da articulag3o LAIN TOA LANE See ES San set eao ; pot longos periodos sem a incidéncia de efeitos colateras. Permite a reducao da sua dosagem na fase de manutenga Desde 1993 cerca de 17.000 veterinarios nos Estados ‘Unidos tém usado o Cosequin® com sucesso em milhares de animais sem nenhum efeito colateral, mostrando assim sua incomparavel qualidade ¢ seguranga. reacf car amreer aes) de manual técnico sobre o Cosequin” entre em contato com 0 Setor Veterindrio da Marco Polo Imports, através dos telefonesffax: (Oxx11) 6915-7464 e (Oxx11) 6915-0863 ou pot e-mail: vetmarcpolo@uol.com.br. Vendlas: Pet Service 0800 10 5225 CCosequin® & importado e distribuido com exclusividade pela Marco Polo Imports 7 r oece )) Clinica Fgura | rativa de infonodo, em cao nao portador de leishmaniose visceral ostrando infeeiee Hploos. (00x Sa0 Paulo (1999) Figura 3 - Fotogratia de pungse axprativa de lintonodo popiites cumentado de volu me em edo com lolshmaniose viscera, uti 2ande o cffoasprader de Valeri. Aragctuba ‘S60 Paulo (1999) microseépio Sptico com aumento de 1000x. Além do exame citopatoldgico, os animais foram submetidos a exame sorolégico por imunofluorescéncia indi reta, sendo considerados positivos para a doenga quando apresentavam titulo superior a 1:40. Todos os 215 caes apre- sentavam exame citopatoldgico e soro- légico positivos. Resultados Dos 215 cies avaliados, 53% eram machos € 47% eram fémeas (Figura 4). Quanto & distribuicao por faixa eta 22% dos cies apresentavam menos de uum ano de idade; 31% entre um ¢ és anos; 29% entre trés e seis anos © 18% mais de seis anos de idade (Figura 5). Quanto ao tempo de evolugao da doen- a, 36% dos animais acompanhados apresentavam o primeiro sintoma hié me- nos de 15 dias; 26% entre 15 € 30 dias: Fotomiciografa de exame citopatologico de puncdo asp anstico rapido). Arocatuba os Figura 2 - Fotamicragraria de exame citopatolégico de puneao ‘xprativa de linfonodo de cao, evidencianco infecitesreativos © formas amastigotas de Leishmania, (100 - pandtico rapido). Ara *e .gatuba - $40 Poulo (1999) 19% entre 30 ¢ 60 dias © 19% apresen- tavam uma evolugio clinica da doenga entre dois meses e um ano (Figura 6), As alteragdes clinicas mais freqtien- tes foram linfoadenomegalia (81%) alteragbes_dermatoldgicas (68%), hi- porexia (58%), onicogrifose (51%) © emaciagio (47%) (Figura 7). Com re- lagio as alteragdes dermatolégica 51% dos animais apresentavam queda de pélos, 49% possuiam lesdes uleera- tivas, 319 apresentavam. prurido in- tenso, 31% pelame opaco, ¢ 25% Dy Te Fgura 4-Distiouigao. por sexo, de 215 oes afuralmente acometicos por leishmaniose viscerci, no municipio de Aragatuba ~ $40 Poxio (i999) ‘amenor que 1 ane 123 anos G35 anos Gmalor que 6 anos Figura 5 - Distibuicdo, por foi eta, de 215 cGes naturaimente acometides por lebih ‘maniose visceral, no municipio de Aragatu- ba ~ S80 Paulo (1999). menoe de 16 diae 15.230 dias B30260die = 600.365 dlae Figura 6 -Distbuigdo, pelo tempo de evo- lugao da doenca, de 215 cass naturaimen- fe acometldos por lelshmaniose visc=ral na munieipo de Araratube - a0 Pauie (1999) ‘soeannas Figura 7 - Frequéncia de ocorencia dos principas snfomas om 215 cass naturct Mente acometides por leshmaniose visce- ral no municipio de Aragatube - S60 Paulo 1999) 40 Clinica Veterinaria, Ano V, n.28, setembrofoutubro, 2000 dermatite seborréica (Figura 8). A ane- mia foi um achado consistente em 30% dos animais com leishmaniose. De to- dos os ces estudados, 29% apresenta- vam sinais oculares, 21% hipertermia, 20% émese, 20% diarréia e 10% mele- na. Foram’ observados quadros de pneumonia em 19% dos cies, ¢ de epistaxe em 3% dos animais acompa- nhados (Figura 7). Outro achadio clinico importante foi 0 ‘comprometimento do_ sistema urinério ‘em 19% dos ces, evidenciado através de politria © polidipsia, proteimtria, he- ‘matiria e pitiria, em 12%, 4%, 2% e 1% dos animais, respectivamente (Figura 9). Em_17% dos animais foram obser- vadas evidéncias de alteragdes hep: cas, tais como hepatomegalia, bilimbi Oley estes Pee Poure Der sets ‘eer ‘Ateragbes Deratoliicas Figuio 8 - Freqiéncia da oconéncia das pnclpas alteragses dermatolégicas ob- Sorvadas em 218 coes naturcimente aco eticos por leshmoniose visceral no mun ipo de Arogatuba - $40 Paulo (1999), ‘lis PouraPoipds Perse veraira ‘Meragdos Uinsas Figuio 9 - Frequéncia da oconéncia das pincipas offeracdes urndrias de 215 caos Raturamenta acometides porlesnmaniose visceral ne municipio de Aragatuba - S40 Paulo (1999) 3% © 2% dos cies, respectivamente (Figura 10). Alteragdes neurolégicas fo- ram menos freqilentemente observadas, perfazendo um total de 4% dos casos atendidos, ¢ eram caracterizadas por pa- raparesia evoluindo para paraplegia, ge ralmenteé acompanhiada de edema de ‘membros. pélvicos e reteneIo vesical; convulsées e paralisia de manditula em 3%, 1% © 1% dos animais, respectiva- ‘mente (Figura 11). ‘Alguns animais apresentavam outras patologias associadas ao quadro de leishmaniose visceral, tais como linfos- ‘sarcoma de Sticker, demodiciose, malas- seziase, escabiose canina e finfoma em 3%, 59%, 2%, [Me € 1%, respectivamente (Figura 7). issn, Trenoresis Siri Ase ‘Mraces Hepa Fguio 10 - Frequéncia de ccoréncia das ‘principals ateracdes nepaticas observadias Gm 315 coes nafutalmente acometidos por lekehmaniose visceral no municipio de Arc- ‘gatuba - S40 Paulo (1999) vas Faspenst Contr Palas ma Aragtes Neuoigicas Fguo 11 - Freqténeia da ocoténcia dos bBtincipas alletacoes neurolegicos em 215 ‘Goes naturcimente acometions por els maniose visceral no municipio de Aragatu- Ba" Sao Paulo (1999), Discussio e conclusdes No presente estudo nao foi constatada predisposieao sexual ou acometidos por leishmaniose visceral, 0 ‘que confirma os relatos da literatura ” Quanto ao tempo de evolugso da doenea quando do diagnéstico, 62% dos cies apresentavam sintomatologia clinica ha menos de um més e 814 ha menos de dois