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UNIrevista - Vol.

1, n° 2 : (abril 2006) ISSN 1809-4651

A educação ambiental na formação do


pedagogo: uma experiência integrada na
UNISUL – Tubarão/SC

Alberto Dias Vieira da Silva


Acadêmico do Programa de Mestrado em Educação
avieiras@unisul.br
UNISUL/TB, SC

Andréa de Césaro Cavaler


Acadêmico do Programa de Mestrado em Educação
acavaler@unisul.br
UNISUL/TB, SC

Kélen Benedet
Acadêmico do Programa de Mestrado em Educação
kelenbenedet@ibest.com.br
UNISUL/TB, SC

Márcia Rodrigues Doerner


Aluna especial do Programa de Mestrado em Educação
marciaazm@yahoo.com.br
UNISUL/TB, SC

Fátima Elizabeti Marcomin


Professora Doutora do Programa de Mestrado em Educação
fatimaelizabeti@unisul.br
UNISUL/TB, SC

Ana Waley Mendonça


Professora Mestre do Curso de Graduação em Pedagogia
anawn@unisul.br
UNISUL/TB/SC

Resumo
A inserção da Educação Ambiental na formação dos pedagogos, deve se constituir em um processo natural nas
universidades ao longo dos próximos anos. A Universidade do Sul de Santa Catarina por meio do Mestrado em
Educação desenvolve um projeto junto ao curso de graduação de Pedagogia visando suscitar nos alunos,
reflexões sobre Educação, Ambiente e Sociedade, subsidiando futuras ações de EA, bem como o desenvolvimento
de projetos de EA entre a escola e a comunidade, desencadeando um processo reflexivo de busca por uma nova
ordem nas relações homem-meio. A fim de fornecer um diagnóstico da percepção, sensibilização e estado dos
conhecimentos dos graduandos, foi aplicado um questionário, o qual subsidiou todo o delineamento das atividades
práticas desenvolvidas. Uma avaliação, questionário, foi realizada após o período de sensibilização. Dentre os

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A educação ambiental na formação do pedagogo: uma experiência integrada na UNISUL – Tubarão/SC
Alberto Dias Vieira da Silva, Andréa de Césaro Cavaler, Kélen Benedet, Márcia Rodrigues Doerner, Fátima Elizabeti
Marcomin e Ana Waley Mendonça
resultados, destacam-se a expressiva percentagem (100%) dos participantes se interessarem pela continuidade
do projeto; 50% deles destacou a importância do compromisso de cada indivíduo para um processo de mudança;
dentre os aspectos que chamaram a atenção, 30% destacou o envolvimento da equipe e 30% algumas das
estratégias empregadas. Dentre os demais resultados, é premente a importância de continuidade do projeto, bem
como o interesse que suscitou nos universitários.

Palavras-chave: Educação ambiental // Formação professores // Sensibilização ambiental

Introdução

Os problemas ambientais fazem parte de uma construção histórica. Durante muito tempo, o homem fez uso
de forma indiscriminada e pouco refletida dos recursos naturais. Essa atitude antropocêntrica, levou ao
abuso, à exploração e ao domínio dos seres vivos e dos recursos naturais para o seu proveito e prazer.

A questão ambiental deve ser compreendida, pela sociedade contemporânea, como um problema urgente e
importante, uma vez que o futuro da humanidade depende de uma nova concepção de como devem ser
estabelecidas às relações entre o homem e o meio. Nessa perspectiva, a educação deve exercer um papel
fundamental para a formação da consciência ambiental; o processo educativo deve gerar reflexões e
posicionamentos no sentido de suplantar o desenvolvimento de sociedades sustentáveis que considerem o
meio como parte do contexto e não como recurso, tão somente.

“... a educação deve se orientar de forma decisiva para formar as gerações atuais não somente para

aceitar a incerteza e o futuro, mas para gerar um pensamento complexo e aberto às determinações,
às mudanças, à diversidade, à possibilidade de construir e reconstruir num processo contínuo de
novas leituras e interpretações, configurando novas possibilidades de ação” (Jacobi, 2004).

Nesse sentido, a educação ambiental (EA) contribui, tanto no cenário mundial como em nível local, para
desencadear um movimento educativo-reflexivo, viabilizando condições para o exercício da cidadania e para
o estabelecimento de metas – e monitoramento de seus resultados – que possibilitem amenizar e/ou
solucionar os efeitos da ação humana sobre o meio. Além disso, enquanto processo, a EA visa também
resgatar valores e princípios que estabeleçam relações equilibradas dos homens entre si e destes com o
meio.

A prática da Educação Ambiental deve objetivar e ser perpassada pelo incentivo ao desenvolvimento de
conhecimentos, valores, atitudes, comportamentos e aptidões que contribuam para o equilíbrio do meio
natural e para o estabelecimento de uma qualidade de vida digna não somente as populações humanas, mas
a todas as formas de vida, assim como aos elementos abióticos. Nessa perspectiva, a escola deve subsidiar
o apoio necessário, ao educando e ao educador, para o entendimento da realidade numa perspectiva
holística, buscando assim, estabelecer mecanismos que viabilizem transformações na percepção e na práxis
do indivíduo.

