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Resenha do artigo: “Acordo na rescisão - uma fraude que a Reforma Trabalhista tratou
de resolver”
Belém/PA
2019
Artigo: Acordo na rescisão - uma fraude que a Reforma Trabalhista tratou de resolver
Título
A legalização de uma prática à margem da lei
O artigo em questão traz uma análise de uma novidade apresentada com a entrada
em vigor da Lei nº 13.467/17 (Reforma Trabalhista) no qual legalizou-se o instituto do acordo
entre o empregado e o empregador para a rescisão do contrato de trabalho.
Antes da Reforma Trabalhista, a demissão consensual para por fim ao contrato de
trabalho não possuía qualquer respaldo legal, considerando-se fraude trabalhista e aos cofres
públicos se ela realmente se efetivasse entre o empregado e o empregador.
Não havia qualquer possibilidade legal do empregado e empregador realizar o
distanciamento que atendesse ao anseio de ambos. Só havia duas situações possíveis: ou o
empregado pedia demissão e, dessa forma, abria mão do direito ao aviso prévio indenizado,
ao saque do FGTS e a multa de 40% do saldo fundiário, bem como não teria direito ao seguro
desemprego; ou o empregador promovia a demissão imotivada e, dessa forma, teria que arcar
com o aviso prévio, depositar a multa de 40% sobre o saldo fundiário e conceder as guias para
saque do FGTS e recebimento do seguro desemprego.
Essa situação “obrigava”, muita das vezes, a uma rescisão fraudulenta entre o
empregado e empregador para que o desligamento ocorresse de forma menos onerosa para
ambas as partes. Dessa forma, o empregador realizava a demissão imotivada do empregado e
este, comprometia-se a devolver o valor depositado pela empresa a título de multa ao FGTS.
Essa rescisão fraudulenta, além de ser ilegal, se descoberta pelo órgão de
fiscalização, poderia acarretar multas a empresa e a devolução dos valores recebidos
indevidamente pelo empregado. Em situações mais extremas, já ocorreram até indiciamento
dos envolvidos pelo crime de estelionato, visto que houve fraude documental com o intuito de
causar prejuízos aos cofres públicos.
Porém, como apresentado no artigo em análise, a reforma trabalhista resolveu tal
imbróglio, visto que, houve a criação do art. 484-A, CLT, permitindo a rescisão consensual do
contrato de trabalho sem causar tantos danos a apenas uma das partes. Desta forma, desde 11
de novembro de 2017, poderá haver a rescisão do contrato de trabalho por comum acordo,
tendo o empregado o direito de receber metade do aviso prévio, metade da multa rescisória
sobre o saldo do FGTS (20%), todas as demais verbas trabalhistas (saldo de salários, férias
vencidas e proporcionais indenizadas, 13º Salário e etc.) na integralidade e o saque de 80% do
saldo do FGTS.
Desta forma, percebe-se que esta nova modalidade de rescisão contratual veio
com o intuito de proteger tanto o empregador quanto o empregado, pois ambos terão seus
desejos, mesmo que em parte, atendidos sem que, com isso, tenham que realizar ações
entendidas, anteriormente, como fraudulentas. Além disso, trará mais segurança para que
ambos realizem o desligamento sem que tenham prejuízos futuros com ações trabalhistas.