meses, demonstrando que a maior parte dos animais encaminhados a0 Hospital Veterinério possufa uma evolu- elo clinica aguda'". Como © objetivo principal deste relato foi a descrigao cl nica de ces com leishmaniose visceral nao foram ineludos animais assintomé- ticos. Tal procedimento impossibilitou que se estimasse a porcentagem destes animais em relagio aos soropositives. Os linfonodos mais comumente afe- tados foram os poplitens, 0 que se con- trapoe aos relatos de autores que eviden- ciaram principalmente linfoadenomega- lia pré-escapular, provavelmente decor- rente de um maior nimero de lesdes cu- tneas na regio cranial dos animais ¢ tudados'”. Isso nao pode ser evidenciado no presente estudo, no qual mesmo 05 animais com lesdes cutneas severas em regides craniais apresentavam os linfo- nnodos popliteos com maior aumento de volume, sugerindo evidéncias de envol- vimento visceral Com relagdo as alteragdes dermatol6- ¢gicas, os achados mais frequentes foram ‘queda de pélos, levando & presenga de fireas de alopecia difusa, e lesdes ulcera- tivas (Figura 12). Na maioria dos casos ‘estas tltimas foram evidenciadas em re- ‘ides de saliéncias dsseas, em decorrén- cia, provavelmente, da emaciacio ob- servada nos animais, Apenas dois ani mais apresentavam iilceras em espagos interdigitais, e um outro em regiio de plano nasal, o que discorda parcialmen- te dos relatos que constataram iilceras preferencialmente em regides de salié cas dsseas, plano nasal, bordas das nas ¢ espagos interdigitais ""*. A ocor- réncia de prurido esteve associada, na ‘quase totalidade dos casos, & presenga Animais e Animais Informacdes: Vefus Ultra-sonografia Veter’ Cursos de Ultra-sonografia Abdominal em PequeNo$ turmas em setembro, ilvestres (tedrico-prdtico) ja gap (tl 3064-0426 e 280-6876 ‘outubro e novembro Gorérie comercial) Clinica Veterinaria, Ano V, 0.28, setembrofoutubro, 2000 at Figua 12 - Fotografia de ce com leshma- nse vicerd. Atagatuba $80 Paulo (1999 de descamagao cutdnea. Apenas em al- guns animais observou-se descamagao cutnea localizada na regiao periocular (lesdes em luneta) e na borda das pinas , na maior parte dos casos, a descama- ‘sho foi generalizada ‘A maior parte dos animais que apre- sentava emaciagdo, também manifesta- va atrofia da musculatura temporal, cor- roborando os relatos que registram miotrofia da musculatura das. fossas temporais em animais com leishmaniose visceral ™”, ‘Anemia, evidenciada pelas mucosas palidas © muitas vezes perléceas, foi confirmada hematologicamente, sendo de caréter arregenerativo na totalidade dos casos. Desta forma, sua ocorréncia se deveu, provavelmente, a uma hipo- plasia ow aplasia medular**, Dentre ‘5 animais com lesdes oculares, 0 acha- do mais consistente foi 0 de uvefte, se~ guido de ceratoconjuntivite_ bilateral Nos animais que apresentavam hiperter- ‘mia, geralmente foram constatadas tem- peraturas acima de 40,5°C e, em alguns deles, a temperatura chegou a 41°C. Os quadros de émese ocorreram, em sua quase totalidade, em associacio & azotemia, que sugere a existéncia de insuficigncia renal "™. A ocorréncia de diarréia, algumas vezes acompanhada de melena, deveu-se, em alguns casos, provavelmente, 2 azotemia e, em outros, aco direta de parasitas no intestino, ja que nem todos 0s cies com diarnéia’ € ‘melena apresentavam elevagdo dos. ni veis séricos de uréia e creatinina®?" ‘Com relagdo as alteracdes urindrias, os sintomas mais freqiientes foram poliiria e polidipsia. Em todos os cies com essa sintomatologia foi descartada laborato- rialmente, e pelo exame histopatolégico, 4 possibilidade de uma insuficiéncia he- patica ou distérbio endécrino que pudes- se levar a esse quadro, Aproximadamente 42 4% dos ces apresentavam proteiniiria, sugerindo uma glomerulonefrite por de- posicao de imunocomplexos, jf que es- ses animais apresentavam hiperglobuli- nemia. Os quadros de hematuria e pitria foram decorrentes de infecgdes vesicais, e renal Nem todos 0s animais que apresenta- vam alteragées hepéticas possufam he- patomegalia, Confirmando as observa- goes da literatura, apenas 2% dos caes com alteragies hepéticas apresemtavam ictericia", Em todos 0s casos de ascite observou-se hipoalbuminemia sem a presenga de proteintria, sugerindo como causa um envolvimento hepético. ‘Apenas 4% dos cies com leishmanio- se visceral apresentavam alteragGes neu- rolégicas, caracterizadas por parapare- sia, convulsdes e paralisia de mandibu- la, Nestes animais foi descartada a pos- sibilidade de uma infecedo concomitan te pelo virus da cinomose ou da raiva, que pudesse causar tal sintomatologia. Os ces com paresia de membros pélvi- cos apresentavam uma evolugao crénica da doenga". Essesanimais.possuiam também edema dos membros, sem, no entanto, apresentarem proteinuria ou hi- poproteinemia que sugerisse a ocorrén- cia de sindrome nefiética. Em nenhum dos cies com paraparesia evidenciaram- se alteragbes radiograficas dsseas ou ar- ticulares. Os sete caes que apresentavam epis- taxe possufam pancitopenia, sugerindo ‘como causa do processo a hipoplasia ou ‘aplasia medular, e nao a uremia, a in- suficiéneia hepitica ou 0 seqiestro es- plénico de plaquetas, proviveis causas de didteses hemorrégicas em animais com leishmaniose visceral". ‘Uma pequena porcentagem dos ani- ‘mais apresentava pneumonia bacteriana (19%), demodiciose (5%), malasseziase (2%) e escabiose (1%), © que confirma 0s relatos de que existe a possibilidade de ocorréncia de outras infecgdes & festagdes associadas a0 quadro de leish- ‘maniose, Também se observou uma as- sociagio entre a ocorréncia da leishma- niose visceral e a presenga de Linfossar- coma de Sticker e de Linforna em 5% € 1% dos animais, respectivamente*", Apesar da vasta literatura voltada & descrigio clinica da leishmaniose visceral em cfes, a maior parte dos relatos aborda ceasos de acometimento por Leishmania (Leishmania) infantum. oi possivel ob- servar, no entanto, que a sintomatologia causada pela Leishmania (Leishmania) chagasi, apesar de bastante variada, presenta sinais clinicos semelhantes, Aaqueles da Leishmania (L.) infantum, evidenciando-se porém divergéncias quanto a freqiiéncia de aparecimento dos mesmos, Referéncias bibliograficas: OL-ALENCAR, J.B; NEVES, 1: DIETZE, R. 