A EA pode ser considerada “... um processo de despertar do homem para a importância que o meio assume
na sua vida e na vida do outro” (Carvalho, 2002 in Machado et al., 2003, p. 7); um processo individual e
coletivo e que necessita de uma prática educativa voltada à reflexão sobre as relações humanas (Pedrini,

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Marcomin e Ana Waley Mendonça
1997); é também um processo educativo permanente, contínuo, global, socializante e gerador de
transformações internas do homem em suas multifacetadas inter-relações com o meio.

Segundo Philippi Júnior e Pelicioni (2000) a EA poderá subsidiar mudanças positivas de comportamento e
qualidade de vida.

Baseado em Telles et al. (2002); Moraes (2001); Philippi Júnior e Pelicioni (2000); Pedrini (1997); Brandão
(1995) considera-se essencial que a proposta de EA busque:
- auto-percepção do homem em relação a si mesmo, com as outras pessoas e com o ambiente;
através de práticas vivenciais que visem à sensibilização do aluno para o novo paradigma
emergente;
- utilização de práticas pedagógicas associadas a dinâmicas de grupo para favorecer o
processo de apreender os conceitos fundamentais de Educação Ambiental;
- conhecer a realidade local na perspectiva da EA;
- buscar na interdisciplinaridade a complexidade temática da área.

Um programa de EA deve considerar o meio natural e social como um todo e insistir numa participação ativa
da comunidade (Nunes, 1988).

Os PCNs (Brasil, 1998) abordam a educação ambiental como tema transversal e de papel indispensável para
a transformação da consciência ambiental. Para tal, faz-se necessário investir numa mudança de
mentalidade, conscientizando para a necessidade de adoção de novos pontos de vista e de postura.

Assim, vem sendo concebida uma educação comprometida com a questão ambiental, que privilegia não
somente à espécie humana, mas o planeta como um todo; compreendendo que o homem somente existe se
o próprio planeta existir. Neste sentido somente existirão condições plenas de vida para o presente e o
futuro se cada indivíduo exercer sua parcela intransferível de responsabilidade humana, social e ambiental.
Para atender essa concepção, em todos os níveis, faz-se necessário um novo olhar sobre o processo
educativo, onde o “formar” é irrestrito e ilimitado, e sobretudo dotado de intensa responsabilidade ética,
moral e social.

À luz dessas aspirações, a universidade deve estar atenta, posto que o indivíduo seja SER, não somente
dotado de conhecimento técnico para exercício de uma profissão. Desta forma, é fundamental contemplar
nos cursos de graduação um espaço para esse novo repensar do processo educativo e dos próprios
conteúdos curriculares.

Sorrentino (1997), já destacava a importância da universidade na formação de profissionais e cidadãos para


atuarem dentro de uma proposta de melhoria da qualidade de vida e de proteção e melhoria das condições
ambientais, capazes de estimular processos educacionais voltados à questão ambiental em outros graus de
ensino e aprendizagem.

Segundo Silveira (1997), há várias razões para enfatizar o papel da universidade no desenvolvimento da EA,
destacando dentre eles o fato de a mesma acumular as funções de ensino, pesquisa , extensão e
consultoria; ser a universidade um fórum de diálogo, com a escola e a sociedade em geral; ser um centro
de pesquisa e, portanto, compreender a ciência como fator tanto de progresso e qualidade de vida quanto
de catástrofe e por já aceitar a inter e transdisciplinaridade como alternativas curriculares.

“A universidade (...) tem que se sensibilizar para a preparação de professores para agir sob a égide da
educação ambiental, em cursos regulares e multidisciplinares ainda na graduação” (Araújo, 2004, p. 73-74).
Salienta ainda, que enquanto formadora de professores da educação básica, não deve estar omissa diante

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do novo paradigma educacional, mas que embora as mudanças curriculares, em parte, revelam a
preocupação com as novas necessidades sociais, são os apelos da mídia, da sociedade, sobre as pressões
que a tecnologia e a ciência exercem no meio natural, que têm influenciado a prática do professor
universitário.

No entanto, na concepção da autora supracitada, a dificuldade está em (...) “como viabilizar a preparação
desses futuros professores para introduzirem essa nova mentalidade no cotidiano de sala de aula e
implementar a educação ambiental na educação básica?” (Araújo, 2004, p. 73-74).

Se os professores estão se sentindo compelidos a inserir a dimensão ambiental em suas práticas


pedagógicas devido a uma pressão social e institucional, no entanto, os mesmos foram ou estão sendo
formados, em sua maioria, numa perspectiva conservadora, “clássica”, de educação. “Ou seja, dada uma
compreensão de mundo moldada pela racionalidade hegemônica, geram-se práticas, entre elas a ação
discursiva, incapazes de fazer diferente do “caminho único” prescrito por essa racionalidade, efetivando-se a
hegemonia” (Guimarães, 2004, p. 124).

