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Marcelino António

Trabalho Individual de História de Educação

Universidade Rovuma
Nampula
2020

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Marcelino António

Resumo sobre os objectivos da História de Educação

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Historia de Educação, 1°Ano, no curso de
Licenciatura em Ensino Básico, leccionada
por: Faquir Bay Cassamo

Universidade Rovuma

Nampula

2020

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Índice
Introdução....................................................................................................................................4

História da Educação...................................................................................................................5

Carácter social da Educação........................................................................................................5

Objectivos da Historia da Educação............................................................................................5

Educação na antiguidade..............................................................................................................5

Educação na Idade Média............................................................................................................6

Educação Moderna.......................................................................................................................7

Educação......................................................................................................................................8

Educação Forma e Informal.........................................................................................................8

História da educação..................................................................................................................10

Conclusão...................................................................................................................................12

Referências Bibliográficas.........................................................................................................13

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Introdução

O presente trabalho é uma súmula ou resumo intente aos objectivos da Historia d educação,
tomando como base artigo previamente concedido. Assim sendo durante o desenrolar do mesmo
descreve-se de forma sintética a essência do conteúdo apetente neste, Procurando trazer a tona o
pulsara daquilo que é realidade o foco principal desta cadeira. Trata-se de um tema pertinente
porque versa dos aspectos ligados com a nossa formação, havendo necessidade de aprofundar em
outros manuais para mais clarividência da temática em questão. Desta feita convido ao caro
leitor para que a faça de maneira proveitosa possível.

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História da Educação

Entende-se por educação a assimilação de actividades e de produtos culturais e a capacitação,


isto é, a formação da personalidade pelo desenvolvimento de tendências e virtualidades,
mediante um sistema intencional de meios, de processos e de ideais.

O objecto da educação, cientificamente considerado, não diz respeito ao ser das coisas mas ao
agir humano, recaindo sobre as relações conceptuais da actividade que se dirige à formação da
personalidade. Pela função e pelo destino, o acto educativo é um facto de ordem social e cultural,
pressupondo dentre outros elementos, a existência de processos, de instituições e de doutrinas ou
ideais educativos.

Carácter social da Educação

A educação apresenta-se sempre em correlação com o desenvolvimento da civilização, entendida


como expressão do conjunto das instituições e formas de vida do convívio social, e da cultura,
entendida como expressão da diversidade da actividade criadora do espírito e das formas
pessoais que ela reveste; por conseguinte, como processo susceptível de novas determinações e
modalidades.

O processo de educação do homem foi fundamental para o desenvolvimento dos grupos sociais e
de suas respectivas sociedades, razão pela qual o conhecimento de sua história e experiências
passadas é essencial para a compreensão dos rumos tomados pela educação no presente.

Objectivos da Historia da Educação

Educação na antiguidade

Na antiguidade como a fonte principal sobre a qual a civilização ocidental se ergueu, foi deixado
pelas principais cidades estados da Grécia Antiga – Esparta e Atenas – constitui-se como
princípio de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades no
decorrer dos séculos.

 Reconhecida por seu poder militar e carácter guerreiro, o modelo de educação espartano
baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de
conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de

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desempenho. Por outro lado, Atenas tinha no conhecimento seu ideal educativo mais
importante. Eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de
construir argumentos vitoriosos na arena política.
 Em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar – mais
do que ensinar a falar - através de perguntas cujas respostas dependiam de uma análise
lógica e não simplesmente da mera retórica.
 Apesar de concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o pensamento socrático
contribuíram para a educação contemporânea através da valorização da experiência e do
conhecimento prévio do aluno enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes para o
sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade.