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JM: GINEL, PJ; MOLLEDA, "uM; MORENO, P: NOVALES, M: LOPEZ, Clinica Veterinaria, Ano V, n.28, setembrojoutubro, 2000 010, « (orbifloxacina) O antibiotico de ac¢ao rapida da Coopers aa y | ‘eran sc ram observates Gcroma do pelame em ei rica dre cpoca iatralsmétice em egies de pare caudal dos renbrs posers efancos, acorparhada de ececaramerto de pel, com vsualzarso dos ‘aces subeulaneos atominas Parlelant & eaizaao do dagéstio abort de iperaterocartcsmo, ove ‘siren 6 IT>estacolapeserouse fancamente lrado (305ppm), eas mensurages séieas dos andiégenos apresentaran-sedocrelamerte vada, dagnsicandose, também, hiperestogenssmo de prove argem ovarian, ‘tan hseplelico dos varios ands avrosapngohisteretomiarewlo a pesanga de um tumor de cas d Ser ‘i Ley, siiando os rive elevatos ds hordes saa. Unitermes: Tuer ovarano hpsadrenocoricsmo cade, pond _Absract: Horoty we present te case ol saver year-old ama poodle dog wih progressive aloaca, requ’ oat ‘les wih shot neva, ar everival polyphaga. Ding plysial exanatonharecet varie myperplgneriatin in oral ora rogion was observed. ls syretica biel loocian peal areas caucl tothe pei members land Sele was pete, accompanied by Ping ofthe kn ard vszlzaton abdominal subcutaneous vassals Besidos biochemical fdrgs porting fo hypeadronecortism, th ctlegc conoonraion of 17-b-srado was fou to be very igh (20,65pg) wil androgen ees were ightyceaied.Terlre, hpeostogonism of uate ovaranorign was ‘cancomitanly diagnosed, Hatelole analy othe ovaries revealed the prasence ot a Sat Lea tumor hat utod the elevated hormone lee, Keywords: Oraian tana, oar, bch, poodle (Cinica Veterinéria, n.28, p-46-50, 2000 Introducao As anormalidades ovarianas primérias ‘io incomuns na espécie canina ¢ incluem 05 cistos e os tumores ovarianos"*", Os tumores so classificados, de acordo com sua origem embriolégica, em tumo- res epiteliais, tumores de células germi- nativas ou tumores do estroma dos cor- does sexuais"*"", Dentre os tumores do estroma dos cordées sexuais, podem ser citados os tecomas, os luteomas, tumo- res de células granulosas ¢ os tumores de células de Sertoli-Leydig"!'"", tam- bbém denominados, por alguns autores, arrenoblastomas, _androblastomas - € ‘masculinomas, devido aos efeitos mas- culinizantes na mulher'**"*, ‘Os tumores de células de Sertoli-Ley- dig t8m origem em remanescentes de cé- lulas com potencialidade masculina que persistem depois dos estgios precoces do desenvolvimento fetal’. So tumores raros***®, unilaterais ou bilaterais’*"*", © de baixo poder metastético *". Estes tumores variam em seu grau de ativida- de hormonal **"* e, por isso, muitos s0 endocrinologicamente inativos, alguns podem produzir apenas estrégenos, € oU- tros podem produzir andrégenos e estr6- genos, horménios estes provenientes de tipos celulares diferentes". ‘A classificagao histopatolégica do tu- mor de célutas de Sertoli-Leydig € basea- dda em trés formas. A forma pobremente diferenciada, altamente celular e com stroma muito escasso, 6 do tipo sarco- matoso com dois tipos fundamentais de células: polimorfas e atipicas’. As célu- las anaplisicas est2o arranjadas em gru- pos, corddes ou em estruturas tubulares, rudimentares*”. A forma intermedidria presenta células de Sertoli e células de Leydig misturadas, caracterizadas por ‘mais atipia que naquelas do grupo ante- rior. Formam pequenos acimulos ow nddulos, sem diferenciagao tubular ot com tibulos rudimentares, porém mais, rnumerosos‘*. A forma diferenciada tem. Marcia Marques Jerieé Maaica veerinrin- Dot fa a FMV - TUNISAe UNIBAN suresjricoahoma com Otivio Pedro Neto Médico veterniro - mestrando do Depto. de Medi ‘ing Veterinria da UFRPE. Alexandre Rego -Mético veterindrio - PROVET “Mestre - prof. da FMV - PMU e UNIMES Rogério M. Soi Médico Veternsrio- PROVET Joao Pedro de Andrade Neto Médico veterninia » Mestre - pra da FMV UniABC¢ Anhembi-Monumbs tecido semelhante a0 testicular, com for- magdes tubulares tapetadas por células de Sertoli e pequenos actimulos de célu- las de Leydig entre os tibulos’, e pode apresentar atividade androgénica e es- trogénica’, Considera-se importante 0 relato des- te caso pois, nas fémeas da espécie cani- nna, os tumores ovarianos de células de Sertoli-Leydig so raramente reconheci- dos, ¢ a maioria dos textos compilados, reporta-se a trabalho pioneiro®, que re- latou as caracteristicas andtoma e histo- patolégicas de 12 casos do referido tu- ‘mor. Além disso, na literatura nacional nfo se observaram relatos publicados da ‘ocorréncia do tumor ovariano de células de Sertoli-Leydig em cadelas. Também nao foram constatados na literatura es- trangeira, estudos que caracterizassem 0 perfil esteroidal relacionado a estes tu- mores na espécie canina. Cabe ressaltar, ainda, a sobreposigao de quadros mérbi- dos distintos no mesmo animal; 0 a ‘mal objeto do presente relato também cera portador de um quadro de hiperadre- ngcorticisino endégeno, doenga endé- crina bastante comum na espécie. Relato de caso Relata-se 0 caso de um animal da es- pécic canina, fémea, da raga poodle, com sete anos de idade, levado a consul- ta por apresentar alopecia progressiva generalizada, ciclos estrais irregulares © com intervalos curtos, além de polifagia eventual. Ao exame fisico foram obser- vadas discromia do pelame em regio torécica dorsal; alopecia bilateral simé- trica em regides de perineo e caudal dos 46 Clinica Veterindria, Ano V, n.28, setembro/outubro, 2000 membros posteriorese flancos; presenga _ hiperpigmenta- Tabela 1 - Nivel sérfcos de cortisol, colhidos em