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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário

Resenha do artigo: “Associação ajuiza ADI contra novas regras da CLT sobre danos
morais”

Nome do aluno: ANDERSON CAVALCANTE CARDOSO


Trabalho da disciplina: CONTRATO DE TRABALHO
Tutor: Prof.: MARIA CELIA FERREIRA DE REZENDE

Belém/PA
2019
Artigo: Associação ajuiza ADI contra novas regras da CLT sobre danos morais

Título
O dano extrapatrimonial a luz da Reforma Trabalhista

Referência: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Associação ajuiza ADI contra novas


regras da CLT sobre danos morais. Disponível em:< http://www.stf.jus.br/portal/
cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=400370&tip=UN >. Acesso em: 26 de outubro de
2019.

Em janeiro de 2019, a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho


(ANAMATRA) ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal
Federal a fim de discutir as novas regras trazidas pela Lei nº 13.467/17 (Reforma Trabalhista)
relativas aos danos morais decorrentes da relação de trabalho.
O Art. 223-G, 1º, CLT dispõe o seguinte: “Se julgar procedente o pedido, o juízo
fixará a indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros,
vedada a acumulação: I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do
ofendido; II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do
ofendido; III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário
contratual do ofendido; IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o
último salário contratual do ofendido.”. Para a ANAMATRA, tal fixação de valor com base
no salário do ofendido fere gravemente o princípio da isonomia, pois, segundo exemplo
apresentado na própria ação, a indenização pelo mesmo dano moral a um servente e a um
diretor da empresa seriam diferentes em razão simplesmente dos salários dos seus salários.
Ainda, para a Associação, o texto trazido pela Reforma Trabalhista poderia ser
mantido desde que os limites não sejam impeditivos para uma possível fixação de valor
superior ao previsto, a depender do caso e do entender do julgador, sempre de forma
justificada.
Diante disto, entendemos que o intuito do legislador ao editar tal norma foi de
“padronizar” as possíveis indenizações trabalhistas evitando-se o arbitramento
desproporcional em ações similares. Os parâmetros trazidos pelas novas regras são válidos,
pois, é de conhecimentos que, muita das vezes os juízes trabalhistas arbitravam as
indenizações sem qualquer direcionamento, causando, muitas vezes, diferenças consideráveis
de valores em comparação a situações semelhantes e que essas distorções geravam
insegurança jurídica, além de morosidade na entrega da prestação jurisdicional, visto que,
levava a parte vencida a interposição de recursos.
Porém, entendemos que a fixação do valor da reparação adotando-se como base,
somente, o salário do ofendido não é a maneira mais razoável, podendo levar novamente a
distorções não observadas pelo legislador. O art. 223-G se apresenta em nítida afronta à
CF/88, não garantindo a isonomia, pelo contrário, enfraquecendo-a.

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