Educação na Idade Média

 Os estudantes eram formados de acordo com o pensamento conservador da época e a


educação desenvolvida em consonância com os rígidos dogmas da Igreja Católica.
 Até o século XVII os valores morais e até mesmo os ofícios responsáveis pela garantia da
subsistência eram transmitidos em grande parte dentro dos próprios círculos familiares,
sendo que esses valores e códigos de conduta eram profundamente influenciados pelo
pensamento religioso.
 Em contrapartida, com as Reformas Religiosas e o Renascimento inicia-se uma nova era
para o Ocidente e é marcada pelo ressurgimento dos ideais atenienses nos discursos sobre os
objectivos da Educação.
 O conhecimento era tipo como um corpo sagrado, essa matriz de pensamento permaneceu
dominante e foi grande responsável pela concepção do papel da educação desde o
desaparecimento do Antigo Regime até a constituição dos Estados Nacionais;
 O conhecimento passa a ser organizado para ser transmitido pela escola, através da
autoridade do professor enquanto sujeito detentor do saber e manter a ordem e da disciplina.

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Educação moderna

 Foi esse modelo de educação escolar centrado na figura do professor como transmissor do
conhecimento que se expandiu ao longo dos séculos XVIII e XIX, impulsionado pela
Revolução Industrial e a consequente urbanização e aumento demográfico.
 O fortalecimento e expansão de regimes democráticos influenciou a reivindicação pelo
acesso a escola enquanto direito do cidadão e à educação passa a ser atribuída a tarefa de
formar cidadãos, cientes de direitos e deveres e capazes de exercê-los perante a sociedade.
 A partir de meados do século XIX, o modelo hierarquizado e autoritário de educação que
caracterizou as instituições escolares até então passou a ser questionado por educadores como
Maria Montessori, na Europa, e John Dewey, nos Estados Unidos.
 Impulsionados pelo desenvolvimento dos estudos de psicologia sobre aprendizagem e
desenvolvimento humano, e com críticas a pedagogia tradicional e a forma como os
conteúdos curriculares eram impostos aos alunos, esses e outros educadores passaram a
reivindicar a participação activa dos alunos no processo de aprendizagem.
 Desta forma e como mencionado anteriormente, essas propostas resgataram princípios
atenienses de educação ao valorizar a experiência anterior do aluno e seus conhecimentos
prévios à aprendizagem escolar.
 A Educação não atendeu sempre aos mesmos tipos de objectivos e toda a sua análise requer,
antes de tudo, um intenso esforço de reflexão e contextualização.
 Através deste caminho pode-se melhor compreender métodos e teorias educacionais, pois
observamos traços presentes nas práticas educativas actuais que remetem a herança deixada
pelos modelos educativos analisados até aqui.
 Se, de um lado, está o valor da disciplina e do conhecimento a ser transmitido pela escola; e,
de outro lado, a ideia de que o conhecimento é construído e consequentemente ninguém
ensina nada a ninguém de forma definitiva; é importante a constatação de que essas correntes
de pensamento não se excluem, uma vez que nos dias actuais é necessário conciliar o valor
do conhecimento ao valor do engajamento dos alunos como estratégia para sanar as
exigências de um mundo em contínuo desenvolvimento e marcado pelo fluxo constante de
informação disponível a uma ampla gama de pessoas situadas em diferentes regiões do
mundo.

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 Como salienta Moacir Gadotti, o conhecimento tem presença garantida em qualquer
projecção que se faça sobre o futuro; contudo, os sistemas educacionais ainda não
conseguiram avaliar de maneira satisfatória o impacto das tecnologias da informação sobre a
Educação.
 Fazendo de tudo para superar as condições de atraso e, ao mesmo tempo, criando condições
para aproveitar as novas possibilidades que surgem através desses novos espaços de
conhecimento.

Educação

A actividade humana à qual denominamos de educação é um processo, é amplo e se desenvolve


nas relações. Isso implica dizer que uma primeira característica do processo educacional é o fato
de se desenvolver a partir de um cada vez mais amplo processo de relações. Ninguém se educa
sozinho, mas nas relações. E relação é processo que se amplia, constantemente.

Teríamos o processo educacional como relação de oposições. “Parece existir algo de comum
entre as várias perspectivas, que é uma espécie de definição dicotómica da educação, na qual esta
é sempre classificada em dois termos opostos” (PILETTI, 2002, p. 7).

