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Resenha do artigo: “Justiça bloqueia bens do Banco Rural, aquele do mensalão, no valor
de R$ 100 milhões”
Belém/PA
2019
Artigo ou Caso: Justiça bloqueia bens do Banco Rural, aquele do mensalão, no valor de
R$ 100 milhões
Título
Bloqueio de bens adquiridos em fraude à execução
Em julho de 2012, foi publicado pelo autor, no seu blog, o artigo acerca do
bloqueio e execução de bens do Banco Rural, totalizando, em valores atualizados, mais de R$
100 milhões de reais, para pagamento de dívidas trabalhistas do empresário Wagner Canhedo,
ex-proprietário da Vasp.
Na ação movida pelo Ministério Público do Trabalho e o Sindicato dos
Aeroviários, em 2005, os autores pediam a execução de bens do empresário Wagner Canhedo
para pagamento de dívidas de antigos funcionários da Vasp. Porém, o Judiciário constatou
que houve fraude de execução, pois o Banco Rural auxiliou o então empresário a ocultar seus
bens por meio de alienações fraudulentas.
A juíza Soraya Galassi determinou a penhora dos bens do banco Rural devido a
vendas ao grupo de bens de Wagner Canhedo, quando este já não podia mais se desfazer de
seus bens devido a sentença judicial. Dentre estas vendas estão a de 71,6 mil cabeças de
gados, totalizando mais de 43 milhões de reais e a venda do imóvel do Hotel Nacional, em
Brasília, em mais de 70 milhões de reais.
É de saber que uma das vertentes da jurisdição é a atividade satisfativa, ou seja, é
onde o juiz transforma em realidade o comando contido em uma decisão, que se perfaz por
meio da tutela jurisdicional de execução. A fraude à execução não frustra apenas o direito do
credor, mas também viola a autoridade da jurisdição.
Desta forma, como se depreende do art. 792, §1º, CPC, a fraude à execução gera
ineficácia do ato de alienação. Caracterizada a fraude, embora válida entre as partes que a
celebraram, não surte qualquer efeito em relação à execução, podendo os bens serem
penhorados normalmente.
Com tudo o que foi exposto, consideramos acertada a decisão de bloqueio e
execução dos bens adquiridos de má-fé pelo Grupo Rural, visto que este, a época das
alienações já sabia da situação de Wagner Canhedo e, mesmo assim, concretizou as
aquisições de bens que viriam a serem utilizados para pagamentos de dívidas trabalhistas.