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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário

Resenha do artigo: “Justiça bloqueia bens do Banco Rural, aquele do mensalão, no valor
de R$ 100 milhões”

Nome do aluno: ANDERSON CAVALCANTE CARDOSO


Trabalho da disciplina: PROCESSO DE EXECUÇÃO
TRABALHISTA
Tutor: Prof.: CARLA SENDON AMEIJEIRAS VELOSO

Belém/PA
2019
Artigo ou Caso: Justiça bloqueia bens do Banco Rural, aquele do mensalão, no valor de
R$ 100 milhões

Título
Bloqueio de bens adquiridos em fraude à execução

Referência: AZEVEDO, Reinaldo. Justiça bloqueia bens do Banco Rural, aquele do


mensalão, no valor de R$ 100 milhões. Disponível em: < https://veja.abril.com.br/blog
/reinaldo /justica-bloqueia-bens-do-banco-rural-aquele-do-mensalao-no-valor-de-r-100-
milhoes/ >. Acesso em: 26 de abril de 2019.

Em julho de 2012, foi publicado pelo autor, no seu blog, o artigo acerca do
bloqueio e execução de bens do Banco Rural, totalizando, em valores atualizados, mais de R$
100 milhões de reais, para pagamento de dívidas trabalhistas do empresário Wagner Canhedo,
ex-proprietário da Vasp.
Na ação movida pelo Ministério Público do Trabalho e o Sindicato dos
Aeroviários, em 2005, os autores pediam a execução de bens do empresário Wagner Canhedo
para pagamento de dívidas de antigos funcionários da Vasp. Porém, o Judiciário constatou
que houve fraude de execução, pois o Banco Rural auxiliou o então empresário a ocultar seus
bens por meio de alienações fraudulentas.
A juíza Soraya Galassi determinou a penhora dos bens do banco Rural devido a
vendas ao grupo de bens de Wagner Canhedo, quando este já não podia mais se desfazer de
seus bens devido a sentença judicial. Dentre estas vendas estão a de 71,6 mil cabeças de
gados, totalizando mais de 43 milhões de reais e a venda do imóvel do Hotel Nacional, em
Brasília, em mais de 70 milhões de reais.
É de saber que uma das vertentes da jurisdição é a atividade satisfativa, ou seja, é
onde o juiz transforma em realidade o comando contido em uma decisão, que se perfaz por
meio da tutela jurisdicional de execução. A fraude à execução não frustra apenas o direito do
credor, mas também viola a autoridade da jurisdição.

Para Cândido Dinamarco, “a fraude de execução consiste na realização de um ato


de disposição ou oneração de coisa ou direito depois de instaurado um processo cujo
resultado poderá ser impossível sem lançar mão desse bem”. Das lições do jurista, podemos
perceber que foi exatamente o que o ex-proprietário da Vasp fez com ajuda do Grupo Rural
no momento que realizaram a alienação de bens do empresário que seriam utilizados para
satisfação dos direitos dos empregados da extinta companhia aérea.

Desta forma, como se depreende do art. 792, §1º, CPC, a fraude à execução gera
ineficácia do ato de alienação. Caracterizada a fraude, embora válida entre as partes que a
celebraram, não surte qualquer efeito em relação à execução, podendo os bens serem
penhorados normalmente.
Com tudo o que foi exposto, consideramos acertada a decisão de bloqueio e
execução dos bens adquiridos de má-fé pelo Grupo Rural, visto que este, a época das
alienações já sabia da situação de Wagner Canhedo e, mesmo assim, concretizou as
aquisições de bens que viriam a serem utilizados para pagamentos de dívidas trabalhistas.

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