No Brasil, inúmeros pesquisadores, em suas áreas de atuação, vem se preocupando com o processo e a
discussão da formação em educação ambiental ou de educadores (as) ambientais, destacando-se Spazziani
(2004); Guimarães (2004); Taglieber (2004); Cascino (2003); Medina (2002); Santos (2002); Zakrzevski e
Sato (2001); Weid (1997); Tamaio (1995); dentre outros.

Guerra e Lima (2004) consideram a inserção da dimensão ambiental na formação inicial e continuada dos
professores, nos cursos de licenciatura, um desafio ao processo de formação e consideram que a EA seja
inserida no currículo de forma interdisciplinar e transversal.

Nessa perspectiva, a Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – por meio do Mestrado em Educação
e do curso de Graduação em Pedagogia, vem desenvolvendo um projeto integrado de EA, junto aos alunos
do 4° semestre do curso de Pedagogia, do campus de Tubarão – SC, que emergiu como parte do processo
de avaliação da disciplina de Educação e Meio Ambiente do mestrado em Educação.

O projeto em questão visa “Suscitar, nos alunos da Licenciatura em Pedagogia da Unisul, reflexões sobre
Educação, Ambiente e Sociedade, subsidiando futuras ações de EA em sala de aula, bem como o
desenvolvimento de projetos de intervenção ambiental entre a escola e a comunidade em que a mesma está
enserida” (Silva et al., 2005). Mas sobretudo, desencadear um processo reflexivo e introspectivo de busca
de uma nova ordem nas relações homem e meio.

Objetivou-se na execução do projeto: Avaliar a percepção, sensibilização e estado dos conhecimentos dos
graduandos no que diz respeito à EA e aos temas ambientais; sensibilizá-los para a problemática ambiental,
buscando a identidade e as relações do ser humano com os outros e com o ambiente; oferecer subsídios
teóricos, práticos e reflexivos para estudos e aprimoramentos futuros; avaliar o nível de sensibilização e
percepção dos estudantes de Pedagogia após a implementação do projeto; estimular o desenvolvimento
futuro de projetos e ações de EA em diferentes níveis e esferas (nas escolas, entre a escola e a comunidade
e em outros cursos da Universidade).

Verifica-se que a maior parte das ações relativas à EA existentes ao longo dos vários níveis escolares – do
fundamental ao superior – caracteriza-se por referências generalistas e práticas pontuais e descontínuas,
geralmente advindas de propostas que não estão de acordo com a realidade local da comunidade. Observa-
se ainda, uma falta de sensibilização, reflexão e ação a luz da EA, aplicadas aos métodos e práticas
pedagógicas. Esta situação é particularmente crítica nos cursos de Pedagogia, que formam os futuros
profissionais de educação. Nesse sentido almeja-se, enquanto projeto, vir a estabelecer uma cultura de

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inserção da EA nos cursos de graduação, a partir da experiência junto ao curso de Pedagogia, possibilitando
assim a construção de um programa de EA mais abrangente.

Material e Métodos

Ao estruturar o projeto, foi estabelecido um slogan que o caracterizou junto ao curso de Pedagogia, visando
estimular os estudantes a participarem ativamente do processo: “O meio pode ser inteiro: só depende de
você”. Este slogan foi internalizado pelos alunos e passou a identificar o projeto.

O público-alvo para execução do projeto foram os alunos do 3º semestre do Curso de Pedagogia (2004A) e
consequentemente a mesma turma, transitada para o 4° semestre, 2004B. Do universo total de alunos do
curso (currículo antigo), aproximadamente 59,5% dos alunos participaram respondendo ao instrumento de
diagnóstico da pesquisa - questionário (Anexo 1). Do total de alunos matriculados no 4° semestre, 64,7%
participou da implementação do projeto. A construção do questionário seguiu as proposições de Gil (1999).

Uma vez que a grade curricular antiga do curso de Pedagogia não contemplava quaisquer aspectos
pertinentes à Educação Ambiental (EA), a implementação do projeto oportunizou aos estudantes sanar essa
lacuna, já que o currículo novo aborda a EA através do núcleo orientado.

A primeira fase do Projeto consistiu em efetuar um levantamento da sensibilidade dos alunos às questões
ambientais e da EA, por intermédio de um questionário (Anexo 1) aplicado em sala de aula.

O questionário cobriu aspectos como: perfil do aluno, incidindo sobre o tempo e experiência concreta, ou
não, de atuação no Magistério e respectiva área disciplinar; conhecimento prévio do conceito e âmbito da
Educação Ambiental (EA) e sua importância para o sujeito e para a escola; contato anterior com temas
ambientais; sugestões sobre a eventual necessidade de incrementar ações de EA na escola, e a
profundidade requerida para essas ações; conhecimento de ações ou programas de EA no município em que
o aluno reside e na escola em que trabalha (se for o caso); experiência pessoal em ações ou projetos
pedagógicos de EA e resultados daí obtidos.