condigdes basois Pee Nedenigmehidee neem: Gio. eperculvar) € qUawS e alo. heres apes supresoo. com dexsmetcsone = ie fries fae aus See 20 LED) (0 Img/kg/IV), com intervalos de setenta dias, am cdo cam tumor nnhadas do adelgacamento da pele com conforme Figuras ‘2 "™a/Main:com intenacs ce sslensc es visualizagio dos vasos subcutaneos _1¢ 2, além da per- ESE SISTER TEESE abdominais. Suspeitou-se, inicialmente, sisténcia da poli- | pesquisa aan roray de hiperadrenocorticismo endégeno fagia Consol basal 3.2mpll 4,38ma/dl0.5-5,0meid mesmo nio havendo evidéncias clinicas -Suspeitando- | Eounal@toras poedesa. " g7ameldl <1 frei completas da doenga, Embora os niveis se, ento, também | Cortisol 8 horas pOs-dexa, 2,1mgidl__1,B6mg/dl_< t.Amg/l de uma dermatose secundéria a dis- irbios de hormd- nios sexuais, foram solicitadas ul- tra-sonografia abdominal e deter- de cortisol sérico, obtidos em condigdes basais c oito horas apés supressio com baixa dose de dexametasona (0,01mg/kg/v), sugerissem a hiperativi- dade adrenal optou-se, por sugestio cl "FELOMAN & NELSON, 187 Tabela 2. Nivels séricos de esterdides soxuals, co- Ihidos em condicoes basais, em co com tumor de céiulo de SerfolrLeydig (Sao Paulo, 2000). nica veterindria e em comum acordo com o proprietétio, por deixar o' animal em observacao, dada a auséncia de sin- tomas classicos do hiperadrenocorticis- mo, como polidipsia, politiria, hepato- megalia © hiperfosfatasemia © con- siderando as possibilidades de efeitos colaterais quando do tratamento do hi percortisolismo, No retomo, setenta dias aps a pri- meira visita, o proprietério relatou piora do quadro tegumentar (alopecia, discro- ria, pistulas disseminadas pelo tronco Figura 1- (Co pode temea, de sete anos do dade, com jumor de ¢6- las de SertcliLeyalg, ‘presentando dscromia do pelame com rarefacao. plosa biote- falsimetic emseu aspect dorsal (S00 Paulo, 2000), Figura 2 - Cao poodle, femea, de sete anos dp idade, com tumor de céiulos de Sertal- Leydig, om docubito dorsal, apresentando Alopecia bilateral smétrica am regico per heal e caudal dos membros postarores, hk perpigmentacéo perivulvar e perfeita vk ualzaeae dos vases subcuténeos cbdomi: nals (S50 Paulo, 2000). ‘minagGes dos horménios 17-B-es- tradiol, progesterona, testosterona. Reece neeaee total, testosterona livre, dihidro- | ?7-S-stadiol —30/65p9/m!_3,0:10/Opg/n testosterona e androstenediona , |eststerona otal dng! 0, nga além da repeti¢ao do teste de su- | Testosterona livre 0,55pg/ml 2OXK pressio ‘com “dexametasona | Dihidotestosterona 0,02ngfni woes (0,01mg/kg/iv) (Tabelas 1 € 2). Androstenediona 0,48ng/ml 5,2ng/ml. Através do exame ultra-sonogra- fico nao foram detectadas altera- ‘gBes de ecogenicidade tanto na regito dos ovarios como das adrenais, Como resultados laboratoriais, 0 nivel sérico do 17-B-estradiol apresentou-se franca- mente elevado, as mensuragdes séricas dos andrégenos apresentaram-se discre- tamente elevadas e as concentragoes de cortisol sérico, apés supressio com de- xametasona, apresentaram padrio de resposta.atipico. Assim, suspeitou-se, além do provavel hiperadrenocorticis- mo, de um quadro de desequilfbrio hor- monal de origem ovariana, provav mente um hiperestrogenismo, Permanecendo as restrigées ante- gg riores ao tratamen- to do hiperadreno- corticismo, optou- se pelo tratamento cirtirgico (ovario- salpingohisterecto- mia) © pelo trata- mento médico de suporte com écidos graxos_poliinsatu rados associaclos &s vitaminas Ce E. 5 ovérrios, um de- les. discretamente ‘me histopatol6gico. O resultado desses exames acusou a proliferagio neoplisi- cca de dois tipos celulares. Um deles era composto de células vacuolizadas, ana- plisicas, pleomérficas com nucléolos proeminentes e moderado indice de mi fpicas, arranjadas em forma se- ‘melhante a tdbulos seminiferos (Figuras, 3 e 4), sendo, provavelmente, 2 forma altamente diferenciada do tumor. O ou- {ro tipo cra composto por células tumo- rais menos diferenciadas, anaplésicas, pleomérficas com elevado indice de mi- toses atipicas ehipercromasia, aranjadas aumentado, com lesdes cfsticas © reas hemorrégi- cas, foram imersos em formol tampo- nado a 10% e enca- minhados para exa- Figura 3 - Aspecto histopatoogico do tumor ovaniano de calulas de Seriol-Leycig, caracterizado pela prolteracao neoplésica de {dos tipos colulares princioass: um tipo composto de céiulas vacuo Trades, cnapiésiccs arranjadas na forma do ostruturos semethan- tes a Rbulos seminiferos (forma altamente diferenciada do tumor “Seta vermetha) © Outro lipo composto per colulas toribém an pldsieas, aranjadas na forma de ninnos séldos, deimitado por te- ‘cide conjunlivo delcado (forma intermediéria do tumor = seta faranja). Coloracao HE; aumento 1é0x ($0 Paulo, 2000) Clinica Veteringria, Ano V, n.28, setembro/outubro, 2000 47 Fgura 4 - Detahe histopatolégico do tumor ovaaiano de células Ge Serial Leydig, coracterzodo por prolferaeao neopkasica com- posta de célulos vacuolaadas, anoplascas, cxtanjodas na forma, Ge estruturas somoihantes a fubulos seminiferos (Fora aitaente Giferenclada do tumor - seta). Coloracae HE; umenta 650% (S20 Paulo, 2000) na forma de ninhos s6lidos (Figuras 3 € 5), delimitado por tecido conjuntivo de- licado, representando a forma interme- didria do tumor, ‘Apds trés meses de ovariosalpingo- histerectomia foram observadas reco- bertura pilosa acentuada © diminuigdo da discromia, acompanhadas de bom es- tado geral. Cerca de 6 meses ap6s a in- tervencdo cinirgica, o animal apresentou cristalizagao, ou seja, surgimento de sin- tomas adicionais © agravamento stibito do quadro de hiperadrenocorticismo en- dégeno, com estabelecimento de com- plicagdes respirat6rias conseqiientes. a um tromboembolismo pulmonar, 0 que © levou a dbito. Na avaliagao andto- ‘mopatol6gica confirmou-se o diagndsti- co de hiperadrenocorticismo endégeno, dada a hiperplasia nodular das glandulas adrenais (Figura 6), ¢ a presenga de trombos em grandes vasos pulmonares (Figura 7), Diseussio e conclusio ‘Os tumores de células de Sertoli-Ley- dig tém origem em remanescentes de células com potencialidade masculina que persistem depois dos estégios pire- ccoces do desenvolvimento fetal. Embo- ra esses tumores raros sejam descritos ‘como unilaterais ou bilaterais**", de baixo poder metastitico “*, lobulados ‘com areas sélidas e/ou cisticas, hemor- rgicas ou necréticas, no presente re- lato de caso, por meio da ovariohisterec- tomia, foi possivel constatar a presenca de uma formagao ovariana unilateral ‘com formagdes cfsticas e dreas hemorré- gicas. 