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"Aquilo a que se chama globalização, como todos sabemos, representa um fenômeno histórico perfeitamente
inelutável, que tem a ver com as grandes transformações tecnológicas, científicas e com a revolução informática,
das últimas décadas, mas também com a natureza especulativa que tem vindo a assumir o capitalismo, no seu
estágio atual.."
Introdução
Mais do que a integração do mercado mundial através da redução das distâncias geográficas, a
globalização intensificou a divisão internacional do trabalho (DIT) e trouxe consigo um avanço
tecnológico na área de telecomunicações e processamento de dados nunca antes visto. Isto gerou
uma necessidade de mão-de-obra cada vez mais qualificada, especializada e versátil que pudesse
atender às novas necessidades do homem contemporâneo.
Dentro deste contexto imposto pela globalização, insere-se o vídeo técnico. Ele é uma das
ferramentas que vêm auxiliar a formação dos novos profissionais de que a indústria necessita. Trata-
se de um método rápido e focado de ensino.
Em geral, os vídeos apresentam-se curtos e objetivos, cumprindo apenas o seu papel. Em muitos
aspectos, um vídeo técnico pode ser comparado a um vídeo convencional, porém, suas diferenças
são muito peculiares, como no quadro a seguir.
Diferenças de um vídeo técnico para um vídeo convencional
Infografia
Definição
Em 1626, Christopher Scheiner publicou Rosa Ursina sive Sol no qual se utilizava de uma série de
infográficos explicar a rotação do sol ao longo do tempo.
Em 1786, William Playfair publicou os primeiros infográficos de dados em seu livro The Commercial
and Political Atlas. O livro contém gráficos estatísticos que representam a economia do século 18 na
Inglaterra, utilizando histogramas e gráficos em barras.
Em 1936, Otto Neurath introduziu um sistema de pictogramas com a intenção de que funcionassem
como uma linguagem visual internacional. Isotype incluía uma coleção de figuras humanas
estilizadas que serviram mais tarde como base para as modernas e conhecidas “figuras palito”,
utilizadas em placas de sinalização.
Também em 1972, foi lançada ao espaço a sonda interplanetária Pioneer 10, que carregava uma
placa onde fora inscrito um infográfico que serviria como uma espécie de mensagem interestelar.
Desenhada por Carl Sagan e Frank Drake, a mensagem era única no sentido de que deveria também
ser entendida por seres de origem extraterrestre.
A imagem representa um homem e uma mulher
em frente a sonda para dar uma idéia de escala.
Também contém um mapa que informa a
localização do sol em relação a certas estrelas
pulsares e uma representação simplificada do
sistema solar.
A infografia nos dias atuais
Através desta tecnologia, agora é possível representar em três dimensões praticamente qualquer
informação, objeto, paisagem ou ambiente desejado. Ou seja, todas essas imagens geradas com
auxílio de um computador podem se fazer presentes em um vídeo técnico, vindo a clarear
informações antes apresentadas em apenas uma ou poucas perspectivas distintas. Não só isto, é
também viável a representação de objetos que sequer foram concebidos. Seria, por exemplo, o caso
de uma plataforma de petróleo que ainda está em fase projetual. A tecnologia nos permite, hoje,
navegar pela plataforma em um ambiente
virtual tridimensional, evitando futuros
erros durante o projeto ou sua execução.
Processo
A criação de um vídeo técnico 3-D
1. Conceituação
Ao fim dessas três etapas (roteiro, storyboard e animatic), Storyboard para comercial publicitário (esquerda -
consideramos terminada a fase conceitual do vídeo. Uma colorido) e storyboard para vídeo técnico (direita –
preto e branco). A diferença está apenas no
das principais diferenças e cuidados que devem ser tomados conteúdo e na forma de apresentação do mesmo.
durante esta etapa é quanto à linguagem do filme. O vídeo técnico costuma ter um público-alvo
bastante restrito e portanto deve ocorrer um cuidado especial com a forma de apresentação das
informações durante o decorrer do filme, de modo que possam ser compreendidas com facilidade
por esse público. Também cabe lembrar que este tipo de vídeo deve, em primeiro plano, informar,
instruir e educar mais do que entreter.
2. Execução
É também nesta fase que são colocadas em prática tecnologias como a estereoscopia e a interação
do usuário com o conteúdo. Ambas discutidas a seguir.