O questionário abordou ainda questões sobre o impacto, na sensibilidade do aluno, derivado de fatos
ocorridos no mundo ou presenciados pessoalmente, e sobre o valor relativo de diversos temas atuais; e
como última questão, a necessidade ou não de desenvolver ações ou atividades de EA em seu próprio curso.
Faz-se notar ainda que o questionário fosse delineado propositadamente com certo grau de redundância, de
modo a poder verificar a consistência do pensamento do aluno face à temática ambiental em geral e, da EA
em particular, existindo várias questões que, combinadas, forneceram um perfil dos alunos.

Outro aspecto, foi verificar se nas escolas, onde alguns alunos têm atividade docente, existem experiências
ou projetos de EA e, marginalmente, saber onde essas experiências ocorreram ou ocorrem.

Em fase dos resultados do diagnóstico, o projeto foi redimensionado, do ponto de vista metodológico,
visando atender as expectativas dos alunos bem como aos objetivos propostos no mesmo.

Durante a implementação do projeto, foram desenvolvidas atividades teóricas-práticas das 19h20min às


21h00min, em dias alternados da semana durante o período de agosto a outubro de 2004, perfazendo um
total de 10 encontros.

A seleção dos temas e atividades foi realizada mediante os dados apurados no diagnóstico, tendo o mesmo
se constituído no suporte para a definição da abordagem metodológica estabelecida.

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Foi confirmado que o universo de 64,7% dos alunos da turma acompanhou efetivamente a implementação
do projeto.
Apesar de na redefinição do projeto ter sido elencado um número maior de temas e atividades, estão
listados no Quadro 1 os que foram efetivamente trabalhados.

Ao término do processo, aplicou-se um outro questionário, com o intuito de avaliar o desenvolvimento do


projeto e nortear as alterações, ampliações e possíveis contribuições, visando à continuidade nos próximos
semestres, bem como a extensão aos demais cursos.

Quadro 1: Temas e atividades desenvolvidas nos encontros realizados durante o projeto.

Encontro Tema / Atividade


1. - Predomínio humano – Dramatização por meio de peça de teatro de alunos
do ensino fundamental.
2. - Apresentação dos itens do projeto.
3. - Definição, aspectos referentes a importância da EA no processo educativo
e no resgate a qualidade de vida.
- Dinâmica dos fios.
4. - O indivíduo como elemento diferencial na EA (Explanação sobre a questão
do resgate à cidadania, do compromisso de cada indivíduo com uma nova
ordem planetária, as razões de sermos indivíduos voltados para o coletivo
e o papel do pedagogo neste contexto – breves ensaios).
- Representação do meio por desenhos.
5. - Conceitos de EA. Discussão sobre os conceitos de EA e os aspectos
relativos a seus princípios.
- Atividades prática das Tarjeta.
6. - Conceitos relativos à questão ambiental e breve exposição dos principais
problemas ambientais globais (Elaboração por parte dos alunos de alguns
conceitos como (bioma, ecossistema, meio ambiente, ambiente,
biodiversidade, biosfera, poluição, lixo) e posterior consulta ao glossário
fornecido).
- Explanação dos principais problemas ambientais, destacando o significado
dos mesmos.
- Uso do glossário.
7. - Participação no Fórum das Licenciaturas com a palestra: “Educação
Ambiental no ensino fundamental” .
8. - Noções para o desenvolvimento de práticas: Parâmetros físicos e químicos
da água, Sistema de posicionamento geográfico, ciclo hidrológico, redução
do volume do lixo; lixo e reciclagem.
- Saída de campo ao Recanto das Águas em Armazém – SC e à unidade de
reciclagem de lixo.
9. - Reapresentação de alguns temas do fórum das licenciaturas em função de
solicitação dos alunos que não puderam participar.
10. - Breve debate sobre os PCNs, seguida pela palestra “ O Pedagogo e a
gestão ambiental” .
11. - Entrega dos instrumentos de Avaliação (Anexo2);
- Exposição do material produzido pelos alunos durante a implementação do
projeto e encerramento.

Resultados e Discussão

No que diz respeito ao perfil dos alunos, a primeira característica que ressalta é a quase totalidade deles do
sexo feminino, (93,3%), a maior parte (62%) situados na faixa de 21 a 30 anos e a quase totalidade

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vivendo no município de Tubarão. As faixas acima dos 30 anos (17,2%) e abaixo (20,7%) dos 21 anos são
aproximadas, proporcionando uma distribuição equilibrada.

Dos 40% de alunos que atuam no Magistério, 58,3% têm entre 1 a 5 anos de experiência e 33,3% deles
têm menos de 1 ano de profissão, mostrando no total uma população com pouca experiência docente.

A totalidade dos alunos com experiência de Magistério está lecionando na Educação Infantil (66,7%), no
Ensino Fundamental (16,7%) e nos dois níveis (16,7%). Os demais alunos inquiridos distribuem-se por
diversas profissões, algumas delas não especificadas, 30% deles sendo exclusivamente estudantes.