0 diagnéstico definitivo dos tumores ovarianos € realizado pela avaliagao his- topatol6gica; no entanto, outras técnicas de diagnéstico, como a ultra-sonogratia, a urografia excretora, podem auxiliar a diferenciagdo entre massas ovarianas © renais, € a definigao do tamanho e da lo- calizagdo dos tumores"*. Neste caso, po- rém, a ultra-sonografia nao foi efetiva Apesar de tais tumores serem compos- tos de dois tipos de eélulas diferentes, predominam as de Leydig nas formas indiferenciadas e intermedidrias, as quais exercem efeito masculinizante, 0 ue 6 raro na forma diferenciada‘. A pre dominancia de um ou outro hormdnio Figura 6. Corte longitudinal da acrenal es- quotda, com pequana area de prolitera- ($60 celular (hiperplasia nodlutan (a0 Pou- fb, 2000) Figura § - Detahhe histopatolégico do tumor ovarian de céluias de Sertolleydig, coractetizado por proliferacdo neoplésica compos {a por céluias onapiésicas, crranjadas na forma de ninhos séiidos. delimited por tecido canjuntive Geicad (forma intermedisria do fumor- seta), Colo1agGo HE: cumento 660x (S00 Paulo, 2000) esterdide sexual vai depender de fatores como a presenga ¢ a intensidade da ati- vidade, do tipo e da forma tumoral e, no presente caso, mesmo havendo superio- ridade dos niveis de esttégeno, ndo se pode afirmar que houve predomingincia da forma diferenciada sobre a forma in- termeditiria, visto que a fémea apresen- tou niveis clevados de 17-t-estradiol, progesterona ¢ testosterona total (Tabela 2), € que estes tumores variam grande- mente em seu grau de atividade hormo- ral *", além de que variagdes na pro- dugio hormonal de um simples tumor podem ocorrer o tempo todo". Assim, no se recomenda classificé-los com ba- se no perfil endécrino obtido”. A cirurgia (ovariohisterectomia) con- tinua sendo o tratamento de eleicao para tumores ovarianos!™", com prognéstico ‘bom para todos eles, independentemente Figute 7. Corte hhaneversal de puimao, ev denciando a presenca de trombo obstruin= do vaso de calitxe grande (Sao Paulo, 2000), 48 Clinica Veterinaria, Ano V, n.28, setembro/outubro, 2000 Morram, ermes! Anti-helmintico Premium, . o Unico vermffugo em capsulas gelatinosas. Precisa dizer mais? Praziquantel * Pamoato de Pirantel * Febantel Uso veterin‘rio, Consulte sempre 0 médico veterindrio, Ate * cologia da histologia, quando completamente excisados". Frente a qualquer evidéncia de doenca metastitica, 0 tratamento qui mioterspico pode ter o potencial de pro- longar 0 tempo de sobrevivéncia dos animais"*. De acordo com os resultados das avaliagdes hormonal e anitomo-his- topatol6gica, foi possivel constatar que animal tinha um tumor ovariano de cé- lulas de Sertoli-Leydig, com atividade hormonal francamente estrogénica € discretamente androgénica, paralela- ‘mente & presenga de outra endocrinopa- tia, de ocorréncia bem mais freqiiente, qual seja, 0 hiperadrenocorticismd. Res- salte-se o ineditismo do presente relato, tanto pela descrigio do perfil endécrino de um animal da espécie canina quando metido por tal neoplasia ovariana, como pela simultaneidade da ocorréncia de duas endocrinopatias distintas. O. hiperadrenocorticismo canino (HAC) endégeno, ou sindrome de Cushing canina, é um quadro mérbido endécrino bastante comum na espécie canina, notadamente da raga poodle, que contempla miltiplas anomalias cli- nicas, observadas no animal doente, re- sultantes de uma exposi¢do prolongada a glicocorticéides, cuja produgao, pelas glindulas adrenais, encontra-se exacer- ada, Esta hiperfungao adrenal pode ser devida a causas primérias, como os ade- nomas ou adenocarcinomas. supra-re- nais, ou secunckirias, decorrentes de ex- cessiva secregao do horménio adreno- corticotréfico (ACTH), sendo esta tilti- ma a causa mais freqitente do hipera- drenocorticismo em cies - cerca de 85% dos casos estudados’, Como resul- tante da manutengao crOnica dos eleva- dos niveis de cortisol sanguineos, os animais acometidos, geralmente, desen- volvem uma combinagio de severos sintomas clinicos, em decorréncia de sua aco gliconeogenica, lipolitica, pro- motora do catabolismo protéico, antiin- flamatéria e imunossupressiva. Embora os sintomas do hiperadrenocorticismo sejam miiltiplos © indicativos do com- prometimento de vérios dros, a sua expressio clinica &, elassicamente, tra- duzida por polidipsia, poliiria, polifagia aumento de volume abdominal, intote- rncia frente & atividade fisica, irregula- ridades do ciclo estral ¢ alteragdes tegu. mentares (como alopecia bilateral simé- trica e hiperpigmentagao), além de alte- ragdes laboratoriais, também cléssicas, como eosinopenia, linfopenia, hiperfos- fatasemia esterdide-induzida e hiperco- lesterolemia®, Assim, no animal estuda- do, a auséncia destes sintomas, comuns, ao hiperadrenocorticismo, aliada as evi déncias da presenga de outra endocrino- patia, direcionaram a opgo, comum 20 proprietario ¢ a0 veterindrio responsé- vel, de ndo se implementar o tratamen- to para o hiperadrenocorticismo, pois os resultados da terapia sao primeiramente avaliados pela resolucio dos sintomas. clissicos jécitados, além dos riscos ine- rentes a terapia em si, que usualmente & feita com drogas adrenocorticoliticas’. Lamentavelmente, cerca de 6 meses apés a interveneio cirirgica, 0 animal apresentou recrudescimento ¢ agrava- mento sibitos do quadro de hiperadre- nocorticismo endégeno, com estabele: ‘mento dos sintomas clissicos ja citados @ de complicagées respiratdrias conse- lentes a um tromboembolismo pulmo- nar, 0 que o levou 4 dbito. O tromboem- bolismo pulmonar, evidenciado clinica ‘mente por intolerdncia a atividadl Fisica € dispnéia mista severa, é uma compli cago em potencial nos caes expostos & concentragbes elevadas de glicocortieéi- des, que promovem um estado de hiper- coagulabilidade, dadas as condigdes de eritrocitose, de aumento dos niveis séri- cos de fibrinogénio dos fatores V, VII, IX e X, além da diminuigao da concen- tragio de antitrombina III’, O seu prog- néstico varia de reservado a ruim. Ao exame anstomopatol6gico do ani- mal, foi constatada a hiperplasia adrenal bilateral e a presenga de trombos em grandes artérias pulmonares. & associa- G40 dos dados de resenha, anamnese, exame fisico, exames laboratoriais com- plementares e exame andtomopatol6gi- co possibilitou a comprovagio do diag rngstico do hiperacrenocorticismo endo. geno, quadro mérbido este bastante co- mum & espécie canina, A possibilidade de que a presenga do tumor ovariano encontrado, produtor de esterdides sexuais (com agdo biol6gica distinta daquela dos glicocorticsides), tenha mascarado de alguma forma o quadro clinico de_hiperadrenocorticis- ‘mo, tem sido considerada pelos autores do presente trabalho, ¢ remete & neces- sidade de estudos futuros da interagio clinica entre o hipercortisolismo e 0 ex- cesso de esterdides sexuais na espécie canina. Referéncias bibliograficas DL-ANDERSON. WA. SCOTT, TM. Sinopse de Patologia, 2c.” Rio de" Janevo: Cultura Medica, 1576 39658. D2-BARZILAY, G. 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Pela sua lealdade e afeto, os ces sao ® considerados os amigos perteits. # 4 Was a osteoartrite pode estragar UA) esta amizade. Esta doenca articular degenerativa causa Ww ¥ muita dor e sofrimento aos er ; caes, prejudicando suas atividades e restringindo 0 convivio com a familia. Rimadyl”, desenvolvido pela Pfizer, € um antiinflamat6rio nao esterdide, eficaz e seguro no tratamento da osteoartrite, Nao deixe que a osteoartrite acabe com esta amizade. Rimadyl”. 0 alivio certo para seus pacientes. Julia Maria Matera, M.V, Prof, Dr Titular do Dpto. De Cirugla, FMVZIUSP RIMADYL' CContole seguro ¢ efica? da dor causada pela osteoartite www. pfizersaudeanimal.com.br Pfizer Fone Saide Animal 0800 11 1919 Pfizer e vocé. Uma parceria de qualidade. Dia do médico da familia. 9 de setembro. Dia do Veterindrio. Homenagem da marca que mais entende de alimentos para caes e gatos Go profissional que mais entende da sadde e do bem-estar dos animais de estimagao. 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Para construir sua zara- batana vocé precisa de: '* tubo com comprimento de 1 a 2,5 metros fe didmetro interno com cerca de 2mm maior que o diametro externa do dardo; * 0 tubo pode ser de metal (cobre, aluminio, ago inox), ou de PVC (cano de construcao, 3/4 de diametro); ou de fibra de vidro com interior polido para redugao do atrito; * redutor de PVC (32 x 20 ou 1 x 3/4) para instalagao na extremidade do cano, criando um bocal que facilita a obten¢ao de uma maior propulsao. Caracteristicas dos materi utilizados: * PVC: barras maiores que 1 metro entor- tam se submetidas ao calor (ex: temperatu- ras alcancadas no interior de porta-malas); * fibra-de-vidro: quebram-se com certa ‘acilidade; * cano de cobre: pore amassar ou entortar; * cano de aluminio: alto custo © mais, dificil de adquirir que 0 cano de cobre; * cano de aco inox: custo mais elevado & ‘maior peso. centenas de anos por comunidades indigenas da América do Sul e Asia como. instrumento propul- sor de dardos embebidos em solucdes. Esta propulsio é feita pelo ar dos pul- mes que sai na forma de um "asso- prao" por uma extremidade (bocal) e impele o dardo pela outra. As solugdes que os indgenas utilizam nestes dardos s0 extratos vegetais ou secrecoes Cutaneas de animais (ex: anfibios), que tem a caracteristica de imobilizar quimicamente e, dependendo da con- centragao, até levar a caca ao dbito, O iintuito do funcionamento da zara- batana no mudou. Médicos vete- rindrios passaram a usar estes mesmos principios de caca no dia-a-dia de inst tuigdes que mantém espécies que ndo possibilitam a contengao fisica direta ‘ou para injetar drogas que necessitam ser administradas via intramuscular, sem 0 estresse de uma contengao fisica para este mesmo procedimento. ‘As zarabatanas podem também ser utilizadas em clinicas veterinérias no ‘caso de animais mais indéceis ¢ de dificil controle, que nao possibilitam a aproximacao do médico veterinério & reste caso, necessitam de imobilizacao quimica, Neste caso, € recomendado que a zarabatana seja utilizada como Gltimo recurso e com 0 consentimento do proprietario. Em locais piblicos, como zool6gicos, circos e demais recintos que possuam animais com potencial perigo & popu- lacdo, ¢ extremamente importante pos- suir este equipamento de seguranca & pessoal treinado para utilizé-o. Zarabatanas - caracteristas do equipamento * baixo custo silencio no disparo * pequena velocidade do projétil * baixo risco de injarias + pequeno trauma ao impacto * fcll de fabricar * alcance do dardo de 10.4 15 metros Fazendo agulhas para dardos ‘Agulha com cape de lo | 1 - Extremidade da agulha ocluida com Araldide® ou solda de estanho nao permitindo vazamento de liqui- do por esta via. poet nes 2 - Orificio na lateral de uma agulha 40x12 {mais ou menos a tc do bisel) feito com uma lima triangular pequena ou broca adontolégica dia- ‘guna com emote de Iubete de il : mantada, por onde fluiré a droga a ser injetada. 3.