Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Eixo temático
Quadrinhos e Cinema
QUADRINHOS DISNEY
Celbi Pegoraro1
Resumo
Um estudo sobre o diálogo dos quadrinhos Disney e outras linguagens como cinema/TV, e
seus efeitos do ponto de vista da produção cultural, da comunicação e da criatividade.
Entender esta dinâmica é apenas o principio da análise para refletir e responder as questões
levantadas.
Abstract
An study about the dialogue of Disney Comics and another languages like movies/TV, and
they´re effects from the point of view of cultural production, from communication and creativity.
To understand this dynamics is only the beginning of the analysis to reflect and answer the
raised questions.
1
Bacharel em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Pós-graduado (Especialista) em Política e Relações
Internacionais pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP) e
mestrando em Ciências da Comunicação na Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo (ECA/USP). São Paulo, SP. Brasil. celbipegoraro@usp.br
Escola de Comunicações e Artes - Universidade de São Paulo - 23 a 26 de agosto de 2011
1. Introdução
Esta sinergia entre quadrinhos e filmes (cinema/TV) tem se provado cada vez
mais positiva não só para a divulgação e venda dos quadrinhos, como tem sido
utilizada com propriedade no sentido inverso, como ferramenta de marketing para os
lançamentos de cinema (no caso de “Tron”). O artigo pretende ponderar os méritos e
problemáticas dessa relação entre diferentes mídias e linguagens. Pretende-se com
esta análise iniciar um estudo sobre esta questão.
2. Revisão de Literatura
Escola de Comunicações e Artes - Universidade de São Paulo - 23 a 26 de agosto de 2011
Como base para o artigo, alguns autores foram primordiais para dar
embasamento teórico para a análise. Em se tratando de Disney, a obra “Para Reler os
Quadrinhos Disney” (Santos, 2002) é o principal referencial para o objeto analisado.
Outros autores que trabalham com o universo Disney, como Andrae (2006), Leslie
(2003) e Barrier (1999) também reforçam o lastro necessário do ponto de vista norte-
americano.
3. Materiais e Métodos
4. Resultados Parciais
Escola de Comunicações e Artes - Universidade de São Paulo - 23 a 26 de agosto de 2011
Bourdieu (1983) analisa o produto cultural e sua relação com o ethos cultural,
ou seja, as características próprias, culturais, de um sujeito de cada classe social. E,
portanto, é o que determina o estilo de vida e ajuda a explicar a questão da
estratificação na indústria cultural. Quando analisamos a produção de quadrinhos
Disney, e sua tradição quase secular, não levamos em conta as tentativas de se
estratificar os lançamentos para formar um novo público ou mesmo resgatar um já
alienado pelo sistema padronizado de produção cultural. Isso é especialmente válido
atualmente na Itália – verdadeira indústria de quadrinhos Disney exportando material
para vários mercados.
mistura o cinema com as outras artes. É esta última que nos interessa. Há dois tipos
de relações nesta impureza da mistura das artes: a primeira são as “adaptações” ou
traduções intersemióticas, quando há uma transferência da literatura para o cinema ou
vice-versa, passagens de meios de expressão. A segunda relação é dos “diálogos
entre linguagens diferentes”, para que seja possível a compreensão da mistura do
cinema com a pintura, a música, a fotografia, a literatura ou o teatro.
Fonte: Divulgação
Produzido pela Disney Itália, Dr. Mouse (Dr. Mouse MD) é um dos exemplos
tradicionais em que os personagens Disney aparecem atuando fora de seu universo
natural. Neste caso, entretanto, não se trata de uma inspiração (como no caso de
“Mágicos de Mickey”) nem quadrinização direta (“Tron)”. Trata-se de uma paródia
direta de um dos seriados de televisão de mais sucesso da atualidade, “Dr. House”
(House MD).
A saga foi lançada no Brasil pela Editora Abril na revista Mickey de agosto
2009 (#803) e setembro (#804) de 2009. É importante analisar que a adaptação
Disney ameniza muito do drama do seriado médico, focado em um público maior de
14 ou 16 anos. Ainda que personagens da trama ganhem versões Disney, caso dos
doutores Cheese (Horácio), Foraman (Pateta) e Clarison (Clarabela), a narrativa faz o
possível para se focar apenas nas características mais superficiais ou visuais do
seriado de televisão, o que para esta análise é o mais importante. Visualmente a
história traz inclusive tons e cores (mais escuros e neutros) próximos de muitos dos
episódios do seriado.
5. Considerações parciais
6. Referências Bibliográficas
ANDRAE, Thomas. Carl Barks and the Disney Comic Book: Unmasking the Myth of
Modernity. University of Mississippi Press; 2006.
BOURDIEU, Pierre. Sociologia / org. [da coletânea] Renato Ortiz. São Paulo: Ática,
1983.
LESLIE, Esther. Hollywood Flatlands - Animation, Critical Theory and the Avant-Guard.
Verso Books, 2003.
SANTOS, Roberto Elíseo dos. Para Reler os Quadrinhos Disney: Linguagem, análise
e evolução de HQs. São Paulo: Paulinas, 2002.