Como foi mencionado anteriormente, o questionário (Anexo 1) foi delineado, em grande parte, para avaliar
a percepção, sensibilidade, conhecimento e experiência dos alunos no que diz respeito aos temas
ambientais, em geral, e à EA em particular. Entendeu-se que, sem essa análise, as atividades que seriam
concebidas para a sala de aula, durante a implementação do projeto, poderiam não corresponder
exatamente ao estado real dos alunos e às suas motivações. Deste modo, as atividades foram planejadas
com um relativo grau de segurança no que diz respeito a essa correspondência.

Analisando-se especificamente, percebe-se que existem contradições em algumas respostas, como por
exemplo: 100% dos estudantes julgam importante discutir EA inclusive na escola e para 93,3% é
importante discutir o tema Educação Ambiental. Porém, quando questionados sobre a necessidade de
desenvolver ações de EA no curso de Pedagogia, 23,3% consideram não ser necessário e 3,3% deixou a
questão sem resposta, o que parece contraditório, embora a partir da análise dos resultados, logo adiante,
se possa perceber que a população amostrada apresentou dificuldades em conceituar E.A., bem como em
avaliar aspectos da questão ambiental, o que poderá explicar as aparentes contradições. Tanto a imprecisão
e a falta de profundidade de conceitos de Educação Ambiental dos alunos, como alguma indecisão refletida
em respostas contraditórias poderão encorajar um trabalho no sentido de reverter tal posição.

Convém ainda destacar a expressiva percentagem de estudantes que consideram necessária a abordagem
de Educação Ambiental no curso de Pedagogia (73,7%), o que mais uma vez mostra alguma contradição
com outras respostas destacadas acima, especialmente com a questão que perguntava: “Em seu entender,
as escolas deveriam ter ações concretas de educação ambiental?”. O índice de respostas “sim” a esta
questão rondou os 90%, enquanto, como vimos acima, apenas 74% dos alunos sentem necessidade de que
se tenha a abordagem de EA no próprio curso.

Como foi referido acima, merece destaque a dificuldade da população amostrada em conceituar EA. Nesta
perspectiva, 20% não definiram claramente mas têm alguma noção do que seja E.A.; 16,7% deixaram em
branco ou estão alheios ao contexto, elevando para quase 40% a população que não apresentou uma
conceituação definida, o que deixa uma vez mais alguma preocupação, atentando para o fato dos alunos
serem futuros pedagogos. No que diz respeito aos 60,3% que deixaram uma opinião definida nesta questão
– embora, compreensivelmente, nenhum dos alunos tenha apresentado um conceito completo – 16,7%
define EA como Educação e Formação, enquanto 13,3% como Estudo e 6,7% como tema ligado à
Preservação e/ou ação. Neste contexto, a maior percentagem foi representada pelo conceito de E.A. como
meio/forma de conscientização (26,7%). Assim sendo, faz-se necessário estudar junto aos alunos o
significado de: formação, estudo, preservação, conservação, conscientização, entre outros. Esse
aprofundamento servirá para a desmistificação de noções errôneas sobre a temática ambiental, requisito
básico para que o indivíduo passe a integrar os elementos do meio e compreender sua dinâmica, através de
conceitos mais precisos.

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Quando questionados acerca do desenvolvimento de projetos ou ações de EA, tanto no município onde
reside quanto na escola onde ensina, o desconhecimento dos alunos em 60% e 40%, respectivamente, é
algo crítico, parecendo indicar certo estado de apatia ou distanciamento frente a questões atualmente tão
relevantes como a ambiental, além de tratar-se de um tema abordado com freqüência na mídia, assim como
objeto de destaque, dos mais empregados, nos conteúdos políticos e eleitorais.

Cabe ressaltar as fontes de contato dos alunos com temas ambientais, onde apenas 30% declararam ter
estado envolvido ou ter tido conhecimento de projetos ambientais e 13% deles ter participado de passeatas.
De resto, livros, revistas e filmes são as fontes que mais ocorrem, através das quais os alunos dizem terem
tido contatos com os temas ambientais, ou seja, de uma forma meramente teórica ou passiva. Constata-se
também que 20% dos alunos afirmam ter participado ou sabido de cursos sobre temas ambientais.

A partir da avaliação da sensibilização promovida por meios como livros e outros meios, pode-se inferir,
através do questionário, que os mesmos não estão conseguindo estimular ou desenvolver, nos indivíduos
em questão, uma maior preocupação com os temas ambientais; parece lícito inferir também que a
população amostrada carece de maiores informações e envolvimento nas questões relativas à Educação
Ambiental; o que suscita um maior aprofundamento.

Uma vez que o meio ambiente se constitui em tema transversal dos PCNs, é plenamente discutível como
profissionais que desconhecem a existência ou não de trabalhos desenvolvidos na área da EA, em sua
própria unidade escolar, poderão desenvolver tal tema. Esta constatação remete ainda para um
questionamento sobre a gestão das próprias escolas no que diz respeito à circulação de informação útil
sobre eventos internos e da comunidade, sobretudo, à capacitação de professores para lidarem com estes
temas. A população estudada que conhece os projetos desenvolvidos nas escolas aponta os temas água, lixo
e desmatamento, todos em um amplo leque de abordagens.