- Embolo movel de borracha ou capa de fio elétrico que deve ser colocado de forma que obstrua o orificio feito na lateral da gulha (posi¢ao A na figura). Passe Furacin® ou dleo mineral para facilitar 0 des- locamento do embolo ou capa de fio elétrico na agulha. Quando atingir 0 alvo, este émbolo se desloca para a posicao B da figura, liberando 0 con- tetido da seringa ‘Acima, destaque de agulha para dardo fabricada pela Telnject(indistna alema) Clinica Veterinaria, Ano V, n.28, setembro/outubro, 2000 55 ho trabalho Dardo de duas seringas Materiais para dardo de duas seringas seringas de 3mi (preferencalmente da rca BD com rosca para conexdo com a agulha hipodérmica) “tubstes vazios de idocain (anestésioo local de uso odontolégico) oa Araldite Metodologia de construcao do dardo *relte 0 apoio dos dedos das seringas ('asas") + corte 0 émivolo da seringa que iré conter a (aps a borracha, deite aproximad mente tem do émbolo}; + retire o émbolo da seringa que iré conter oar CL Con SEES eae TPP EOEOCOCOoEOROeOOeeeee oe ee compro es + corte um: ag de aproximadamente de lidocaina @ use-o seringas pelas suas cola Araldite” para fixar as seringas pete para impedirperdas de ar no local da emenda; + encaxe 0 penacho na extremidade da setinga que rd funcionar coma cémara de ar comprimido, EI Gi ee 02 G Es Et:€mbolo do tubete de lidcaina cu capa ce fo al co que recobe o ooo irl feo na aguha, por onda sera Iaraca a droga, Ct:cémara desinada a oot a droga ase intada. 2: émbolo mével, eravés do qual se regula quant dda da doga a Sor acs Com uma seringa de 20ml teste o émbolo gaa tear sere Saas cna cot cncee! Conde fui o contetido da seringa, empurre 0 émbolo da camara de ar do dardo, possibilitan- do que 0 ar saia. Repita este procedimento em ambos os lados algumas vezes para certificar- See aooraea ae Injete ar no interior da camara onde fica a 2 S. Dardo de cluas seringos pronto pata ser munictado (2: chmara pressurizad por melo da injgao do a aravés do uma seringa 0 20 mi (ja ot de municiamento o dado) Ed émlo mével desinaco a controlar a pressurize oda cimara C2 enquanio o bolo E1 no for esiocado. Quando isto acontece, core uma ‘espressuzagto da camara C2, causando a desloca- mento do émboio E2. desejado. Com uma soringa, meca a dose a 2 admiistrada einjete no interior do dardo. Teste a agua para dardo com 0 bolo feito com capa de io ou com o émbolo do tubete de idocaina que impede a passagem de liquid. No devem ocorter perdas de liquido pelo bis, apenas no orticio feito na lateral, depos que este émboio for desiocaco Para faciliar 0 deslocamento deste émbolo he Seringa ce 20m! utlizada para municiar o dardo de cts seringas. Ao injetar aro Gordo. 0 émibolo do tubete de Idocaina 16 dasiocar-se para a ‘TLermenda fla com 0 tubete de idocalna P.establizador do vo (penacho) A darde feito artesonalmerte B- dardo de fabricagao alomé CTeiinject) Dardo de duas seringas sendo municiaco passe vaselina,éleo mineral ou Furacin* na aguiha; ja devidamentetestada, Encaite a seringa de 20ml, conforme a figura ao lado ¢ repita varias vezes 0 proce: ‘imento de injtar ar na camara de at do dar do, até fcar muito cic deslocar 0 émbolo da seringa de 20m, sinaizando que jf injta- o ar sufcente 1ag}60 potferior do dards, fleando aderide nesta regide, em tuned ca pressO0, ~ Corte na extremidade Pe oposta ao nd. Nara obiter 0 penacho. 013) @ @ CeO De Cree cle Seguranga ho trabalho Materiais para dardo de uma seringa Metodologia de construcao do dardo +2 soringas” de Sl + corte o apoio de dedos da seringa(‘asas"); Araldite” + afinetes ou agulhas 25 x 7 + ralro 0 émbol, e recoloque apenas 2 parte + use afietes ou agulhashipodérmicas trans + cola Araldite de borracha no interior da seringa fixando a seringa e 0 émbolo colado; * ncogunda srnga énacessria panes persertraro = peque uma outra borracha de émbolo @ ixe- + posicione 0 penacho costurando-o na segundo iba de barca na extremidade do dardo usando cola extremidade do dardo. re et e2 - P ‘A1: émbolo do tubete de lidocaina ou capa de fio elétrico que recobre o oritico lateral feito na agulha, por onde serd liberada a droga, C1: cémara destinada a conter a droga a ser injetada no animal Et: émbolo mével destinado a empurrar a droga contida na camara Ct 2: camara prossurizada por meio da injecao de ar através do Embolo E2 (veja foto de muni- ‘lament do dard). 2: émbolo fixo com cola Araldite* © posterior mente transfixado com agulhas, através do A-dardo desmontado evidenciando os seus componentes qual ty injota ar na céamara C2 ¢ onde 80 fica o ‘Al-ambolo de borracho do tubete de idecaina enacho. ‘Ad-embolo move! P: estabilizador de vOo (penacho}. 'A3-Embalo tho com cole Araldite” posteriormente transfixado com aguhas B-dardo de uma seringa pronto para ser municiado Fazendo o penacho do dardo L Nealleelatleteetiee tice licesticetcesl eesti eset celiac ee CS cc Co Municiando 0 dardo Dica de seguranga Posicione 0 émbolo mével do dardo para a quantidade de volume desejada injetando ar na camara da droga ou aspirando ar de dentro da camara de ar. Coloque a droga no dardo. Injete “O disparo de um extintor de incéndio, mostra-se_eficaz, por gés para isqueiro (butano) através do émbolo ee exemplo, para conduzir os animais fixo do dardo, adaptando uma agulha hipodér- g6sbulone’. de uma jaula para outra, durante a mica na extremidade da lata de gas butano. Fonsi, toting ou em emergéncias.” Quando se observar uma pequena quantidade 260018 Dr Daniel Luzes Fedullo de liquido na camara (butano liqueteito), tere- secre | mien Velie oa rundacto mos a carga ideal para o dardo. Series Parque Zoologica de Sao Patio(SP ho trabalho Preparando dardos para animals que ne cessitam de grande quantidade de anestésico A principal limitacao dos dardos para injecdo de drogas a distancia € a pequena capacidade de seu. comparti- mento reservatério. O uso de drogas mais concentradas proporciona a0 dardo melhor estabilidade de voo & jjegao mais répida de seu contetido anestésico, [AS apresentagdes comerciais dos fér- macos utilizados na anestesia € con- tencao quimica dos animais silvestres, por vezes, inviabilizam a adminis- ‘racao da dose total