Estereoscopia
Com o passar do tempo, a estereoscopia foi aprimorada e hoje conta com recursos muito avançados
de visualização, ganhando novas vertentes como a estereoscopia ativa, passiva e a auto-
estereoscopia.
O processo de criação de uma imagem estereoscópica consiste em gerar, na realidade, duas imagens
de uma mesma situação, observadas de ângulos diferentes, como se cada uma representasse a
mesma situação observada por apenas um dos olhos do espectador. Assim são geradas duas
imagens: uma para o olho direito, outra para o olho esquerdo. Estas são exibidas alternadamente,
em uma freqüência emitida por um dispositivo e sincronizada com os óculos estereoscópicos
(receptores). Desta maneira, os óculos ora bloqueiam a visão do olho esquerdo, permitindo que a
imagem do olho direito seja captada; ora bloqueiam a visão do olho direito, permitindo que a
imagem do olho esquerdo seja captada. No entanto, isto ocorre numa freqüência alta o bastante
para que não percebamos esta alternação, o que faz com que nosso cérebro interprete o processo
todo como se houvesse apenas uma imagem em exibição, e isto nos traz a sensação de que o que
estamos observando possui profundidade e volume.
Interatividade
Um exemplo palpável desta aplicação, em território nacional, se dá através do projeto Homem Virtual,
desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP). O projeto consiste no desenvolvimento de imagens
tridimensionais do corpo humano, em diversas faixas etárias e para ambos os sexos, apresentando o
conteúdo científico de forma objetiva, simples e rápida.
“Estas características tornam o Homem Virtual uma moderna ferramenta educacional. Os vídeos funcionam como objetos de
aprendizagem, ou seja, conjuntos reutilizáveis de informações que podem ser empregados em diferentes contextos. São ilhas de
conhecimento, aplicáveis a públicos-alvo distintos, dentro de estratégias pedagógicas que visam objetivos específicos.”
(Excerto extraído do site oficial do projeto – www.projetohomemvirtual.com.br)
Para realizar o projeto, foram necessários profissionais de diferentes áreas, tais como: digital design,
comunicação, tecnologia e medicina.
3. Finalização
Nesta fase, todo o conteúdo gerado é reunido e editado para ser apresentado da melhor forma
possível. O vídeo final é gerado e está pronto para ser veiculado.
Aplicações
As possibilidades de visualização dentro de um
vídeo técnico são tão vastas bem como as áreas as
quais o mesmo se aplica. Por meio da infografia e
demais tecnologias citadas anteriormente, torna-se
possível apresentar qualquer conteúdo desejado,
de forma a alcançar o público-alvo definido.
FUNDAÇÃO LAURO CAMPOS; Glossário: globalização, pós-moderno e neoliberalismo; Rio de Janeiro: Fundação Lauro
Campos.
Disponível em URL: http://www.socialismo.org.br/portal/questoes-ideologicas/83-artigo/576-glossario-globalizacao-pos-
moderno-e-neoliberalismo
Vídeos Técnicos
Teletraduções Traduções e Edição de Vídeo, Lda; Vídeo Técnico e Formação-Tradução: A Tradução do Vídeo Técnico
Disponível em URL: http://legendagem.wordpress.com/2005/09/19/video-tecnico-e-formacao-traducao/
BestTechVideos OnTheNet.
Disponível em URL: http://www.bestechvideos.com/
Infografia
Wikipedia – Infographics
Disponível em URL: http://en.wikipedia.org/wiki/Category:Infographics
Wikipedia – Infográfico
Disponível em URL: http://pt.wikipedia.org/wiki/Infográfico
Precinema History - The History of the Discovery of Cinematography – Chapter Three 1600-1649
Disponível em URL: http://www.precinemahistory.net/1600.htm
Estereoscopia
GATTASS, Marcelo; Visão Estereoscópica; Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica – PUC-RIO;
Disponível em URL: http://www.tecgraf.puc-rio.br/~abraposo/INF1366/2005/07_estereoscopia.pdf
GODOY, Hélio; A imagem tridimensional e o audiovisual; Mato Grosso do Sul: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
(UFMS)
Disponível em URL:
http://abcine.org.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=183&Itemid=183&limit=1&limitstart
=1
Processo
Entrevista concedida por Eduardo Thadeu, gerente de projetos do laboratório TecGraf – PUC-RIO