O fato de uma percentagem elevada da população amostrada, (69,2%), não desenvolver ou nunca ter
desenvolvido projetos em EA, e 13,3% não terem respondido à questão configura de certa forma o
distanciamento desses indivíduos frente à questão ambiental. Na verdade, não se pode afirmar que tal
aspecto seja decorrente da falta de interesse dos indivíduos, mas talvez da deficiência de informação nas
escolas e, até mesmo, da ausência de projetos de EA nas mesmas. Convém ressaltar que os profissionais,
26,7%, que desenvolveram algum tipo de atividade em EA, consideraram muito bons os respectivos
resultados.

Dentre os fatos ambientais que impressionaram os alunos durante sua vida, destacam-se os de efeito
negativo, como por exemplo a poluição e escassez de água, destruição do meio, falta de conscientização e
sensibilização das pessoas, queimadas, entre outros. Já como aspectos positivos ressaltaram limpeza de
praias e lagoas e cidade sem poluição; este último merece destaque, já que áreas conhecidas com certos
níveis de poluição foram consideradas como não poluídas. Cabe destacar que 31% dos indivíduos não se
sensibilizaram por nenhum fato ocorrido ao longo de sua vida o que parece crítico, uma vez que ao
pedagogo pode-se estabelecer como requisito mínimo, para atuar com crianças, um indivíduo dotado de
sensibilidade e sentimentos que estimulem a percepção e sensibilização ambiental. Daí a necessidade do
desenvolvimento dos aspectos sensíveis, estéticos, filosóficos, éticos, dentre outros, indispensáveis, muito
especialmente em pessoas que irão trabalhar com crianças num futuro próximo.

Com relação ao grau de importância de determinados temas na Escola, as respostas aparecem também com
contradições relativamente às questões ambientais. Se por exemplo o tema “Família e Escola” em maior
freqüência com nota de importância máxima, (alargando-se inclusive a 50% das escolhas), denotando a

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necessidade do resgate de valores estruturais que vinham sendo esquecidos; os temas “Preservação
Ambiental” e “Questões ambientais”, juntos, não ultrapassam uns modestos 10% das respostas, ao mesmo
nível que “Educação sexual”; “Drogas e vícios”. O tema de menor importância, dentre os levantados, foi o
de “Alimentos Transgênicos”, com 40% dos votos, seguido de “Qualidade do ar”, “Política e cidadania” e
“Saneamento Básico”.

Apesar de certo grau de inconsistência em algumas respostas, considerou-se o conjunto satisfatório para o
fim em vista, que era o de avaliar a sensibilização, conhecimento e experiências da população inquirida
sobre o tema, assim como a motivação ou predisposição dos alunos para trabalhá-lo. Particularmente, a
última questão colocada aos alunos não deixou dúvidas aos pesquisadores sobre essa motivação, pelo fato
de 73,3% da população inquirida se ter manifestado a favor de desenvolver ações ou atividades de EA no
curso de Pedagogia, nomeadamente “Projetos de EA” (40% das respostas válidas) seguido de “Passeatas,
palestras e cursos” (20%) e ainda “Desenvolver conhecimentos de EA para prática em sala de aula” e
“Integração entre EA e Família-Escola”, ambos com 10%. Destaca-se ainda, nesta questão, que 20% dos
alunos necessitam de mais informações para apontar os temas de seu interesse, outros 20% responderam,
mas com palavras ou frases vagas ou inconsistentes e 46,7% não respondeu, donde se pode, desde logo,
concluir certa incoerência geral, nas respostas a questões que envolvem comparação de conceitos, assim
como uma aparente incapacidade de decidir ou formular opções concretas e definidas.

Avaliação Final do projeto

No que diz respeito à avaliação final do projeto realizada em Outubro de 2004, representado por 58,8% do
universo de alunos do currículo antigo (curso de Pedagogia) do quarto semestre (UNISUL – campus
Tubarão), em relação ao número de encontros em que cada aluno participou, do total de 10; 20% dos
alunos participaram dos 10 encontros, 20% de 8, 20% de 7 , 30% de 5 e 10% de 4.

Percebe-se que a maior parte dos alunos envolvidos no projeto, ficou satisfeito, o que pode ser observado,
por exemplo, no fato de 100% dos alunos concordarem que os conteúdos, abordados pela equipe, foram
interessantes, importantes e que possibilitaram a melhoria da prática pedagógica; 80% dos estudantes,
consideraram as estratégias utilizadas no decorrer do trabalho motivadoras; do universo de alunos que
considerou as estratégias em parte motivadoras, o mesmo considerou o uso do data show cansativo e
apontou para a necessidade de maior número de saídas de campo; a expressiva percentagem (100%) de
estudantes que gostariam de participar da continuidade do projeto no ano de 2005 também merece
destaque. Observa-se, através dos resultados e justificativas do questionário de avaliação, que os
estudantes julgam importante discutir EA, inclusive na escola.

Outro aspecto que merece destaque é a percentagem (55,6%) que considerou suficiente o tempo de
atividades do projeto em sala de aula, mas 33,3% consideraram pouco tempo devido ao volume de
informação e, somente 11,1% considerou o tempo muito amplo.