por um Ginico tiro.. A concentracao das drogas através do calor, permite reducao consideravel do volume a ser administrado, ampliando a utilidade do dardo sobretudo para animais mais pesados. A concentracao pelo calor ¢ aplicével, somente em diogas_hidrossolaveis (cloridratos) e permite a evaporacao de contetido liquido sem interferéncia no principio ativo das drogas, desde que seja respeitada a temperatura maxima de 70°C. Material necessério + estufa de secagem e esterilizacao Serge Simon / Merial Local de elelgdo para injecte do Garo Recomenda-se treinar a pontaria para evitar erro do alvo. Injecées fora do s- tio adequado (intra-6sseas,intratoracica, intrabdominal ou depésitos de gordura) podem causar les6es e interferir na a¢a0 da droga. O dardo deve ser apontado para a regido das musculaturas glitea ou escapular, devido ao maior volume de massa mus- cular, evitanco assim, perfuragdes das cavidades tordcica e abdominal Para facilitar 0 acerto do alvo, recomen- com termometro * seringas e agulhas estéreis, + Becker limpo e estéril + frasco ampola estéril Metodologia * Regular previamente a estufa para ‘temperatura constante de 70°C * Retirar a droga do frasco ampola (ou ampolas) com seringa e agulha estéreis € colocar no Becker graduado * Levar 0 Becker a estufa e acompa- nhar periodicamente a evaporacao até © volume desejado. Por exemplo, 40m! de cloridrato de quetamina na concen- tracao de 50mg/ml, apds cerca de 12 horas na estufa a 70°C, apresenta teducao do volume para 10ml, con- tendo os mesmos 200mg, ou seja, 200me/ml + A droga € retirada do Becker com seringa e colocada no frasco ampola, que deverd ser etiquetado em seguida com o nome e a nova concentracao da droga. ‘Obs: O periodo de evaporacdo pode variar com o diametro do Becker uti lizado Cuidados na utilizagio da zarabatana da-se utilizar um auxiliar para chamar a atencao do animal para que o mesmo exponha 0 membro pélvi- co para 0 atirador. Para 0 caso de quebra da agulha do dardo deve-se levar sempre material anti~ séptico e uma caixa de ins- trumental cirdrgico com: pa- no de campo, lamina e ca~ bo de bisturi, tesoura, pin- as anatomica e dente de ato, pinga hemostatica, porta agulha e fio de sutura. Os dardos, devem ser mantidos em caixas contendo pastilhas de formol para evitar contaminagao. As zarabatanas também podem ser con- servadas em local fechado com past Ihas de formol. Basta colocé-la dentro de um tubo de esgoto de PVC rigido e tampar ambas as extremidades com um plug para esgoto sanitério. Este Pugpae tubo também é itil para evi- segote, tar que a zarabatana entorte ou amasse. Enderegos* para contato com fabricantes cde equipamentos de anestesia a distancia S na hamepaee des ei, war etoraguaa.combe voce ters aceso os Tinks para 3 erp ue 1 rego na mere Aninal Care Equipment and Services, ne, PO Box 2275 1 Lae Ht Way, Creatine, CAS2395; pone Disinfect equipment twardsinjectcom Poo Dan equipment bropreutar com) Daystt, Ld, Bich House Lane, Gots Stari EM 0G End phone 01783.91-73 Palmer Chemical and Equipment Co, nc, BO. Box 169, Doglavlo, CA 2015, pane 408 92 Peter Of AG, Osingetst 10, Postfach, C4007 ‘ase Sattzeland hone 091-692-3442, Distinct 17703; phone 747-323-2710, Pret-Dart enpeet Telnet USA, tne, 9916 Soledad Canyon Roa, Sauguy, CA91550; phone 805-268-0975, 800-45 EIT elinjece equipment Hamper As Co, ne, PO, Bo 002 Contender" pistol Wife Pharmaceuticals Ine 100, Fort Cong, CO BUSES, phone 970-4846267, 10222.9155. Danny equipment Wiley and Sons ne, Route 1, Box 30 IX 75160; phone 214-848-7919. Cap-Crur eeuipment Zooly Arms of Omaha, 10315 Weight Stet, Omaha NEGBA phone 402-397-4983, Summons equpment Addon BilopclLabortoies, Ic, Rout 3, Box Literatura recomendada NIELSEN, L- Chemical Immobilization of Wild and Exatie Animals. lowa: Iowa Slate Univesity Press, 1999, p.31-82. FOWLER, Me. Restraint and handling of wild ane domestic animals. Iowa: iowa State University ess. 1978. 9.332, FOWLER, ME, Retraint. Zoo & Wild Animal ‘Medicine. loa: kova State Univesity Press 1986. p.38-50) NUNES, A LV. Apostla | Curso tedrico patico fm contencao Tisica e quimica de animais silvestes, Sorocaba, 1993, PACHALY, LR. Métodos de confecga0 do dardo pressurizado para uso em zarabalanas na ontencao de! anima slvestes a distancia Curitiba: Apostla do Curso de Medicina Ve terinaria da UFPR. 1992, p.199-200, TSS Joo Luiz Rossi Junior Médico vaerndcn, mastrando do Depariamento de Crurge da FUVZ-USe ‘Assolegio Mata Cllal-Sundal- SP edesh@ ose com Dr Claudio Alves de Moura ‘Médico veerraro, masts em Anasiesiclogia pls (UNESP. Betuests Proleasot di UMIFRAN, UNIMES ‘amour uolcame io Voce, mais do que ninguém, sabe que os caes esto sujeitos as mais diversas doengas. Por isso, o desafio da imunizagéo é um assunto muito sério, principalmente quando se trata da Parvovirose. Desenvolvida pela Pfizer, Vanguard” HTLP éuma vacina que utiliza Alta Titulagdo e Baixa Passagem no cultivo de células caninas, proporcionando maior protegéo no menor tempo possivel. Nao arrisque a satide de seus pacientes. Vanguard” HTLP. A melhor decisao para proteger filhotes e ces adultos. Prof’. Dr’. Mitika K. Hagiwara, MV wy Depto. de Clinica Médica, =. GP \iwvzse ‘ ~ crotremnsemmanwereeeree Vanguard’ HTLP. emma Hess cotrareeasetNonst nse ce ee esd, eno ett, casarcoscuermeco so hopeeo, io pode ser CED orci vi may Masa istic msc hl vac) ou menor ateruacso co is (menot \www.pfizersaudeanimal.com.br ime deasagensercutvoceh)"* Pfizer Fone Satide Animal 0800 11 1919 Vanguard” HTLP protege contra: Parvovirose, Cinomose, Adenovirus tipo 2 (doengas respiratéras,hepatit infeciasa), Parainflenza, Coronavirosee Leptasprase canna Pilzer e voc8. Uma parceria de qualidade Clinicas, , wi Velerindria ee ee ee Jara fazer pesauisas no banco de dados do CAB, na internet, deve-se procurar pelo endereco eletronico hitp://www.animalscience.com. 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