Educação Forma e Informal

Distingue também um processo de educação formal que se contrapõe à educação informal; à


educação como produto opõe a educação como processo; à educação certa opõe a educação
errada; à educação como meio opõe a educação como fim; para a visão da educação como
prática individual opõe a prática colectiva; à educação autoritária contrapõe a democrática; à
educação opressora propõe a educação libertadora e ao modelo reprodutivista contrapõe a
educação crítica. Não nos cabe discutir cada ponto proposto por esse autor, mas podemos dizer
que em sua perspectiva está presente a ideia do processo se contrapondo à tendência de
estagnação.

Em relação ao processo educacional formal-escolar, é a afirmação de que ele produz divisão


social. Divide-se a sociedade entre os que estudaram e os que não estudaram; entre os que
alcançaram ascensão socioeconómica, com o processo educacional e os que não entraram no
processo escolar ou os que, embora tendo passado pela escolarização, não alcançaram melhorias

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significativas em sua qualidade de vida. E aí teríamos que admitir que a educação, dentro de uma
perspectiva dialéctica, pode ser vista como instrumento de libertação, na medida em oferece
perspectivas de transformação social, Libâneo (1990) e popularizada por Luckesi (1993), como
pedagogia progressista.

Essa perspectiva prevê a possibilidade do processo educacional exercer papel transformador, na


sociedade. Essa tendência vê a educação a partir de uma óptica marxista, como sugere Azevedo,
dizendo que “a educação é ai compreendida como um dos instrumentos de apoio na organização
e na luta do proletariado contra a burguesia” (Azevedo, 2004, p. 40).

O processo educacional – formal ou não formal – tenha poder transformador, mas, pelo
contrário, é reprodutor. A educação informal, aquela que ocorre no quotidiano e nas inter-
relações das pessoas e grupos, dos valores do senso comum; dos valores preservados pela
sociedade em que se insere.

A educação formal, ocorrida principalmente na instituição escolar, é resultado dos interesses


dessa mesma sociedade. Os interesses da sociedade, é definido pela classe dominante. Portanto,
ao surgir uma classe dominante nasce, também, a necessidade de uma escola que, ao mesmo
tempo reproduza os valores hegemónicos e instrua quadros para a manutenção do aparato
estrutural dessa sociedade. Aníbal Ponce (2001) comenta essa situação da seguinte forma:

A educação inculca nos educandos tem por finalidade o bem comum, a não ser quando esse ‘bem
comum’ pode ser uma premissa necessária para manter e reforçar as classes dominantes. Para
estas, a riqueza e o saber; para as outras, o trabalho e a ignorância”. (PONCE, 2001, p. 28).

Em síntese podemos ter clara a afirmação de que cada sociedade moldou seu processo
educacional de acordo com suas necessidades. Esse processo não ocorreu com a função de
preparar horizontes, e abrir perspectivas, na linha de frente de todos os processo de
desenvolvimento humano, mas ao contrário, desenvolveu-se como suporte para os valores da
sociedade em que se manifesta. Isso justifica a afirmação de que cada sociedade desenvolveu o
seu modelo educacional para que fosse eficaz.

Para ser eficaz toda educação imposta pelas classes proprietárias deve cumprir as três finalidades
essenciais seguintes:

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1º Destruir os vestígios de qualquer tradição inimiga;

2º Consolidar a ampliar a sua própria situação de classe dominante; e

3º Prevenir uma possível rebelião das classes dominadas” (PONCE 2001, p. 36.

“Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde
ela acontece e talvez nem seja o melhor, o ensino escolar, não é sua única prática e o professor
profissional não é seu único praticante” (BRANDÃO, 1985, p. 9)

Entretanto nossa questão, aqui, é a história da educação vista a partir da óptica do ensino
superior. Portanto nossa reflexão se volta não para o processo educacional amplo, mas para um
processo específico: o do ensino superior.

História da educação

Tudo é história e tudo tem história. No processo educacional isso é ainda mais presente. No
processo educacional escolar o professor, para leccionar, sempre precisa apresentar informações
ao estudante. A questão é que todas as informações apresentadas não são produzidas
simultaneamente ao processo da aula. São conhecimentos que se foram produzindo e
acumulando ao longo de alguns anos, em tempos passados. Portanto são informações históricas.