As justificativas apresentadas no instrumento de avaliação, apontaram para o interesse dos alunos de


Pedagogia em aprofundar-se nas questões mais especificas de EA, a fim de aplicar algumas atividades nas
escolas onde trabalham. Ressalta-se o interesse de alguns alunos em promover mais discussão e dinâmica
que os auxiliem a desenvolver projetos em suas escolas, principalmente voltadas às crianças do ensino
fundamental. Isso se configura com um universo de 50% das sugestões apontadas pelos alunos para o
próximo ano. Foi sugerido também, aos pesquisadores, que haja maior número de encontros e que estes

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sejam realizados em outro horário; que sejam contemplados os temas que não puderam ser desenvolvidos,
por falta de tempo; e, finalmente, uma maior troca de experiências.

No que tange as atividades desenvolvidas, o que mais chamou a atenção, para 30% dos alunos, foi o
envolvimento da equipe; 30% apreciaram uma ou outra estratégia especifica; 20%, o teatro das crianças;
10% a saída de campo (Armazém/SC) e igual parcela (10%) consideraram tudo importante. Chama a
atenção neste contexto que 100% dos estudantes tiveram, a partir do desenvolvimento do projeto, de
alguma maneira, contribuições para sua formação em pedagogia. Nesse sentido destacam-se as categorias,
conforme elencados pelos alunos, a saber: visão mais ampla de meio ambiente e a perspectiva de propagar
esse conhecimento; maior consciência em relação à questão ambiental; mudança na prática pedagógica do
próprio professor; uma nova visão aplicacional da EA.

Deste modo, pode observar-se que o objetivo e empenho da equipe em despertar o interesse pela EA foi
alcançado, uma vez que os resultados onde foi solicitada a atribuição de uma nota, 70% dos alunos
atribuíram ao projeto nota 10 devido à contribuição para o exercício da cidadania e o resgate de valores;
outros ainda, em função da dedicação e incentivo da equipe, despertando nesse caso interesse pelo meio
ambiente; uma valorização maior da natureza e uma mudança de postura; já uma percentagem de 20%
atribuiu nota 9 em função da boa apresentação, do envolvimento didático, porém com alguns momentos
cansativos; e apenas 10% atribuíram nota 8, por considerarem algumas atividades interessantes e outras
que não corresponderam as expectativas. Analisando criticamente observa-se um ótimo resultado, embora
os aspectos que foram levantados para a nota 8, devam ser revistos com cuidado. Porém os resultados
motivam à continuidade do desenvolvimento e aprofundamento deste projeto.

Uma percentagem elevada da população amostrada, após participar do projeto, destacou a importância do
compromisso de cada indivíduo para um processo de mudança (50%); 20% salientaram a capacidade do
individuo em desencadear mudanças; 10%, a necessidade de respeitar e conhecer o meio; 10% uma maior
conscientização e 10% referiram que só depende do individuo, neste último caso incorporando o próprio
slogan do projeto, já que destacou “O meio pode ser completo, só depende de mim”. Estas manifestações
dos inquiridos permitem considerar que o projeto aproximou esses indivíduos dos problemas ambientais e
da possibilidade de que cada um, ao fazer a sua parte, é capaz de fazer a diferença, podendo desta forma
efetivamente contribuir para um mundo melhor.

Como sugestões à continuidade do projeto, destacam-se: maior número de práticas de EA em sala de aula,
tanto na universidade como em escolas, realização das atividades em horários extra classe mais horas de
trabalho com a temática vertente, mais debates e troca de experiências. Além disso, apontaram a
necessidade de que a EA seja trabalhada em todos os cursos.

Considerações Finais e Recomendações

Cabe ressaltar que em face da elevada rotatividade de alunos observada de outros cursos e fases, não
computada neste estudo, sugere-se que a próxima etapa seja realizada de forma concentrada ao longo de
uma única semana no período das 19h20min às 22h15min, favorecendo assim um maior envolvimento e
aprofundamento das questões, oportunizando a participação sistemática dos alunos, já que 100% dos
mesmos afirmam ter interesse em dar continuidade ao projeto em 2005.

Face às importantes contribuições levantadas pelos alunos, é relevante que os aspectos levantados pelos
mesmos sejam contemplados para a continuidade do projeto. Desta forma, é fundamental viabilizar a

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Marcomin e Ana Waley Mendonça
realização de um maior número de atividades práticas, desde que estabeleçam um suporte reflexivo e uma
motivação pela pesquisa. Oportunizar ainda para que os temas, não trabalhados nesta etapa e constituintes
do projeto original, sejam abordados na próxima etapa.

Além disso, cabe destacar a necessidade de um maior aprofundamento de diversos aspectos, permitindo
assim, além da construção do conhecimento, a incorporação dos objetivos da EA e a compreensão do
comprometimento humano no estabelecimento de uma nova relação do homem com o meio, de forma mais
justa e igualitária, porém respeitando as diferenças.