O facto é que o passado não está à disposição do historiador: “as características mais visíveis da
informação histórica... foram muitas vezes descritas. O historiador, por definição, está na
impossibilidade de ele próprio constatar os fatos que estuda” (BLOCH, 2001, p. 69), pois seu
objecto de estudo é inacessível.

“A própria ideia de que o passado, enquanto tal, possa ser objecto de uma ciência é absurda.
Como, sem uma decantação previa, poderíamos fazer, de fenómenos que não têm outra
característica comum a não ser não terem sido contemporâneos, matéria de um conhecimento
racional”. (BLOCH, 2001, p. 52)

O problema da história é que o historiador precisa fazer escolhas. Ele não estuda todos os fatos
nem todos os processos, mas selecciona-os. Principalmente por que não tem acesso a eles.
Dedica-se somente àquilo que lhe parece ser importante, por isso as escolhas. Além disso, o
historiador olha para os fatos e processos históricos não em si mesmos, pois esses já não existem

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mais, mas os examina de forma indirecta: mediante os documentos históricos que são uma
versão do fato e não o fato mesmo. Isso posto, podemos dizer que tudo o que é apresentado como
histórico não é a história, mas as versões da história. Cada versão do passado manifesta-se no
tempo presente somente enquanto tem alguma relevância para aquele momento histórico ou para
justificar algum elemento considerado importante no presente.

“O passado é, por definição, um dado que nada mais modificará. Mas o conhecimento do
passado é uma coisa em progresso, que incessantemente se transforma e aperfeiçoa” (BLOCH,
2001, p. 75). E isso sempre é feito a partir dos interessas do pesquisador, do historiador.

O objecto de estudo é o passado, mas o passado do processo histórico já não está acessível; o
historiador está na “impossibilidade de ele próprio constatar os fatos que estuda”.

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Conclusão

Os pontos a prior arrolados ilustram de maneira sintética os itens ora mencionados na introdução
e que mereceram maior aprofundamento para sua eficácia na descrição. Apraz-me dizer que a
actividade humana à qual denominamos de educação é um processo, é amplo e se desenvolve nas
relações. Isso implica dizer que uma primeira característica do processo educacional é o fato de
se desenvolver a partir de um cada vez mais amplo processo de relações. Ninguém se educa
sozinho, mas nas relações. E relação é processo que se amplia, sendo assim a sua periodização é
muito importante. Espero que o trabalho é de imensurável importância para este campo do saber
científico e convido ao prezado leitor que minúcia na leitura e tenha excelente percepção.

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Referências Bibliográficas

AZEVEDO, Janete M. Lins de. A Educação como Política Pública. 3 ed. Campinas: Autores
Associados, 2004

BLOCH, Marc, Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar. 2001.

BRANDÃO, C. Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Abril Cultura; Brasiliense, 1985

GADOTTI, Moacir. História das Idéias pedagógicas. 8 ed. São Paulo: Ática, 2001

GILES, T. Ransom. História da Educação. São Paulo: E.P.U. 1987

GUARESCHI, Pedrinho A. Sociologia Crítica: alternativas de mudanças. 19 ed. Porto Alegre:


Mundo Jovem. 1989

KLEIN, Ralph W. Israel no Exílio: uma interpretação teológica. São Paulo: Paulinas. 1990.

LIBÂNEO, José C. Democratização da Escola Pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos.


9 ed. São Paulo: Loyola, 1990

LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da Educação 6 reimp. São Paulo: Cortez, 1993

LUZURIAGA, Lorenzo. História da educação e da pedagogia. 14 ed. São Paulo: Cia. Ed.
Nacional, 1983

MANACORDA, Mario A. História da Educação. Da antiguidade aos nossos dias. 12 ed. São
Paulo: Cortez. 2006

PILETTI, Nelson. História da Educação no Brasil. 7 ed. São Paulo: Ática, 2002.

PONCE, Aníbal, Educação e Luta de Classes. 18 ed. São Paulo: Cortez, 2001.

SCHWANTES, Milton. Sofrimento e esperança no Exílio. São Paulo: Paulinas; São Leopoldo:
Sinodal, 1987.

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