Convém destacar o importante papel desempenhado pelas coordenações dos cursos do Programa de
Mestrado em Educação e do curso de Pedagogia, em especial a este último por oportunizar que a equipe de
alunos e professores do Mestrado pudesse desenvolver tal projeto junto aos estudantes de Pedagogia,
oferecendo total apoio à realização do mesmo e, portanto, criando um diálogo sinérgico entre cursos de
graus e temáticas diferentes, mas complementares.

Referências

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Brasileira de Educação Ambiental. Brasília: Rede Brasileira de Educação Ambiental, p. 71 – 78
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Marcomin e Ana Waley Mendonça
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Educação Ambiental. Brasília, Rede Brasileira de Educação Ambiental, p. 39 – 46

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Pádua e M. F. Tabanez (orgs.), Educação ambiental: caminhos trilhados no Brasil. Brasília, IPÊ, p. 73-88

ZAKRZEVSKI, S. B. B.; SATO, M. Refletindo sobre a Formação de Professor@s em Educação Ambiental. In:
J. E. dos SANTOS e M. SATO A contribuição da Educação Ambiental à esperança de Pandora. São Carlos,
Rima, 2001. p. 63–84

ANEXO 1

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA


Programa de Mestrado em Educação
Projeto Educação Ambiental na prática pedagógica: “O meio pode ser inteiro, depende de você”
Questionário inicial aos alunos de Pedagogia, Campus de Tubarão, Abril 2004

1. DADOS SOBRE O PERFIL PESSOAL DO ALUNO.


Sexo / Idade / Onde viveu sua infância / Cidade onde reside atualmente
Atua no magistério ? (Sim / Não) - Há quanto tempo? - Qual série ? Alguma disciplina específica?
Se não atua no magistério: Que profissão e função exerce?

2. DADOS PERTINENTES AO OBJETO DA PESQUISA.

2.1 Qual sua definição de Educação Ambiental?

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2.2 Discutir o tema Educação Ambiental é importante para você? (Sim / Não / Nunca pensei no assunto).
a) Acredita que é um tema importante para discussão nas escolas? (Sim / Não / Nunca pensei no assunto).
b) Em seu entender, as escolas deveriam ter ações concretas de educação ambiental?
(Sim / Seria suficiente uma breve sensibilização teórica dos alunos / Penso que não cabe às escolas
qualquer ação no domínio da educação ambiental).

2.3 Você já teve contato com temas ambientais?


Caso afirmativo, por que meios? ( Livros / Cursos / Revistas / Artigos / Filmes / Passeatas / Palestras /
Projetos / Amigos e/ou familiares / Outros meios?)

2.4 Seu município desenvolve algum projeto ou ação em Educação Ambiental?


(Sim / Não / Desconheço). Caso afirmativo, quais?
E sua escola? (Sim / Não / Desconheço). Caso afirmativo, quais?

2.5 Você, enquanto professor, desenvolve ou já desenvolveu ações e/ou projetos pedagógicos em Educação
Ambiental?
(Sim / Não). Caso afirmativo, quais? Qual o(s) resultado(s) obtido(s)?

2.6 Em relação às questões ambientais, existem fatos que o tenham impressionado particularmente
durante sua vida? (Sim / Não / Não me interesso por essas questões)
Caso afirmativo, quais?

2.7 Numa escala de valores, enumere por ordem de importância os temas que considera para serem
abordados na Escola (1 = mais importante, 10 = menos importante): Saneamento básico / Educação
sexual / Preservação ambiental / Drogas e Vícios / Qualidade de vida / Questões ambientais / Alimentos
transgênicos / Política e cidadania / Qualidade do ar / Família e escola.

2.8 Sente necessidade de desenvolver ações e/ou atividades de Educação Ambiental em seu curso de
Licenciatura em Pedagogia?
(Sim / Não) Caso afirmativo, quais?

ANEXO 2

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA


Programa de Mestrado em Educação
Projeto Educação Ambiental na prática pedagógica: “O meio pode ser inteiro, depende de você”
Questionário de avaliação final aos alunos de Pedagogia, Campus de Tubarão, Dezembro 2004.

1. Curso de origem

2. De quantos encontros deste projeto participou?

3. Que aspecto mais lhe chamou a atenção durante as atividades?


Justifique.

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4. Considera que o método de trabalho adotado foi suficiente e/ou adequado?


(Pouco tempo / Tempo suficiente / Muito tempo). Justifique.

5. Os conteúdos abordados foram interessantes?


(Sim / Não) Justifique.

6. As estratégias utilizadas foram motivadoras?


(Sim / Não / Em parte ) Justifique.

7. Gostaria de participar da continuidade do projeto no próximo ano?


(Sim / Não)

8. Que sugestões daria para o desenvolvimento dos trabalhos para o próximo ano?

9. Se pudesse atribuir uma nota (0-10) para este projeto qual seria? Justifique.

10. O desenvolvimento deste projeto contribuiu de alguma maneira com seu processo de formação em
Pedagogia? Explique.

11. Escreva uma frase o que sente ou pensa sobre “O meio pode ser inteiro, depende de você”.

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